segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Cristo na Vida Cristã


“Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” Gálatas 2.20
Nesse texto existem alguns paradoxos, tais como: “Eu fui crucificado” mas “agora vivo”. Na primeira premissa, vemos uma declaração de morte, a crucificação, e na segunda a explícita declaração de vida. Contudo, sabemos que isso é facilmente resolvido, é uma questão de compreender o assunto cronologicamente. Primeiro fomos crucificados com Cristo, e agora vivemos pela fé nEle. Entretanto, no mesmo verso lemos: “já não sou eu quem vive” e “agora vivo”. Ante a essas declarações não temos uma resposta tão conhecida quanto a anterior. O que Paulo quis dizer com essa expressão? Afinal de contas, eu vivo ou não?

Um paradoxo não é uma contradição, ele apenas soa com tal. Normalmente nesse tipo de paradoxo temos duas informações possívelmente verdadeiras, que, quando unidas para a formação de um conceito tornam-se aparentemente auto-excludentes. Para compreender o que Paulo está ensinando nesse verso precisaremos reunir outras informações importantes. Mas vamos por partes.

1. Fui Crucificado com Cristo

A primeira informação desse texto se refere a declaração de Paulo que fomos crucificados com Cristo. É interessante compreender esse sentido expressão de Paulo sobre a experiência do cristão. Algumas vezes Paulo faz referências sobre a vida cristão com a morte. Observe:
“Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?”  Romanos 6.2-3
O início da experiência cristã está na morte. Em Cristo nós morremos para o pecado e para tudo o que se depreende dele. Em Cristo nós morremos para o mundo. Em Cristo nós somos feitos novas criaturas:
“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”  2Co.5.17
Com essa convicção em mente, podemos compreender um pouco melhor o que Paulo quis apresentar nas expressões seguintes.

2. Cristo Vivem em Mim

A aparente contradição vista nesses versos começa ser melhor compreendida a partir da convicção de que somos novas criaturas em Cristo. Assim, como novas criaturas, temos uma nova forma de viver. A declaração de Paulo para sua vida após ter sido crucificado, é uma vida de Cristo nele. Ou seja, a vida cristã não é mais definida por nossas próprias características, mas pela presença de Cristo em nós.

As aplicações dessa verdade são importantíssimas para nossa vida hoje, pois podemos perceber Cristo em nós, de algumas formas. Observe:
“Posso todas as coisas naquele que me fortalece”  Fp.4.13
“Para isso eu me esforço, lutando conforme a sua força, que atua poderosamente em mimCl.1.29
Existe na vida cristão não apenas a presença de Cristo em nós, mas a percepção prática dessa presença em nossa vida. Nas questões ministeriais, Paulo sempre volta-se para a presença ativa de Cristo em sua vida, pois tem convicção que não é sua capacidade ou poder que realiza a Obra de Deus, por isso pode dizer:
“Não me atrevo a falar de nada, exceto daquilo que Cristo realizou por meu intermédio em palavra e em ação”  Rm.15.18
Ou seja a vida cristã é vista como a morte para o pecado e a vida com Cristo habitando em nós e nos sustentando e fortalecendo para realizar o que Deus espera de nós.

3. Vivo Pela Fé

Aqui vemos o ponto mais alto desse verso sobre a vida cristã, pois a compreensão dos fatos anteriormente anunciados nos levam a uma única forma de vida hoje: “A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”. Como vimos, o cristão morre para o pecado com Cristo e com Ele vive e na sua dependência prossegue. Contudo, como realizar isso? Aqui vemos a descrição mais clara: “pela fé”. Essa vida, tal como estamos vivendo, só pode ser completa a partir do momento que compreendemos essa verdade: “Cristo sofreu e morreu por mim, no meu lugar, por amor, para me habilitar a viver pela fé com Ele”.

De Deus não temos apenas exigências para uma vida correta que Lhe é agradável, mas toda a condição para isso pela vida de Cristo em mim. Hoje não somos mais escravos do pecado (Rm.6.6), fomos libertos para viver como servos de Cristo (Rm.6.18). O pecado não precisa mais nos dominar pois somos servos da justiça e vivemos debaixo da graça de Deus. Assim, a vida do cristão consciente da Obra de Cristo em seu Favor, é uma vida pela Fé em Cristo que me amou e se entregou voluntariamente por mim.

Fonte: Napec

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