Por Rev. hernandes Dias Lopes
A salvação é obra de Deus e não do homem. É salvação do
pecado e não no pecado. É salvação pela graça divina e não pelo mérito
humano. É recebida pela fé e não pelas obras. A salvação foi planejada
na eternidade, é executada na história e será consumada no segunda vinda
de Cristo. A salvação pode ser analisada na perspectiva do tempo.
Quanto ao passado já fomos salvos, quanto ao presente estamos sendo
salvos e quanto ao futuro seremos salvos. Quanto ao passado, já fomos
salvos da condenação do pecado; quanto ao presente, estamos sendo salvos
do poder do pecado; e quanto ao futuro, seremos salvos da presença do
pecado. Vejamos esses três tempos da salvação:
Em primeiro lugar, quanto à justificação já fomos salvos.
A justificação é um ato e não um processo. É feita fora de nós e não em
nós. Acontece no tribunal de Deus e não em nosso coração. Pela
justificação, Deus nos declara justos em vez de nos tornar justos. A
justificação é completa e não possui graus. Todos os salvos estão
justificados de igual forma. A justificação é um ato legal e forense.
Com base na justiça de Jesus, o Justo, Deus justifica o injusto sem
deixar de ser justo. Seria injusto Deus justificar o injusto. Porém,
Deus, é justo e o justificador do que crê. Isso, porque Deus satisfez
sua justiça quando entregou seu Filho, o Advogado Justo, para sofrer as
penalidades que nós deveríamos sofrer. Deus fez cair sobre ele a
iniquidade de todos nós. Agradou a Deus moê-lo. Jesus foi traspassado
pelos nossos pecados. Ele foi feito pecado por nós. Ele bebeu, sozinho,
todo o cálice cheio da ira de Deus contra nós, pois éramos filhos da
ira. Pela morte de Cristo a lei foi cumprida e a justiça foi satisfeita,
de tal maneira que, agora, Deus pode ser justo e justificador. Deus
considerou satisfatório o sacrifício substitutivo do seu Filho e nos
declarou quites com sua justiça. Já não pesa mais nenhuma condenação
sobre aqueles que estão em Cristo Jesus, pois o próprio Jesus é a nossa
justiça.
Em segundo lugar, quanto à santificação estamos sendo salvos.
A salvação já está consumada pelo sacrifício perfeito e irrepetível de
Cristo. Diante do tribunal de Deus já estamos salvos. Nossos pecados
passados, presentes e futuros já foram tratados na cruz de Cristo.
Porém, quanto ao processo da santificação, estamos sendo transformados
de glória em glória na imagem de Cristo. Agora, Deus está trabalhando em
nós, formando em nós o caráter de seu Filho. Se a justificação é um
ato, a santificação é um processo que começa na regeneração e só
terminará na glorificação. Se a justificação não tem graus, a
santificação tem. Nem todos os salvos estão na mesma escala de
crescimento rumo à maturidade. Precisamos, dia a dia, negarmo-nos a nós
mesmos. Precisamos de alimento sólido e de exercício contínuo, a fim de
fortalecermos as musculaturas da nossa alma. Se Cristo é o nosso
substituto na justificação, ele é o nosso modelo na santificação.
Em terceiro lugar, quanto à glorificação seremos salvos.
A salvação é um fato pretérito, uma realidade presente e uma garantia
futura. Todos aqueles que foram conhecidos por Deus de antemão, foram
também predestinados, chamados, justificados e glorificados. Muito
embora a glorificação seja um fato consumado nos decretos de Deus, há de
historificar-se apenas na segunda vinda de Cristo. Nós, que já fomos
salvos da condenação do pecado e estamos sendo salvos do poder do
pecado, seremos, então, salvos da presença do pecado. Receberemos um
corpo imortal, incorruptível, poderoso, glorioso e celestial, semelhante
ao corpo da glória de Cristo. Quando Cristo voltar, em sua majestade e
glória, os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro e os que estiverem
vivos, serão transformados e arrebatados para encontrarem o Senhor Jesus
nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. Essa expectativa
bendita não é apenas uma vaga esperança, mas uma certeza inabalável. Nós
que fomos escolhidos na eternidade e chamados eficazmente no tempo,
seremos recebidos na glória!
Fonte: Palavra da Verdade
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