Por Josemar Bessa
O homem sempre viu o
pecado de forma completamente diferente de Deus. A uma síndrome de vitimização
nascida desde o Éden que sempre prosperou na mente humana, e que infelizmente
em nossos dias, faz parte da base de grande parte do que chamamos “evangelho”
hoje.
O homem sempre tratou o
pecado como uma desgraça, não como um crime, como uma doença, e não como culpo,
como um caso para um médico cuidando de um inocente doente e não um caso para
um juiz. Quando suas bases se tornam estas, o que chamamos evangelho se torna o
que essencialmente forma todas as religiões e teologias humanas.
Não reconhecendo o
aspecto essencial, que é judicial da questão, não reconhece que a verdadeira
resposta depende completamente em se reconhecer a completa culpa e indignidade,
não havendo nenhuma reivindicação a ser feita pelo homem, sendo, sabendo e
sentindo sua completa culpa diante de um Deus santo e justo que em nada está
obrigado a não ser exercer sua justiça, sendo Sua misericórdia, como a própria
definição da Palavra exige, prerrogativa inteiramente de quem a exerce... só
justiça pode ser reivindicada. Ao fugir disso, em nada o “evangelho” se difere
de todas as religiões humanas – que não vê o homem na necessidade de
sinceramente reconhecer a culpa ou criminalidade como malfeitor, e não vítima
ou merecedor de algo.
O pecado é um grande
mal, traz infinita culpa... E as tentativas do homem de removê-la apenas a
aumenta. Os esforços dos homens em se aproximar de Deus baseado em sua
vitimização, ou algo bom que ainda resida neles apenas agrava a culpa ao
banalizá-la.
Só Deus pode lidar com
o pecado, com o crime, como uma desonra a si mesmo e como empecilho da
aproximação do homem a Ele. E jamais, sendo santo, Ele lida com a culpa do
homem de forma arbitrária ou sumária por mero exercício da vontade ou poder,
mas ao levá-lo para julgamento em Seu próprio tribunal justo, na cruz ou no
inferno.
A ira de Deus será
totalmente merecida, justa e certa. Mas quão grande é a dificuldade de um “evangelho”
centrado no homem sequer mencioná-la. O apóstolo Paulo minuciosamente mostra
isso na primeira parte da carta aos Romanos: “A ira de Deus se revela do céu contra toda a impiedade e injustiça dos
homens...” ( Romanos 1.18).
É completamente
merecida. A verdade de Deus é conhecida: “Porquanto
o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque
as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder,
como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão
criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” - Romanos 1:19-20. Mas essa verdade é completamente suprimida – isso desperta
a ira divina, porque não é uma desgraça... é um crime. E seu fruto é a
impiedade e injustiça. Muitos estão dispostos, mesmo nos púlpitos, pregar um
outro “evangelho”, sem ira... mas a advertência é: “Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da
desobediência.” - Efésios 5:6. “Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre
os filhos da desobediência” - Colossenses
3:6
Paulo fala não só
claramente, mas duramente em Romanos 2.5: “Mas,
segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da
ira e da manifestação do juízo de Deus;” – Culpados, não vítimas! Somos
responsáveis, estamos acumulando ira com cada ato de indiferença para com Deus –
vivendo como definiu Agostinho – incurvatus in si – sendo deus de nós mesmos.
Dando preferência para qualquer coisa acima de Deus. Esse não é um planeta de
vítimas, mas de rebeldes. Cada batida de nossos corações, cada vez que o pecado
é acariciado minuto a minuto neste mundo, cada vez que Deus, o doador de todas
as coisas, é tratado como maçante... culpa, culpa, culpa: “...entesouras ira para ti no dia da ira e da
manifestação do juízo de Deus;”
Em Romanos 3.5-6, Paulo
reintera: “Mas, se a nossa injustiça
ressalta de maneira ainda mais clara a justiça de Deus, que diremos? Que Deus é
injusto por aplicar a sua ira? ( Estou usando um argumento humano. ) Claro que
não! Se fosse assim, como Deus iria julgar o mundo?”
O que poderia ser mais
claro? Como um “evangelho” tão diferente pode ser pregado hoje? Porque é lógico
que num mundo onde todos se veem como vítimas e o pecado como desgraça e não
crime, o verdadeiro evangelho não seria visto como “relevante” para ele – e como
a aceitação e parceria com o mundo é o grande objetivo em nossos dias – jogamos
a verdade ofensiva no lixo. Paulo, inspirado pele Espírito, diz que esse Deus
justo vai julgar o mundo com uma fúria terrível!
O problema é que o
homem acha que seus pecados não merecem
esse tipo de ira – mas achar isso só mostra o quão culpado o homem é.
Um único pecado colocou
o mundo inteiro sob o julgamento de Deus e trouxe a morte a todas as pessoas: “...mas não coma da árvore do conhecimento
do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você
morrerá". - Gênesis 2:17 – “Se pela transgressão de um só a morte
reinou por meio dele, muito mais aqueles que recebem de Deus a imensa provisão da
graça e a dádiva da justiça reinarão em vida por meio de um único homem, Jesus
Cristo.” - Romanos 5:17
Um único pecado trouxe
tudo isso, e você tem cometido dezena de milhares de pecados contra este Deus.
E cada pecado não é algo isolado, em cada pecado toda a lei de Deus é quebrada:
“Pois quem obedece a toda a Lei, mas
tropeça em apenas um ponto, torna-se culpado de quebrá-la inteiramente.” - Tiago
2:10. Ou seja, cada pecado é na verdade milhares de pecados. Você não só pecou
milhares de vezes, mas cada um deles tinha a quebra de toda a lei de Deus.
Considere que uma única
ofensa seria eternamente séria quando desonra um Deus infinitamente digno, uma
desonra infinita. Portanto, uma punição infinita é merecida.
Só Deus pode resolver
tão grande crime sendo perfeitamente justo, na cruz ou no inferno... qualquer
solução vista que não essa, aumenta a culpa do desprezo a Deus em quem a
propõe, e engana mortalmente quem a ouve: “Ninguém
vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.” - Efésios 5:6. “Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência”
- Colossenses 3:6
Fonte: Josemar Bessa
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