segunda-feira, 20 de maio de 2013

O seu deus é idiota?

IDIOTA 
Por João Pedro Cavani
Ai dos que escondem profundamente o seu propósito do SENHOR, e as suas próprias obras fazem às escuras, e dizem: Quem nos vê? Quem nos conhece?” (Isaías 29:15)

Um dia, eu estava passando pelo calçadão da minha cidade por volta das 6 horas da tarde. Estava voltando do escritório da igreja onde eu trabalho; tinha ido lá pegar uns livros meus que ia precisar. Foi quando vi uma das cenas que mais me revoltou até hoje: uma mulher, vestida de saia e cabelo até o joelho, portanto uma crente como manda o figurino, que estava fumando. Foi instantâneo: ao chegar em casa, escrevi no meu mural do Facebook a situação que eu acabei de contar, e coloquei depois a seguinte frase: “esse tipo de gente deve achar que Deus é idiota”. Algumas pessoas naturalmente comentaram sobre a hipocrisia visível dessa mulher, mas um dos comentários ali a defendeu, dizendo que nós teríamos que “amá-la como Jesus a amou”, e que ninguém tem o direito de julgar o coração de ninguém.

Essa história ilustra o tempo no qual nós estamos vivendo. Esse é um tempo extremamente complicado, pois ninguém tem direito à opinião. É até irônico dizer isso, principalmente porque hoje existe uma facilidade imensa em relação a difundir as ideias que a gente tem: basta que as publiquemos, por exemplo, na internet, como eu fiz, e de maneira extremamente rápida e dinâmica muita gente vai ver e passar adiante. Só que ninguém gosta de ser contrariado, ou que alguém defenda uma ideia contrária à sua. Dessa forma, hoje temos um conceito de “cada um na sua” mais evidente do que a tempos anteriores. Funciona assim: você pensa estar certo? Ótimo para você e para quem concorda com você. Só não venha querer impor o seu ponto de vista sobre mim!

Claro que esse conceito prejudica muito o trabalho dos filhos de Deus, que são luz do mundo. O Deus deles afirmou ser “o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6), ou seja, ele é o parâmetro que define o que é certo e o que é errado. Se estiver de acordo com os princípios de Deus, está certo. Se não estiver, está errado. Acontece que, em algumas igrejas, esse conceito encontrou morada e as está tornando cheias, porém irrelevantes na sociedade na qual estão inseridas. Há uma mudança na mensagem da Bíblia, de forma a torná-la mais “aceitável”, e o que se pode perceber nos nossos dias é que o “Deus” dessas igrejas se tornou nada além de um idiota. Por quê? Porque ele ama, ou melhor, é obrigado a amar a todas as pessoas indistintamente, sem que esse amor cause nessas pessoas alguma mudança. Esse amor se tornou subjetivo, relativo, e meramente emocional. Esse amor nos faz chorar, mas nada acontece em termos práticos de forma a causar diferença na vida daqueles que Deus ama. Esse amor não é algo que nos constrange e nos incentiva a mudar, mas é algo que leva ao comodismo e a conformar-se em ser um mero pecador.

Gostaria de perguntar a você, então, se o seu Deus é um idiota, tal qual o “Deus” daquela mulher e o do de tantos outros por aí. Como o “Deus” no qual você crê te enxerga? Como o amor desse “Deus” age em você? Para isso, nada melhor do que investigar, na própria Palavra do único Deus verdadeiro, o que ele mesmo diz a respeito de situações assim. Proponho que nos baseemos em Isaías 29:9-16 para isso. Bora? =)

1.      Religião que embriaga (v. 9-12)

Você, provavelmente, já teve a experiência de cruzar o caminho de um bêbado. Você sabe que identificar uma pessoa bêbada é a coisa mais fácil do mundo, pois os sinais são claros: alguém que está bêbado fala de forma confusa, anda de forma cambaleante, quase caindo, e faz coisas esquisitas, as quais alguns (eu não!) acham até engraçadas. E aí é que está a coisa interessante nessa história: apesar dos sinais, o bêbado nunca admite que está bêbado, já reparou? E, em alguns casos, ele até tenta convencer as pessoas ao redor dele que não está bêbado. Isso sim que é engraçado! É extremamente óbvio constatar que uma pessoa está embriagada, porque os sinais são absurdamente claros. E, naturalmente, é inútil para o bêbado, por mais que se esforce, tentar negar o óbvio. E, de acordo com o texto de Isaías, era esse efeito que a religião que eles viviam na época estava provocando neles: a incapacidade de perceber o óbvio.

Deus, por intermédio de Isaías, disse ao povo: “bêbados estão, mas não de vinho; andam cambaleando, mas não de bebida forte” (v. 9). O que estava, então, embriagando o povo? Exatamente, a religião. Ela era nada além de algo que, em vez de alertar o povo da gravidade do seu estado, apenas o cegava e distorcia a sua visão. O Senhor derramou cegueira sobre o povo, fechando seus olhos e ouvidos, que eram os profetas (v. 10), de forma que eles não tinham a menor capacidade de entender a revelação do Senhor (v. 11), o que fazia a pecaminosidade do povo aumentar sem precedentes.

Vale lembrar que o livro de Isaías vem denunciar exatamente a questão do pecado do povo, e isso pode ser percebido desde o primeiro capítulo do livro. Nele, você verá que as palavras do livro são destinadas a Judá e Jerusalém (1:1), mas o Senhor se refere a eles como “Sodoma e Gomorra” (1:10), cidades destruídas no passado em razão da podridão moral que nelas havia. Pesado, hein?

Outro dado interessante: no Brasil, de acordo com o último censo do IBGE (2010), as religiões evangélicas foram as que mais cresceram, ao passo que o número de católicos diminuiu muito no país em relação aos últimos anos. Avivamento? Novos tempos? A grande pergunta é: esse crescimento produziu alguma alteração significativa na maneira de pensar do brasileiro? Eu não acho que isso tenha acontecido. Ao contrário, vemos muita heresia surgindo em todos os contextos, e temos muito mais notícias de “cristãos” dando vexame por aí do que realmente sendo sal e luz. Persegue-se bênçãos e mais bênçãos, mas não há preocupação com o que realmente importa: a luta contra o pecado. Expulsa-se capeta em tudo que é canto, mas a luta contra nós mesmos e nossas paixões foi abandonada.

Assim, esse crescimento todo vem de Deus? Claro que sim! Mas a pergunta é: com qual objetivo? Penso que nossa situação atual tem tudo a ver com o juízo que Deus executou no passado ao seu povo. Existem “profetas”, “apóstolos”, “pastores”, “missionários”, “irmãos”, e existem muitas “mensagens” e “profecias”. Contudo, elas provêm de pessoas que estão cegas, porque não são capazes de entender o que Deus quer falar. E o que ele quer falar?

2.      Juízo contra o cego (v. 13-16)

O que o Senhor faria em meio a uma situação dessas? Ele nos conta a partir de agora. Em primeiro lugar, ele constata os resultados de uma religião que embriaga: honras e glórias apenas com os lábios e não com o coração, e temor a Deus que consiste apenas em mandamentos de homens, aprendidos maquinalmente (v. 13). Com certeza, uma religião que cega o homem para a sua verdadeira essência só poderia gerar falsos adoradores. E é assim que o Senhor nos ensina a identificar uma religião falsa: ela ignora o que de fato o homem é, desvia o foco da nossa verdadeira necessidade, e produz gente cega. Mas, cegos em que sentido? Deus explica, dizendo que continuaria a fazer obra maravilhosa no meio daquele povo, a qual destruiria a sabedoria de seus sábios (v. 14). Essa sabedoria que seria destruída está denunciada nos versículos 15 e 16: aqueles que fazem tudo às escuras, escondidinhos, achando que ninguém está vendo, e depois querem negar o que fizeram. Diz o Senhor que essa atitude é tão absurda e impensável quanto um vaso de barro dizer a quem o fez algo como “não foi ele quem me fez! Eu apareci sozinho!”, e destina profundo juízo a quem assim pensa: “ai de você!” (v. 15).

É por isso que o cristianismo é único, e se diferencia de qualquer outro sistema de pensamento no mundo. Isso porque o cristianismo é o único sistema de pensamento que responsabiliza o autor do crime pelo próprio crime! Embora isso seja óbvio na teoria, na prática você vê que as coisas não são bem assim. Exemplificando: há quem diga que o ladrão é ladrão porque teve uma infância complicada e pobre, que o homossexual o é porque foi criado assim pelos pais, e que o usuário de drogas é um simples produto do meio em que ele vive. Sabe aquele adolescente em crise que vive dando trabalho aos pais? Coitado, a culpa não é dele, mas dos seus hormônios… sabe aquele jovem que cresceu nos caminhos do Senhor, mas que hoje vive longe deles? Então, é porque começou a andar com uma galera aí que fez a cabeça dele… coitado! A culpa não é dele! É exatamente contra essa ideologia que o Senhor se manifestou, e é exatamente assim que uma religião que ignora os princípios da sua Palavra também vai ensinar a pensar.

A Bíblia ensina que todos são pecadores porque nascem assim (Salmos 51:5), e, como vimos, nos mostra que é impossível separar a ação cometida de quem a cometeu. É por isso que todos nós somos culpados, e carecemos da glória de Deus (Romanos 3:23). Nossos pecados são produto das intenções do nosso coração e de nossos próprios desejos (Tiago 1:14), e não de uma fonte externa. Assim, pecamos porque queremos. Ninguém pode nos forçar a fazer algo se nós não queremos fazer. Pressão popular ou companhias não formam ninguém, e sim, mostram o que está habitando no nosso coração. Foi o próprio Jesus que disse: não é o que o homem põe na boca que o contamina, e sim o que já está lá, pois o que sai da boca do homem é reflexo do que está dentro dele (Marcos 7:20 – aliás, nesse mesmo capítulo, nos versículos 6 e 7, Jesus cita exatamente o texto que nós estudamos aqui).

Conclusão: quem é o idiota agora?

Até aqui, você aprendeu a perceber as coisas como Deus as percebe. Ele vê uma obra e já conclui que ela foi resultado de uma ação de alguém. Ela não existiria se alguém não a tivesse feito. Dessa forma, a religião que ele quer que nós assimilemos é aquela que não culpa a ninguém além de nós mesmos pelas nossas pisadas na bola.

Não seja mais um cego, que tenta colocar a culpa sempre em outras coisas. E não permita que a sua religião tire a culpa de cima de você. Somente através do reconhecimento de que nós mesmos somos os vilões, e não a sociedade, ou os políticos, ou qualquer outra pessoa, é que alguma coisa vai mudar. É isso que Deus quer que eu e você enxerguemos, pois só assim alguém pode experimentar profunda transformação o seu ser. Nada vai mudar enquanto a culpa que é nossa for atribuída a outra pessoa.

Deus não é idiota, pois ele sabe muito bem o que o homem é, e sabe que somente quando ele se convencer do que realmente é que as coisas vão mudar. Por isso, não o tenha como idiota, achando que você pode se livrar de uma culpa que é sua. E não se faça de idiota, fingindo que não é contigo.

Fonte: Pense +

2 comentários:

  1. O fato dela usar saia e ter cabelo grande é prova cabal de que faz parte do rol de uma igreja ?
    Não seria mais conveniente certificar-se de que ela realmente faz parte de uma igreja ?
    .
    A propósito, Daniela Mercury usa cabelo longo, no entanto, não é crente.
    É lésbica assumida.

    Prudência nunca é demais.

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    1. A Lanna Holder também usa cabelo longo, é lésbica e está na "igreja"...

      Realmente prudência nunca é demais e as aparências enganam.

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