terça-feira, 7 de maio de 2013

Jesus Cristo realmente ressuscitou?

jesusressuscitou

Por Davi Lago

“Pois estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio do homem que designou. E deu provas disso a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (At 17.31).

A ressurreição de Cristo é uma evidência objetiva de que o cristianismo é verdadeiro. “Se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa pregação, como também é inútil a fé que vocês têm” (1Co 15.14). Mas Jesus ressuscitou, apareceu diante de seus discípulos “e deu-lhes muitas provas indiscutíveis de que estava vivo” (At 1.3). A ressurreição significa que Jesus Cristo é exatamente aquilo que ele afirmou ser: o Filho de Deus. Jesus Cristo é Deus em carne.

Jesus afirmou que morreria e ressuscitaria três dias depois. E fez isso várias vezes: “É necessário que o Filho do homem sofra muitas coisas e seja rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei, seja morto e ressuscite no terceiro dia” (Lc 9.22); “Jesus lhes respondeu: ‘Destruam este templo, e eu o levantarei em três dias’. Os judeus responderam: ‘Este templo levou quarenta anos para ser edificado e o senhor vai levantá-lo em três dias?’. Mas o templo do qual ele falava era o seu corpo” (Jo 2.19-21). E, de fato, Jesus ressuscitou.

Podemos pontuar alguns aspectos sobre a ressurreição de Cristo:

Jesus morreu realmente: A ressurreição pressupõe a morte física. A fim de ressuscitar dentre os mortos, era necessário que Jesus tivesse morrido. Esse é um fato evidente que pode ser deduzido à base da sua crucificação. De acordo com o que nos conta Marcos, Jesus foi pregado à cruz às nove horas da manhã e permaneceu lá até às três horas da tarde (Mc 15.25,33). Contudo, há aqueles que asseveram que Jesus não morreu de verdade. A doutrina islâmica, por exemplo, declara que Jesus nunca morreu. Os muçulmanos dizem que os judeus afirmaram ter matado Jesus, contudo “eles não o mataram nem o crucificaram, mas para eles pareceu que foi, pois Alá o levou para o céu” (Sura 4.157,158). Jesus, então, só deu vistas de ter sido crucificado, na verdade, ele foi exaltado e ascendeu diretamente ao céu sem jamais ter morrido. De acordo com a tradição muçulmana, outra pessoa foi crucificada erradamente pelos romanos. Outra teoria que nega a morte de Jesus na cruz admite que ele foi crucificado, mas afirma que Jesus somente desfaleceu, ou ficou inconsciente na cruz. Ambas essas teorias estão completamente equivocadas. Os soldados romanos tiveram a certeza de que Jesus já havia morrido, e não tiveram que lhe provocar a morte, quebrando-lhe as pernas, conforme aconteceu aos outros dois, que tinham sido crucificados ao mesmo tempo. Foram os inimigos, e não os amigos de Jesus, que confirmaram a sua morte.

Jesus foi sepultado fisicamente: De acordo com todos os quatro evangelhos, Jesus não foi sepultado em um cemitério ou campo aberto, mas em um sepulcro escavado na rocha. Paulo escreveu em 1Coríntios 15.3-5: “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultados e ressuscitou no terceiro dia, segundo as Escrituras, e apareceu a Pedro e depois ais Doze”. No período em que esse texto foi escrito, como as testemunhas de Jerusalém estavam vivas, elas poderiam desmentir Paulo afirmando que não houve sepultamento de Jesus. Contudo, isso não ocorreu. Além disso, não havia tempo suficiente para que uma lenda a respeito do sepultamento de Cristo tivesse surgido e sido aceita por todos. O próprio Paulo esteve por duas semanas em Jerusalém (Gl 1.18) e lá pode confirmar o fato de que todos sabiam que Jesus foi sepultado. Outro ponto importante é considerar a figura de José de Arimateia. Nenhum acadêmico sério de nosso tempo afirma que José é uma invenção dos primeiros cristãos, sobretudo por se afirmar que ele era um membro do Sinédrio, fato que poderia ser facilmente desmentido. Além disso, até mesmo detalhes incidentais que os evangelhos fornecem sobre José corroboram sua existência histórica. As narrativas afirmam que ele era rico (o que justifica o tipo de túmulo) e que ele era de Arimateia (um lugar sem nenhuma importância e simbolismo na Bíblia).

Jesus ressuscitou: Três dias após sua morte, Jesus ressuscitou. “E eis que sobreveio um grande terremoto, pois um anjo do Senhor desceu dos céus e, chegando ao sepulcro, rolou a pedra da entrada e assentou-se sobre ela. O anjo disse às mulheres: ‘Não tenham medo! Sei que vocês estão procurando Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou como tinha dito’” (Mt 28.2,5,6). “Vocês estão procurando Jesus, o Nazareno, que foi crucificado. Ele ressuscitou! Não está aqui. Vejam o lugar onde o haviam posto” (Mc 16.6). “Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive? Ele não está aqui! Ressuscitou!” (Lc 24. 5-6). “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1Co 15.3-4).

William Lane Craig apontou três evidências da ressurreição de Cristo:

Primeira evidência: o túmulo vazio. A história da ressurreição de Cristo não teria durado um minuto se o corpo de Jesus estivesse na tumba. Contudo, há grandes evidências que comprovam o fato de que o túmulo de Jesus ficou vazio.

Quando os discípulos foram ver o túmulo onde o corpo morte de Jesus fora previamente depositado, eis que o mesmo estava vazio. Todos os quatro evangelhos narram que o sepulcro foi achado vazio. Os discípulos de Cristo não foram embora para Atenas ou Roma pregar o Cristo ressurgido dos mortos; eles voltaram direto para a cidade de Jerusalém onde, se o que eles estavam ensinando fosse falso, a sua mensagem seria contestada.

A ressurreição não poderia ser mantida por um momento em Jerusalém se a sepultura não estivesse vazia. Se os judeus tivessem conseguido mostrar o corpo de Jesus, isso teria derrubado a reivindicação de seus seguidores de que ele havia ressuscitado. Mas o túmulo estava vazio.

O relato bíblico mostra que os judeus acusaram os discípulos de Jesus de terem roubado seu corpo do sepulcro. Há uma interessante evidência arqueológica disso. Os arqueólogos encontraram uma laje de mármore branca que contém uma inscrição de um decreto de César datada de 45 a 50 d.C. O decreto ordena que os sepulcros “permanecerão intocáveis para sempre” e determina que todo aquele que retirar os corpos dos sepulcros estarão sujeitos à pena de morte. Há amplo consenso entre os historiadores de que Cláudio – que foi César de 41 a 54 d.C. – associou o roubo de corpos de sepulcros com as perturbações em Roma entre judeus e cristãos durante seu reinado. Tanto é, que em 49 d.C., Cláudio expulsou todos os judeus de Roma por causa dessas perturbações, as quais Suetônio, o escritor romano da biografia de Cláudio, culpou “Chrestos”, ou melhor, Cristo. Contudo, mesmo que os discípulos tivessem tido a oportunidade de roubar o corpo, eles não tinham motivo para fazer isso. A execução de Jesus em uma cruz o teria marcado aos olhos deles como falso profeta e falso Messias. Porque eles roubariam o corpo? Ninguém jamais conseguiu dar uma resposta convincente a essa pergunta. Tudo isso comprova que Jesus não estava mais no túmulo.

Há pontos interessantes a se levar em conta:

O túmulo vazio foi descoberto por mulheres. Dado o relativo baixo status que as mulheres ocupavam na sociedade judaica e sua “pequena qualificação” para servir como testemunha legal, é surpreendente o fato de que foram mulheres que descobriram o túmulo vazio. Se, de fato, não fossem mulheres que tivessem descoberto o túmulo vazio, por que a igreja afirmaria isso e humilharia seus líderes afirmando que esses permaneceram escondidos em Jerusalém como covardes? Além disso, os nomes das mulheres citadas eram conhecidos por toda a igreja primitiva e seria muito fácil desmenti-las caso elas não tivessem visto o túmulo vazio primeiro.

A investigação que Pedro e João fizeram do túmulo vazio é historicamente provável. A visita dos discípulos à tumba vazia é extremamente plausível porque eles estavam em Jerusalém.

Seria impossível para os discípulos anunciarem a ressurreição em Jerusalém se a tumba não estivesse vazia. O túmulo vazio é a condição sine qua non do anúncio da ressurreição de Cristo. A pregação dos discípulos não duraria um minuto se o corpo de Jesus estivesse sepultado.

Os próprios opositores do cristianismo não negaram o fato do túmulo vazio. Os judeus opositores à fé cristã em nenhum momento negaram que o túmulo estivesse vazio, pelo contrário, acusaram os discípulos de terem roubado o corpo de Jesus. Essa é uma evidência muito persuasiva de que o túmulo estava vazio.

O fato de que o túmulo de Jesus não foi venerado indica que ele estava vazio. Os judeus veneravam e preservavam os túmulos dos profetas e homens santos. Essa veneração era aspecto importante na religião judaica. Contudo não existe o mínimo vestígio de que o túmulo de Jesus foi venerado. A razão para isso é que ele estava vazio.

Somadas, essas evidências são um forte argumento para comprovar que o túmulo de Jesus estava vazio.

Segunda evidência: as aparições de Jesus ressuscitado.  Há grande comprovação histórica de que Jesus foi visto depois de morto por várias pessoas. Em 1Coríntios 15.3-5 Paulo afirma que Jesus apareceu a Pedro e aos demais discípulos, e prossegue dizendo: “Depois disso apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, a maioria dos quais ainda vive, embora alguns já tenham adormecido. Depois apareceu a Tiago e, então, a todos os apóstolos; depois destes apareceu também a mim, como a um que nasceu fora de tempo” (1Co 15.6-8). Essas informações de Paulo foram escritas muito próximas aos eventos e, por isso, não podem ser lendas. A maioria das quinhentas pessoas que viram Jesus ressurreto poderia ser questionada para comprovar a história.

Houve, ao todo, treze diferentes aparições de Jesus sob as mais diferentes condições e circunstâncias concebíveis. Ele apareceu no jardim do túmulo, próximo a Jerusalém, no cenáculo, no caminho para Emaús, ao lado do mar da Galileia, em uma montanha na Galileia e no monte das Oliveiras. Jesus apareceu quando Maria Madalena estava chorando, quando as mulheres estavam temerosas, quando Pedro estava cheio de remorso, e Tomé, cheio de incredulidade. É muito importante observar nesse ponto a sinceridade dos relatos dos evangelhos. No mundo do século I, mulheres (além de presos condenados, escravos e menores de idade) não eram consideradas testemunhas confiáveis. Não obstante, os quatro evangelhos afirmam que foram mulheres que descobriram que o túmulo estava vazio.

Terceira evidência: a origem da crença dos discípulos na ressurreição de Jesus. Por que os discípulos acreditariam que Jesus ressuscitou se de fato ele não tivesse ressuscitado? Não há explicação satisfatória para essa pergunta a não ser admitir que Jesus realmente ressuscitou dentre os mortos. É importante notar que os judeus acreditavam na ressurreição, como comprovam os textos de Isaías 26.19, Ezequiel 37 e Daniel 12.2. Contudo, eles acreditavam que a ressurreição seria no fim do mundo e não no meio da história, e também que a ressurreição seria para todas as pessoas e não para um indivíduo isolado. Portanto, os discípulos de Jesus só poderiam crer na ressurreição de Jesus e morrer afirmando que o viram depois da morte, se verdadeiramente Jesus tivesse ressuscitado e aparecido para eles.

Quando Jesus morreu, seus seguidores temeram pela própria vida. Ficaram tão receosos que não conseguiram nem cumprir com a obrigação básica de amigos íntimos, que era a de sepultar seu mestre. Os discípulos estavam angustiados e desesperados. A vida tinha perdido seu significado e propósito. Mas quando a ressurreição de Jesus ficou patenteada, a vida adquiriu uma nova significação. Agora havia propósito e razão para a existência. Eles deixaram seu esconderijo para pregar a ressurreição e, como consequência, muitos foram martirizados.

É importante frisar que, ninguém em sã consciência morre por algo que sabe ser falso. Talvez a transformação dos discípulos de Jesus seja, de todas, a maior evidência da ressurreição, pois é totalmente natural. Eles não nos convidam a olhar para eles mesmos, mas para o túmulo vazio, para as vestes largadas ali e para o Senhor a quem eles viram. Podemos ver a mudança que neles ocorreu, sem que nos peçam para observar isso. O livro bíblico que vem depois dos evangelhos, chama-se “Atos dos Apóstolos”. Nesse livro está registrado o início da história do cristianismo, com as primeiras ações dos discípulos de Jesus. É muito claro que os simples discípulos de Jesus, que eram homens fracos e vacilantes, tornam-se pregadores corajosos e destemidos. A morte do seu Mestre os deixara desapontados e desiludidos. Contudo, no livro de Atos, eles emergem como homens que põem em risco sua vida em nome de Jesus Cristo.

Além disso, podemos ainda ressaltar outros fatos:

A incredulidade de Tomé: As primeiras notícias vitoriosas sobre a ressurreição de Jesus já estavam correndo. Em certo momento, Jesus apareceu para todos os apóstolos, exceto Tomé, que estava ausente. Quando Tomé voltou e soube da aparição de Jesus, não quis acreditar: “Se eu não vir as marcas dos pregos nas suas mãos, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no seu lado, não crerei” (Jo 20.25). Tomé queria ver e tocar em Cristo para crer. Em outro dia, Jesus reapareceu aos discípulos e desta vez Tomé estava presente. Jesus então ofereceu a oportunidade da prova, censurando a Tomé. Então, Tomé disse: “Senhor meu e Deus meu!” (Jo 20.28) reconhecendo em Cristo o supremo e eterno Salvador, o próprio Deus. A atitude de Tomé transformou-se numa extraordinária prova da ressurreição de Jesus Cristo, como disse Agostinho: “ele duvidou para que nós crêssemos”.

O testemunho de Paulo: E quanto a Paulo, o perseguidor dos cristãos? Esse judeu fanático tanto odiou os seguidores de Cristo que obteve permissão especial para ir para as outras cidades e encarcerar os cristãos. Ele devastava a igreja. Mas algo também aconteceu a esse opressor. Ele mudou de antagonista para protagonista de Jesus. Ele foi transformado de assassino em missionário cristão. Ele passou de cruel inquisidor dos cristãos para um dos maiores propagadores da fé cristã. Paulo começou a confundir as autoridades judaicas “provando que Jesus era o Cristo”, o Filho de Deus (At 9.22). Paulo foi morto em consequência de sua devoção a Cristo. O que aconteceu com Paulo? A explicação histórica está na declaração do próprio Paulo: “E por derradeiro de todos [Cristo] apareceu também a mim” (1Co 15.8). A ressurreição de Jesus é a explicação da transformação desses homens. A ressurreição de Jesus foi o tema central da pregação dos apóstolos. Apesar de todas as coisas maravilhosas que Jesus ensinou aos discípulos, o tema dominante da pregação apostólica foi a ressurreição de Cristo. Em todo lugar e “com grande poder os apóstolos continuavam a testemunhar da ressurreição do Senhor Jesus” (At 4.33).

A reação dos que rejeitavam a Cristo: Além de tudo isso, cabe ressaltar que a reação das autoridades judaicas também é testemunho do fato da ressurreição de Cristo. Eles não apresentaram o corpo, nem organizaram uma busca. Pelo contrário, subornaram os soldados que guardavam o túmulo para mentir (Mt 28.11-15) e lutaram contra os discípulos que testificaram que viram o corpo vivo. O fato de confrontar, em vez de refutar, as reivindicações dos discípulos comprova a realidade da ressurreição. A ressurreição de Jesus Cristo e o cristianismo ou permanecem ou caem juntos. A fé cristã depende de Jesus ter ou não ressuscitado verdadeiramente dentre os mortos. Sem ressurreição não há cristianismo. O apóstolo Paulo escreveu: “Se não há ressurreição dos mortos, nem Cristo ressuscitou; e, se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa pregação, como também é inútil a fé que vocês têm” (1Co 15.13-14). Mas a ressurreição de Jesus foi um acontecimento histórico objetivo. Graças a Deus pela ressurreição de Jesus Cristo. Porque Cristo vive podemos crer no amanhã. Porque Jesus levantou do túmulo, podemos ter certeza que nossa fé não é vã. O cristianismo é verdadeiro e a ressurreição de Cristo prova isso.

Bibliografia
BAGGETT, David (org). Did the resurrection happen? A conversation with Gary Habermas and Antony Flew. Illinois: IVP Books, 2009.
BUSENITZ, Nathan. Reasons we believe. Illinois, Crossway, 2008.
CRAIG, William L. Did Jesus rise from the death? In: WILKINS, Michael J.; MORELAND, J.P. Jesus under fire. Grand Rapids, Michigan: Zodervan, 1995.
CRAIG, William Lane. Reasonable faith. Third edition. Illinois: Crossway, 2008.
HABERMAS, Gary R.; LICONA, Michael R. The case for the resurrection of Jesus. Grand Rapids: Kregel, 2004.
MCDOWELL, Sean. Apologetics for a new generation. Oregon: Harvest House, 2009.

Fonte: NAPEC

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