sábado, 4 de setembro de 2010

Isaías e os "profetas" monetários


Por Hélio

O culto ao dinheiro e às riquezas que hoje caracteriza – lamentavelmente – muitas igrejas evangélicas é completamente estranho ao ensino bíblico da boa nova. Em suas “liturgias” modernosas existe uma convocação ao “sacrifício” de dinheiro para se obter os favores de Deus, como se o Todo-Poderoso fosse obrigado por um contrato esotérico a prover de bens os Seus filhos que lhe “emprestam” dinheiro, sendo a prosperidade um sinal visível da Sua salvação. Nada mais profano e antibíblico. Este materialismo se enraizou de tal forma em muitas igrejas, mediante discursos cheios de chavões, mantras e palavras de efeito, que a leitura da Bíblia é desestimulada, justamente para que os ouvintes não parem para pensar na loucura que vivem e atribuem a Deus.

Se não bastasse o ensino neotestamentário, de que “não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo” (1 Pedro 1:18-19), o próprio Velho Testamento, hoje invocado para cerimônias e votos sacrificiais judaizantes, aponta o caminho da salvação gratuita pelas palavras daquele que é considerado o profeta messiânico por excelência: Isaías. O grande capítulo do seu livro é o 53, onde ele prefigura a vinda do Messias - o Servo Sofredor - para salvar o Seu povo, e pouco antes o profeta alerta: “Porque assim diz o Senhor: Por nada fostes vendidos; e sem dinheiro sereis resgatados” (Isaías 52:3). Não por acaso, em seguida vem a ênfase na pregação do evangelho - “Quão formosos sobre os montes são os pés do que anuncia as boas-novas, que proclama a paz, que anuncia coisas boas, que proclama a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!” (52:7) –, o anúncio do Messias (cap. 53), coroando a mensagem antecipada (e gratuita) do evangelho com o clamor de Deus: “ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão! e o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e deleitai-vos com a gordura” (55:1-2). Todo o restante do capítulo 55 segue nesta toada, a do perdão (e da vida) oferecido de graça por Deus, sem qualquer necessidade de dinheiro.

Ainda dá tempo dos seguidores dos “profetas” monetários voltarem a ler a Bíblia.

Um comentário:

  1. Olá! Irmão Bereianos, Graça e Paz...

    É certo que a salvação é de graça (graças a Deus por isso), certo que a pregação do evangelho tem e deve ser de graça (de graça recebestes, de graça dai), porem não existe culto em quaisquer que seja a dispensação, sem que aja ofertante e ofertas, e elas devem ser espontâneas para que sejam agradáveis a Deus.(Gn-4:1-7 - Êx-25:1-9 - 2Co-9:7-11). Visto isso, penso que o que está errado é transformar as oferta e os dízimos em barganha diante de Deus; como se o Senhor se vendesse por dinheiro ou por qualquer outra coisa vinda da parte dos homens, ou de qualquer ser.

    Deus abençoe a todos em nome de Jesus...

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