quarta-feira, 9 de junho de 2010

Que Segurança, Sou de Jesus!


Por Esli Soares

Segurança Eterna, certamente um ótimo tema que envolve a vida cristã. É às vezes comentado em nossas igrejas, e é um assunto que não pode ser negligenciado por nenhum cristão que realmente busque conhecer mais aquele que não é somente o objeto da nossa fé, mas o mantenedor, gerador, e principalmente o ‘caçador’ dessa fé, Deus o caçador dos homens.

Intimamente relacionada à Graça – o dom gratuito de Deus – a segurança eterna é a dádiva superior que consiste no fato de Deus, o próprio Deus, garantir com o empenho da sua pessoa, a vida, a salvação e o auxílio àquele que foi chamado para viver uma vida santa, convocado a sair das trevas para a maravilhosa luz, escolhido e designado para dar frutos, enfim aqueles que são chamados filhos de Deus, os que realmente lavaram sua vestiduras no precioso sangue de Jesus Cristo.

Graça é o favor imerecido, na prática, graça é: Alguém me dar algo que eu não mereço. O perdão dos meus pecados – por exemplo – é algo que eu realmente não merecia, por isso é graça. Nada fiz para que Deus me perdoasse! Mas Deus pelo seu supremo beneplácito me atraiu, me lavou da multidão dos meus pecados, me justificou, regenerou e, mais que simplesmente ter feito tudo isso – se é que tudo o que Deus fez por mim através do sacrifício de Jesus na cruz, pode ser em algum momento chamado de simples – Deus também garante a irrefutabilidade dessa graça.

Nada é capaz de mudar isso, ou seja, simplesmente tudo o que eu conheça, somado a tudo que eu desconheça, acrescido de tudo que eu sonhe, a tudo que me seja pesadelo, a tudo que exista, a tudo o que existiu, e a tudo o que existirá, tudo isso é incapaz de modificar aquilo que Deus fez por mim.

Na cruz, Jesus decretou finalizadas todas as coisas, tudo o que deveria ser feito e que poderia ser feito, foi feito, ali, na cruz. Assim, basicamente, segurança eterna diz respeito ao ‘status quo’ da Graça. É a validade da Graça, seu termo de duração, sua competência a cerca do prazo de funcionamento.

Poderíamos argumentar sobre a Segurança Eterna o seguinte:


A segurança é garantida pela vontade de Deus:


Em Jo. 10,27-29, Jesus afirma que ninguém pode tirar das mãos dele as suas ovelhas. Ele dá a vida, e vida eterna a suas ovelhas e mais ele garante-lhes que não perecerão. Paulo em sua carta as romanos diz no capítulo 8, “...quem nos separará do amor de Cristo?.(...)”, e daí discorre por varias possibilidade das quais nenhum ser humano está livre. Mas com o único propósito de no fim afirmar que nem qualquer coisa, criatura ou poder pode nos tirar da mão de Deus. Nestes dois textos fica claro a impossibilidade de outra força poder retirar a vida eterna que Deus nos deu lá na ‘Cruz’. Não há nenhum decreto que possa invalidar a justiça imputada a nós pelo Cordeiro de Deus.


Se moremos com ele (Jesus) certamente com ele viveremos, essa é a verdade expressa na Bíblia. Jesus quando foi assunto aos céus, nós garantiu que iria preparar-nós lugar. Os anjos ali enviados afirmaram que da mesma maneira que ele subiu, ele também desceria em glória e poder. E obviamente todas as passagens escatológicas servem de base para essa Segurança. Seja Mt 24 ou correlatos nos evangelhos, seja os texto em Apocalipse, aonde Cristo deixa relatado que voltará e buscará todos os remidos, e todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

E se o Êxodo de Israel do Egito é uma tipologia da nossa salvação, todo aquele que tem o sangue do Cordeiro nos umbrais de seu coração será poupado no dia do juízo. “Vinde benditos do meu pai”. “Felizes os que lavam as suas vestes, e assim têm direito à árvore da vida e podem entrar na cidade pelas portas”.

A segurança é garantida pelo Caráter de Deus


Tudo bem – diríamos – contra a vontade de Deus ninguém pode. Mas Deus continua a nos querer mesmo depois de pecar? A resposta é simples, sim! Deus nos buscou ainda sendo nós pecadores (Rm. 5,8) como ele iria agora desistir. “Se quando éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados com ele mediante a morte de seu Filho, quanto mais agora, tendo sido reconciliados, seremos salvos por sua vida” diz Paulo novamente no Cap 5 de Romanos.


O apostolo Paulo deixa isso bastante claro em todas as suas cartas, mas na carta aos Romanos fica simplesmente escancarado. Deus não é como nós seres humanos, arrastados de um lado para outro por nossos valores e conceitos que mudam ao sabor de uma sociedade corrompida. Em Nm 23,19 isso fica claro na afirmação que ele não se arrepende do que faz ou de suas decisões e que Deus não mente. Deus é Luz e nele não há variação (Tg 1,17).


O caráter de Deus é imutável, sua palavra é a própria verdade. Quando jurou a Abraão dizendo, “tu será pai de uma grande nação” ele jurou por si, pois não havia ninguém superior a ele (Hb 6,13).

É claro, bastante óbvio que é assim que devemos encarar todas as palavras de Deus. As promessas de Deus são e sempre serão cumpridas cabalmente. “Se ele prometeu, ele há de cumprir, se ele falou é certo que fará” – diz assim os versos de um antigo cântico. Ou há um só dos desígnios de Deus que não se cumpre, mesmo na passagem do Êxodo aonde afirma-se que Deus se arrependeu do mal que iria fazer – matar o povo – ele diz a Moises que todo aquele que pecar vai morrer, ou seja, seu intento de punir e retirar do meio do povo aqueles que haviam errado nos episódios dos ‘40 anos no deserto’ é levado a cabo.

A segurança é garantida pelo Sacrifício de Deus

É simplesmente impossível (ou ilógico) que Deus se rebaixaria ao nível dos homens, se humilhando a ponto de depender fisicamente de ser amamentado (enfim ser cuidado, protegido, lavado e alimentado igualzinho a qualquer criança por sua mãe); ter vivido em uma relativa pobreza; se empenhado, já adulto a ensinar sobre o reino dele e por isso ser perseguido, traído e entregue a sofrimento e morte, e essa morte, morte de cruz, Para simplesmente abandonar o homem por quem ele morreu. Deus faz tudo isso e no fim desiste. “Nada, nada e morre na praia?!”

As coisas não são assim com Deus. Que força pode subjugá-lo e que trabalho é árduo demais para Deus. Não podemos nos esquecer que quem propõe quebrar a lei do pecado e da morte, riscar as ordenanças que pesavam contra nós, foi Ele. Seu infinito amor propõe a Graça e seu poder simplesmente a cumpre, como a palavra dEle na criação do Éden: “Haja luz” e simplesmente houve luz. O que Deus faz é perfeito como ele é perfeito e completo como ele é completo.

Concluindo...

Como acreditar que esse Deus que fez tudo isso, deixará incompleta nossa salvação? Ou que não nos protegerá para que não vacilem nossos pés? Como duvidar que se Deus libertou-nos ele também nos livrará, e não só isso, mas também vencerá aquele e/ou aquilo que tentar nos aprisionar novamente. Por fim se entrássemos no campo semântico, no português, mais ainda mais no grego, os termos e idéias correlacionadas à salvação se apresenta em idéias de continuidade, mais que livre, sendo libertos, mais que salvos sendo salvos.

Sem mais...

Graça e Paz


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