Carey Hardy
Comecemos com um pouco de história. Quem eram os fariseus? Os fariseus (juntamente com os escribas) foram os primeiros legalistas. "Fariseu" significa "aquele que é separado". Eles se orgulhavam em denunciar elementos impuros e profanos.
A separação física era de extrema importância. A santidade prática era considerada evidência de santidade pessoal. Lv. 11:44-45 era uma passagem central.
Os fariseus não tinham nenhuma tarefa mais importante do que proteger e propagar as leis de Deus. Eles tinham tanto respeito pelo conjunto original das Escrituras e queriam protegê-lo tão desesperadamente que começaram a ampliá-lo. Depois de um tempo, não só parecia útil fazer adições, mas também absolutamente essencial. Estas regras, como parte da lei oral, tornaram-se até mais importantes para os fariseus do que os mandamentos de Deus.
O equivalente dos fariseus hoje são as pessoas que têm medo de permitir que os cristãos vivam apenas com a Palavra de Deus. Eles acrescentam regras, regulamentos e padrões aos princípios bíblicos e então chegam ao ponto de acreditar que estes fazem parte da Bíblia.
É assim que funciona para os legalistas. Deus coloca um princípio e então o homem reduz o grande princípio de Deus a um conjunto de regras que pode ser um fardo, mas que certamente remove a responsabilidade individual de fazer escolhas. Finalmente, o homem eleva o "guardar as regras" a uma marca de espiritualidade e julga a si mesmo e aos outros por ela.
De todos os títulos degradantes que Jesus usou para descrever os fariseus, nenhum era mais devastador do que referir-se a eles como "fermento" ou "levedura." Jesus disse a seus discípulos: "Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia." (Lc. 12:1).
• O problema NÃO está em ter práticas tradicionais, nem mesmo com a distinção de uma igreja local.
• HÁ, porém, algo desesperadamente errado em apresentar estas preferências pessoais como verdades eternas.
Então, os fariseus eram críticos, orgulhosos; eles não diferenciavam entre tradições e os mandamentos de Deus. Eles também eram hipócritas, já que eles realmente não podiam viver o que ensinavam.
Mas nossa discussão não é sobre como lidar com legalismo na igreja (...). Ao invés disso, nós vamos falar sobre qual a relação disto com a educação de filhos.
Quero apontar algumas práticas - 12 delas - que, se você segui-las na sua conduta em educação de filhos, aumentarão a probabilidade de criar um fariseu.
Portanto, este é um programa de 12 passos para educar um fariseu.
A maioria destes passos está relacionada um ao outro.
1.Concentrar-se em assuntos externos em vez de internos
Veja o sermão do monte (Mt. 5-6).
Isto é focar-se em controlar o comportamento da criança sem usar a Bíblia e oração para lidar com o seu coração.
Isto produzirá um fariseu. Tudo parece bom do lado de fora, mas intimamente ele é corrupto (Mt. 23:23.24, 27.28).
• À medida que ele se torna adulto ele tem todos seus modos à mesa e "sim, senhores" no lugar certo, mas isso não significa que ele conhece a Cristo.
• Não iguale a adesão a regulamentos externos ao conhecimento salvífico de Jesus Cristo (Lc. 18:18-30, a história do jovem rico; Cl. 2:20.23).
• Em certo sentido, controles externos têm pouco ou nada a ver com o resultado final do coração de criança (Fp. 3:6).
Muitas pessoas que cresceram sem nenhuma influência cristã abraçaram a fé em Cristo e agora desfrutam os privilégios de um ministério útil.
Portanto, cuidado com a falta de equilíbrio entre o externo e o interno.
Isto pode ser manifestado em contentar-se com "jeitinhos" para a solução de problemas.
E não se conforme com um arrependimento superficial do seu filho.
2.Controle excessivo
Isto não é equilibrar disciplina com instrução.
Isto é manifestado pela criação de regras e restrições DEMAIS, regras que são INÚTEIS ou regras que são SEVERAS E MUITO RÍGIDAS.
Não seja aquele sinal de menos ambulante que diz não pra tudo.
Evite ficar administrando minuciosamente a vida de seus filhos, dizendo cada detalhe do que eles devem fazer.Dependendo da idade da criança, permita-lhe algumas liberdades.
Deixe-os buscarem seus sonhos e interesses. Entre no mundo deles. Estes planos e sonhos mudarão ao longo do caminho, portanto não seja tão rápido em mostrar como alguma coisa e ilógica. Você tem que pensar a longo prazo. Modismos vêm e vão.
Se você tenta controlar e administrar meticulosamente tudo que uma criança pensa e faz, você produz uma responsabilidade somente diante de você em vez de diante de Deus. Ao invés disso você quer criar uma consciência de Deus.
Não tente ser a autoridade maior.
Você deve ensiná-los a pensar por conta própria, como avaliar. Caso contrário, eles crescem sabendo apenas como viver pelas regras, os "pode" e os "não pode".
Efésios 6:4 - um equilíbrio entre disciplina e instrução.
Você tem que permitir algumas liberdades ao longo do caminho. Caso contrário, você está sendo desnecessariamente controlador ou autoritário.
Mateus 23:23.24: "que coais o mosquito e engolis o camelo".
Muitos pais tornam-se autoritários em assuntos que eles preferem.
• Não faça tempestade em copo d'água.
• Geralmente os "copos d'água" são coisas externas.
• Diga sim se você puder.
É especialmente importante, à medida que a criança cresce dar mais liberdade. Caso contrário, você não está deixando a criança crescer.
• Pré-adolescentes? Você precisa tratá-los como adultos jovens.
• Saiba como e quando "forçar sem quebrar".
Outro assunto relacionado é o ser excessivo no seu controle. Focalizar demais em detalhes secundários e ficar chateado demais quando estes detalhes não saírem corretamente (apagar luzes, fechar portas, etc...). Sim, eu quero treinar meu filho nestas coisas, mas estas simplesmente não são as coisas mais importantes do mundo.
3.Reagir com exagero ao fracasso
Isto inclui não dar liberdade para falhar. É tratar o fracasso como o fim do mundo. Você deve enxergar o fracasso como uma oportunidade para instrução. Mas muitos pais vivem com MEDO do fracasso e assim tornam-se excessivamente controladores. Isto pode ser manifestado no chamar a atenção para todo erro. É um amor baseado no desempenho...esperando perfeição.
Vamos falar sobre perfeccionismo.
• Perfeccionismo é diferente de procurar excelência.
• Nós queremos ensinar nossas crianças a importância de desenvolver as habilidades que Deus lhes deu. Isto significa esforçar-se para atingir excelência.
• Mas nós não somos todos iguais. Algumas pessoas são mais talentosas que outras. Por isso é muito frustrante para uma criança pensar que ela tem que ser perfeita ou que ela tem que atingir um padrão que ela não é capaz de atingir.
É lastimável para uma criança pensar que NADA que ela faça jamais irá agradar seus pais. Isto é amor baseado no desempenho. Você só demonstra aprovação quando a criança satisfaz os padrões que você egoisticamente criou.
Por outro lado, sua satisfação com o plano de Deus para a vida do seu filho e com as habilidades que Deus deu a ele ajudarão impedi-lo de ser impaciente e de, então, irritá-lo.
De forma geral, pais perfeccionistas deixam um ambiente desagradável permear sua casa. Não há permissão para enganos e fracassos que são fundamentais à vida.
4. Ser não-perdoador e impaciente.
Pais nervosos e irritáveis, frustrados com tudo o que dá errado.
Em vez de uma casa cheia de alegria, há uma atmosfera opressiva e negativa. Escolhas pecaminosas feitas por suas crianças definitivamente precisam ser lidadas. Mas tenha certeza que há um fim visível para as conseqüências, com a casa voltando assim a uma atmosfera agradável de paz e tranqüilidade.
O lar é onde fracasso deveria prover uma grande oportunidade para treino. Onde encorajamento e apoio prosperam, há a habilidade para enxergar as lições de vida com clareza. Caso contrário, você pode levar sua criança à desesperança e desespero.
Quando você não estiver sabendo lidar com o fracasso deles, você está ensinando como ser não perdoador.
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