sábado, 8 de maio de 2010

GUERRAS RELIGIOSAS: QUAL A SUA CAUSA?


Por Antonio C. Costa

As igrejas evangélicas que apóiam o ecumenismo dizem que fazem isso em nome da paz, do diálogo e aceitação das diferenças. O mundo vive em guerra e o ecumenismo é a resposta para que o mundo tenha paz. O senhor concorda com essas afirmações?


Eu não sou ecumênico. Nunca senti atração pela ideia de se negociar a verdade em nome da unidade. Como se houvesse uma oposição entre amor e verdade.

Podemos amar ao próximo e discordar dele. É possível mantermos ao mesmo tempo a fidelidade à verdade e a fidelidade ao amor. Posso discordar da religião de alguém e me ver ao seu lado numa manifestação pela defesa dos direitos humanos. Posso dizer que um certo pregador ensina o erro e garantir-lhe o direito constitucional de dizer o que pensa.


A verdade não tem que necessariamente dividir. Pode gerar divisão na hora de admitir alguém na igreja, mas não gerar divisão na hora de admitir alguém na sociedade. Pode significar não receber na comunhão da igreja alguém que professa fé em algo oposto ao cristianismo, mas pode significar receber alguém que professa fé em algo oposto ao cristianismo na relação fraterna da sociedade civil.


As guerras religiosas nunca tiveram como motivo a firme adesão a um ponto de vista teológico qualquer, uma vez que elas são causadas pela incapacidade de se permitir que pessoas pensem de modo diferente; pelo bloqueio emocional que impede que um se aproxime do outro, procurando entender a razão de ser do pensamento daquele que adota um ponto de vista doutrinário contrário; pela tentativa de deter o erro com canhão, em vez do diálogo e ensino; e pelo desamor, que nos faz -em nome da verdade- fazer aquilo que é contrário a ela mesma, pois a verdade nos ensina a amar.


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