sexta-feira, 9 de abril de 2010

A Mentira de Que Tudo é Verdade




















Por Jorge Fernandes Isah


“Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade” [Jo 17.17]


Este versículo derruba qualquer expectativa dos pós-modernistas de santificação. Também lança por terra as esperanças dos relativistas. Dos liberais. Dos mentirosos, e, sobretudo, daqueles que amam a mentira. Não há possibilidade de santificação fora da verdade; e sendo a palavra de Deus a verdade, fora dela o homem permanece morto em seus delitos.

A Escritura desmente às afirmações e tendências teológicas modernas de que se é possível a salvação sem Cristo, sem a Palavra. Baseados no sentimentalismo suicida da alma natural ela crê não ser necessário nem um nem outro para se alcançar a intimidade com Deus. Na verdade, esse homem está depositando todas as suas fichas num prêmio que acredita ser capaz de obter por seus próprios meios, mas que o deixará exatamente no mesmo estado em que se encontra: condenado.

É interessante que as religiões, mesmo o “cristianismo” humanista, proclama que qualquer caminho pode levar a Deus. De que a importância está naquilo que o homem tem no seu íntimo, no seu desejo de encontrá-lo. Mais surpreendente ainda é que a cosmovisão desse mesmo homem o levará à destruição, pois o que há nele além do mal? “Porque não há retidão na boca deles; as suas entranhas são verdadeiras maldades, a sua garganta é um sepulcro aberto” [Sl 5.9].

A falácia de que se o homem for sincero Deus se apiedará dele, não passa de uma desculpa esfarrapada para a autopreservação do pecado. Não há garantia de que a sinceridade na mentira produzirá a santidade. Pelo contrário, a santidade é possível apenas na verdade. E se não houver santificação, não há salvação. Por toda a Escritura este conceito está delineado, podendo ser resumido da seguinte forma: “Como está escrito: Sede santo, porque eu sou santo” [1Pe 1.16]; e, “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” [Hb 12.14]. Cristãos professos, mas que acreditam possível manter uma vida impiedosa, sem arrependimento, sem frutos para a glória de Deus, estão esquentando os bancos das igrejas, enganam-se a si mesmos, pois sobre eles permanece a ira do Senhor [Jo 3.36].

Igualmente, os que não crêem na Bíblia como a fidedigna palavra de Deus, considerando-a um livro moral como outro qualquer; ou aqueles que a interpretam equivocadamente [guiados por suas mentes carnais e não pelo Espírito]; ou os que a negligenciam, relativizam, duvidando de sua historicidade; em suma, os que não a têm por fiel, inerrante, infalível e, portanto, verdadeira, jamais verão a Deus. Podem ser sinceros o quanto for. Podem ser eruditos o quanto for. Podem apresentar as mais plausíveis e convincentes argumentações para desacreditá-la. Podem mesmo tê-la à cabeceira da cama como um adorno, como um amuleto, ou como um livro de “máximas humanas”; podem admirá-la, e considerá-la com respeito; porém, se não for a verdade absoluta, o próprio Deus falando com o seu povo, de nada servirá todo o seu esforço; porque está direcionado à mentira, à insensatez, de tal forma que manterá o pecado intocado, intacto, em seu efeito de produzir o homem morto para Deus.

Então, o ponto é: qualquer que seja o padrão da mentira, sua eficácia anula o conhecimento de Deus; e seus frutos permanecem latentes, à espera de se abrir as portas do Inferno.

Por isso, na oração, o Senhor não está a falar de todos os homens. O contexto de João 17 é delineado pelas palavras de Cristo: “para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste” [v.2]; “Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste” [v.6]; “Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus” [v.9]; “Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu” [v.12]; e outras citações mais no texto sagrado. O que se evidencia e se torna patente na intercessão de Jesus é que não está a pedir por todos os homens, mas o seu alvo é definido, claramente delimitado: os que foram predestinados eternamente para serem conforme a Sua imagem. O fato da oração acontecer imediatamente após falar com os discípulos [v.1], não deixa dúvidas de por quem pedia: os eleitos, os salvos.

Como os réprobos não podem e jamais poderão ser santificados [não depende deles, mas de Deus], ainda que ouvindo a palavra, o resultado será o oposto ao produzido nos eleitos: a rejeição à verdade. O Evangelho gera salvação no eleito, e condenação no réprobo porque a palavra há de julgar no último dia” [Jo 12.48]. O fato é que, como verdade, ele condena a mentira; e todo aquele que não pratica a verdade, “não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas” [Jo 3.21], já está condenado.

Dizer que tudo é verdade, é mentira. Acreditar nela, levará a uma verdade: a morte eterna.

Não se pode esquecer que Cristo é a verdade [Jo 14.6], e também a palavra [1Jo 5.7]. Logo a santificação somente é possível por Ele. E qualquer que diga o contrário é mentiroso, ainda que sincero; porque a mentira sincera é a mais extrema manifestação de estupidez e ignorância.

Sem entrar em todos os pormenores envolvidos na santificação, o que o verso introdutório está a dizer é muito claro: ninguém pode ser santificado no engano, no erro, na falácia. Apenas a palavra de Deus é a verdade; e nela, o novo-homem, o eleito, será santificado, em obediência a ela.

Sem nos esquecer de que a salvação e a santidade foram determinadas na eternidade, e ambas acontecerão infalivelmente, aos eleitos, pelo poder de Deus.


E isto é a mais pura verdade.

Fonte: KÁLAMOS

5 comentários:

  1. Pastor Silas, o nobre amigo escritor deste texto por um acaso é Deus, que saiu julgando a todos e condenando-os? Quem ele pensa que é? Deus?
    Por mais "certo" que ele queira ser, pecadores sempre seremos. Santidade é a vida em amor ao próximo, vivendo pautado nas palavras de Jesus. Agora, se ele pensa que todos só serão salvos se pensar, falar, discernir e agir como ele, infelizmente estou perdido. Ou será que os Evangelhos nos dá direito de fazermos uma "linha de montade" de crente, não podendo ser eu mesmo, mas minha mente cativa à de Cristo?
    Abçs pastor Silas, com muita reverência ao senhor!

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  2. Ednelson,

    seu comentário é confuso, não argumentativo, evasivo e, simplesmente, me acusa de dizer o que não disse, e de agir como não ajo.

    Se tem alguém aqui acusando é você; e se fazendo de deus! Pois, parece ser onisciente, e capaz de ler a minha mente, tirando conclusões que não estão no texto.

    O que fiz foi transcrever uma idéia claramente cristã, bíblica: fora da verdade [Cristo, a Palavra], o homem está morto! Agora, se você entendeu outra coisa, o problema é seu, não meu. Porque a Bíblia enfatiza exatamente isso, sem Cristo não há salvação, e o homem permanece morto em seus pecados, e será condenado por eles. E não sou eu quem inventou; está na Escritura de capa a capa. Ou você ainda não se apercebeu?

    Cristo o abençoe!

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  3. "Igualmente, os que não crêem na Bíblia como a fidedigna palavra de Deus, considerando-a um livro moral como outro qualquer; ou aqueles que a interpretam equivocadamente [guiados por suas mentes carnais e não pelo Espírito]; ou os que a negligenciam, relativizam, duvidando de sua historicidade; em suma, os que não a têm por fiel, inerrante, infalível e, portanto, verdadeira, JAMAIS VERÃO A DEUS."
    O que é isso então meu amado Jorge? Os únicos que serão salvos são aqueles que afirmarem categoricamente que a Bíblia é a Palavra de Deus?Não são por acaso aqueles que aceitam pela fé somente a Jesus?
    A Palavra de Deus meu amigo chama-se Jesus, o Verbo Encarnado.
    Meu amigo, não estou tentando te converter a nada, só estou debatendo com você no campo das "idéias". Não fui evasivo, só esperava que você lesse novamente seu texto na tentativa de achar onde estava baseando minha opinião.Sei que você é Calvinista, sei o que você crê e como crê (me baseando pela doutrina Calvinista, claro).Somente.
    Abçs meu irmão!

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  4. Ednelson,

    Pergunto-lhe: baseado em quê Cristo é a Palavra, o Verbo Encarnado, a salvação? Não será porque a Bíblia afirma? Agora, se há algum verso, algum livro ou mesmo um testamento não verdadeiro nela, que não seja a fiel, inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus, qual o seu pressuposto para afirmar que Cristo é tudo isso?

    Se a Bíblia não é o que ela diz ser de si mesma, como você pode afirmar que Cristo é quem você acredita ser?

    Se há falhas, incongruências, distorções, Cristo pode não ser o Filho de Deus; na verdade, toda a narrativa não passaria de uma lenda ou mito, como os neo-ortodoxos dizem ser.

    E, para mim, quem fatia a Bíblia e recolhe dela o que quer, sem vê-la como um todo, como conjunto interligado, coeso, lógico, como unidade, não tem base alguma para quer naquilo que diz crer. Ou se crê em tudo, ou não se crê em nada.

    Quanto ao trecho que você selecionou do texto, não sou eu quem o digo, é a própria Bíblia que o afirma, pois Deus está revelado na Escritura, e fora dela, não há Deus.

    Crer em Cristo, como a 2a. Pessoa da Trindade, o Filho de Deus, o Verbo encarnado, o Senhor e Salvador sem crer na Escritura que o revela como tal, é, no mínimo, contraditório.

    Ocorre que a maioria dos que não creem na Bíblia acabam por crer em outro "cristo", não o Cristo bíblico.

    Deus o abençoe!

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  5. Amigo Jorge, gostaria que você lesse Mt 8:5,13 e Lc 7:1,10 e veja a "inerrância" dos autores. Como nosso amigo Mateus relata um fato de uma forma e o nosso amigo Dr. Lucas narra o mesmo fato, subtraíndo e somando o relato de Mateus? Cade a coesão tão lindamente decantada por você?
    Meu amigo, o único que jamais errou foi Jesus, não seu discípulos...e esse exemplo que lhe mostro é apenas um dos inúmeros que vejo nas Escrituras.
    É Jesus quem é o Caminho, a Verdade e a Vida, não as Escrituras. Se assim fosse, de certo Jesus falaria que Ele e as Escrituras são O Caminho, a Verdade e é a Vida. E o que falar de Cristo, que não guardava o "santo sábado"?
    Não desmereço de forma alguma a Bíblia, pois é por Ele que cheguei ao conhecimento de Cristo(histótico, factual), mas vejo tantas ingongruências, incoesões (principalmente no esforço que as igrejas fazem no sentido de fazer com que todas as palavras de Paulo sejam atuais, como se Paulo estivesse escrevendo a todos e não a igrejas locais e para um povo específico) que até o farisaísmo latente ainda em Paulo é observado pelos que leêm suas cartas com os olhos, não da hermeneuitica ou exegese grega, mas de Cristo.
    Ao contrário de sua opinião mano, não julgo quem sobe ou desce, pois somente Cristo conhece quem são os Dele, apenas prego Jesus, e este crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gregos.
    E pra finalizar, meu pressuposto para afirmar o que afirmo é a minha experiência de vida com Ele, que nem você e nem ninguém conhecem, somente Ele.
    Abçs.

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