Por Clóvis Gonçalves
Argumentos bíblicos para o batismo infantil
É um ponto pacífico que não há nenhuma referência bíblica direta ao batismo infantil. Isto não é conclusivo, mas deveria provocar alguma reflexão por parte dos irmãos que o defendem como norma para a igreja. Muitos enxergam indícios bíblicos do batismo de infantes em algumas passagens e temos que levá-los em consideração no estudo do tema.
O mais utilizado certamente são as referências aos "batismos de casas", como os de Lídia (At 16:15), do carcereiro filipense (At 16:33), de Estéfanas (1Co 1:16). Argumenta-se que é inconcebível que em todos esses lares, e outros referidos, não houvesse nenhum bebê e, caso houvesse, a cultura grega e romana demandariam que fossem batizadas junto com o chefe de família. Note-se, de início, que este argumento baseia-se no silêncio. O fato da Bíblia não dizer alguma coisa não prova essa coisa. Devemos considerar, também, que o conceito bíblico de casa não é equivalente à família, pois era bem mais abrangente que pais e filhos e incluía escravos, empregados, subordinados, agregados, etc. Se bebês devem ser batizados porque casas inteiras o foram, então empregados e pessoas sob ordens de crentes de hoje também podem e devem ser batizados.
Outro argumento bíblico apresentado é a passagem bíblica em que Jesus diz "deixem vir a mim as crianças, não as impeçam" (Mc 10:13-16, cf Mt 18:3; 19:13-15; Lc 18:15-17). Argumentam que o batismo é imperativo para crianças e que os credobatistas são culpados de impedir bebês de irem a Jesus. Porém, a passagem nem de longe está tratando de batismo, e se elas oferecem algum apoio através de paralelo é à prática batista de levar filhos para serem apresentados na igreja. Jesus "impôs-lhes as mãos e as abençoou" (Mc 10:16), não aspergiu água nelas, não as batizou, nem os seus discípulos o fizeram. Acrescente-se também que o termo traduzido criança em Marcos e Mateus tanto pode se referir a bebês como a crianças maiores. É usada, por exemplo, para se referir a uma criança de doze anos (Mc 5:40) e aos próprios apóstolos (Jo 21:15) e embora o termo empregado por Lucas signifique literalmente bebê, o "vinde a mim" parece implicar certa idade.
Ainda uma outra passagem utilizada em apoio do batismo infantil é 1Co 7:14, que diz que o "o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido; doutra sorte os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos". Sendo os filhos de pais crentes santos, devem ser batizados. Porém, essa visão também cria mais problemas que soluções. Pois neste caso, como o marido descrente também é santificado pela mulher, deveria ser batizado também.
Em resumo dessa seção pode ser dito que enquanto que o batismo de crente é referido diretamente, através de prescrições e exemplos, o pedobatismo carece de qualquer base bíblica sólida, sobrevivendo às custas de referências indiretas fora do contexto de batismo e de pressuposições inseridas onde a Bíblia silencia.
Argumentos bíblicos para o batismo infantil
É um ponto pacífico que não há nenhuma referência bíblica direta ao batismo infantil. Isto não é conclusivo, mas deveria provocar alguma reflexão por parte dos irmãos que o defendem como norma para a igreja. Muitos enxergam indícios bíblicos do batismo de infantes em algumas passagens e temos que levá-los em consideração no estudo do tema.
O mais utilizado certamente são as referências aos "batismos de casas", como os de Lídia (At 16:15), do carcereiro filipense (At 16:33), de Estéfanas (1Co 1:16). Argumenta-se que é inconcebível que em todos esses lares, e outros referidos, não houvesse nenhum bebê e, caso houvesse, a cultura grega e romana demandariam que fossem batizadas junto com o chefe de família. Note-se, de início, que este argumento baseia-se no silêncio. O fato da Bíblia não dizer alguma coisa não prova essa coisa. Devemos considerar, também, que o conceito bíblico de casa não é equivalente à família, pois era bem mais abrangente que pais e filhos e incluía escravos, empregados, subordinados, agregados, etc. Se bebês devem ser batizados porque casas inteiras o foram, então empregados e pessoas sob ordens de crentes de hoje também podem e devem ser batizados.
Outro argumento bíblico apresentado é a passagem bíblica em que Jesus diz "deixem vir a mim as crianças, não as impeçam" (Mc 10:13-16, cf Mt 18:3; 19:13-15; Lc 18:15-17). Argumentam que o batismo é imperativo para crianças e que os credobatistas são culpados de impedir bebês de irem a Jesus. Porém, a passagem nem de longe está tratando de batismo, e se elas oferecem algum apoio através de paralelo é à prática batista de levar filhos para serem apresentados na igreja. Jesus "impôs-lhes as mãos e as abençoou" (Mc 10:16), não aspergiu água nelas, não as batizou, nem os seus discípulos o fizeram. Acrescente-se também que o termo traduzido criança em Marcos e Mateus tanto pode se referir a bebês como a crianças maiores. É usada, por exemplo, para se referir a uma criança de doze anos (Mc 5:40) e aos próprios apóstolos (Jo 21:15) e embora o termo empregado por Lucas signifique literalmente bebê, o "vinde a mim" parece implicar certa idade.
Ainda uma outra passagem utilizada em apoio do batismo infantil é 1Co 7:14, que diz que o "o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido; doutra sorte os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos". Sendo os filhos de pais crentes santos, devem ser batizados. Porém, essa visão também cria mais problemas que soluções. Pois neste caso, como o marido descrente também é santificado pela mulher, deveria ser batizado também.
Em resumo dessa seção pode ser dito que enquanto que o batismo de crente é referido diretamente, através de prescrições e exemplos, o pedobatismo carece de qualquer base bíblica sólida, sobrevivendo às custas de referências indiretas fora do contexto de batismo e de pressuposições inseridas onde a Bíblia silencia.
Fonte: Cinco Solas
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