Por Josemar Bessa
"Vocês têm cansado
o Senhor com as suas palavras. Como o temos cansado? Vocês ainda perguntam.”
- Malaquias
2:17
O povo de Deus tem um
longa história de murmurações e reclamações dirigidas a Deus. Desde de o Éden
de alguma forma o homem tenta responsabilizar Deus por aquilo que ele acha não
estar acontecendo segundo seus desejos, ou para justificar seus erros.
As coisas não eram
diferentes nos dias do profeta Malaquias. Entre outros argumentos levantados em
suas murmurações eles diziam:
1) O Senhor está
tratando os maus como os bons.
2) Tu estás sentado no “céu”
não fazendo nada a respeito dos problemas evidentes. Tu devias vir e julgar os
ímpios.
Eles desejavam o Deus
que lançou as 10 pragas no Egito, que fez fogo descer sobre o monte Carmelo e
trouxesse julgamento aos seus inimigos. Não havia neles NENHUM zelo pela glória de Deus. Eles só queriam que
seus problemas fossem embora, então eles resmungaram, murmuraram...
É fácil estar
descontente também. Vivemos vidas ocupadas, aborrecida muitas vezes, achamos
não ter o dinheiro suficiente, saúde suficiente, não somos reconhecidos o
suficiente, a igreja local não tem sido boa para mim o suficiente... “estou
muito magro, estou muito gordo, estou com baixa auto-estima, sou muito baixo,
sou muito alto, queria estar casado, queria estar solteiro, queria outro carro,
queria outro emprego, queria outro chefe, queria ter filhos, os filhos vieram
na hora errada...” – e por aí vai, choramingando como crianças de 3 ou 4 anos
de idade.
Mas Deus chama o seu
povo a paciência, longanimidade... e que confiem nEle. Quando realmente cremos
que Deus está trabalhando todas as coisas de acordo com a sua boa vontade e para nosso bem final,
estamos livres para viver como Paulo diz em Filipenses 2.14: “Fazei todas
as coisas sem murmurações nem contendas.”
Mas como eles
insistiram, Deus disse “Eu virei a vocês
trazendo juízo.” - Malaquias 3:5
Eles estavam acusando
Deus de omissão, de fazer vista grossa para o pecado ( dos outros, é claro, e
não o deles). Eles queriam que Ele derrubasse os maus como nos bons e velhos
tempos. Que surpresa, como sempre o homem fica, eles ficaram quando o Senhor
atendeu o seu pedido e prometeu vir para perto deles para exercer julgamento.
Os Israelitas, como é
comum, tinham o “dom” de saber exatamente o que estava errado como o mundo
inteiro, com todas as outras pessoas. Esse era o problema, as outras pessoas...
como hoje é tão comum – o problema é a igreja, são os outros... Eles nunca
pensaram que pedir a Deus para consertar as coisas, que acusá-lo de omissão,
poderia implicar em Deus corrigi-los.
Ter o “dom” de ver o
problema no mundo inteiro nos cega para um Deus que irá nos confrontar naquilo
que nos recusamos a ver em nós mesmos. Qualquer oração nesta base não passa de
ser uma voz que “cansa” Deus.
Felizmente, o Senhor
não veio apenas para julgamento, Ele veio sobre eles para refiná-los. Ele veio
para fazer deles um povo que realmente estivesse firme em sua Aliança, Deus
veio martelar a espada sobre a bigorna para que o mundo pudesse ver neles um
reflexo do Deus santo que Ele é. A verdadeira piedade flui através de um fogo
refinador da parte de Deus para nós.
Se queremos santidade,
se queremos a comunhão da presença de Deus, se devemos ser fiéis... isso
certamente significará dificuldades e repreensão... mas se tudo o que fazemos é
exercer o “dom” de ver o problema no mundo, na igreja, nos outros... “cansamos”
Deus e nos enganamos chamando isso oração. Você terá que olhar o trabalho de
Deus em você, e ao invés de “cansa-lo” com murmurações, terá que dizer como
Davi: “Foi bom para mim ser afligido, para que aprendesse os teus decretos” (Sl
119.71).
Fonte: Josemar Bessa
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