Por Paul Tripp
Quero
examinar um lugar onde há demasiada mediocridade na igreja de Jesus
Cristo: a pregação. Por cerca de 40 finais de semana por ano eu estou
com alguma parte do corpo de Cristo em algum lugar do mundo. Muitas
vezes, não sou capaz de sair no sábado e, por isso, vou assistir ao
culto da congregação local (quando não estou programado para pregar). O
que estou prestes a dizer provavelmente vai me encrencar, mas estou
convencido de que precisa ser dito. Estou triste e angustiado por dizer
isso, mas já estou cansado de ouvir palestras teológicas chatas e mal
preparadas, dadas por pregadores não inspirados, lendo manuscritos, e
tudo isso feito em nome da pregação bíblica.
Não estou surpreso que as mentes das
pessoas divaguem. Eu não estou surpreso que as pessoas têm lutado para
se manter atentas e despertas. Estou surpreso que mais não têm. Eles têm
sido ensinados por alguém que não trouxe as armas apropriadas para o
púlpito, a fim de lutar por eles e com eles. A pregação é mais do que
regurgitar seu comentário exegético favorito, reformular os sermões de
seus pregadores favoritos, ou remodelar as notas de uma de suas aulas
favoritas do seminário. É trazer as verdades transformadoras do
Evangelho de Jesus Cristo de uma passagem que foi devidamente
compreendida, convincentemente e praticamente aplicada, e entregue com a
ternura envolvente e a paixão de uma pessoa que foi quebrantada e
restaurada pelas verdades que ela irá comunicar. Você simplesmente não
pode fazer isso sem a devida preparação, meditação, confissão e
adoração.
Simplesmente não dá para você começar a
pensar em uma passagem pela primeira vez no sábado à tarde ou à noite e
dar o tipo de atenção que ela precisa. Você não será capaz de
compreender a passagem, de ser pessoalmente afetado e de estar preparado
para dá-la aos outros de uma forma que contribua à contínua
transformação deles. Como pastores, temos que lutar pela santidade da
pregação, ou ninguém mais o fará. Temos que exigir que os afazeres do
nosso trabalho permitam o tempo necessário para se preparar bem. Temos
que arranjar tempo em nossas programações para fazer o que for
necessário para cada um de nós, considerando nossos dons e nossa
maturidade, estejamos preparados como porta-vozes para nosso Rei
Salvador. Não podemos acomodar com padrões que denigram a pregação e
degradem a nossa capacidade de representar um Deus glorioso de uma graça
gloriosa. Não podemos nos permitir estarmos muito ocupados e
distraídos. Não podemos estabelecer padrões baixos para nós mesmos e
para aqueles a quem servimos. Não podemos nos desculpar e acomodar. Não
podemos nos permitir espremer mil reais em preparação em poucos centavos
de tempo. Não devemos perder de vista Aquele que é Excelente e a
excelente graça que fomos chamados para representar. Não podemos, porque
estamos despreparados, deixar Seu esplendor parecer chato e sua
maravilhosa graça, ordinária.
A cultura e disciplina que envolve a
nossa pregação sempre revelam o verdadeiro caráter de nossos corações. É
exatamente aí que a confissão e o arrependimento precisam acontecer.
Não podemos culpar as exigências de nosso trabalho ou nossa ocupação.
Não podemos apontar o dedo para as coisas inesperadas que aparecem no
calendário de cada pastor. Não podemos culpar as demandas da família.
Temos que humildemente confessar que a nossa pregação é medíocre e que
não está subindo ao patamar para o qual fomos chamados. Nós somos o
problema. O problema é que perdemos a nossa admiração, e com essa perda
nos acomodamos em apresentar a excelência de Deus de uma forma que não é
nada excelente. Qualquer forma de mediocridade no ministério é sempre
um problema do coração. Se isso o descreve, então corra ao seu Salvador
em humilde confissão e abrace a graça que tem o poder de resgatá-lo de
si mesmo, e, ao fazer isso, restaurar a sua admiração.
Que texto! Ainda estou atordoado. Rumine novamente nestes trechos:
A pregação é mais do que regurgitar seu comentário exegético favorito, reformular os sermões de seus pregadores favoritos, ou remodelar as notas de uma de suas aulas favoritas do seminário. É trazer as verdades transformadoras do Evangelho de Jesus Cristo de uma passagem que foi devidamente compreendida, convincentemente e praticamente aplicada, e entregue com a ternura envolvente e a paixão de uma pessoa que foi quebrantada e restaurada pelas verdades que ela irá comunicar. Você simplesmente não pode fazer isso sem a devida preparação, meditação, confissão e adoração.[...]O problema é que perdemos a nossa admiração, e com essa perda nos acomodamos em apresentar a excelência de Deus de uma forma que não é nada excelente. [...] Se isso o descreve, então corra ao seu Salvador em humilde confissão e abrace a graça que tem o poder de resgatá-lo de si mesmo, e, ao fazer isso, restaurar a sua admiração.
Fonte: Blog Fiel
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