Por Jesemar Bessa
A Bíblia está cheia de
passagens surpreendentes, mas tenho que admitir que muitas vezes me surpreendo
com o que já devia não me surpreender mais. Nossas mentes parecem incapazes de
enxergar a profundidade da depravação do coração do homem e como ele é
desesperadamente impotente.
Um dos textos mais
incríveis e surpreendentes em toda a Escritura está em Mateus 28. Neste
capítulo temos muito do que lembrar constantemente. A Grande Comissão (Mateus
28.19-20) – mas não é a esta porção que me refiro agora. Há também o cenário
maravilhoso da ressurreição de Jesus e a reação de surpresa, espanto que
envolveu as mulheres que foram ao sepulcro (Mateus 28.1-10). Mas o mais
surpreendente neste texto maravilhoso é uma única frase que está no verso 17:
“E,
quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram.”
Essa é uma das coisas
mais incríveis que já li. Jesus ressuscitou e ordenou aos seus discípulos que
fossem a Galiléia para encontrá-lo lá. Eles foram, e quando o viram eles o
adoram, “MAS ALGUNS DUVIDARAM!”
JESUS! Ele tinha sido
crucificado diante deles, ele foi espancado, chicoteado... ele sofreu tanto que
não parecia mais um ser humano. Ele foi pregado numa cruz romana. Ele foi
traspassado por uma lança para confirmar a sua morte. Seu corpo foi envolto
numa mortalha, eles o puseram num túmulo que foi lacrado e vigiado por soldados
romanos por três dias. Agora, esse mesmo Jesus está diante deles vivo.
Fisicamente presente, literalmente presente em carne. Ele está falando com
eles... eles podem tocá-lo...
"Mas alguns
duvidaram."
Você pode entender a
dificuldade de muitos em nossos dias em acreditar que Jesus está vivo. Hoje as
pessoas não podem vê-lo, tocá-lo, ouvir sua própria voz ressoando nos seus tímpanos...
você pode achar que isso é razoável – Você pode achar que em outras
circunstâncias o homem teria facilidade de crer - mas entenda, a incredulidade
do homem em relação a Deus está encravada nas profundezas de sua natureza
caída.
Aquelas pessoas na
Galiléia estavam diante de Cristo vivo, fisicamente diante deles. Ele está ali
de pé diante deles. Falando com eles...
E eles ainda duvidaram.
Este é um lembrete
muito importante para mim e deve ser para você também, principalmente vivendo
numa época em que se insiste em crer que estratégias missionais podem convencer
um homem a crer com o coração para a vida. Sem a intervenção Soberana do
Espírito, sem Deus abrir os nossos olhos (e você não pode estabelecer metas
mensais e anuais para Deus fazer isso. Esta é uma obra SOBERANA) – sem Deus
curar a cegueira do coração e dar um coração para compreender e crer no
evangelho, nenhum homem irá crer.
Mesmo que ao invés de
estratégias da sabedoria humana nós tivéssemos como deixar as pessoas
examinarem provas incontestáveis... (Como aquelas pessoas estavam vendo,
ouvindo e tocando o homem que tinha sido torturado, crucificado e morrido
diante dos olhos deles) ainda assim o homem natural encolheria os ombros
dizendo: “É... ainda não tenho certeza, não estou convencido...”
O problema não é
natural – eis a inutilidade de acreditarmos que podemos de alguma forma achar
uma maneira de vencer a inimizade do homem natural a verdade de Deus – “Porquanto a inclinação da carne é inimizade
contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto,
os que estão na carne não podem agradar a Deus.” - Romanos 8:7-8 – É a própria incredulidade ao que Deus diz que faz
homens acreditarem que podem achar maneira eficazes de acrescentar homens ao
Reino de Deus.
Salvo intervenção Soberana
do Espírito Santo, não há nenhuma esperança para o homem.
Curiosamente, há uma
grande dose de conforto a ser encontrado aqui. Nos livra da pressão que vem com
o evangelismo centrado na capacidade humana. Talvez você tenha sido exposto à
noção de que se você não está levando um número X de pessoas para fazer uma
profissão de fé a cada ano, você não é um bom cristão e que há algo de errado com
seu relacionamento com Jesus. A noção comum em nossos dias que você não deve
apenas ser fiel na proclamação da Verdade, mas que deve encontrar maneiras e
estratégias de levar as pessoas a crerem, a
noção da necessidade de fazer entalhes em seu cinto espiritual, marcar suas
conquistas para Deus. Encontrar maneiras não de ser fiel, mas de ser eficiente
como o que conquista a mente do homem que naturalmente é inimiga de Deus.
Muitos dirão que não creem
nisso... mas a ênfase profusa em livros, estratégias... estratégias para cada
faixa etária... estratégias para cada tribo urbana... grita que essa é a
verdade, não se propaga com tanto barulho aquilo que não achamos ser decisivo.
Não falamos com tanto entusiasmo daquilo que achamos não ter poder nenhum para
fazer qualquer diferença no processo.
Mas este versículo,
entre muitos, muitos outros, nos faz lembrar de que podemos fazer o melhor
trabalho em viver e anunciar Cristo (Mesmo que tivéssemos a “estratégia
perfeita” – que era poder mostrá-lo ao vivo, para as pessoas tocarem nele,
ouvirem sua voz...); a menos que o
Espírito abra os olhos de uma pessoa, eles nunca, nunca vão crer.
Fonte: Josemar Bessa
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