domingo, 2 de setembro de 2012

Quando as Aflições nos Atinge



Por Cláudia Castor Figueira

“Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”.  Joaõ 16.33

Confesso que as últimas três semanas foram especialmente difíceis para mim, não que minha vida como cristã seja um mar de rosas, mas parece que cheguei num xeque mate espiritual. Sentindo-me frustrada, traída, não amada, sozinha, sem esperança, desesperada, cheguei, você diria ao fundo do poço. Eu também pensei isto. Foi quando me lembrei de orar, não uma oração imperativa, questionadora, determinativa, autoritária, mas uma oração de fraquezas, dúvidas, reconhecendo minha total dependência de Deus e da Sua Soberania, e que orar envolve um diálogo em ouvir Deus falando também. 

Então percebi que não estava no fundo do poço, mas nas mãos de Deus, pois, a medida que eu orava o Senhor estava me mostrando mais uma vez que sem Ele nada sou, nada posso, nada faço. Fiz uma entrega total. Apesar de tantos anos convertida, acho que nunca havia feito uma oração como a de Jesus no Getsêmani, seja feita a tua vontade, ou como a de Paulo, não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim, viver para mim é Cristo e morrer para mim é ganho. Percebi também mais claramente que as lutas não são contra carne ou sangue, mas contra principados e potestades do mal. Foi uma oração de total entrega; entrega da vida, do querer e do efetuar, de sonhos pessoais para viver os sonhos de Deus. Quando lemos que no final dos tempos o amor de muitos se esfriaria, ainda nos decepcionamos e nos magoamos, mesmo sabendo que tudo isso é o cumprimento da Palavra de Deus. Pregamos a Palavra, dizemos viver a Palavra, mas, contraditoriamente, quando ela se cumpre nós nos frustramos, nos sentimos desamparados. 

Penso que a intenção aqui não é de um texto teológico, apologético, mas apenas de volta à Palavra que diz "confessando uns aos outros os vossos pecados..." (Tg 5.16).  É muito mais um desabafo...  O trabalho pedagógico de Deus em nossas vidas respeita nossa individualidade, fraquezas e tem como objetivo o aprendizado e fortalecimento da fé, mas acima de tudo reforçar nosso chamado a servos e a dependência de Deus. Esse trabalho pedagógico envolve muitas vezes um xeque mate espiritual e uma decisão de ficarmos ou não ao  lado de Deus, da sua Palavra revelada em sua totalidade e na certeza de que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus.

A Deus  toda honra e glória para sempre, amém.

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