Por Cláudia Castor Figueira
“Estas coisas vos tenho dito para
que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu
venci o mundo”. Joaõ 16.33
Confesso que as últimas três semanas foram especialmente difíceis
para mim, não que minha vida como cristã seja um mar de rosas, mas parece que
cheguei num xeque mate espiritual. Sentindo-me frustrada, traída, não amada,
sozinha, sem esperança, desesperada, cheguei, você diria ao fundo do poço. Eu
também pensei isto. Foi quando me lembrei de orar, não uma oração imperativa,
questionadora, determinativa, autoritária, mas uma oração de fraquezas, dúvidas,
reconhecendo minha total dependência de Deus e da Sua Soberania, e que orar
envolve um diálogo em ouvir Deus falando também.
Então percebi que não estava no
fundo do poço, mas nas mãos de Deus, pois, a medida que eu orava o Senhor estava me mostrando mais uma vez que sem Ele nada
sou, nada posso, nada faço. Fiz uma entrega total. Apesar de tantos anos
convertida, acho que nunca havia feito uma oração como a de Jesus no Getsêmani,
seja feita a tua vontade, ou como a de Paulo, não vivo mais eu, mas Cristo vive
em mim, viver para mim é Cristo e morrer para mim é ganho. Percebi também mais
claramente que as lutas não são contra carne ou sangue, mas contra principados
e potestades do mal. Foi uma oração de total entrega; entrega da vida, do
querer e do efetuar, de sonhos pessoais para viver os sonhos de Deus. Quando
lemos que no final dos tempos o amor de muitos se esfriaria, ainda nos
decepcionamos e nos magoamos, mesmo sabendo que tudo isso é o cumprimento da Palavra de Deus. Pregamos a
Palavra, dizemos viver a Palavra, mas, contraditoriamente, quando ela se
cumpre nós nos frustramos, nos sentimos desamparados.
Penso que a intenção aqui não
é de um texto teológico, apologético, mas apenas de volta à Palavra que diz
"confessando uns aos outros os vossos pecados..." (Tg 5.16).
É muito mais um desabafo... O
trabalho pedagógico de Deus em nossas vidas respeita nossa individualidade,
fraquezas e tem como objetivo o aprendizado e fortalecimento da fé, mas acima
de tudo reforçar nosso chamado a servos e a dependência de Deus. Esse trabalho
pedagógico envolve muitas vezes um xeque mate espiritual e uma decisão de ficarmos ou não
ao lado de Deus, da sua Palavra revelada
em sua totalidade e na certeza de que tudo coopera para o bem daqueles que amam
a Deus.
A Deus toda honra e glória para
sempre, amém.
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