quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Maus até os Ossos


Por Phil Johnson

As Escrituras são muito claras e consistentes em seu ensino de que nós nascemos em um estado de pecaminosidade, culpa, e morte espiritual. Quando verdadeiramente compreendemos nosso estado decaído, podemos ver imediatamente que o nosso próprio pecado é um dilema moral e espiritual do qual somos totalmente incapazes de nos desembaraçar.

Paulo disse aos cristãos de Eféso: "estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais" (Efésios 2:1-3). Os "demais" de que ele fala é todo o mundo. Esse é o estado de toda pessoa que entra neste mundo. O apóstolo estava descrevendo os efeitos espirituais da nossa natureza humana decaída.

"A propósito, a doutrina da "depravação total" não foi inventada por Calvino. É uma doutrina bíblica."

Observem de perto o que ele diz ali: Toda pessoa não regenerada está espiritualmente morta, andando de acordo com Satanás, sendo por natureza filha da ira. Nós nascemos neste mundo como completos pecadores - não simplesmente um pouco manchado pelo pecado, mas completamente, desesperadamente, em escravidão a ele. Todo aspecto de nosso ser - mente, emoções, desejos, e até mesmo nossa constituição física - é corrompido, controlado, e desfigurado pelo pecado e seus efeitos. Ninguém escapa desse veredicto. Nós somos totalmente depravados.

A propósito, a doutrina da "depravação total" não foi inventada por Calvino. É uma doutrina bíblica. Ela também foi teologia cristã ortodoxa padrão, expressamente afirmada por todo o cristianismo dominante por mais de mil anos antes da Reforma, da controvérsia pelagiana em diante. Portanto não descarte a depravação total como sendo meramente uma novidade da época da Reforma, peculiar ao dogma calvinista. Não é.

"Eu não cedo nenhum terreno àqueles que querem diluir a soberania de Deus ou a inabilidade do pecador. Fazer isso é corromper o evangelho desde o seu ponto de partida."

Por outro lado, se você verdadeiramente entender a doutrina da depravação, você terá visto a verdade que está no coração da ênfase do calvinismo. É por isso que nós damos ênfase à graça divina em vez da livre vontade humana como o principal fator na nossa salvação. E eu não me desculpo por ser enfático quanto a isto: as Escrituras ensinam claramente que Deus é totalmente soberano, e os pecadores são totalmente impotentes para se salvarem. Uma vez que você compreende essas verdades da forma como a Bíblia as apresenta, você terá abraçado o próprio coração do que é comumente chamado de calvinismo. Esta ênfase dual na depravação humana e na necessidade da graça soberana de Deus na salvação dos pecadores também é a base de toda a verdade que pode ser chamada legitimamente de "evangélica". Eu não cedo nenhum terreno àqueles que querem diluir a soberania de Deus ou a inabilidade do pecador. Fazer isso é corromper o evangelho desde o seu ponto de partida.

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