Vivemos dias em que os cristãos evangélicos estão acostumados e felizes somente com as experiências pentecostais, que segundo eles seria a única necessidade da Igreja. No Brasil temos inumeros cultos a Deus onde pessoas extravasam suas alegrias pela presença do Senhor – e isto é muito bom – pois na presença do Senhor há alegria (Sl 16.11). Porém muitas das vezes é perguntado a estes cristãos o que eles aprenderam naquele dia a respeito da Palavra de Deus, e às vezes a resposta é: “Não aprendi nada, mas o fogo invadiu minha vida”. Isto é uma preocupação que deveríamos ter em nossos cultos, experiências somente, sem conhecimento conduzirá uma geração de cristãos anêmicos da Palavra de Deus.
O ideal é um equilíbrio sadio, onde o poder de Deus deve ser latente em nossas reuniões, mas a Palavra de Deus ser uma realidade transformadora na vida dos cristãos (1 Cor. 1.5). O jovem pastor Timóteo foi aconselhado a pregar a Palavra a instar, fosse oportuno ou não (2Tm 2.4). Instar, no Aurélio, é “pedir com insistência”. Nada pode substituir a fiel pregação bíblica. Paulo não pediu a Timóteo que fizesse uma pesquisa a fim de descobrir o que as pessoas queriam. Devemos pregar a palavra e não palavras que agradem as pessoas. É como já dizia John MacCarthur Jr, “Filosofia, politica, psicologia, conselhos despretensiosos, opiniões humanas jamais são capazes de fazer o que a Palavra de Deus faz”. Infelizmente muitos já abandonaram a fiel pregação bíblica em favor de mensagens devocionais que têm o objetivo de fazer as pessoas se sentirem bem. Outros substituíram a pregação por uma dramatização e mesmo outras formas de entretenimento.
Creio que ainda é tempo de acordarmos e voltarmos à fiel pregação da Palavra de Deus. Nada pode tomar o seu lugar em nossas reuniões como igreja e mesmo em nossa devoção particular. A pregação cristã deve ter primazia e os ensinos devem ser uma constante nas igrejas. Lamentavelmente o povo acostumou com pregações ditas “fervorosas” esquecendo-se o ensino sistemático da Palavra, e o conhecimento dos cristãos tem sido negligenciado (Os 4.6). Em nossos cultos de doutrina, assim chamados muitas vezes não se tem doutrinas sendo ensinadas, e as doutrinas fundamentais tem sido esquecidas, hoje em dia. São raras as denominações que investem em doutrinas fundamentais, fazendo com que os evangélicos da atualidade não conheçam bem sua fé. Quando muitos evangelicos são abordados por adeptos de seitas não conseguem defender como o apostolo Paulo os ensinos da Palavra de Deus (Fil. 1.16). Isto sem contar os membros de igrejas cristãs que se perdem nas garras das seitas e vez por outra ouvimos desculpas, como: “Não eram dos nossos, senão permaneceria”.
No jornal Desafio das Seitas do 4º trimestre/2002 p. 5, relata bem o que estamos expondo:
Prezado leitor do desafio das seitas, é pena que muitos não tenham uma visão preventiva. Diz o dito popular que é melhor prevenir do que remediar… esta publicação tem sido de máxima utilidade, pois, infelizmente, um rapaz de nossa igreja, alegando várias “falhas do sistema evangélico (falta de amor, discordância da Doutrina Cristã, etc), foi enganado pela mensagem das testemunhas de Jeová e tornou-se adepto fervoroso da seita deles. É claro que estamos orando e trabalhando para trazê-lo de volta!”.
Esta reportagem mostra o estrago que as seitas estão realizando em nosso país que atualmente ocupa o segundo lugar no planeta onde existem mais testemunhas de Jeová. Há alguns anos ocupávamos o terceiro lugar, mostrando assim o crescimento desta seita em nosso país. Lamentavelmente as seitas estão se aproveitando da indiferença da igreja evangélica para com as doutrinas fundamentais e a apologética. Oremos para que esta situação de apatia espiritual seja mudada para em vez de apenas experiências pentecostais o ensino seja algo prioritário na Igreja cristã mundial (Mt 4.4).
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