sexta-feira, 15 de julho de 2011

Teologia do Deus imperfeito: de Ed René, Ricardo Gondim e Elienai Cabral Jr.


Por Leonardo Gonçalves

DEUS DE TÃO PERFEITO conheceu a plenitude do tédio. De tão cercado pelo idêntico a si mesmo, incapaz de dizer por que hoje não é apenas um reflexo de ontem, sem jamais ter sonhado com um outro dia, enfadado com a previsibilidade de um mundo impecável, inventou o amor. Ou seria, preferiu amar?[..] Deus, que do absoluto fugiu em desespero, que inventara o imperfeito, imperfeito se fez. Inventou-se entre os incertos. Aperfeiçoou a imperfeição. Humanizou-se entre humanos. De tão impreciso, despido das forças do absoluto, igualmente inapreensível, excepcionalmente frágil, tão vivo e tão morto, descortinou o absoluto como quem desnuda o que é mau. Imperfeito, salvou-nos da perfeição.
(Elienai Cabral Jr.)

Existe neste país uma nova tendência teológica. Nada de novo, confesso, apenas mais do mesmo, importado e requentado no microondas da filosofia pós-modernista. Existencialistas de verve trágica, mais amigos de Sartre e Nietzsche do que Jesus de Nazaré, os novos teólogos brasileiros falam de teologia de modo muito apaixonado, mas parecem definitavemte ter saído dos trilhos. Afim de contextualizar com a geração emergente, estes pensadores repaginaram a fé, dando a ela um toque de relativismo e mística medieval, criando assim uma “outra espiritualidade”, bem nos moldes daquela que Paulo condenou em Gálatas 1.8.

Bastante sutis, os arautos deste novo cristianismo conseguem cativar as mentes daqueles que estão enfadados com a igreja, e entre eles fazem escola. Na vanguarda da denúncia, os profetas da burguesia vão destilando toda sorte de impropérios contra os pregadores de prosperidade, carros e mansoes, e assim ganhando a simpatia daqueles que noutro tempo padeceram debaixo das garras malignas dos marajás do evangelho. Enquanto isso, tais como serpentes traiçoeiras, vão minando a base do cristianismo histórico, e roubando a glória e majestade que a Deus pertencem. No lugar do Onipotente, apresentam um deus fraquinho, raquítico. Um Deus imperfeito, ao invés daquele cuja essência é a perfeiçao. Definitivamente, uma outra espiritualidade.

No texto de Elienai Cabral, vemos o retrato de um Deus impotente, medíocre e pequeno. Em tese, o autor apresenta uma divindade oca, desprovida de glória e poder, constantemente desafiado por suas descapacidades e imperfeiçoes.

Negando a soberania de Deus sobre os assuntos humanos, a presciência dos fatos e a onipotência divina, a teologia dos “novos evangélicos” Ricardo Gondim, Ed René Kvitz e Elienai Cabral, simplesmente tiram Deus do cenário e introduz um ‘deus’ trapalhão e afeminado em seu lugar.

Não nego que os ensaios espiritualistas como este de Elienai podem parecer poeticamente atrativos, mas as heresias que recheiam suas linhas são extremamente nocivas, e precisam ser combatidas. Como calar-me diante de tamanha afronta? Não é a mim que eles diminuem e desprezam com seus conceitos relacionais, mas ao Soberano Senhor cuja glória enche a Terra. É o Deus vivo que está sendo reduzido, relativizado e transformado em um fracote que carece de tomar Biotônico Fontoura. Pobre deus; mal pode consigo mesmo!

Acerca dessa falsa teologia, Tomas C. Oden, em uma edição da revista americana Chistianity Today, declara:

“Conceber tal fantasia (um Deus finito e mutável) é incorrer em uma espécie de engano teológico cuja sutileza é maior do que se pode imaginar no que tange às explicações e conseqüências que tal conceito impõe à fé cristã”

Ora, meu amigo, o Deus da bíblia em nada se compara a essa pseudo-divindade humanista, e com o perdão da palavra, um deuzinho chulé, feito sob medida para filósofo ateu. O Deus bíblico é despótico, soberano, onipotente, onisciente, cheio de glória. Ele também é criador, sustentador, provedor e governador deste universo, e nenhuma coisa escapa ao seu absoluto controle; nem mesmo aquelas que as vezes não entendemos. Ele não se abriu a nenhum futuro desconhecido: Ele sabe o fim desde o começo e executa a sua vontade!

Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade. - Isaías 46.9-10

Louvado seja Cristo, o kyrios despotes – Soberano Senhor – aquele cujos projetos não falham, que vela pela sua palavra para que se cumpra. Este sim, é digno de toda honra e louvor. Um Deus em quem a gente pode confiar.

10 comentários:

  1. Existe um provérbio judaico-cristão que diz: "O tolo calado se passa por sábio". Pense nisso antes de criticar o que desconhece. Sei que é uma "habilidade" de evangélicos fundamentalistas, mas se esforce.

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  2. Fabio, use esse provérbio para você então e cale a boca,tolo é você. Outra coisa, eu critico o que conheço e sou fundamentalista sim, graças a Deus.

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  3. Prezado colega Pr. Silas,
    excelente artigo. Muito oportuno diante das baboseiras apresentadas por tais pensadores. Esvaziar o Criador de suas características É não apresentar criador algum ao homem e suas necessidades. Se eles acreditam que Deus é criador, como conciliar seu poder criador com sua incapacidade de ser soberano sobre aquilo que criou? É como dizer que o relojoeiro criou o relógio e não consegue ter domínio sobre ele. Quando ao fábio vale um provérbio judaico-cristão que diz: "Tens visto um homem precipitado no falar? Maior esperança há para um tolo do que para ele". Parece-me que o comentarista acima estudou uma outra teologia bem diferente do que esta que está a mais de 2000 anos sendo ensinada. Um forte abraço.
    Em Cristo
    Pr. Luiz Fernando
    MINISTÉRIO FORÇA PARA VIVER

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  4. Graça e paz Pr. Luiz Fernando.
    Creio que muitas pessoas levam para o lado pessoal as críticas que esses líderes recebem. As pessoas precisam entender que nós criticamos o que elas falam (e como falam bobagem), e ensinam. Eu pelo menos, não tenho nada a falar dessas pessoas. Elas podem ser pessoas excelentes para convivermos, no entanto o que ensinam não tem base bíblica. Por isso são criticados. Espero que o Fábio leia o seu comentário, principalmente que preste atenção no provérbio que o irmão lhe mandou.
    Obrigado pelo comentário.
    Fique na Paz!
    Pr. Silas Figueira

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  5. O provérbio é para pessoas como o sr. que em nome de uma religiosidade barata com falsa aparência de piedade e de um maléfico dogmatismo exclusivista calunia e difama pessoas que além de serem alvos do amor de Deus, trabalham arduamente dando sinais do Reino entre os homens. Deus abomina pessoas com este comportamento do sr. Pv 6.16-19.

    O sr. NUNCA estudou teologia liberal, apenas repete feito papagaio o que outros dizem sobre ela. Uma prova disso é dizer que Bultmman era liberal. Esta afirmação, que li em outro texto do(s) sr(s). já demonstram tal limitação teológica ou desonestidade intelectual, outra habilidade de vcs fundamentalistas.

    Desculpe mas só estou falando a verdade.

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  6. Quanto ao Pr. Luiz Fernando, saiba que ninguém esvazia o Criador, o mesmo esvaziou-se e tomou forma de servo como bem nos ensina Paulo em Filipenses. Deus se abre para criar e se esvazia para se relacionar. Sei perfeitamente que não consegue entender isto, pq como bem disse Paulo isto é loucura e escândalo para os sábios e religiosos.

    Quanto ao provérbio citado pelo sr. cabe bem ao autor do texto que como disse desconhece o que critica, ou seja, se precipita em falar do que desconhece.

    A teologia ensinada a 2000 anos está registrada nos evangelhos e nas epístolas paulinas, que diga-se de passagem deveriam ser lidas pelos srs com as lentes de Cristo. Um exercício hermenêutico fantástico!

    O problema dos srs. com tais pensadores cristãos criticados no texto em análise se dá pq os mesmos, contrários dos srs., pensam fora da caixinha teológica a qual os srs estão enquadrados. Os srs não podem pensar pq Calvino já pensou por vcs, e tudo que é pensado fora da teologia calvinista é tido por vcs como heresias.

    Me apresentem um texto do ed René ou do gondim onde esles escrevem de ptróprio punho que Deus não é soberano, onipresente, onisciente e onipotente?

    Aguardo um retorno apropriado
    Abçs

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  7. Graça e paz Fábio.
    Veja o que o Pr. Ricardo Gondim escreveu em seu twitter:
    Inquietações de Ricardo Gondim, pastor e teólogo, em seu twitter, causam polêmica por seus comentários sobre “o controle de Deus,” na tragédia do terremoto e tsunami no Japão.

    Gondim, escreveu em seu twitter no dia do terremoto e tsunami no país asiático, “O deus que ‘administra’ os eventos, tem propósitos insondáveis e que, pra cumpri-los, deixa tragédias acontecerem, é um demônio.”

    Fonte: http://noticias.gospelmais.com.br/tsunami-japao-ricardo-gondim-deus-controla-17467.html

    Procure se informar sobre o que ele falou sobre o homossexualismo.

    Fique na Paz!
    Pr. Silas Figueira

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  8. Prezado Fábio,
    seus conhecimentos teológicos são profundos demais para que eu possa entendê-los. Depois de estudar teologia e a Bíblia por mais de 30 anos curvo-me à sua sapiencia que por demais elevada para os reles mortais. Gostaria de lhe sugerir que fosse menos agressivo em seus comentários, pois, pelo que me consta nós discutimos idéias e não pessoas. Gostaria de ponderar sobre seus argumentos mas não me sinto capaz para isso. Quanto a citar um texto do Gondim sobre Deus não ser soberano eis ai um recente: "Além do posicionamento a favor da regulamentação de uniões homoafetivas, há outros pontos polêmicos em declarações recentes suas. Uma das críticas que setores evangélicos fazem ao senhor diz respeito à sua opinião sobre a soberania Divina. Eles dizem que o senhor passou a pregar que Deus não é soberano.

    O que acontece é que eu descarto a teologia que se difundiu sobre a soberania de Deus. Por essa teologia, Deus tem o controle absoluto de todas as coisas. E as pessoas não estão dispostas a entender que o corolário desse pensamento, o que dele decorre, é que até o orgasmo, o gozo do pedófilo, ou os horrores de Auschwitz (um dos mais conhecidos campos de concentração nazista) estão na conta de Deus, sob a alegativa de que Ele é soberano. Se as pessoas estão dispostas a entender assim, esse Deus é um monstro, não um Deus de amor. A minha leitura da Bíblia é a partir de Jesus Cristo, que é um Deus de amor, e não de Deus títere, que é responsável por chacinas, atrocidades, limpezas étnicas. A história segue não porque Deus a controla, a história segue porque somos personagens livres e nos comportamos com desobediência à vontade de Deus. É por isso que existem a miséria, os crimes, a exclusão. Porque Sua vontade é contrariada. As pessoas não estão dispostas a lidar com esses conceitos, preferem se amparar na Soberania, que nos rouba a nossa responsabilidade na história".
    Deus o abençoe ricamente.
    Pr. Luiz Fernando

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  9. o ed rene não acredita no teismo aberto(teol. relacional). eu ouvi um seminario dele e ele falou que não acredita e explicou sua posição. pense bem antes de escrver alguma coisa e colocar nomes dos outros. me mostre alguma coisa que ele diz que acredita nisso.

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    1. Marcelo,
      Eu vi o video onde ele está negando a teologia relacional e dizendo no que crê. No entanto, ele negou o que disse anteriormente e o Leonardo escreveu o seu artigo em cima do que ele disse. Mas se ele mudou de ideia em relação a sua teologia, vamos esperar para ver no que ele crerá amanhã...
      Fique na Paz!
      Pr. Silas Figueira

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