Por Rev. Hernandes Dias Lopes
A escola da vida é diferente da escola convencional. Dá
primeiro a prova, depois a lição. Primeiro a dor, depois o aprendizado.
Primeiro, o sofrimento depois o consolo. Como foi que o apóstolo Paulo
enfrentou o sofrimento? Ele experimentou alegria no sofrimento. Alegria
apesar dos problemas; alegria apesar dos difamadores; alegria apesar da
morte. Paulo enfatizou que as coisas espirituais estão acima das
materiais; o futuro é melhor do que o presente; e o eterno é mais
importante do que o temporal. Paulo aprendeu não apenas a sobreviver às
circunstâncias adversas, mas ainda a gloriar-se nelas e sair delas
vitorioso.
Paulo fala das revelações extraordinárias quando foi arrebatado até o
terceiro céu e do espinho na carne (2Co 12.1-9). Há um grande contraste
entre essas duas experiências: Ele foi do paraíso à dor, da glória ao
sofrimento. Experimentou a bênção de Deus no céu e a bofetada de Satanás
na terra. Paulo tinha ido ao céu, mas agora, aprendeu que o céu pode
vir até ele.
Charles Stanley, em seu livro Como lidar com o sofrimento?, comentando o texto supra, ensina-nos algumas lições preciosas:
Em primeiro lugar, há um propósito em cada sofrimento. No preâmbulo
de sua segunda carta aos Coríntios, Paulo diz que o nosso sofrimento e a
nossa consolação são instrumentos usados por Deus para abençoar outras
vidas (2Co 1.3). Na escola da vida, Deus está nos preparando para sermos
consoladores. Paulo rogou ao Senhor três vezes para remover o espinho
de sua carne. Aprendeu, porém, que quando Deus não remove “o espinho”, é
porque tem uma razão. Deus não desperdiça sofrimento na vida de seus
filhos. Sempre há um propósito. O propósito é não nos ensoberbecermos.
Em segundo lugar, é possível que Deus resolva revelar-nos o propósito
de nosso sofrimento. No caso de Paulo, Deus decidiu revelar-lhe a razão
do “espinho” em sua carne: evitar que o apóstolo ficasse orgulhoso.
Quando Paulo orou, não perguntou porque estava sofrendo, apenas pediu a
remoção do sofrimento. Não é raro Deus revelar as razões do sofrimento.
Revelou a Moisés a razão porque não lhe seria permitido entrar na Terra
Prometida. Disse a Josué porque ele e seu exército haviam sido
derrotados em Ai. O nosso sofrimento tem por finalidade nos humilhar,
nos aperfeiçoar, nos burilar e nos usar.
Em terceiro lugar, o sofrimento pode ser um dom de Deus. Temos a
tendência de pensar que o sofrimento é algo que Deus faz contra nós e
não por nós. Jacó disse num momento difícil da vida: “Tendes-me privado
de filhos; José já não existe, Simeão não está aqui, e ides levar a
Benjamim! Todas estas coisas em sobrevêm” (Gn 42.36). Jacó pensou que
Deus estava trabalhando contra ele, quando Deus estava trabalhando por ele. Assim também, o
espinho de Paulo era uma dádiva, porque através desse incômodo, Deus o
protegeu daquilo que ele mais temia – ser desqualificado
espiritualmente. Paulo viu o sofrimento como algo que Deus fez a seu
favor e não contra ele.
Em quarto lugar, a graça de Deus nos é suficiente no sofrimento. A
resposta que Deus deu a Paulo não era a que ele esperava nem a que ele
queria, mas era a que ele precisava. Deus não deu a Paulo o que ele
pediu, deu-lhe algo melhor, melhor que a própria vida, a sua graça. A
graça de Deus é melhor do que a vida. Por ela enfrentamos o sofrimento
vitoriosamente. O que é graça? É a provisão de Deus para cada uma das
nossas necessidades. Se a graça de Deus foi suficiente para um homem que
deixou todas as glórias de seu passado para pregar o evangelho e
plantar igrejas em ambientes hostis, como as províncias da Galácia,
Macedônia, Acaia e Ásia Menor. Se a graça de Deus foi suficiente para um
homem que sofreu naufrágios, prisões, açoites, apedrejamento e o
próprio martírio, tenho plena certeza de que essa mesma graça divina é
mais do que suficiente para qualquer sofrimento que você e eu venhamos a
enfrentar!
Fonte: Palavra da Verdade
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