Por Augustus Nicodemus Lopes
Esse é o pensamento do evangélico
típico de nossos dias.
Quando fui perguntado recentemente
por alguém sobre a maior necessidade da igreja evangélica no Brasil não tive
dúvidas em responder que é o exercício da disciplina bíblica. Sei que existem
igrejas que disciplinam seus membros e líderes e até cometem abusos nisso. Mas
creio que já se tornaram a minoria. Na minha avaliação, a grande maioria das
igrejas de todas as denominações não exerce a disciplina eclesiástica sobre
seus membros e líderes, ou quando o fazem, o fazem de forma equivocada,
arbitrária e sem levar em consideração os ensinamentos das Escrituras sobre o
assunto.
Para mim esse assunto é relevante,
pois a disciplina da Igreja tem como alvo manter a sua pureza e restaurar os
faltosos, e se constitui numa das marcas da verdadeira Igreja de Cristo. Onde
os pecados passam impunes, os faltosos não são repreendidos, corrigidos e
restaurados, onde os líderes cometem pecados públicos claros e não dão conta a
ninguém de seus atos, poderá estar ali a verdadeira Igreja do Senhor, pela qual
ele derramou seu sangue precioso, em busca de um povo puro e santo?
Para mim, tudo começa pela absoluta
falta de dar conta de seus atos que caracteriza líderes e membros das igrejas.
Ninguém se sente devedor a ninguém, senão a Deus – esquecendo que foi o próprio
Deus quem instituiu a disciplina eclesiástica como instrumento do seu desejo de
manter a Igreja pura e restaurar os caídos. Isso é claro especialmente no caso
de líderes que construíram seu império eclesiástico e que não se encontram
debaixo de qualquer pessoa ou grupo que poderia corrigi-los e discipliná-los em
caso de falta. Pecam impunemente em nome do perdão e da tolerância divina.
As próprias igrejas não exercem a
vigilância, o zelo e o cuidado que deveriam para com seus membros faltosos.
Preferem ocultar os pecados cometidos ou exercer algum tipo de restrição que
mal pode ser reconhecida como disciplina. E os membros – não se sentem
obrigados a prestar contas de seus atos às igrejas que freqüentam e portanto,
em caso de serem argüidos de seus pecados e erros, não se sujeitam e não acatam
qualquer medida corretiva e simplesmente mudam-se para outra igreja.
Na minha opinião, é um estado
caótico de coisas, que compromete a imagem dos evangélicos diante do povo, que
toma conhecimento do comportamento irregular de líderes e crentes pela mídia.
Juntamente com a crise de identidade e doutrinária, a falta de disciplina
contribui para o agravamento da situação de UTI em que a igreja evangélica
brasileira se encontra.
Fonte: O Tempora! O Mores!
Nenhum comentário:
Postar um comentário