Por André Sanchez
A Bíblia diz que Jesus Cristo nos deu a verdadeira liberdade. “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou...” (Gl 5. 1). Essa liberdade é diretamente oposta à escravidão que vivíamos quando no pecado. No entanto, temos visto um grande número de crentes fazendo mau uso de sua liberdade. Usam a sua liberdade de forma destrutiva, como uma espada que fere e até mata pessoas.
Isso acontece quando a liberdade que Cristo nos deu é usada fundamentada no egoísmo. Quando consideramos que apenas o que importa é o exercer dos nossos direitos sem importar-se com nada nem ninguém. Deixe-me exemplificar esse tipo de mau uso da liberdade:
Há muito tempo venho vendo pessoas defendendo o uso “social” do álcool (falo aqui do contexto do Brasil). Dizem que a Bíblia proíbe apenas a embriaguez. Até certo ponto isso é verdade (o que fica difícil é saber onde começa a embriaguez). No entanto, a maioria dessas pessoas usam a sua liberdade de forma totalmente egoísta.
Fazem isso quando não analisam a cultura ao seu redor, quando não pensam nos fracos na fé, naqueles que não conhecem a Deus e que associam a bebida à embriaguez e, logo, alguém que bebe com alguém que não é exemplo de bom cristão. Quando não pensam nos [milhares] de alcoólatras que deixaram ou que ainda estão lutando contra a bebida e que precisam de um referencial. Quando não pensam nos mais jovens que podem ter propensão ao uso descontrolado e prejudicial do álcool...
As situações não se limitam ao uso do álcool. Avança além. Poderia citar mais algumas situações como exemplos: (uso de tatuagens, de piercing, a decisão de frequentar determinados lugares, a moda, a música, o uso das redes sociais na Internet etc.).
Paulo enxergava situações como estas de uma forma muito profunda. Via o bom uso da liberdade cristã como algo essencial: “Vede, porém, que esta vossa liberdade não venha, de algum modo, a ser tropeço para os fracos.” (1Co 8. 9). Paulo chega a afirmar que a liberdade o levava até a rejeitar, se necessário, os seus direitos mais dignos e básicos, em prol do bem estar e do crescimento do próximo: “E, por isso, se a comida serve de escândalo a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que não venha a escandalizá-lo.” (1Co 8. 13)
No entanto, infelizmente, uma grande quantidade de crentes egoístas quer mesmo é exercer seus direitos, sua liberdade. Isso é muito triste, pois o nosso maior exemplo de abnegação, Jesus Cristo, não tem sido seguido quando a questão é abnegação, amor pelo próximo. O cristão que não é capaz de abdicar de seus direitos, da sua liberdade em favor do próximo, precisa rever seus conceitos!
Quando for fazer algo em sua vida, avalie sempre a repercussão que isso pode trazer e avalie se vale à pena fazer. Avalie se essa ação resultará em um mau testemunho, mesmo que seja um direito seu. Alguém será impactado negativamente com isso que vou fazer? Poderei afastar da fé pessoas iniciantes, que ainda não tem um sólido fundamento em suas vidas?
Tenho em meu coração uma palavra bastante dura de Jesus, mas que me deixa alerta com relação as minhas atitudes: “Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar. Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo!” (Mt 18. 6-7)
Irmãos, a nossa responsabilidade é grande perante as outras pessoas. Devemos ser luz e não pedras para tropeço! O que vale mais? O seu direito e liberdade ou o amor sacrificial pelo próximo?
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