segunda-feira, 25 de abril de 2011

O Dízimo e os Cristãos


No seu entender, o que a Bíblia ensina a respeito do dízimo no que se refere aos cristãos hoje?

Por R. C. Sproul

Há muitas pessoas que creem que o dízimo não é mais um encargo sobre os crentes porque é um mandamento do Antigo Testamento que não está especificamente repetido no Novo Testamento.

Embora isso fosse parte da lei do pacto de Israel no Antigo Testamento, não creio que tudo que Deus exige de seu povo no Antigo Testamento esteja cancelado se o Novo Testamento silencia a respeito. Eu diria que se o dízimo foi cancelado deveríamos ter um ensino explícito no Novo Testamento afirmando que o dízimo não está mais em vigor. O dízimo era uma responsabilidade central na economia da velha aliança, e teria sido transportado, principalmente quando entendemos que a comunidade da nova aliança foi estabelecida principalmente entre judeus, que continuariam a praticá-lo, a não ser que lhes dissessem que o dizimo não era mais necessário. Eu diria que na ausência de uma palavra de repúdio, o dízimo continua válido no Novo Testamento.

Quando Jesus estava na terra, e a nova aliança ainda não tinha sido estabelecida, ele abençoou os fariseus por seus dízimos. Eles dizimavam a hortelã e o cominho, o que significa que eles dizimavam até as menores coisas. A maioria dos dízimos no Antigo Testamento era paga com bens da agricultura ou do rebanho – era uma sociedade agrária. Mas os fariseus eram tão escrupulosos a respeito de dar os dez por cento a Deus que, se plantavam um pouco de salsa no quintal, eles dizimavam isso também. É como se você achasse dez centavos no chão e fizesse questão de entregar um centavo a Deus. Jesus disse que esses homens eram tão escrupulosos que pagavam até o último centavo, e Jesus os cumprimentou por isso (Lc 11.42).

Quando o Novo Testamento se refere a dar, fala em dar da sua abundância e do espírito de gratidão do seu coração. Sempre que as duas alianças ou pactos são comparados, particularmente no livro de Hebreus, somos ensinados que o Novo Testamento é uma aliança muito mais rica. Os benefícios que recebemos como cristãos, excedem em muitos os benefícios que o povo da velha aliança gozava. Mas também segue-se que as responsabilidades do povo do Novo Testamento também excedem as responsabilidades do povo do Antigo Testamento. Nós estamos numa situação melhor. Eu diria que o dizimo não é um alto padrão fundamental para o super-cristão, mas é o alicerce. É o ponto de partida para uma pessoa que está em Cristo e que compreende alguma coisa dos benefícios que recebe de Deus.

Fonte: Boa Pergunta (São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1999), R. C. Sproul, p. 285-286.

Via – Monergismo.com e: O PRINCIPAL DOS PECADORES

4 comentários:

  1. Se o dízimo é ensinado na Nova Aliança porque não há nenhuma referencia a ele nas cartas paulinas? Principalmente quando Paulo fala sobre situações de ajuda ao próximo? So lemos a respeito de ofertas e doações voluntárias. Ora, se o dízimo visava principalmente ajudar aos necessitados, principalmente orfãos e viúvas porque justamente aqui Paulo nem sequer profere a palavra dízimo. Também no episódio de Atos, sobre Ananias e Safira, que venderam uma propriedade e esconderam parte da quantia apurada e contribuiram (de forma voluntária) mentindo que aquela era toda a quantia apurada com a venda, não é mencionado por Pedro em momento algum a separação do dízimo, ou referencia nem mesmo indireta a este. E em Hebreus na citação sobre dizimos mostra claramente que cessou essa obrigação, e que nem Jesus poderia receber dízimos.

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  2. Graça e paz Gilson.
    Eu concordo com R. C. Spruol a forma como a nova aliaça foi estabelecida e da necessidade de permanecermos fiéis a prática da entrega dos nossos dízimos, mas sei também que alguns pastores fazem do dízimo um patuá, um amuleto... Recentemente eu li um livreto de um determinado pastor que disse que o Senhor o havia revelado porque Jó passou por tudo o que havia passado, segundo esse indivíduo era porque Jó não era dizimista. Isso é a maior safadeza que já li sobre dízimo desses pregadores da prosperidade. Mas não é por causa desses indivíduos que eu deixarei de ser dizimista. Aliás eu tenho um enorme prazer em ser ofertante e dizimista.
    Fique na Paz!
    Pr. Silas Figueir

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  3. Sem ofensa, mas de forma genérica e no bom português: tô pra ver um pastor dizer que o dízimo cessou.

    Eu até compreendo o posicionamento e não ataco. Mas, pessoalmente, essa questão pra mim está definida. Sou membro de uma igreja com mais de mil membros. Meu dízimo não fará tanta falta, razão pela qual, prefiro contribuir diretamente para missões, mais até que os 10%.

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  4. Graça e paz Chaves.
    Eu pessoalmente também não conheço nenhum pastor que diga que os dízimos não são mais para os dias de hoje, mas pode ser que exista (rs).
    Eu sou pastor há muito tempo e em nossa igreja os dízimos são para a manutenção do templo em todas as áreas, principalmente na obra missionária. O problema maior é que tem pastor fazendo do dízimo um patuá que irá livrar os dizimistas de todos os males existentes, e isso é uma grande mentira (leia meu comentário acima).
    Outra coisa, eu não só ensino em minha igreja sobre o dízimo como também sou dizimista.
    Fique na Paz e obrigado pelo comentário.
    Pr. Silas Figueira

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