Por Leonardo J. N. Félix
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”.
2 Timóteo 2:15.
Cresce juntamente com as igrejas as exigências feitas aos Pastores. Hoje, um Pastor não pode ser mais um homem dedicado ao Estudo da Palavra apenas, ele precisa ser um administrador, psicólogo, engenheiro, etc. O ministério pastoral se tornou atualmente um amalgama de funções. Por esse motivo, acredito, a palavra de Deus tem sido pregada de modo tão superficial. Gostaria de repetir aqui um relato de uma das minhas ovelhas acerca de uma pregação que ouviu. Segundo ele, certo líder ao pregar sobre a ressurreição do filho da viúva de Naim (Lucas, 7:11-17), proclamou aos brados que Jesus era um músico por excelência. Sem entender muito bem de onde aquele irmão havia tirado aquela informação ficou confuso. Daí então, ele observou mais detalhadamente a mensagem e percebeu que o pregador estava se referindo ao “esquife”, que segundo o Aurélio é um “caixão”, com sendo um instrumento de sopro. Naquele momento ele não se conteve diante de tamanha aberração hermenêutica.
O que mais me chama a atenção nesse triste episódio é que “n” fatores estão a pressionar os líderes a pregarem cada vez mais de modo negligente. Gostaria de apontar alguns: primeiramente, vejo fatores internos aos líderes. São Pastores formados sem a real convicção do seu chamado. É inconcebível um pastor que não goste de ler e estudar. Todavia, encontramos colegas que não se deleitam em seus estudos Bíblicos. Quando sobem ao púlpito estão mais informados acerca do noticiário da tarde do que do texto do sermão. Isso é o mesmo que não hora do jantar oferecer pipoca. A Bíblia é o alimento da igreja. Daí vermos muitos crentes famintos de ouvirem a voz de Deus. Encontramos dentro das igrejas pessoas que não sabem discernir entre a voz de Deus e a voz do seu coração. São carnais, pois nunca ouviram falar do que significar estar cheio do Espírito Santo. A não ser, nos casos onde as línguas são tidas como sinônimo dessa graça, todavia, depois desse movimento pouco de Cristo se ver na vida dessas esqueléticas ovelhas. Muitas igrejas têm padecido pela negligência dos seus pastores à Palavra de Deus. Segundo uma pesquisa feita pelo atual editor e jornalista da Abba Press & Sociedade Bíblica Ibero-Americana Oswaldo Paião, 50% dos pastores nunca leu a Bíblia completa (http://noticias.gospelmais.com.br/ler-a-biblia-toda.html). Uma vergonha para aqueles que têm como instrumento do seu ministério a Bíblia.
Outro fator que tem pressionado o ministério pastoral são as expectativas que a maioria das igrejas nutre do seu Pastor. Muitos irmãos ainda nutrem um pensamento católico de que o Pastor é o intermediário entre Deus e ele. Se pedirmos a alguém para orar a favor da vida deles, logo acham que a oração não é tão poderosa para se concretizar. Quantas são as vezes que somos chamados a interceder por alguém por que aquela pessoa acha que só a oração do líder é que chega diante de Deus. As conseqüências disso são as chamadas constantes que nos fazem perder a prioridade na palavra. Nossas igrejas precisam estar conscientes do que significa o sacerdócio universal dos crentes, ou seja, todos nós que somos igreja somos sacerdotes diante de Deus. A oração do irmão não é mais poderosa, ou chega mais rápido a Deus do que a de qualquer outro irmão, inclusive a do Pastor (cf. 1 Pedro, 2:9). Creio que se assim ensinarmos às nossas ovelhas teremos um pouco mais de tempo para os nossos estudos.
O ministério do Pastor, especialmente na sua função como pregador da Palavra, precisa ser priorizada em nossas igrejas. Enquanto eles não prepararem o alimento sólido para suas ovelhas, teremos igrejas alegres pelo tocar das trombetas nas liturgias, pelas rosas, pelos mantos, e pelo sal ou por todo tipo de bugiganga, menos pela palavra de Deus. Deus nos faça refletir acerca do nosso ministério.
SOLA SCRIPTURA!
Fonte: Crítica Sagrada Via: 2Timóteo 3.16
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