Por Rev. hernandes Dias Lopes
Em um tempo não muito distante, quando uma jovem se candidatava para se casar com um pastor, isso era como um passaporte para um casamento feliz. Hoje, casar-se com um pastor é um contrato de risco. Há muitos pastores que são um fenômeno no púlpito, mas têm um desempenho pífio dentro de casa. São amáveis com as ovelhas e truculentos com a esposa. Há muitos pastores em crise no casamento. Há muitos filhos de pastor revoltados e até decepcionados com a igreja.
Em um tempo não muito distante, quando uma jovem se candidatava para se casar com um pastor, isso era como um passaporte para um casamento feliz. Hoje, casar-se com um pastor é um contrato de risco. Há muitos pastores que são um fenômeno no púlpito, mas têm um desempenho pífio dentro de casa. São amáveis com as ovelhas e truculentos com a esposa. Há muitos pastores em crise no casamento. Há muitos filhos de pastor revoltados e até decepcionados com a igreja.
Estou convencido de que a crise moral que assola a nação respinga na igreja e reflete a crise moral também presente no ministério. Uma pesquisa feita recentemente no Brasil apontou os políticos, a policia e os pastores como as três classes mais desacreditadas do Brasil. Estamos vivendo uma inversão de valores. Estamos vivendo uma crise de integridade. Aqueles que deveriam ser os guardiões da ética tropeçam nela. Aqueles que deveriam ser o paradigma de uma vida ilibada estão se imiscuindo em vergonhoso escândalo.
Minha percepção é que os pastores estão sob sérios perigos e quero a seguir destacar alguns:
HÁ PASTORES NÃO CONVERTIDOS NO MINISTÉRIO
É doloroso que alguns daqueles que se levantam para pregar o evangelho aos outros não tenham sido ainda alcançados por esse mesmo evangelho. Há quem pregue arrependimento sem jamais tê-lo experimentado. Há quem conduza os perdidos à salvação e ainda está perdido (Mt 7.21-23).
HÁ PASTORES NÃO VOCACIONADOS NO MINISTÉRIO
O sentido da vocação é um dos sentidos superiores do homem. É o sentido que leva a realizar com desinteresse e denodo as maiores empresas. Nos momentos sombrios, proporciona-lhe luz; nos transes difíceis, incute-lhe novo ânimo.
Há muitos pastores que jamais foram chamados por Deus para o ministério. Eles são voluntários, mas não vocacionados. Entraram pelos portais do ministério por influências externas, e não por um chamado interno e eficaz do Espírito Santo. Foram motivados pela sedução do status ministerial ou foram movidos pelo glamour da liderança pastoral, mas jamais foram separados por Deus para esse mister.
HÁ PASTORES PREGUIÇOSOS NO MINISTÉRIO
É lamentável que haja aqueles que abraçam a mais sublime das vocações e sejam relaxados no exercício. É lamentável que haja pastores que têm as mãos frouxas na mais importante e urgente das tarefas. É incompreensível que alguns que exerçam um trabalho que os anjos gostariam de fazer sejam remissos e lerdos na obra.
Paulo diz que aqueles que aspiram ao episcopado, excelente obra almejam (1Tm 3.1).
Há pastores que dormem muito, trabalham pouco e querem todas as recompensas. Estão atrás do bônus, mas não querem o ônus. Querem os lauréis, jamais a fadiga. Querem as vantagens, jamais os sacrifício. É triste perceber que muitos pastores não suam a camisa, não arregaçam as mangas, não trabalham a ponto da exaustão. São obreiro relaxados, pastores de si mesmos, que apascentam a si mesmos, em vez de pastorear o rebanho.
HÁ PASTORES GANANCIOSOS NO MINISTÉRIO
Há pastores que estão mais interessados no dinheiro das ovelhas do que na salvação delas. Há pastores que negociam o ministério, mercadejam a palavra e transformam a igreja em um negócio lucrativo. Há pastores que organizam igrejas como uma empresa particular, onde prevalece o nepotismo. Transformam o púlpito em balcão, o evangelho em um produto, o templo em uma praça de negócios, e os crentes em consumidores. São obreiros fraudulentos, gananciosos, avarentos e enganadores. São amantes do dinheiro e estão embriagados pela sedução da riqueza.
HÁ PASTORES INSTÁVEIS EMOCIONALMENTE NO MINISTÉRIO
Há pastores doentes emocionalmente no exercício do pastorado. Deveriam estar sendo pastoreados, mas estão pastoreando. Deveriam ser cuidados, mas estão cuidando dos outros. Deveriam estar sendo tratados emocionalmente, mas estão orientando outros.
As igrejas precisam ser mais criteriosas no envio de candidatos aos seminários.
HÁ PASTORES COM MEDO DE FRACASSAR NO MINISTÉRIO
O medo é mais que um sentimento, é um espírito. Paulo escreve a Timóteo, dizendo que Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação (2Tm 1.7).
Há pastore com medo de fracassar no púlpito, no aconselhamento e na administração. Há pastores com medo de relacionar-se com sua liderança e com medo da opinião do povo. Há pastores que agem como jabuti, pois se encolhem debaixo de uma casca grossa, pensando que essa falsa blindagem os protegerá de decepções.
O fracasso só é fracasso quando você não aprende com ele. O fracasso precisa ser pedagogo, e não cativeiro. O fracasso não dura para sempre. Quando Deus é o parceiro de seus sonhos, ouse sonhar grande e até correr riscos.
HÁ PASTORES CONFUSOS TEOLOGICAMENTE NO MINISTÉRIO
A igreja evangélica brasileira vive um fenômeno estranho. Estamos crescendo explosivamente, mas ao mesmo tempo estamos perdendo vergonhosamente a identidade de evangélicos. O que na verdade está crescendo em nosso país não é o evangelho, mas outro evangelho, um evangelho híbrido, sincrético e místico. Vemos prosperar nessa terra uma igreja que se diz evangélica, mas que não tem evangelho. Prega sobre prosperidade, e não sobre salvação. Fala de tesouros na terra, e não de tesouros no céu.
Nessa babel de novidades no mercado da fé, identificamos alguns tipos de pastores:
Primeiro, há pastores que são mentores de novidades.
São pastores marqueteiros. Quando um pastor entra por esse caminho, precisa ter muita criatividade, pois uma novidade é atraente por algum tempo, mas logo perde seu impacto. Aí é preciso inventar outra novidade. É como chiclete. No começo você mastiga, ele é doce, mas depois você começa a mastigar borracha.
Segundo, há pastores que são massa de manobra.
São pastores sem rebanho que estão a serviço de causas particulares de obreiros fraudulentos.
Terceiro, há pastores que deliberadamente abandonaram a sã doutrina.
Muitos pastores inexperientes, discipulados por esses mestres do engano, abandonam o caminho da verdade e se capitulam à heresia. É importante afirmar que o liberalismo é um veneno mortífero. Aonde ele chega, mata a igreja. Há muitas igrejas mortas na Europa, na América do Norte e, agora, há igrejas que estão flertando com esse instrumento de morte também no Brasil. Não temos nenhum registro de um liberal que tenha edificado uma igreja saudável. Não temos nenhum registro de um liberal que tenha sido instrumento de Deus para um grande reavivamento espiritual.
Quando, uma igreja chega ao ponto de abandonar sua confiança na inerrância e suficiência da Escrituras, se destino é caminhar rapidamente para a destruição.
HÁ PASTORES DESPÓTICOS NO MINISTÉRIO
Há pastores que governam o povo com rigor desmesurado. Agem com truculência e despotismo com as ovelhas de Deus. Dominam o povo com autoritarismo. Tripudiam sobre aqueles que questionam o seu modelo.
HÁ PASTORES SENDO VÍTIMAS DE DESPOTISMO NO MINISTÉRIO
Há pastores que são reféns de líderes e manipuladores. Esses líderes alimentam a síndrome de donos da igreja. Esses pseudolíderes tratam o pastor como se ele fosse um empregado que devesse estar debaixo do jugo deles.
HÁ PASTORES ILUDIDOS NO MINISTÉRIO
O ministério não é um mar de rosas, mas um campo de lutas renhidas. Quem entra no ministério precisa estar consciente de que há oposição de fora e pressão por dentro. Há batalhas externas e internas. Há conflitos suscitados pelo inimigo, e guerras travadas pelos irmãos.
Ser pastor é a arte de engolir sapos e vomitar diamantes. Ser pastor é estar disposto a investir a vida na vida dos outros sem receber o devido reconhecimento. Charles Spurgeon dizia para os seus alunos: “Filhos, se a rainha da Inglaterra vos convidar para serdes embaixadores em qualquer lugar do mundo, não vos rebaixeis de posto, deixando de serdes embaixadores do céu”. Hoje, vemos muitos pastores deixando o ministério para serem vereadores, deputados ou senadores da República. Trocam o seu direito de primogenitura por um prato de lentilha.
HÁ PASTORES COM O CASAMENTO DESTRUIDO NO MINISTÉRIO
Há pastores que vivem de aparência. Pregam sobre casamento, mas estão com o matrimônio destruído. Aconselham casais, mas não aplicam os mesmos princípios ao seu próprio relacionamento conjugal. Há pastores que pregam uma coisa e praticam outra. São amáveis com os outros e amargos com a esposa. São tolerantes com as ovelhas e implacáveis com os filhos. Há pastores que são anjos no púlpito e demônios dentro do lar. Se o pastor não é benção dentro da sua casa, será um fracasso em público.
HÁ PASTORES DESCONTROLADOS FINANCEIRAMENTE NO MINISTÉRIO
O que autentica o trabalho do pastor no púlpito, no gabinete pastoral e nas demais áreas do ministério é sua integridade moral, sua piedade pessoal e sua responsabilidade administrativa. O ministro precisa ser um homem irrepreensível. Sua reputação precisa ser imaculada. Ele precisa ter bom testemunho dos de fora (1Tm 3.7).
O pastor não pode ser um homem envolvido com dívidas, enrolado financeiramente, irresponsável com os seus compromissos financeiros. Ele não pode viver de aparências. Não pode querer ostentar um padrão de vida acima de suas condições financeiras.
Há muitos pastores que perderam a credibilidade no pastorado pela inabilidade de gerenciar suas finanças. Há pastores sem crédito na praça. Há pastores que pegam emprestado e não pagam. Há pastores que são infiéis na administração financeira, começando com a retenção do dízimo de Deus. Quando um pastor sonega o dízimo de Deus, perde a autoridade para ensinar o povo sobre fidelidade.
HÁ PASTORES QUE PECAM NO MINISTÉRIO
Um ministro infiel é pior do que um incrédulo. Charles Spurgeon dizia que um ministro sem piedade é o maior agente do diabo em uma igreja.
Os pecados do pastor são mais graves, mais hipócritas e mais devastadores do que o pecado das demais pessoas. Mais graves, porque o pastor peca com maior conhecimento; mais hipócritas, porque o pastor denuncia o pecado em público e pratica em secreto; e mais devastadores, porque, quando o pastor peca, mais pessoas ficam escandalizadas.
É tempo da a igreja orar pelos pastores! É tempo de os pastores botarem a boca no pó e clamarem a Deus por uma visitação do céu e um tempo de restauração.
Resumo do primeiro capítulo do livro do Rev. Hernandes Dias Lopes, "De: Pastor A: Pastor", ed. HAGNOS.
otimo resumo
ResponderExcluirporque o senhor não diz que há pastores fracassados no casamento porque simplesmente tem uma esposa tola que odeia a mulher de proverbios 31.
ResponderExcluirPr. Wagner se a sua esposa não se enquadra em proverbios 31 eu sinto muito pela má escolha. No entanto, a minha se enquadra graças a Deus. Mas não há nada que Deus não possa mudar. Principalmente quando o pastor é uma pessoa chamada por Deus.
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