sexta-feira, 10 de abril de 2009

JESUS MORREU E RESSUSCITOU (Lc 24.1-7)


1- Mas, no primeiro dia da semana, alta madrugada, foram elas ao túmulo, levando os aromas que haviam preparado.
2- E encontraram a pedra removida do sepulcro;
3- mas, ao entrarem, não acharam o corpo do Senhor Jesus.
4- Aconteceu que, perplexas a esse respeito, apareceram-lhes dois varões com vestes resplandecentes.
5- Estando elas possuídas de temor, baixando os olhos para o chão, eles lhes falaram: Por que buscais entre os mortos ao que vive?
6- Ele não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como vos preveniu, estando ainda na Galiléia,
7- quando disse: Importa que o Filho do homem seja entregue nas mãos de pecadores, e seja crucificado, e ressuscite no terceiro dia.

As horas que antecederam a morte de Jesus foram momentos de grande sofrimento para Ele. Lucas registrou que Jesus foi para o Getsêmani com os seus discípulos, e ali Ele foi orar, pois estava em grande agonia, ao ponto de seu suor tornar-se como gotas de sangue (Lc 22.41-44).

Na medicina, esse ocorrido é chamado de hermatidrose. Não é comum, mas está ligada ao alto grau de estresse psicológico. Jesus estava sofrendo de uma ansiedade extrema, isso ocasiona a liberação de produtos químicos que rompem os vasos capilares nas glândulas sudoríparas. Em conseqüência, essas glândulas sangram um pouco, e o suor brota misturado com sangue. Não é uma quantidade grande de sangue, é uma quantidade bem pequena. Devido a esse fato, a pele fica muito frágil, de modo que, quando Jesus foi açoitado pelo saldado romano, no dia seguinte, sua pele estava muito sensível.

Preste atenção como era o açoitamento romano para que você tenha a idéia de como sofreu o nosso Senhor.

Os açoitamentos romanos eram famosos por serem terrivelmente brutais. O comum é que consistissem em 39 chibatadas, mas com freqüência esse número era ultrapassado, dependendo do humor do soldado que as aplicava. O soldado usava um chicote de tiras de couro trançadas, com bolinhas de metal amarradas. Quando o açoite atingia a carne, essas bolinhas causavam hematomas ou contusões profundas, que se abriam nas chicotadas seguintes. Havia também, presos ao açoite, pedaços afiados de ossos, que cortavam a carne profundamente. As costas ficavam tão maltratadas que, às vezes, os cortes profundos chegavam a deixar a espinha exposta. As chicotadas cobriam toda a extensão do dorso, desde a nuca até as pernas. Era terrível.

Um médico, que estudou os castigos infligidos pelos romanos, disse: “À medida que o açoitamento continuava, as lacerações atingiam os músculos inferiores que seguravam o esqueleto, deixando penduradas tiras de carne ensangüentada”. O historiador Eusébio do Século 3 descreveu um açoitamento nestes termos: “As veias do sofredor ficavam abertas, e os músculos, tendões e órgãos internos da vítima ficavam expostos.” Era muito comum a morte da vítima antes de chegar a ser crucificada. No mínimo, a vítima sofria dores terríveis e entrava em choque hipovolêmico.

Hipo significa “baixo”, vol refere-se a “volume” e êmico significa “sangue”; portanto, hipovolêmico quer dizer que a pessoa está sofrendo os efeitos de perder grande quantidade de sangue. Isso ocasiona quatro coisas. Em primeiro lugar, o coração se esforça para bombear mais sangue, mas não tem de onde; em segundo lugar, a pressão sangüínea cai, causando desmaio ou colapso; em terceiro lugar, os rins param de produzir urina, para conservar o volume de sangue que sobrou; e em quarto lugar a pessoa fica com muita sede, pois o corpo pede por líquido para repor o sangue que perdeu.

Por aí nós temos uma idéia de como foi o sofrimento de Jesus antes de chegar à cruz. Vamos ter agora uma idéia de como foi a agonia da cruz.

Quando Jesus chegou ao Calvário, provavelmente Ele deve ter sido deitado de costas, para que as suas mãos pudessem ser pregadas em posição estendida na viga horizontal. Essa viga era chamada patibulum, até então separada da viga vertical, que estava fixada no chão de modo permanente. Os romanos para fixar a vítima na cruz usavam pregos grandes, com cerca de 15 centímetros, bem afiados. Com eles, atravessavam os pulsos. Não eram presos na palma da mão, pois se fossem presos na palma da mão, o peso do corpo a rasgaria e Jesus teria caído da cruz. Por isso, perfuravam os pulsos, que eram considerados parte da mão, na linguagem da época. O prego atravessava o lugar por onde passa o nervo central, que é o maior nervo que vai até a mão, e era, assim, esmagado pelo prego. Esse nervo se chama ulna, é aquele que a gente sente choque quando bate o cotovelo. Agora imagine esse nervo sendo esmagado, se com uma batida de leve já dói. Foi uma dor alucinante que Jesus experimentou. A dor era totalmente insuportável, na verdade não há como descrevê-la. Foi necessário inventar uma nova palavra: dor excruciante, que significa literalmente “da cruz”. Foi necessário criar uma nova palavra, porque não havia nenhuma na língua que pudesse descrever a angústia terrível provocada pela crucificação. Depois de ter as mãos pregadas na viga transversal, Jesus foi erguido para que essa pudesse ser colocada sobre a viga vertical, e seus pés foram esmagados, e a dor era semelhante à das mãos. Observe o que esta posição causa no corpo: em primeiro lugar, os braços ficam imediatamente esticados, os ombros saem do lugar, as juntas se distendem 15 centímetros. Isso cumpriu a profecia do Antigo Testamento, o Salmo 22.14 “todos os meus ossos se desconjuntaram”.

Uma vez que a pessoa está pendurada em posição vertical, a crucificação é, em essência, uma lenta agonia até a morte por asfixia. A razão para isso é que tensão dos músculos e do diafragma deixa o peito na posição de inalar. Para exalar, a pessoa tem de firmar-se sobre os pés, para aliviar um pouco a tensão dos músculos. Ao fazer isso, o prego rasga o pé, até se prender contra os ossos do tarso. Depois de conseguir exalar, a pessoa pode relaxar e inalar novamente. Depois tem de empurrar-se novamente para cima, para exalar, esfregando as suas costas esfoladas contra a madeira áspera da cruz. Isso se repete até que a exaustão total toma conta, e a pessoa não consegue mais se erguer para respirar. Ao diminuir a respiração, ela entra no que é chamada acidose respiratória: o dióxido de carbono no sangue é dissolvido em ácido carbônico, fazendo a acidez do sangue aumentar. Isso faz o coração bater de modo irregular. Quando seu coração começou a bater irregularmente, Jesus deve ter entendido que estava chegando a hora da morte, e disse: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. Depois morreu de ataque cardíaco.

Um pouco antes de morrer, o choque hipovolêmico deve ter feito o coração bater rapidamente por algum tempo, o que teria contribuído para fazê-lo falhar, resultando no acúmulo de líquido na membrana em torno do coração, chamado efusão pericardial, bem como em torno dos pulmões, chamado efusão pleural. Por isso, quando o soldado enfiou a lança do lado de Jesus, ela atravessou o pulmão e o coração, e, quando foi tirada, saiu um líquido, como água, e é seguida de um grande volume de sangue, como João, testemunha ocular, descreveu em seu evangelho (Jo 19.32-34).

Todo esse sofrimento de Jesus é realmente muito chocante, mas não se comparara ao sofrimento maior que foi o abandono que Ele sofreu do Pai enquanto estava ali pendurado na cruz, pois Ele estava carregando sobre si o pecado de toda a humanidade. A agonia física era terrível, mas pior era o período de separação espiritual de Deus. Jesus sofreu essa separação para que nós nunca precisássemos experimentá-la. o falhar, resultando no acr rapidamente por algum tempo, o que teria contribuido

MILAGRE NA MINA

Em janeiro de 2006, ocorreu uma explosão em uma mina de carvão no Estado de Virgínia Ocidental nos Estados Unidos. Essa explosão foi no dia 12 de janeiro pela manhã, a oitenta metros da superfície e cerca de três quilômetros da entrada da mina. Dos dezenove mineiros que lá estavam apenas seis conseguiram escapar. Os outros treze ficaram presos. No terceiro dia do acidente, os familiares dos mineiros pararam de chorar e de sofrer com a notícia de que eles haviam sido resgatados vivos.

Como não poderia deixar de acontecer, jornais matutinos estamparam manchetes alegres. Uma delas anunciava: “VIVOS!” Outra era mais eufórica e religiosa: “MILAGRE NA MINA!” Três horas depois, veio o desmentido, apenas Ronald McCloy, de 27 anos, havia sobrevivido ao acidente. Os outros doze mineiros estavam mortos.

Imagine se a notícia da ressurreição de Jesus no terceiro dia após a sua morte fosse um equívoco? Não haveria decepção maior e as conseqüências seriam funestas. Ou melhor, o cristianismo já teria desaparecido por completo da face da Terra, ou não passaria de mais uma religião sem pé nem cabeça como muitas que existem hoje. Mas, veja o que disse o apóstolo Paulo em 1Co 15.12-14, 17 a respeito da ressurreição de Jesus:

“Ora, se é corrente pregar-se que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como, pois, afirmam alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, então, Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé... E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados”.


Naqueles dias, alguns negavam a ressurreição corpórea de Cristo. Respondendo a essa heresia, Paulo declara que se Cristo não ressuscitou, não há perdão, nem livramento do pecado. Ficando claro que os que negam a realidade objetiva da ressurreição de Cristo, estão negando totalmente a fé cristã. São falsas testemunhas que falam contra Deus e a Sua Palavra. Sua fé não tem valor, e, portanto, não são cristãos autênticos.

No entanto, até hoje, passados mais de dois mil anos, a ressurreição de Jesus permanece intocável. Todos os dias, turistas vão ao jardim que era de José de Arimatéia, encontram o túmulo, onde estava Jesus, vazio e lêem a pequena placa escrita: “Ele não está aqui”. Aleluia!

Com a notícia da ressurreição de Jesus, Maria parou de chorar. Oposto a correção da notícia equivocada, os familiares dos doze mineiros de Tallmansville caíram em prantos novamente. Já que Jesus ressuscitou dentre os mortos podemos falar como Jó: “Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19.25).

Jesus ressuscitou para nos dar a certeza de que a morte do crente não é o fim, pois a Sua ressurreição é a nossa vitória sobre a morte também.

Quando as mulheres foram ao túmulo de Jesus com a pretensão de ungi-lo encontraram a pedra removida, pois o Senhor da vida não estava mais lá. Havia vencido a morte. Como Ele mesmo falou a João na ilha de Patmos: “Não temas; eu sou o primeiro e o último e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho a chave da morte e do inferno” (Ap 1.17b-18). E para provar aos seus discípulos que Ele tinha o poder sobre a morte, Ele ressuscitou algumas pessoas durante o Seu ministério. Os evangelhos registram apenas três ressurreições, a saber:

A filha de Jairo (Mc 5.21-23, 35-43), o filho da viúva da cidade de Naim (Lc 7.11-17) e a de Lázaro (Jo 11.1-46). A filha de Jairo acabara de morrer, o filho da viúva de Naim estava morto havia vinte e quatro horas e Lázaro estava morto há quatro dias. Os três estavam mortos, o que diferenciava uns dos outros era o grau de decomposição. No entanto, Jesus ressuscitou todos os três. E para provar que Ele tinha poder sobre a morte, ao terceiro dia após sua morte na cruz, Ele também ressuscitou. Com uma pequena diferença que faz toda diferença, a filha de Jairo, o filho da viúva de Naim e Lázaro tornaram a morrer, Jesus está vivo pelos séculos dos séculos. Aleluia!

Pr Silas Figuiera

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