Por Renato Vargens
Volta e meia eu recebo emails, scraps, facebooks e twitters de irmãos, membros de igrejas históricas afirmando que suas igrejas saíram do marasmo espiritual e que pela graça de Deus estão vivenciando um grande e significativo avivamento. Segundo estes, os sinais que confirmam o derramamento do Espírito Santo são sobrenaturais, como louvor profético, revelações, quebra de maldições hereditárias, libertação de espíritos territoriais, dentes de ouro, enriquecimento pessoal e muito mais.
Sei da história de gente que por acreditar que estava debaixo de um grande e genuíno avivamento judaizou a fé, instituiu levitas, ordenou apóstolos, derramou de um helicóptero óleo ungido em uma favela do Rio de Janeiro, fez voto de nazireu raspando a cabeça, enterrou Bíblias nos extremos do Brasil, determinou o fim do pecado através de decretos espirituais, criou novas doutrinas fundamentadas em experiências místicas e muito mais.
Há pouco fui pregar numa igreja histórica que por razões diversas manifestou em sua liturgia todo tipo de confusão teológica. Se não bastasse a ênfase judaizante do culto, percebi também que a igreja em questão havia relativizado as Escrituras em detrimento a paganização da fé. Nesta perspectiva, os intercessores tiveram suas mãos ungidas pelo pastor para que pudessem repreender qualquer espírito maligno que porventura se manifestasse naquele lugar. Para piorar a situação, as canções entoadas pelo ministério de música eram extremamente confusas, cujas letras eram sofríveis, burrificadas e desprovidas de saúde teológica.
Em uma outra e famosa igreja histórica ao chegar ao templo deparei-me com o cartaz que dizia: "Venha participar da corrente das portas abertas! Ore conosco por sete semanas e experimente milagres em sua vida cristã". Numa terceira igreja, o pastor orgulhosamente afirmou: Extingui o conselho da minha igreja! Agora sou livre para ouvir as orientações de Deus e conduzir a minha comunidade segunda a vontade do Espírito Santo! Pois é, nesta perspectiva, o culto desta igreja, tornou-se mistico e irracional onde gritarias histéricas se transformaram na marca principal de uma igreja que abandonou nas prateleiras do gabinete pastoral as Sagradas Escrituras.
Falando em pastor, não são poucos os pastores de igrejas históricas que piraram de vez! Há pouco soube de um que abandonou as Escrituras em virtude da psicologia e que acredita que a psicanalise é a melhor maneira de ajudar o membro de sua igreja a superar os dilemas da vida. Soube de outro que preferiu dar ouvidos aos ensinos maniqueístas instituindo cultos de batalha espiritual onde demônios recebem nomes e a cidade é mapeada, isto sem falar naqueles que andam de congresso em congresso buscando revelações escalafobéticas para fazerem as suas igrejas crescerem.
Caro leitor, diante disto ouso afirmar que um número incontável de igrejas históricas se perderam no meio do caminho. Lamentavelmente boa parte destas que deveriam ser proclamadoras das verdades bíblicas abraçaram o neopentecostalismo, jogando na lata do lixo doutrinas fundamentais e indispensáveis a fé cristã.
A conseqûencia direta disto é a proliferação de heresias cuja disseminação tem produzido a apostasia e o esfriamento espiritual de um número incontável de pessoas que dia após a dia se distanciam das Sagradas Escrituras.
Pois é, diante do quadro pintado pelos artistas da apostasia neopentecostal, como também pelos pintores da teologia liberal, sou tomado pela convicção deas igrejas históricas mais do que nunca precisam priorizar as Escrituras, abandonando ao relento ensinos e doutrinas antagônicos a Palavra de Deus.
Isto posto me sirvo das palavras do Principe dos Pregadores, Charles Haddon Spurgeon que costumava dizer: "Eu quero um avivamento das antigas doutrinas. Não conhecemos uma doutrina bíblica que, no presente, não tenha sido cuidadosamente prejudicada por aqueles que deveriam defendê-la. Há muitas doutrinas preciosas às nossas almas que têm sido negadas por aqueles cujo ofício é proclamá-las. Para mim é evidente que necessitamos de um avivamento da antiga pregação do evangelho, tal como a de Whitefield e de Wesley. As Escrituras têm de se tornar o infalível alicerce de todo o ensino da igreja; a queda, a redenção e a regeneração dos homens precisam ser apresentadas em termos inconfundíveis."
Caro amigo, se a igreja deseja vivenciar um avivamento em terras tupiniquins mais do que nunca necessita regressar à Palavra de Deus, fazendo dela sua única regra de fé, prática e comportamento, até porque, somente assim conseguirá corrigir as distorções evangélicas que tanto nos tem feito ruborizar.
Soli Deo Gloria,
Renato Vargens
Fonte: Blog do autor Via: INTERNAUTAS CRISTÃOS
Muito bom o tema.
ResponderExcluirRealmente existem coisas que é difícil de engolir.
E para confundir mais ainda existem os milagres verdadeiros que acontecem no meio destas instituições; que são movidos pela fé verdadeira dos que recebem ou simplesmente pela graça de DEUS.
As vezes penso; penso e acho melhor nao pensar, rs,rs porque dá uma confusão danada. Imagino quem não tem conhecimento é movido pelos programas de TV?
Complica; e a cada dia surgem mais "igrejas"; "templos"; toda sorte de seitas .
Certo mesmo que estas coisas são previstas nos últimos tempos e a mim só resta orar para que eu não caia na ignorância de amanhã fazer parte deste meio - e continuar trabalhando com amor para as pessoas levando assim particulas da palavra a muitos independente de Credo.
No prático mesmo aprendi que ser uma aprendiz de Jesus é como cuidar do jardim; sempre alguma semente germina; mesmo que seja no meio da sujeira e aos poucos vou abrindo caminho até que suas flores apareçam.
PAZ!
Graça e paz Bella.
ResponderExcluirMuitas igrejas para fazer número estão deixando a sã doutrina e se rendendo aos modismos do neopentecostalismo. Que o Senhor nos livre de tais tentações.
Fique na Paz!
Pr. Silas Figueira