Por Isaltino Gomes Coelho Filho
Quando Samuel Morse inventou o telégrafo, há mais de um século,
comentou: “Como Deus deve ter ficado perturbado!”. Hoje, o telégrafo é
vencido pelo fax, pelo e-mail e outros. Se Morse fosse vivo, como
ficaria perturbado! Sua invenção, que ele julgava tão fantástica, é
nula, e Deus segue imperturbável. E o cristianismo cresce, mais que em
qualquer época.
Um beatle disse certa vez que eram mais famosos que Jesus e que o cristianismo desapareceria. Há uns dez anos, mencionei os Beatles a um adolescente. Ele me perguntou: “Quem?”.
Morse e os Beatles se foram. Deus e Jesus continuam.
Na obra Quem precisa de Deus?,
o rabino Kushner ressalta a singularidade do cristianismo. As demais
religiões, diz ele, vêm da mesma situação: havia uma comunidade que
desenvolveu ideias para entender e sacralizar o mundo. Elas surgiram
como esforço das sociedades em explicar o mundo. Mas diz ele: “O
cristianismo é a mais notável exceção a esta regra: a ideia existia
antes da comunidade, e as pessoas tornavam-se cristãs, aceitando-a,
razão pela qual as afirmações sobre Deus ficam mais em evidência no
cristianismo do que na maior parte das religiões”. Este é o testemunho
de um judeu.
Para o rabino, no cristianismo havia uma Pessoa, antes dos fiéis. Eles
não criaram a sua fé, mas a Pessoa os ajuntou em uma comunidade. Jesus
disse isto: “Quando eu for levantado da terra, todos atrairei a mim” (Jo
12.32). Nossa fé se centra numa pessoa, Jesus de Nazaré, que dividiu o
mundo em antes e depois de si. Os Beatles e Morse não fizeram isso. Só sessentões e saudosistas se lembram dos Beatles. Não sei se ainda usam o código Morse. Mas Morse e os Beatles morreram
e o mundo continuou o mesmo. Quando Jesus morreu, nunca mais o mundo
foi o mesmo. Ele é Único. Os outros não lhe chegam aos pés. É covardia
comparar-lhe qualquer um.
Num tempo de tecnologia e de culto à ciência, a fé em Jesus e crença na
Bíblia são zombadas. Ateus e céticos se julgam intelectuais e desdenham
da fé, dizendo-a tolice, e veem as pessoas religiosas como indigentes
mentais. Mas nossa fé não é fé em alguma coisa. É Nele. No Único. Não
numa ideologia, mas numa Pessoa que nunca foi superada por alguém, e que
permanece para sempre.
O
cristianismo não é uma novidade. Tem resistido à hostilidade há dois
milênios. Os primeiros cristãos foram perseguidos. Depois, a Igreja se
corrompeu ao se ligar ao Estado. Isto desmoralizou o evangelho. Mas nem
isto, nem o mau testemunho, nem o grotesco e ganância de alguns grupos,
têm diminuído o impacto de Jesus no mundo. O mundo nunca se livrará
dele.
Críticos e adversários ficam. Falsos cristãos somem. Jesus continua. Nome algum se ombreia a ele. Vale a pena crer nele.
Fonte: Isaltino G. Coelho Filho
Nenhum comentário:
Postar um comentário