Por Josemar Bessa
Uma das palavras mais amadas pelo homem é “liberdade!” – Há
uma característica em todos os hinos nacionais, eles falam sempre da liberdade
de um povo, sua independência... Poucas palavras soam tão bem aos ouvidos
humanos como “liberdade” – Olhe todos os comerciais na televisão, internet...
eles nos dizem que se tivermos o automóvel certo, a casa certa, o bairro certo,
a roupa certa, a aparência certa, voar na companhia aérea certa, agir de
determinado modo... você se sentirá mais livre.
Todo o mundo a nossa volta explora isso – Políticos,
empresários, publicitários, vendedores, filósofos... todos sabem usar
“liberdade” para atrair não só a atenção, mas também o interesse. Poucas
palavras tem tão grande peso – fale sobre liberdade, diga que um homem é livre...
e logo você é ouvido.
A Bíblia também fala em liberdade abundantemente – “A
verdade vos libertará” – João 8.32 – “Para a liberdade que Cristo nos libertou”
– Gálatas 5.1 – Liberdade não é apenas um tema onipresente nas mídias, é o tema
do evangelho de Cristo. Mas é aqui que tem início um grande problema.
Infelizmente duas ideias completamente diferentes e opostas
de liberdade se confundem na mente da maioria das pessoas. Grande parte dos
cristãos abraçam as definições da cultura. Em que sentido Cristo nos libertou e
nos chamou a liberdade? Como isso difere das promessas da cultura na músicas,
em Hollywood, na literatura...?
No centro, no coração do evangelho – brota a “estranha”
verdade de que a liberdade só é encontrada ao se desistir de tudo que a cultura
secular apregoa como liberdade.
Agostinho (Tagaste, 13 de novembro de 354 - Hipona, 28 de
agosto de 430 ), o grande pai da igreja, ensinou que a verdadeira liberdade não
é uma escolha ou falta de restrição, mas ser o que você foi destinado para ser.
Os seres humanos foram criados a imagem de Deus. Liberdade verdadeira, então,
não é encontrada no afastamento dessa imagem, isso é escravidão. Quanto mais
perto estamos da imagem de Cristo, do que Ele é, mais livre nos tornamos.
Quando mais distante dessa imagem, menos livre. Totalmente diferente dessa imagem,
como é nosso mundo e cultura, totalmente escravos somos.
Na perspectiva cristã, liberdade, de maneira paradoxal, é um
tipo de escravidão! Mas a liberdade que a cultura fala, é a mais terrível
escravidão. O pecado escraviza produzindo desejos irresistíveis. Na verdade,
ele escraviza fazendo qualquer coisa parecer mais desejável que Cristo – essa é
a essência do pecado. Desejar algo mais que Cristo e ir nessa direção. O que
nossa cultura entende então da liberdade bíblica? Nada! Mas muitos cristãos
quando falam de liberdade estão apenas sendo um eco do mundo. Um eco que
ouvimos bem alto nas redes sociais... ecoando a cultura do mundo disfarçando-a
de cristianismo – “Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos escravos da
corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo”. - 2
Pedro 2:19
Só existem duas classes de pessoas neste mundo, e é
fundamental você saber a qual você pertence. O apóstolo Paulo ensina como
aferir isso sem sombra de dúvidas – “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes
por servos para lhe obedecer, sois escravos daquele a quem obedeceis, ou do
pecado para a morte, ou da obediência para a justiça? Mas graças a Deus que,
tendo sido escravos do pecado...” - Romanos 6:16-17
Quem é seu mestre? Todos servem um ou ao outro. Quem é o
seu?
Paixões? Desejos que controlam e mostram que Cristo não é o
desejo dominante diante do qual todas as coisas que podem ser perdidas –
(começando no homem centrado em si mesmo, opiniões desejo... EGO) – são
esterco?
Então a Bíblia diz – É Satanás! E se assim é, o pecado é o
teu serviço. Você sacia os desejos da carne, aprecia a concupiscência dos olhos
e ama e anda na soberba da vida – focado no que a cultura diz ser sinais de
status.
Se assim é, então este mundo é a tua casa. E ele é suficiente
para você. Se você pudesse ter saúde, dinheiro, não morrer... você não
precisaria de mais nada – Você preferiria ter sua parte em Nova York do que no
Paraíso!
Se esse é o seu mestre, você ama o pecado ( só não gosta
quando ele traz algum sofrimento) – Você segue a multidão, cede a carne, e tudo
isso tiraniza sua consciência e afetos. O “deus” deste mundo trabalha em você e
você é escravo (João 8.24). Ele governa sobre você. Leva cativa a tua vontade.
Você não sabe nada sobre liberdade – está amarrado nos grilhões do pecado – mas
você grita – “sou livre!” – e há até mesmo um “evangelho” que acredita na
liberdade do homem. Mas de fato você anda com seu mestre – e de maneira honesta
e dura Cristo diz: “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os
desejos de vosso pai.” - João 8:44
De quem você é escravo? Isso define se você é livre segundo
Deus ou segundo a cultura. Cristo ou Satanás? Pertencer a ambos é impossível.
Por isso Cristo é claro – “Vocês não podem servir a Deus e a Mamom”.
Quem tem seu coração? O que enche teus pensamentos? Quem
forma teus hábitos? Se Cristo é de fato teu mestre – Ele terá todos os teus
afetos. Se você espera nele, santidade é o teu deleite: “E qualquer que nele
tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro.” - 1 João
3:3
Em torno de quê os teus pensamentos se agrupam? Seus atos e
grande objetivo é agradar a quem? Mera profissão de fé não prova nada – mas a
obediência. Se a vontade de Cristo é nossa lei, se seus preceitos nos guiam, se
o sorriso de Cristo é valorizado por nós em detrimento do sorriso do mundo, se
apenas a aprovação de Cristo é procurada antes de qualquer outra coisa... não
há dúvida, Ele é nosso Mestre e nessa “escravidão” somos livres!
Misturar as definições de liberdade da cultura e a do
evangelho é o maior de todos os enganos. Você é totalmente livre -
completamente livre, quando você tem
(1) desejo,
(2) a capacidade
(3) e a oportunidade de fazer o que ainda vai fazer você
feliz em mil anos.
Cristo nos livra da condenação do pecado, tornando-se uma
condenação em nosso lugar. "Cristo nos resgatou da maldição da lei,
fazendo-se maldição por nós" - Gálatas 3:13 . E ele nos liberta da
dominação e poder do pecado mudando a nossa natureza na raiz através do novo
nascimento. E a essência dessa liberdade é que Deus nos dá olhos para ver que
nosso Salvador é mais desejável do que qualquer coisa no mundo.
Quando nossos pecados são perdoados e a ira de Deus é levado
embora, e nós vemos Jesus como um tesouro maior que todo o mundo, nos levando a
santificação, a santidade... que é a imagem do que Ele é, estamos livres tanto
da condenação quanto do domínio do pecado. Somos livres de fato.
Não se admire, então, que eu pressione você com a pergunta:
"De quem você é escravo?"
“Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para
lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte,
ou da obediência para a justiça?” - Romanos 6:16
Fonte: Josemar Bessa
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