segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O Uso Reverente do Nome de Deus

Por Steven Key

À medida em que continuamos nossa consideração dos Dez Mandamentos, como aquele guia divino para a nossa vida de gratidão a Deus nosso Salvador, chegamos nesta manhã ao terceiro mandamento. O Catecismo de Heidelberg, no que pode ser considerado como um desenvolvimento atípico, devota dois Domingos ao terceiro mandamento. No “Domingo 36” é tratado o terceiro mandamento na sua essência, explicando o que nele é exigido de nós, mas também estabelece a idéia da natureza terrível do pecado aqui proibido. “Não há pecado maior ou mais provocativo a Deus do que a profanação do Seu nome.” Mas havendo exposto a lei de Deus apresentada no terceiro mandamento, o Catecismo então devota o Domingo 37 a um assunto que também enquadra-se no tema geral deste mesmo mandamento, que é o uso do juramento ou da conformidade com o testemunho de alguém ao proferir um juramento em nome de Deus. Aquela exposição longa e detalhada do terceiro mandamento serve para demonstrar a seriedade e santo temor nos quais devemos estar perante o nome de Deus. Pois o nome de Deus é certamente o assunto deste mandamento. “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êxodo 20:7).

Temos visto que somente Deus é Deus. Em gratidão a Deus por sua grande obra por nós e em nós é que O louvamos como o único Deus. Não teremos outros deuses diante de nós. E porque nós reconhecemos que somente Ele é soberano e que somente Ele tem o direito de exigir de nós o que Ele queira, é que nós também recebemos da Sua boca o segundo mandamento, o qual em essência nos chama a louva-LO somente da maneira que Ele próprio indicou na Sua Palavra, principalmente ouvindo-O ativamente na pregação do Seu Evangelho, de forma a responder a Ele com gratos louvores. Estes, como vocês se lembrarão, foram os dois primeiros mandamentos. Agora chegamos ao terceiro, um mandamento que tem suas bases na verdade de que o Deus Quem nos salvou e portanto o Deus a Quem servimos como o nosso Pai celeste, é o Deus Que é perfeitamente santo. E se Ele é santo — e muito certamente Ele o é — então o Seu nome, pelo qual Ele Se revela a nós, também é santo. E nós que usamos o Seu nome devemos faze-lo com reverência e santo temor, para adora-LO e glorifica-LO, e representa-LO através de nossas vidas de santidade para com o Senhor. Com esta breve introdução, então, eu chamo sua atenção para :

O Uso Reverente do Nome de Deus

I. O Santo Nome de Deus

II. O Abuso Daquele Nome

III. O Uso Apropriado do Nome de Deus

1. CONFORME CONSIDERAMOS AS EXIGÊNCIAS DO TERCEIRO MANDAMENTO, QUEREMOS COMEÇAR POR CONSIDERAR O SANTO NOME DE DEUS.

O QUE SIGNIFICA O SANTO NOME DE DEUS?

Entre os homens nós nos referimos a um nom e em mais de um sentido. No nosso meio um nom epode ser pouco mais que uma etiqueta, uma designação que diferencia uma pessoa da outra. Nós temos nossos nomes pessoais, e algumas vezes até apelidos, pelos quais nos referimos uns aos outros, e nos endereçamos como pessoas. Mas uma coisa perdura como verdadeira sobre um nome — ele é inseparável da pessoa à qual se refere. Pessoa e nome são inseparáveis. Quando alguém assina o seu nome num documento, expressa que pessoalmente endossa aquele documento ou é responsável pelo seu conteúdo. Mas porque uma pessoa e seu nome são inseparáveis, um nome também denota a reputação daquele a quem pertence. Pelo nome de alguém, e pelo que é dito a seu respeito, sua reputação é gravada nas mentes de outros como sendo a de um homem com um nome bom ou mau. E também lemos em Provérbios 22:1 que um nome bom vale mais do que grandes riquezas (“Vale mais ter um bom nome do que muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do que a riqueza e o ouro”). E em Eclesiastes 7 nos é dito que um bom nome (boa fama) é melhor que ungüento precioso (“Melhor é a boa fama do que o melhor ungüento ...”). Nós portanto também compreendemos que quando o nome de alguém é criticado ou injuriado, é a sua pessoa que carrega a expressão de abominação e desonra.

O nome de deus também é inseparável do Seu próprio Ser. Através do Seu nome Ele Se revela a Si próprio. O nome de Deus é aquele através do qual Ele Se faz conhecido, bem como a Todas as Suas virtudes. Em primeiro lugar, que o nome de Deus é revelado em todas as obras das Suas mãos, na criação e na história. Por intermédio de todas aquelas coisas Deus tem Se tornado conhecido, estabelecendo a Sua reputação. No capítulo 145 do livro dos Salmos, lemos que o salmista anuncia a sua resolução de louvar o nome de Deus, seu Rei, para sempre e sempre. Ele fala do nome de Deus como aquele pelo qual Deus tem Se revelado a Si mesmo. Vejam: “Cada dia te bendirei, e louvarei o teu nome pelos séculos dos séculos e para sempre. Grande é o Senhor, e muito digno de louvor, e a sua grandeza inexcrutável. Uma geração louvará as tuas obras à outra geração, e anunciarão as tuas proezas. Falarei da magnificência gloriosa da tua majestade e das tuas obras maravilhosas. E se falará da força dos teus feitos terríveis; e contarei a tua grandeza.” (Salmo 145:2-6). Ele continua a falar das obras de Deus em toda a criação, e no desfecho do Seu conselho na história, maravilhando-se do fato de que “Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, e santo em todas as suas obras ... O Senhor guarda a todos os que o amam; mas todos os ímpios serão destruídos.” (vv. 17, 20). E então conclui, “A minha boca falará o louvor do Senhor, e toda a carne louvará o seu santo nome pelos séculos dos séculos e para sempre” (v. 21). A mesma verdade é expressada no Salmo 8, que o nome de Deus é manifesto nas obras das Suas mãos, e especialmente magnificado nos nossos olhos que são Seus. Pois a nossa confissão é exatamente esta: “Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome sobre toda a terra!” (Salmo 8:9).

Mas nós conhecemos o Seu nome de maneira especial através da Sua revelação, a qual se nos encontra gravada nas Escrituras. Lá o nosso Pai celestial nos tem revelado os Seus nomes pessoais, nomes com os quais Ele pode dirigir-se e pelos quais nós podemos falar a Seu respeito. Há também o nome através do qual Ele entra em relacionamento pessoal conosco. Há muitos nomes que tais de Deus, todos revelando um aspecto diferente do Seu Ser glorioso. Se nos referirmos a Ele como Deus, ou Senhor, ou Altíssimo, ou Todo-Poderoso, ou Pai, ou O Santo, cada nome conscientemente proferido, nos traz à comunhão com Ele e nos move a aproximarmo-nos dEle em louvor e adoração. Seus nomes são um presente para nós, Seu povo! Preste atenção! Quão imensurável é a grande misericórdia do nosso Deus! Ele, que é O Santo, apresentou-Se a nós pelo Seu nome! Ele Se aproximou de nós pessoalmente, nós que não somos simplesmente meras criaturas feitas do pó, mas que somos também pecadores, indignos e incapazes de utilizar Seu nome corretamente!

Há mais. Este ato de graça e misericórdia infinitas foi possível somente porque também agradou ao nosso Deus revelar-Se a nós com um nome que está acima de todo nome, um nome no qual e pelo qual Ele fez possível para pecadores como nós aproximar-se dEle sem terror, adentrar em comunhão com Ele e dirigir-se a Ele como o Nosso Deus e Pai. Vocês, garotos e garotas, sabem qual é o nome acima de todo nome? A resposta está em Filipenses 2. É o nome JESUS. E este nome magnífica um outro nome de Deus, um nome maravilhoso, o nome YAHWEH, ou Jeová. YAHWEH é o nome pelo qual Deus revelou-Se a Si mesmos a Moisés como o Deus imutavelmente fiel à Sua aliança. Ele é o Deus EU SOU, Quem não muda. Ele estabeleceu a Sua aliança com a semente de Abraão, e nEle com os filhos da promessa. E Ele é imutavelmente fiel àquela aliança. Ele levará o Seu povo para a Sua própria comunhão e derramará sobre eles o Seu amor. Ele assim fará, apesar da recorrente infidelidade deles. Ele assim o faz, como dito em Malaquias 3:6, “Porque Eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.”

E da forma mais pessoal possível, Deus revelou-Se como Jeová nosso Deus, enviando o Seu próprio Filho em semelhança da nossa carne pecadora, embora sem pecado. Ademais, ao enviar o Seu Filho, Ele instruiu José a chamá-Lo JESUS, pois, disse Ele, “... Ele salvará o Seu povo dos seus pecados.” Jesus significa Jeová-salvação. Naquele nome Deus Se revela a nós, o Seu povo, como o Deus da nossa salvação! E como o Deus de graça e misericórdia, Quem nos redimiu os nossos pecados e perdoa todas as nossas iniqüidades, Quem nos faz santos e dignos de com Ele habitar, Jeová entra em comunhão pessoal conosco, levando-nos para a Sua própria vida de aliança de indizível amor. Quando, portanto, como o redimido e santificado povo de Deus, nós ouvimos o nome Jeová nosso Deus, nós imediatamente pensamos naquele nome JESUS. Quaisquer nomes de Deus que usemos, nós podemos tomá-los nos nossos lábios somente em e por causa daquele nome JESUS. E também é naquele nome que nós ouvimos o terceiro mandamento, “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão ...” (Ex. 20:7)

PARA COMPREENDER O HORROR DO PECADO DE TOMAR O NOME DE DEUS EM VÃO, NÓS DEVEMOS NOS LEMBRAR QUE O NOME DE DEUS É SANTO, COMO ELE É SANTO.

É por isso que encontramos tantas referências nas Escrituras, quanto ao santo nome de Deus. Na chamada à adoração do Salmo 39, lemos no versículo 3, “Louvem o teu nome, grande e tremendo, pois é santo.” Ou novamente no Salmo 103, parte do qual nos é tão familiar, sendo ouvida na Fórmula da Ceia do Senhor, nós vemos a chamada no versículo 1: “Bendize ó minha alma ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome.” E para mencionar apenas mais um, ouça o Salmo 111:9: “Redenção enviou ao seu povo; ordenou a sua aliança para sempre, santo e tremendo é o seu nome.” Vocês sabem o que isso significa, crianças e jovens, que Deus é Santo? Significa uma coisa, que Ele é totalmente separado, a Quem ninguém pode ser comparado. Ele está separado por um abismo infinito, de tudo quanto é chamado de criatura. E significa que como o Único Bom, o Deus infinitamente perfeito, Ele ama a Si mesmo e requer a Sua própria glória em todas as coisas. Deus busca os Seus próprios interesses. Porque Ele é Santo! Somente Deus tem o direito de ser buscar os Seus próprios interesses. Se vocês e eu agirmos assim, isso será pecaminoso. Mas Deus pode e Ele busca os Seus próprios interesses porque Ele é Santo. Sim, vocês e eu também somos chamados a ser santos. E em Cristo nós somos ditos sermos santos. Mas santidade para nós não é buscarmos os nossos próprios interesses, mas sim buscarmos a Deus. Com relação a nós, santidade significa que somos consagrados ao Deus vivo e à Sua glória, que as nossas vidas estão centradas nEle.

Seu nome, portanto, é um nome que está colocado à parte. O Seu nome não é um nome comum! Porque o Senhor nosso Deus é santo, o Seu nome, semelhantemente é a revelação da Sua santidade.Como Ele, de uma forma muito pessoal Se revela a nós de modo que possamos falar com Ele e falar sobre Ele, Ele assim o faz como o Deus Que é Deus único. O Seu nome é único, separado e infinitamente acima de todos os outros nomes. Este é o princípio básico que sublinha este terceiro mandamento. Então, é como se nesse mandamento, Deus falasse ao Seu povo e dissesse, “Eu sou Jeová seu Deus, seu Redentor. Não há outro Deus, não há outro Salvador. Eu revelei o Meu nome, de modo que vocês possam conhecer-Me e glorificar-Me, santificando-Me em seu coração e em sua vida. Cuidem para não tomarem o Meu nome em vão, pois Eu não considerarei inocente aquele que tomar o Meu nome em vão.”

2. O TERCEIRO MANDAMENTO PROÍBE O ABUSO DO NOME DE JEOVÁ.

O QUE É PROIBIDO NÃO É MERAMENTE O USO DO NOME YAHWEH , i.e. JEOVÁ

Judeus ortodoxos há muito tempo tomaram a posição de que o nome sagrado YAHWEH é santo demais para ser tomado em nossos lábios. Mas em nenhum lugar na Escritura encontramos qualquer indicação de que nos seja proibido o uso daquele nome. Como expliquei, aquele nome é a mais linda revelação do nosso Deus pactual para conosco. E embora receba aquele nome a ênfase nas palavras do terceiro mandamento — “Não tomarás o nome de JEHOVAH teu Deus” — não está escrito “nos teus lábios,” mas sim diz o terceiro mandamento que não devemos tomar aquele nome em vão.

Isso quer dizer que não devemos tomar o grande nome do nosso Deus e torná-lo comum. Isso é o que é tomar o Seu nome em vão. É usá-lo futilmente, rebaixá-lo à esfera daquilo que é comum. É pegar aquele nome que é perfeitamente santo, separado; e eliminar completamente a distinção entre este e aqueles nomes que são comuns. Ah, alguns nomes são bem incomuns. Mas eles não marcam a pessoas que os carregam como diferentes. Fato é, que cada pessoa que possui um nome é membro de uma raça criada, e ademais é pecadora. Quando tomamos o nome de Deus, portanto, e o usamos em vão, o que fazemos seja intencionalmente ou não, é apagar a distinção entre o Criador e as Suas criaturas. Ainda pior, tomamos o santo nome de Deus e o arrastamos para a lama e imundícia do pecado. Nós profanamos o Seu nome.

ESTE ABUSO PROFANO DO NOME DE DEUS PODE ENCONTRAR EXPRESSÃO EM MUITAS FORMAS DIFERENTES.

Nós reconhecemos imediatamente a violação deste mandamento quando ouvimos alguém xingando e amaldiçoando pelo nome de Deus. Quando ouvimos o nome de Deus proferido em palavras de ira, um veículo para expressar emoções corruptas, animosidade e inveja e malícia, mesmo vociferações de bebedeira, nos contorcemos em saber quão horrível é o pecado. E reconhecemos, como expressa o nosso Catecismo, que não existe pecado maior e mais provocativo ao nosso Santo Deus do que a profanação do Seu nome. E se perguntarmos, por que qualquer homem ou mulher toma o nome de Deus e abusa dele tal como de nenhum outro, usando-o para expressar amargas iras e antipatias? Eles de forma desrespeitosa e leviana pronunciam o nome de Cristo, e tomam o nome que está acima de todo nome, Jesus, e usam-no como algo vulgar, profano? A única resposta é: “A mente carnal é inimiga contra Deus.” E tal pecado é a expressão daquela mente carnal.

Mas o mesmo pecado também é expressado de muitas outras maneiras, algumas muito sutis. Pode consistir simplesmente nisso, que usamos o nome de Deus impensadamente; que usamos o Seu nome, sem que haja nos nossos corações o pensamento correspondente de temor e reverência. Oh, quão este mandamento expõe os nossos pecados! Quão frequentemente somos culpados nisso, amados! Quão rapidamente, por exemplo, nossas mentes vagueiam, no decorrer do culto. Enquanto cantamos os cânticos de Sião, nós estamos tomando o nome do sempre glorioso Deus nos nossos lábios, e nossos pensamentos estão longe dEle! Estamos tomando o Seu nome em vão! Em nossas preces, e especialmente em cultos públicos, enquanto o ministro nos leva ao trono de graça, mesmo quando estamos chamando pelo nome de Deus, e nossos pensamentos vão daqui para lá, ou então até começamos a cochilar. Vocês se dão conta do que estamos fazendo? O profano no nosso culto nos envergonha e nos causa grande angústia de coração? Ou simplesmente damos de ombro? Vamos entender: quando tomamos o nome do nosso Deus nos nossos lábios, e nossa mente está longe dEle, nós estamos profanando o Seu nome, e cometendo o mesmo pecado do qual Ele diz, “Não terei por inocente o que tomar o Meu santo nome em vão.” Ah , como nós precisamos de Jesus!

Profano também é, sempre quando falhamos em confessar o nome de Jehovah quando deveríamos. Não podemos cumprir o terceiro mandamento simplesmente permanecendo em silêncio e nunca usando o nome de deus. Deus nos deu o Seu nome para que nós possamos confessá-Lo, e para que possamos santificá-Lo e glorificá-Lo no mundo. Algumas vezes é necessário defender aquele nome. Isso é o que o Catecismo quer dizer, ao mencionar que este mandamento exige de nós que não pelo silêncio ou conivência sejamos participantes desses pecados horríveis em outros homens. A maioria dos homens viria rapidamente em defesa dos nomes de suas mulheres, se ouvissem alguém falar mal delas. Como é então, que podemos permitir que homens profanem o nome de Deus, sem dizermos nada? Eu não quero dizer nem indicar que devemos responder em cada ocasião, com palavras de reprimenda. A questão aqui é: Estamos prontos a responder? Será que simplesmente nos isentamos da profanação cometida por outros, ou a ofensa machuca profundo na nossa própria alma? Há uma maneira apropriada para responder. Nós não devemos responder de tal forma que somente traga vergonha maior sobre o nosso Deus. E especialmente, devemos alertar aqueles que são chamados Cristãos, que eles não devem abusar do nome de Deus, que é Santo. E porque as nossa próprias vidas refletem nEle, cujo Nome carregamos como Cristãos, nós devemos guardar os nossos próprios passos, e também obedecer as injunções bíblicas que nos dizem para falar com o irmão ou com a irmã que trilham o caminho do pecado, chamando-os para afastarem-se do mal, e pararem de refletir tão negativamente o nome do nosso grande Redentor.

Finalmente, embora hajam ainda outras formas nas quais o nome de Deus pode e é profanado pelos homens, Eu também mencionaria uma coisa mais. O nome de Deus é profanado por falsa profecia, por pregação corrupta. Não se esqueçam disso também. Especialmente em nossos dias, eu os exorto sobre a importância de lembrarmos daquela verdade. Quando a verdade de Deus é apresentada incorretamente, o Seu nome é profanado. Pois Ele Se revela pessoalmente a nós através da Sua Palavra da verdade. As Escrituras deixam bem claro que quando falsos profetas fingem proclamar a Palavra de Deus, mas vêm com a sua própria, eles não somente estão mentindo, cometendo falso testemunho, e eles não somente estão esculpindo uma imagem com a mente, mas eles também estão profanando o nome de Jehovah. Isso é algo notável, quando estudamos o Antigo Testamento. Falsos profetas declaram, “Assim disse o SENHOR,” quando na verdade eles não foram enviados por Ele, e quando na verdade Ele não fala através deles. As Escrituras expõem tais homens (e eu devo acrescentar mulheres ) como adivinhadores . Ou seja, eles fingem falar o que é divino. Enquanto a profecia vem com a palavra de Jehovah, adivinhações vêm com a sua própria filosofia ou suas próprias predições. E assim o faz enquanto fingindo vir em no nome de Deus! Isso tudo também nada mais é do que tomar o nome de Deus em vão. E assim foi falado através de Ezequiel (Ezequiel 13:8-9), “Portanto assim diz o Senhor Deus: Como tendes falado vaidade, e visto a mentira, portanto eis que sou contra vós, diz o Senhor Deus. E a minha mão será contra os profetas que vêem vaidade e que adivinham mentira; não estarão na congregação do meu povo, nem nos registros da casa de Israel se escreverão, nem entrarão na terra de Israel; e sabereis que eu sou o Senhor DEUS.”

O PECADO DE TOMAR O NOME DE DEUS EM VÃO É UM PECADO MUITO COMUM.

Esse pecado tem se tornado cada vez mais comum. Isso não é somente um reflexo do aumento na impiedade e do desenvolvimento do pecado no mundo, mas também uma evidência de que a vinda de Cristo está cada vez mais perto! Nos é dito em Apocalipse 13:6 que a vinda do Anticristo, o grande dragão, é uma vinda marcada por blasfêmias. Assim lemos como João vê esse monstro de iniqüidade em sua visão na ilha de Patmos: “E abriu sua boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu.”

Ademais, quando você considera que o Anticristo tem uma face religiosa, e que provem da Cristandade, tudo fica mais evidente que a sua influência é vista na nossa época. Isso também é algo contundente. Você pode ouvir pessoas sem qualquer religião usarem o nome de Deus como se Ele estivesse morto e incapaz de ouvir. Mas entre os pagãos, entre aqueles de religiões idólatras, você não os ouvirá tomarem os nomes dos seus deuses como vulgaridade ou obscenidade. Você não vai encontrar Hindus ou Budistas usando os nomes dos seus deuses em tal forma. Eles usam os nomes dos seus deuses (os quais não são realmente deuses) somente em suas preces, e recusam-se a usá-los como interjeições, porque eles temem serem punidos pela ira dos seus deuses! Mas dentro do mundo Cristão, e naquelas nações onde historicamente a igreja Cristã foi estabelecida, amaldiçoar tem se tornado prática comum! Mesmo os nossos jovens em escolas Cristãs são sujeitados a esta profanação, especialmente com o mal uso do nome de Jesus ou Cristo, mas também com aqueles atributos santos que somente pertencem a Deus, muito como santidade, misericórdia, divindade e os demais. É algo triste de se observar. Pois seu testemunho é claro: É um sinal de um Cristianismo que não mais é vivo e vibrante, mas que encontra-se morto. Um Cristianismo que não é mais vibrante rapidamente se transforma em algo muito pior do que o paganismo. Não há o temor de Deus e do Seu Cristo exaltado. Não existe consciência da verdade de que não há pecado maior ou mais provocativo contra Deus do que a profanação do Seu nome. Tal profanação comum é um sintoma de descrença, sintoma de coração alienado do único Salvador, sintoma de morte espiritual!

E entendamos: Este pecado não encontra-se limitado a nenhum grupo de idade ou nenhuma classe de pessoas. Este é um pecado cometido por todos, de jovens a velhos. E especialmente a nós que estamos em Cristo Jesus , este comando é proclamado ferventemente. Como filhos de Deus nós carregamos o nome de Deus. Como aqueles denominados Cristãos , como aqueles batizados em Seu nome, nós trazemos o nome de Cristo. Nós não devemos carregar o Seu nome em futilidade. Muito contundente é o que a Escritura nos aponta, a importância de vivermos em santidade, sem que o nome de Deus seja blasfemado. Isso vem até o ponto de tarefas diárias, tais como fazer nosso trabalho de maneira apropriada e honrar aqueles a quem Deus tem colocado sobre nós, se tratar-se do nosso empregador ou dos nossos professores na escola. Isso é o que lemos em I Timóteo 6:1, “Todos os servos que estão debaixo do jugo estimem a seus senhores por dignos de toda a honra, para que o nome de Deus e a doutrina não sejam blasfemados.” Quando andamos em pecado, quando falhamos em confessar com honra o nome de Cristo e escolhemos andar com o mundo, quando mostramos indiferença para com as coisas de Deus, ou mesmo abusamos daqueles que são Seus servos e Suas crianças, nós blasfemamos o nome de Deus! E quando o pecador de tal forma ataca a santidade do nome de Deus, esse mesmo Deus Todo-Poderoso nos assegura, “Eu não terei por inocente aquele que toma o meu nome em vão.”

3. REPETIDAMENTE SOMOS CHAMADOS NA ESCRITURA A “DAR A DEUS A GLÓRIA DEVIDA AO SEU NOME.”

Isso exige em nossos corações a obra maravilhosa da graça de Deus em Cristo Jesus. Vocês compreendem isso, não? A maneira pela qual usamos o nome de Deus revela os mais profundos recessos dos nossos corações. Da corrupção horrível da nossa carne pecaminosa, que nos faz com tanta freqüência tratar Deus como se ele nem mesmo existisse, da inimizade do nosso coração que nos leva a pisotear o santo nome de Deus e viver de tal forma que O arrastamos através do lamaçal de pecado, nós fomos libertos pelo poder da graça irresistível de Deus. Nós agora ouvimos esta lei como aqueles que encontram-se no Monte Sião, redimidos pelo sangue de Cristo, libertos da escravidão do pecado e da morte.

Nós reconhecemos portanto que o nome de Jehovah nosso Deus não é para ser tomado descuidadamente. O termo Hebreu que fala da glória de Deus é um termo que pinta algo muito solene, importante. A glória de Deus e a Sua santidade são assuntos importantes, solenes. Somos levados a reconhecer a Sua grandeza imponente e dar-Lhe o louvor que corresponde ao nível da Sua majestade. Sabemos que, quando usado com temor e reverência, o nome de Deus pode ser proferido com confiança em orações e louvores e em conversação e em instrução. Mas o Seu nome não deve ser proferido de nenhuma outra forma do que com temor e reverência.

O CATECISMO DE HEIDELBERG EXPRESSA NOSSO CHAMADO DESTA FORMA: “DEVEMOS USAR O SANTO NOME DE DEUS SOMENTE COM TEMOR E REVERENCIA A FIM DE QUE ELE, POR NÓS, SEJA DEVIDAMENTE CONFESSADO, INVOCADO E GLORIFICADO PRO TODAS AS NOSSAS PALAVRAS E OBRAS.”

Conforme lemos, assim devemos também confessar com o Salmista no Salmo 145:5, “Falarei da magnificência gloriosa da tua majestade e das tuas obras maravilhosas.” Com essa resolução no coração, com essa atitude teocêntrica, cônscios também de que somente um pequeno começo desta obediência, também estamos ansiosos para sermos instruídos pela santa lei de Deus, perguntando, “Senhor, o que queres que eu faça?” É essa a sua confissão, o seu desejo? O nome de Deus tem lugar apropriado consigo?

Então nós também ouvimos as palavras de II Timóteo 2:19, “... e qualquer um que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade.” Em honra ao Seu nome, você e eu somos chamados a viver nEle. Graças a Deus por essa liberdade maravilhosa que Ele nos tem dado, de trilharmos o caminho da Sua Palavra. Por esse pecado, cujo castigo é a morte, foi que sofreu o Seu Filho, em nosso lugar. Cristo é o cumprimento da lei para a justiça de todo aquele que crê. Nele encontra-se a nossa vida. E na obediência encontra-se a nossa liberdade. Você crê nisso, amado? Viva para Ele, confesse o Seu nome com reverência e santo temor.

Amém.

Traduzido por: Eli Daniel da Silva Barretos

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