EXPIAÇÃO – O dicionário
define o termo expiação como: reparar um erro, uma falta; pagar um crime; remir
ou remir-se: expiou arduamente por seu erro; vive expiando-se por seus erros.
(Não confunda com espiar).
Sua
natureza típico-profética. Os sacrifícios do AT não tinham
apenas significação cerimonial e simbólica, mas também espiritual e típica.
Eram de caráter profético, e representavam o Evangelho na Lei. Foram destinados
a prefigurar os sofrimentos vicários de Jesus Cristo e sua morte expiatória. A
conexão entre eles e Cristo já vem indicada no Velho Testamento. No Salmo 40.6-8
o Messias é apresentado como a dizer: “Sacrifícios
e ofertas não quiseste; abriste os meus ouvidos; holocaustos e ofertas pelo
pecado, não os requeres. Então eu disse: Eis aqui estou eu, no
rolo do livro está escrito a meu respeito; agrada-me fazer a tua vontade, ó
Deus meu; dentro em meu coração está a tua lei”.
Nestas palavras, o Messias substitui os sacrifícios do Velho Testamento pelo
Seu grande sacrifício. Vão-se as sombras quando chega a realidade que elas fracamente
projetam, Hb 10.5-9. No Novo Testamento há numerosas indicações de que os sacrifícios
mosaicos eram típicos do superior sacrifício de Jesus Cristo. Há claras
indicações, e até afirmações expressas, no sentido de que os sacrifícios do
Velho Testamento prefiguravam Cristo e Sua obra, Cl 2.17, onde é evidente que o
apóstolo tem em mente todo o sistema mosaico; Hb 9.23, 24; 10.1; 13.11, 12.
Varias passagens ensinam que Cristo realizou pelos pecadores, num sentido mais elevado,
o que se dizia que os sacrifícios do Velho Testamento efetuavam por aqueles que
os ofereciam, e que Ele o fez de maneira semelhante, 2 Co 5.21; Gl 3.13; 1 Jo
1.7. Ele é chamado “o Cordeiro de Deus”,
Jo 1.29, evidentemente em vista de Is 53 e do cordeiro pascal, “Cordeiro sem defeito e sem macula”, 1
Pe 1.19, e mesmo “nossa Pascual”, ou “nossos Cordeiro pascal”, que foi imolado
por nós, 1 Co 5.7. E por que os sacrifícios mosaicos eram típicos, naturalmente
lançam alguma luz sobre a natureza do grande sacrifício expiatório de Jesus Cristo.1
O pecado requer punição, e a justa penalidade da provocação contra Deus
é o tormento sem fim no inferno. Visto que o castigo é interminável, não há
escape ou restauração para aqueles que estiverem sob a ira divina. Um outro
teria que morrer no lugar do pecador para que esse ficasse livre e para que a
justiça de Deus fosse satisfeita ao mesmo tempo. Contudo, “todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rm 3.23) e,
assim, nenhum ser humano está qualificado para morrer pelos pecados de outro,
visto que cada um mesmo é culpado disso, e receberia o justo castigo somente
por seus próprios pecados, se tivesse de sofrer sob a ira divina.
A única solução é um ser humano inocente morrer por outro, e assim
sofrer verdadeiramente a penalidade do pecado que ele mesmo não merecia. Isso
foi o que Jesus fez pelos eleitos: “Deus
tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos
tornássemos justiça de Deus” (2 Co 5.21). Embora Jesus não tivesse pecado (Hb
4.15), ele sofreu como um pecador, visto que Deus soberanamente imputou a culpa
dos eleitos sobre ele. Assim, aqueles por quem ele agiu como um cabeça federal —
a saber, os eleitos — receberiam sua justiça perfeita também por imputação.2
Podemos concluir que Expiação significa que Deus dá o perdão dos pecados àqueles que se arrependem deles e se reconcilia com o pecador. Mas não para por aí: Essa reconciliação requer o sacrifício de alguém em substituição ao pecador arrependido. Lembre-se de que a pena estabelecida por Deus ao pecador lá no jardim do Éden foi a morte. (Gn 2. 17) Essa morte é muito mais do que a morte física, é a total separação da presença de Deus.
O pecador merece o justo castigo por ter ofendido a Deus com o pecado, mas o amor de Deus é tão grande que abençoou o ser humano com uma forma de ter o seu pecado perdoado sem ter de morrer.
No Antigo Testamento, os substitutos que davam a vida no lugar dos pecadores arrependidos eram os animais. Eles eram sacrificados no lugar do pecador arrependido. Morriam em seu lugar. Dessa forma Deus se satisfazia e perdoava o pecador. O sacrifício era aceito por Deus.
Fonte:
Fonte:
1 – Berkhof, Louis.
Teologia Sistemática, Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2013: p. 357.
2 – Cheung, Vincent. Acessado em 11/07/2013 http://www.monergismo.com/textos/livros/teologia_sistematica_completa_cheung.pdf
p: 126.
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