Todo cristão que se preza sabe quem é John Piper e já leu alguns de seus livros. Não é seu caso? Então corra e leia! Pois bem, não escrevo para fazer propaganda dos livros de Piper, embora faria com todo prazer. Pois bem, passei a semana inteira na 27a Conferência Teológica da Editora Fiel, na qual ele era o preletor mais esperado. Fui com expectativa. Primeiro porque esse pastor, escritor e conferencista polêmico prega Bíblia. E Bíblia pura, sem firulas ou meias-palavras Para quem está exausto de estar cercado de tanto cristianismo raso, seria a oportunidade de ouvir alguém que tem dito o que realmente importa em se tratando de fé cristã, alguém que não acha que a expressão “ortodoxia bíblica” é palavrão. Que prega o epicentro da fé, o tutano do cristianismo. Já tinha notado isso ao entrevistá-lo para a revista Crisrianismo Hoje e ao ouvir muitas de suas pregações. Mas nada substitui o “ao vivo”.
Tive a oportunidade, como editor do programa de rádio Mosaico Cristão e do APENAS, de participar de uma entrevista coletiva para um grupo selecionado de poucas pessoas. Não vou dizer tudo o que ele falou, você poderá ouvir a entrevista na íntegra, com 30 minutos de duração, no dia 16/10, no Mosaico Cristão (horários e link para ouvir via web estão no twitter, pelo @Mosaico_Cristao), com perguntas minhas, do Pr. Renato Vargens (@Renatovargens), Vinicius (do blog Voltemos ao Evangelho – @voltemos), a turma do blog iPródigo (@iprodigo) e outros blogueiros e repórteres amigos.
Mas, no pouco tempo em que estivemos na mesma sala pude ver um homem pequeno, de baixa estatura, que fala como um gigante. Afinal, um cara que tem coragem de peitar as heresias e pôr o dedo na cara delas deveria ser um sujeito parrudão. Não foi o que vi. Conheci um baixinho mirradinho mas que, quando abre a boca, o que saem são pérolas e mais pérolas bíblicas. Tudo coerente. Numa época em que Missão Integral está na crista da onda, ele tem o peito de dizer que temos de ajudar sim o pobre, mas que de nada adianta ajudá-lo se depois ele vai passar a eternidade no inferno. Que diz que Teologia da Prosperidade é antibíblica e cruel. Que Teologia Relacional é fazer Deus deixar de ser Deus. Na linguagem do Nordeste, Piper se mostrou ser um “sujeito-macho”. Pois diz o que tem de ser dito. Ele não é arrogante: é bíblico e faz isso de forma incisiva.
Certa vez vi uma twitcam em que um grupo de jovens cristãos emergentes (que recentemente racharam com sua igreja original e agora convregam num local onde até cesta de basquete no salão tem) o acusavam de “não ter amor”, pela forma como fala. Nada mais distante da realidade. Vi ali puro amor… pela santidade e a soberania de Deus.
O que ouvi sair daqueles lábios foi Evangelho puro. Foi “você é pecador, arrependa-se e entregue-se a Cristo”. A mensagem de Jesus. Não ouvi projetos sociais que não ecoarão pela eternidade. Não ouvi bobagens sobre o amor de Deus ditas em frases poéticas. Não ouvi nenhuma vontade de agradar quem quer que seja exceto Jesus. Saí de meu encontro com Piper com a certeza de que ainda há os que percebem que cristianismo é sobre a eternidade ao lado de Cristo. Tem pouco ou quase nada a ver com esta vida, que a Biblia diz que é “como um sopro” ou “como uma neblina”.
Não o idolatro. Não o tenho como quarto membro da Trindade. Vejo nele um homem falho como eu e você. Mas meu encontro com John Piper confirmou uma certeza que eu já tinha: o Evangelho e Jesus não precisam de mais pregadores da prosperidade, de marxismo cristão, de ativismos em nome de Cristo, de universalistas, de poetas que dizem que Deus não está no controle, de gente que ataca a igreja institucional achando que esta fazendo uma grande coisa. Tudo isso, como disse Paulo, “considero como esterco”. Basta de igrejas e pastores moderninho que querem “ganhar” a juventude usando roupa da moda, cabelo estiloso e indo a shows de Ozzy Osbourne.
Imagino Cristo olhando isso tudo e dizendo “não entenderam nada”.
Sai do encontro com John Piper com a certeza de que Jesus quer mais Johns Pipers. Homens e mulheres que não têm vergonha de proclamar as Escrituras, doa a quem doer. Homens como Augustus Nicodemos Lopes, Walter McAlister, Franklin Ferreira, Paul Washer. Pois são esses que vão pregar o que Cristo pregou, que vão pôr Jesus e não o homem no centro de tudo e, acima de qualquer coisa cumprirão a missão de Deus e a razão da criação do homem: a GLÓRIA DE DEUS.
Ah sim, já ia me esquecendo de dizer qual foi a minha grande decepção. A grande decepção sou eu. Foi perceber o quanto estou longe do que deveria ser. Meu conhecimento teológico é pequeno. Minha ousadia ao proclamar o Evangelho é pífia. O que tenho feito para glorificar Deus tem sido muito pouco. Meu encontro com John Piper foi um despertamento: está na hora de começar a fazer alguma coisa. Fazer mais. É o mínimo que posso fazer por Aquele que me chamou das trevas para sua maravilhosa luz. E você? O que tem feito para a glória de Deus além de gritar “glória a Deus!” durante cultos dominicais? Acho que Piper tem feito mais que issso. Que eu possa fazer também, com cada inpiração de meus pulmões, cada palavra que saia de meus lábios e cada ação que minhas mãos executem.
Paz a todos vocês que estão em Cristo
Fonte: Apenas
Caro Mauricio,
ResponderExcluirrealmente concordo que o Piper é um grande pregador. Entretanto, no seu texto, quando senhor divaga sobre "missão integral", notei um argumento um tanto que dicotômico. É certo que nós, como reformados, não devemos coadunar com esta teologia da "missão integral" que está na moda, pois ela também é dicotômica, ao enfatiza em demasia a ação social em detrimento da evangelização. Entretanto, meu caro Maurício, para nós reformados não existe este "trade-off"entre ação social e evangelização, pois nós pregamos o Senhorio de Cristo sobre todas as áreas da vida. O nosso objetivo não é simplesmente salvar almas do inferno, mas trabalharmos como igreja e cristão, para que a Glória de Deus seja manifesta em todas as áreas da vida humana, seja na ação social, na economia, na política, nas artes, na educação e etc, e para que tudo isto ocorra é óbvio que entra a evangelização e a pregação da Palavra. Um exemplo claro do que estou afirmando foram as ações de Calvino em Genebra.
Estou fazendo este comentário, pois me preocupo bastante com a cosmovisão obtusa e reducionista que nós brasileiros e americanos temos.
Escuta esta pregração do Rev. Augustus Nicodemus, ela expressa exatamente a verdadeira cosmovisão reformada calvinista. Segue o link: http://mp3.monergismo.com/index.php/joomlaorg/sermon/11-cosmovisao-calvinista-seus-fundamentos-e-desdobramentos
Um grande abraço!
Graça e paz Leonardo.
ResponderExcluirEu não sou o autor do texto, mas já repassei para o Mauricio o que você comentou.
Fique na Paz!
Pr. Silas Figueira
Leonardo disse:
ResponderExcluir"O nosso objetivo não é simplesmente salvar almas do inferno, mas trabalharmos como igreja e cristão, para que a Glória de Deus seja manifesta em todas as áreas da vida humana, seja na ação social, na economia, na política, nas artes, na educação e etc, e para que tudo isto ocorra é óbvio que entra a evangelização e a pregação da Palavra."
"pois me preocupo bastante com a cosmovisão obtusa e reducionista que nós brasileiros e americanos temos."
Devemos nos preocupar sim com a visão obtusa e reducionista que temos, mas como podemos chamar o ato de salvar almas do inferno como se fosse algo de menos importância? Quando você diz que: "O nosso objetivo não é simplesmente salvar almas do inferno". A pouco tempo atrás participei com empenho de uma ação social na minha igreja, mas discordo de uma querida irmã que participava da ação social que disse que "o evangelho para ela é isso". Não meu irmão, o evangelho para mim não é isso, mas é muito mais do que isso! Podemos fazer tudo isto de forma que o nome de Deus seja glorificado e de maneira que o seu amor esteja refletido em nós, mas o evangelho é muito mais do que querer tornar este mundo melhor em todas as áreas que você citou, o evangelho é você viver de uma forma que as pessoas tenham esperança no porvir e não neste mundo.
Jesus sempre ensinava e falava primeiro as palavras de vida eterna que é o mais importante e é o pão da vida e que salva o pecador, depois então é que dava o alimento para o corpo físico, nós que que ficamos invertendo as prioridades.
Ajudar aos pobres e fazer a diferença na sociedade pode demonstrar amor pela obra de Deus, mãos não coloca estas coisas em pé de igualdade com o milagre que acontece quando um pecador é resgatado e passa a glorificar o nome do Senhor Jesus por toda a sua vida. Portanto essas coisas como a ação social, economia, política, artes, educação e etc, não se comparam a evangelização e o trabalho para ganhar almas feito em nós pelo Espírito Santo. Acontece que na verdade fugimos da nossa responsabilidade com relação ao ide que foi dado por Jesus e ficamos fazendo pouco caso daquilo que temos de mais precioso e que precisamos proclamar aos quatro cantos deste mundo, que é a nossa salvação.
Perfeito, Paulo Fagundes.
ExcluirDigo AMÉM as suas palavras Paulo. Muitos, até muito bem intencionados, estão fazendo da ação social a mensagem do evangelho e se esquecem que a mensagem de Jesus ao mundo é: Arrependei-vos. Não adianta mitigarmos a fome do corpo e não a da alma.
ResponderExcluirFique na Paz!
Pr. Silas Figueira
prezamigo pr. Silas Figueira,
ResponderExcluirA paz de Cristo, o nosso Senhor!
Excelente postagem!
O Senhor seja contigo!
O menor de todos os menores. Depois desta matéria, mais minúsculo ainda.
Graça e paz Pr. Newton.
ResponderExcluirSe depois dessa postagem o irmão se sente mais minúsculo ainda então eu sou um átomo (rs).
Fique na Paz!
Pr. Silas Figueira
Caro Paulo,
ResponderExcluircreio que o senhor não entendeu minha posição, quando interpreta a minha frase "o nosso objetivo não é simplesmente salvar almas do inferno", como seu eu estivesse afirmando que para mim salvação de um pecador é a mesma coisa que dar comida, roupas, e todas as ações sociais possíveis. Óbvio que não compartilho desta idéia absurda que os proponentes da "missão integral" proferem. Como eu disse no começo do meu comentário eu não coaduno com este movimento, eu sou calvinista e acredito é no Senhorio de Cristo sobre todas as áreas da vida que é largamente explorada na literatura reformada e na Bíblia, por exemplo Colossenses 1, que mostra que Cristo é Senhor tanto da Criação, quanto da Redenção. E muitas vezes, agimos negando o primeiro aspecto, esquecemos do mandato cultural, concentrando-se apenas no futuro e esquecendo-se que o Reino de Deus já é presente (escatologia inaugurada), mas não em sua plenitude (tensão entre o já e o ainda não). Mais importante do que a salvação do pecador e da ação social é a Glória de Deus! Então meu caro Paulo, a nossa principal função e o principal objetivo de Cristo NÃO foi somente salvar o pecador individualmente ou dar comida ao faminto, e sim reconciliar consigo mesmo TODAS as coisas, para que a vontade de Deus seja feita na terra, assim como ela é feita no céu! Então, em qualquer lugar onde Cristo não é considerado o centro deve ser a área de atuação do cristão. O escopo da redenção é nada menos do que TODO o universo!
Gostaria apenas de salientar que quando falo igreja, estou utilizando no sentido da igreja como corpo de Cristo. Pois, a prioridade da igreja local é sim a exposição do evangelho, a ministração correta dos sacramentos e evangelismo e missões. Pois estas são as tarefas dadas por Deus à igreja local. Entretanto, a tarefa da igreja como corpo de Cristo é manifestar a Glória de Deus em todas as áreas da vida, seja na arte, na política, na educação etc.
ResponderExcluirDentro desta perspectiva, a igreja local não deve colocar como prioridade as boas obras, como a ação social (o que não exclui a igreja de fazer ações socias diretamente). Entretanto, a igreja local deve fomentar, seja ensinando seus membros ou por meio de instituições paraeclesiásticas, a ajudar ao próximo independentemente se ele irá converter ou não. Igualmente na área das artes. A arte utilizada nos cultos devem ser conforme prescritas na Palavra e não de acordo com as invenções humanas, para o culto não virar um show. Entretanto, quando a igreja local limita que o artista que é cristão só deve produzir música gospel, ela está reduzindo o Senhorio de Cristo e o escopo redentivo da obra que Cristo, que são TODAS as coisas. Com estes esclarecimentos deu para entender melhor a minha posicão? Espero que sim.
Graça e paz Leonardo.
ResponderExcluirVocê foi muito claro em seu argumento, só não sei se o Paulo tem algo a responder.
Fique na Paz!
Pr. Silas Figueira
Mauricio Zágari,
ResponderExcluirNesta resumida lista de amados pregadores Cristocêntricos eu incluiria mais dois.
Mark Driscoll (Mars Hills) e Glenio Fonseca Paranaguá (PIB Londrina).
"Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado." (I Coríntios 2:2)
Graça e Paz,
Bosco
http://www.esnips.com/web/CRUZ
Graça e paz Bosco.
ResponderExcluirJá que é para acrescentar mais nomes eu incluiria também o Rev. Hernandes Dias Lopes da Presbiteriana de Vitória ES(rs).
Fique na Paz!
Pr. Silas Figueira