Por Mauricio Zágari
Meus queridos filhinhos e outros que pensam que são mas não são,
Antes de qualquer coisa, quero que vocês saibam que não estou escrevendo esta carta para deixar ninguém chateado nem para ofender ninguém. Mas tem muita coisa que precisa ser dita e talvez você precise ouvir. Talvez não. De qualquer maneira entenda que estou escrevendo porque amo meus filhos e por isso me sinto na obrigação de protegê-los de tudo aquilo que os afasta de mim. Vou falar aqui de Teologia Relacional, Teologia da Prosperidade, Universalismo, Desigrejados (ou adenominacionais, como alguns pedem para ser chamados), os que acham que a proclamação da salvação tenha que ser modernizada, os que querem misturar a santidade das boas-novas de meu Filho com a imundície da vida política…e outras coisas mais.
Então resolvi escrever para os hereges e aqueles que, embora não sejam, me preocupam porque estão quase saindo dos trilhos. Tenho acompanhado vocês. Tenho visto o que têm pregado, escrito em blogs, falado na TV, postado nas mídias sociais e ensinado por aí, em seminários, conferências e igrejas. Também percebo que muitos de vocês há muito tempo nem ao menos pegam na minha Palavra para lembrar das coisas que lhes ensinei. Por isso resolvi escrever essa carta porque, não sei se vocês têm reparado nos sinais, mas o dia da volta do meu Filho à Terra está se aproximando. Sei do que falo, porque a data está marcada há alguns séculos no meu calendário. Junto a isso estou chocado com como vocês têm inventado coisas a meu respeito que absolutamente não são verdade (algumas até me fazem rir, confesso) e sobre o que penso e ensinei, apesar de estarem bem claras no livro que vocês têm aí em mãos. Em outras palavras – e vocês sabem que minha graça é firme e por isso sou direto e posso soar duro às vezes, ao contrário daqueles que me veem como um velhinho bonachão, que passa a mão na cabeça e se comporta passivamente ante o pecado – queria falar sobre as heresias e sobre distorções bíblicas que vocês têm ensinado. Mas vamos por partes.
E aviso aqui: esta é uma carta longa. Não é canônica. E será a primeira de duas sequenciais que enviarei esta semana. Mas é uma reflexão sobre as coisas que tenho visto e ouvido. Se você é daqueles que não têm paciência de ler nem a epístola de Judas não vá adiante, pois eu resolvi abordar muitas e muitas coisas neste texto. E para os que não gostam de ler na internet (ufa, ainda bem que a época do papiro acabou) artigos extensos, não vai gostar de ter de ler muito aqui.
Teologia Relacional
Não achei nada legal, por exemplo, que alguns de vocês tenham resolvido inventar que eu, o Soberano Criador de tudo, abro mão de minha soberania. Não, não abro. Manipular o esvaziamento de meu Filho (Fp 2.7) como argumento para dizer que Eu não sou quem Eu Sou… me perdoem, é uma teologia poética demais mas bíblica de menos. Dizer que eu não controlo as forças da natureza porque isso é coisa de religiões pagãs greco-romanas é no mínimo um argumento pueril de quem lê muitas coisas que não são a minha revelação escrita mas ignora o que eu mesmo revelei. E Teologia Liberal, rs, sobre essa Eu nem vou falar. Seria heresia demais para um post só. E a heresia aqui é outra: Teologia Relacional.
Vocês dizem que Eu não tenho nada a ver com o que chamam de “tragédias”, que se Eu trouxesse pra eternidade muita gente ao mesmo tempo Eu seria mau. Mas, vem cá, a vida de vocês não me pertence? Um de vocês, que tem provocado muitos estragos na Igreja brasileira e inventou essa tal Teologia Relacional (a versão brasileira do Teísmo Aberto) até escreveu no twitter que se Eu fosse o responsável pelo sofrimento de tantas pessoas num tsunami.. eu merecia ir para o inferno. E um MONTE de gente concordou. O que deu em vocês? Piraram de vez? Não leram tudo o que eu quis revelar a meu respeito? Não leram Romanos 9? Deixa eu reproduzir aqui, só pra lembrar vocês de umas realidades sobre mim e daquilo que eu faço ou deixo de fazer:
“Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum! Pois Ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia. Porque a Escritura diz a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu poder e para que o meu nome seja anunciado por toda a terra. Logo, tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz. Tu, porém, me dirás: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade? Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra?”.
Meu filho Paulo escreveu isso há dois mil anos e vocês ainda têm a petulância de me julgar e de achar que podem decidir o que faz de mim justo ou não. Desculpem, mas vocês se tornaram hereges ao furtar de mim minha total soberania e autoridade sobre tudo o que criei. Não quero parecer arrogante mas, quer saber? Quem manda aqui sou eu. Vocês nunca leram o que eu disse ao meu queridíssimo Jó no livro dele? Que tal parar de ler tanta poesia que fala sobre amor romântico de contos de fadas (vale a pena ler este post, ”Heresias em nome do amor“, que fala sobre isso) e passar a ler mais a Bíblia, onde eu me revelei? Aliás, por favor, tem até uns de vocês que escrevem no twitter umas poesias tão pobrezinhas que chegam a dar dó. Parem de pensar com a cabecinha poética e comecem a pensar com o conhecimento bíblico, por gentileza. Aqui em cima é o que importa.
Sem querer decepcioná-los, queria dizer que o que vocês fazem e falam não é nenhuma novidade, vocês são apenas mais alguns jogadores no time que um ex-querubim meu selecionou a dedo para inventar coisas muito esquisitas sobre mim, meu Filho e meu Espírito. E não estou falando daqueles que escrachadamente ignoram tudo aquilo que a gente se preocupou em ensinar, como os que dizem que há reencarnação ou que invocam a turma lá de baixo batucando em seus tambores. Estou falando daqueles que se dizem meus filhos mas que…sinceramente? Eu não os conheço. Me chamam de “Senhor” mas eu não entendo por quê, já que não me servem como eu ensinei por meio de meus profetas, de meu Filho ou outros servos fiéis.
Esse time que já no mesmo século em que meu Filho encarnou contava com gente como os tais gnósticos. Os caras viajaram tanto nas suas ideias que misturaram meus ensinamentos com os da turma da filosofia grega. A ponto de eu ter que inspirar meu filho João a escrever epístolas para combatê-los. Ou o Marcião, coitado, que no século II incluiu muitas idéias próprias e conjecturas no que meu Filho ensinou, como rejeitar meu Antigo Testamento, além de afirmar que Jesus não era Deus (e, vamos combinar, essa coisa de “eu acho isso” e “eu acho aquilo” em vez de ver nas Escrituras o que EU penso já fez muitos se afastarem de mim). Marcião ensinou o batismo pelos mortos e que o casamento, embora legal, era aviltante. O que é aviltante.
Teologia da Prosperidade
Outro grupo veio com esse papo de que eu só abençôo alguém se concedo a ele prosperidade material. É a tal da Teologia da Prosperidade. Vocês não sabem que meu Reino não é deste mundo? Que não adianta juntar tesouros na terra? Que é mais fácil o camelo passar pelo buraco da agulha que um rico entrar no meu Reino? Que meu Filho encarnou entre os pobres e passou seus últimos três anos na Terra quase sem nenhum recurso material? Eu me entristeço de ver vocês pegando ensinantos do meu ex-querubim (saiba mais sobre as origens de Nova Era da Teologia da Prosperidade) e ensinando aos meus filhinhos. Amados, essa vida é como um sopro! Ela vai acabar logo e tudo o que vocês juntarem aí de bens vai ficar aí. Aqui nas minhas mansões, queridos, nenhum bem material terreno entra. Então parem com esse papo de que só quem tem grana dispõe do meu favor. Muitos dos meus servos mais queridos moram em comunidades carentes e uns às vezes dependem até da caridade alheia para comer. E eu sempre dou um jeito de mandar comida até eles, podem ter certeza. E os amo do mesmo jeito.
Teve muita gente como vocês, hereges, ao longo desses últimos dois mil anos. Posso citar a turma que criou a heresia que foi chamada de Modalismo (ou Sabelianismo), como Noeto, Epógono, Cleômenes, Calixto, Práxeas e Sabélio. Imaginem como eu me sentia quando os ouvia rejeitar o conceito de Três Pessoas em uma só essência. Tadinhos, não entenderam a realidade da Trindade, que eu esclareci ao meu servo Tertuliano e depois reforcei com os dois Basílios e Gregório, que vocês chamam de “pais capadócios”.
Isso para não falar de outros hereges, como Montano, que, por volta do ano 150 se anunciou portador de uma nova revelação. Viram como vocês não estão inventando nada novo! “Grandes sacadas teológicas” já existem há dois mil anos!!!
Ou mesmo Ário, que nasceu no fim do terceiro século e começou a ensinar que Jesus era um ser criado, sem atributos como eternidade, onisciência, onipotência etc. Interessante, assim como ocorre hoje com vocês, teólogos da prosperidade, que conseguiram enfiar seus ensinos de demônios até em denominações sérias, já naquela época muitos teólogos e sacerdotes aceitaram ensinos que não têm nada a ver comigo. No caso de Ário, diversos bispos da Igreja no Oriente (que eram gente estudada, cheios de mestrados e doutorados, se podemos fazer a analogia) concordaram com os ensinos heréticos dele. E isso vive se repetindo na História.
Universalismo
Não sei se vocês já ouviram falar de um homem chamado Pelágio. No final do século IV, esse teólogo britânico afirmava que o homem poderia viver isento do pecado, que não houve o pecado original e que, por uma vida digna, os homens poderiam atingir o Céu, mesmo desconhecendo o Evangelho. E olha que eu fiz tanta questão de inspirar meus escritores para deixar bem claro na Bíblia que a salvação é pela graça somente, mediante a fé em Jesus – e que ambos procedem de mim, são dons meus!
Aí eu fiz meu servo Agostinho combater fortemente Pelágio por dizer essa coisa totalmente absurda – que qualquer um, por suas boas obras, poderia ser salvo. E agora, 17 séculos depois, um bonitinho lá dos Estados Unidos trouxe à tona recentemente a teoria de que -graças ao meu infinito amor – no final dos tempos toda a humanidade, de todas as religiões , crenças e fés, viria pro Céu. Meninos, acho que alguém precisa limpar aqueles óculos bacaninhas dele, para que leia melhor a Biblia. Esse rapaz faz parte desse negocio engraçado que vocês inventaram chamar de Igreja emergente.
Nada contra, até que as roupas dele são estilosas e os vodcasts dele são muito bem produzidos. Mas…sinceramente, é só o que tem me chamado atenção nele. Porque será que ele não entendeu absolutamente nada sobre por que meu Filho teve de morrer na Cruz e ressuscitar pra que SOMENTE e TÃO SOMENTE aqueles que nele creem não pereçam, mas tenham a vida eterna? Como é que ele lança um vídeo dizendo que um hindu que rejeitou o sacrifício do meu Filho vai morar aqui nas minhas mansões? De onde ele tirou essa ideia? E ainda por cima usando como justificativa a minha essência – que é o amor. O livro dele tergiversa bastante, mas aquele vídeo que ele lançou no Youtube é intragável. Pelagianismo puro. E o que mais me espanta é que tem montes e montes e montes de emergentes concordando com ele e até o defendendo daqueles que criticam esse pensamento absurdo.
Amar é ser justo. Será que esse menino não leu que aquele que guarda os mandamentos de Jesus é o que o ama de verdade (“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele” – Jo 14.21)? E desde quando um hindu, um muçulmano ou qualquer adepto de outra fé cumpre os mandamentos do meu Unigênito? Logo, não o ama. E se não o ama e Ele é o ÚNICO caminho e ninguém vem a mim senão por Ele, de onde é que esse garoto tirou essa ideia maluca (chamam isso de universalismo, né?) de que todos serão salvos no final? E tem gente acreditando!
Amor, meninos, é entregar-se cem por cento ao meu Filho. Esse é o amor que vence no final: a Cruz. Estou começando a achar esse negocio de Igreja emergente meio esquisito…
Vamos então falar sobre isso. Mas somente na 2a Epístola, que posto aqui em breve, pois por hoje já escrevi o suficiente.
Paz a todos vocês que estão em Cristo.
(Esta é uma obra de ficção, baseada em fatos muito, mas muito reais. Ai de mim pôr palavras na boca de Deus, pois, ao contrário de muitos, não quero me tornar um herege).
Meus queridos filhinhos e outros que pensam que são mas não são,
Antes de qualquer coisa, quero que vocês saibam que não estou escrevendo esta carta para deixar ninguém chateado nem para ofender ninguém. Mas tem muita coisa que precisa ser dita e talvez você precise ouvir. Talvez não. De qualquer maneira entenda que estou escrevendo porque amo meus filhos e por isso me sinto na obrigação de protegê-los de tudo aquilo que os afasta de mim. Vou falar aqui de Teologia Relacional, Teologia da Prosperidade, Universalismo, Desigrejados (ou adenominacionais, como alguns pedem para ser chamados), os que acham que a proclamação da salvação tenha que ser modernizada, os que querem misturar a santidade das boas-novas de meu Filho com a imundície da vida política…e outras coisas mais.
Então resolvi escrever para os hereges e aqueles que, embora não sejam, me preocupam porque estão quase saindo dos trilhos. Tenho acompanhado vocês. Tenho visto o que têm pregado, escrito em blogs, falado na TV, postado nas mídias sociais e ensinado por aí, em seminários, conferências e igrejas. Também percebo que muitos de vocês há muito tempo nem ao menos pegam na minha Palavra para lembrar das coisas que lhes ensinei. Por isso resolvi escrever essa carta porque, não sei se vocês têm reparado nos sinais, mas o dia da volta do meu Filho à Terra está se aproximando. Sei do que falo, porque a data está marcada há alguns séculos no meu calendário. Junto a isso estou chocado com como vocês têm inventado coisas a meu respeito que absolutamente não são verdade (algumas até me fazem rir, confesso) e sobre o que penso e ensinei, apesar de estarem bem claras no livro que vocês têm aí em mãos. Em outras palavras – e vocês sabem que minha graça é firme e por isso sou direto e posso soar duro às vezes, ao contrário daqueles que me veem como um velhinho bonachão, que passa a mão na cabeça e se comporta passivamente ante o pecado – queria falar sobre as heresias e sobre distorções bíblicas que vocês têm ensinado. Mas vamos por partes.
E aviso aqui: esta é uma carta longa. Não é canônica. E será a primeira de duas sequenciais que enviarei esta semana. Mas é uma reflexão sobre as coisas que tenho visto e ouvido. Se você é daqueles que não têm paciência de ler nem a epístola de Judas não vá adiante, pois eu resolvi abordar muitas e muitas coisas neste texto. E para os que não gostam de ler na internet (ufa, ainda bem que a época do papiro acabou) artigos extensos, não vai gostar de ter de ler muito aqui.
Teologia Relacional
Não achei nada legal, por exemplo, que alguns de vocês tenham resolvido inventar que eu, o Soberano Criador de tudo, abro mão de minha soberania. Não, não abro. Manipular o esvaziamento de meu Filho (Fp 2.7) como argumento para dizer que Eu não sou quem Eu Sou… me perdoem, é uma teologia poética demais mas bíblica de menos. Dizer que eu não controlo as forças da natureza porque isso é coisa de religiões pagãs greco-romanas é no mínimo um argumento pueril de quem lê muitas coisas que não são a minha revelação escrita mas ignora o que eu mesmo revelei. E Teologia Liberal, rs, sobre essa Eu nem vou falar. Seria heresia demais para um post só. E a heresia aqui é outra: Teologia Relacional.
Vocês dizem que Eu não tenho nada a ver com o que chamam de “tragédias”, que se Eu trouxesse pra eternidade muita gente ao mesmo tempo Eu seria mau. Mas, vem cá, a vida de vocês não me pertence? Um de vocês, que tem provocado muitos estragos na Igreja brasileira e inventou essa tal Teologia Relacional (a versão brasileira do Teísmo Aberto) até escreveu no twitter que se Eu fosse o responsável pelo sofrimento de tantas pessoas num tsunami.. eu merecia ir para o inferno. E um MONTE de gente concordou. O que deu em vocês? Piraram de vez? Não leram tudo o que eu quis revelar a meu respeito? Não leram Romanos 9? Deixa eu reproduzir aqui, só pra lembrar vocês de umas realidades sobre mim e daquilo que eu faço ou deixo de fazer:
“Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum! Pois Ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia. Porque a Escritura diz a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu poder e para que o meu nome seja anunciado por toda a terra. Logo, tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz. Tu, porém, me dirás: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade? Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra?”.
Meu filho Paulo escreveu isso há dois mil anos e vocês ainda têm a petulância de me julgar e de achar que podem decidir o que faz de mim justo ou não. Desculpem, mas vocês se tornaram hereges ao furtar de mim minha total soberania e autoridade sobre tudo o que criei. Não quero parecer arrogante mas, quer saber? Quem manda aqui sou eu. Vocês nunca leram o que eu disse ao meu queridíssimo Jó no livro dele? Que tal parar de ler tanta poesia que fala sobre amor romântico de contos de fadas (vale a pena ler este post, ”Heresias em nome do amor“, que fala sobre isso) e passar a ler mais a Bíblia, onde eu me revelei? Aliás, por favor, tem até uns de vocês que escrevem no twitter umas poesias tão pobrezinhas que chegam a dar dó. Parem de pensar com a cabecinha poética e comecem a pensar com o conhecimento bíblico, por gentileza. Aqui em cima é o que importa.
Sem querer decepcioná-los, queria dizer que o que vocês fazem e falam não é nenhuma novidade, vocês são apenas mais alguns jogadores no time que um ex-querubim meu selecionou a dedo para inventar coisas muito esquisitas sobre mim, meu Filho e meu Espírito. E não estou falando daqueles que escrachadamente ignoram tudo aquilo que a gente se preocupou em ensinar, como os que dizem que há reencarnação ou que invocam a turma lá de baixo batucando em seus tambores. Estou falando daqueles que se dizem meus filhos mas que…sinceramente? Eu não os conheço. Me chamam de “Senhor” mas eu não entendo por quê, já que não me servem como eu ensinei por meio de meus profetas, de meu Filho ou outros servos fiéis.
Esse time que já no mesmo século em que meu Filho encarnou contava com gente como os tais gnósticos. Os caras viajaram tanto nas suas ideias que misturaram meus ensinamentos com os da turma da filosofia grega. A ponto de eu ter que inspirar meu filho João a escrever epístolas para combatê-los. Ou o Marcião, coitado, que no século II incluiu muitas idéias próprias e conjecturas no que meu Filho ensinou, como rejeitar meu Antigo Testamento, além de afirmar que Jesus não era Deus (e, vamos combinar, essa coisa de “eu acho isso” e “eu acho aquilo” em vez de ver nas Escrituras o que EU penso já fez muitos se afastarem de mim). Marcião ensinou o batismo pelos mortos e que o casamento, embora legal, era aviltante. O que é aviltante.
Teologia da Prosperidade
Outro grupo veio com esse papo de que eu só abençôo alguém se concedo a ele prosperidade material. É a tal da Teologia da Prosperidade. Vocês não sabem que meu Reino não é deste mundo? Que não adianta juntar tesouros na terra? Que é mais fácil o camelo passar pelo buraco da agulha que um rico entrar no meu Reino? Que meu Filho encarnou entre os pobres e passou seus últimos três anos na Terra quase sem nenhum recurso material? Eu me entristeço de ver vocês pegando ensinantos do meu ex-querubim (saiba mais sobre as origens de Nova Era da Teologia da Prosperidade) e ensinando aos meus filhinhos. Amados, essa vida é como um sopro! Ela vai acabar logo e tudo o que vocês juntarem aí de bens vai ficar aí. Aqui nas minhas mansões, queridos, nenhum bem material terreno entra. Então parem com esse papo de que só quem tem grana dispõe do meu favor. Muitos dos meus servos mais queridos moram em comunidades carentes e uns às vezes dependem até da caridade alheia para comer. E eu sempre dou um jeito de mandar comida até eles, podem ter certeza. E os amo do mesmo jeito.
Teve muita gente como vocês, hereges, ao longo desses últimos dois mil anos. Posso citar a turma que criou a heresia que foi chamada de Modalismo (ou Sabelianismo), como Noeto, Epógono, Cleômenes, Calixto, Práxeas e Sabélio. Imaginem como eu me sentia quando os ouvia rejeitar o conceito de Três Pessoas em uma só essência. Tadinhos, não entenderam a realidade da Trindade, que eu esclareci ao meu servo Tertuliano e depois reforcei com os dois Basílios e Gregório, que vocês chamam de “pais capadócios”.
Isso para não falar de outros hereges, como Montano, que, por volta do ano 150 se anunciou portador de uma nova revelação. Viram como vocês não estão inventando nada novo! “Grandes sacadas teológicas” já existem há dois mil anos!!!
Ou mesmo Ário, que nasceu no fim do terceiro século e começou a ensinar que Jesus era um ser criado, sem atributos como eternidade, onisciência, onipotência etc. Interessante, assim como ocorre hoje com vocês, teólogos da prosperidade, que conseguiram enfiar seus ensinos de demônios até em denominações sérias, já naquela época muitos teólogos e sacerdotes aceitaram ensinos que não têm nada a ver comigo. No caso de Ário, diversos bispos da Igreja no Oriente (que eram gente estudada, cheios de mestrados e doutorados, se podemos fazer a analogia) concordaram com os ensinos heréticos dele. E isso vive se repetindo na História.
Universalismo
Não sei se vocês já ouviram falar de um homem chamado Pelágio. No final do século IV, esse teólogo britânico afirmava que o homem poderia viver isento do pecado, que não houve o pecado original e que, por uma vida digna, os homens poderiam atingir o Céu, mesmo desconhecendo o Evangelho. E olha que eu fiz tanta questão de inspirar meus escritores para deixar bem claro na Bíblia que a salvação é pela graça somente, mediante a fé em Jesus – e que ambos procedem de mim, são dons meus!
Aí eu fiz meu servo Agostinho combater fortemente Pelágio por dizer essa coisa totalmente absurda – que qualquer um, por suas boas obras, poderia ser salvo. E agora, 17 séculos depois, um bonitinho lá dos Estados Unidos trouxe à tona recentemente a teoria de que -graças ao meu infinito amor – no final dos tempos toda a humanidade, de todas as religiões , crenças e fés, viria pro Céu. Meninos, acho que alguém precisa limpar aqueles óculos bacaninhas dele, para que leia melhor a Biblia. Esse rapaz faz parte desse negocio engraçado que vocês inventaram chamar de Igreja emergente.
Nada contra, até que as roupas dele são estilosas e os vodcasts dele são muito bem produzidos. Mas…sinceramente, é só o que tem me chamado atenção nele. Porque será que ele não entendeu absolutamente nada sobre por que meu Filho teve de morrer na Cruz e ressuscitar pra que SOMENTE e TÃO SOMENTE aqueles que nele creem não pereçam, mas tenham a vida eterna? Como é que ele lança um vídeo dizendo que um hindu que rejeitou o sacrifício do meu Filho vai morar aqui nas minhas mansões? De onde ele tirou essa ideia? E ainda por cima usando como justificativa a minha essência – que é o amor. O livro dele tergiversa bastante, mas aquele vídeo que ele lançou no Youtube é intragável. Pelagianismo puro. E o que mais me espanta é que tem montes e montes e montes de emergentes concordando com ele e até o defendendo daqueles que criticam esse pensamento absurdo.
Amar é ser justo. Será que esse menino não leu que aquele que guarda os mandamentos de Jesus é o que o ama de verdade (“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele” – Jo 14.21)? E desde quando um hindu, um muçulmano ou qualquer adepto de outra fé cumpre os mandamentos do meu Unigênito? Logo, não o ama. E se não o ama e Ele é o ÚNICO caminho e ninguém vem a mim senão por Ele, de onde é que esse garoto tirou essa ideia maluca (chamam isso de universalismo, né?) de que todos serão salvos no final? E tem gente acreditando!
Amor, meninos, é entregar-se cem por cento ao meu Filho. Esse é o amor que vence no final: a Cruz. Estou começando a achar esse negocio de Igreja emergente meio esquisito…
Vamos então falar sobre isso. Mas somente na 2a Epístola, que posto aqui em breve, pois por hoje já escrevi o suficiente.
Paz a todos vocês que estão em Cristo.
(Esta é uma obra de ficção, baseada em fatos muito, mas muito reais. Ai de mim pôr palavras na boca de Deus, pois, ao contrário de muitos, não quero me tornar um herege).
Fonte: Apenas
Prezado Maurício, Paz do Senhor Jesus Cristo!
ResponderExcluirParabéns, excelente texto. Já estou esperando a "2ª Epístola".
Abraço,
Régis de Oliveira/RS
Graça e paz Régis.
ResponderExcluirEm breve estaremos publicando a "segunda epístola".
Fique na Paz!
Pr. Silas Figueira