Por Georges Nogueira
E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.(At 2.42-47)
É fato mais do que conhecido e incontestável, que a Igreja teve seu princípio durante a festa judaica das primícias celebrada após a crucificação do Senhor Jesus. Este princípio da Igreja primitiva e seu desenvolvimento estão muito bem descritos ao longo de todo o livro de Atos do Espírito, mais conhecido como Atos dos apóstolos.
Sabemos também que o Evangelho se espalhou a partir destes eventos para todo o mundo, e como o império romano era, à época, o maior de todos os impérios humanos e também o que exercia poder político na Judéia de então, é natural que o cristianismo tenha se desenvolvido por lá justamente pelas ligações que haviam entre os locais e devido ao trânsito entre os cidadãos de ambas as nacionalidades.
Outro fator que também contribuiu bastante para este foco do cristianismo primitivo em Roma foi a baixa aceitação do Evangelho por parte dos babilônios e assírios, principalmente pelos praticantes do zoroastrismo, que mais tarde, por volta de meados do século III veio a se tornar a religião oficial da Pérsia. Também se deve levar em consideração a política religiosa dos Sassanidas (dinastia persa) que favoreceu o zoroastrismo, e a forma herética em que o cristianismo foi pregado naquela região.
Ao longo dos primeiros três séculos do cristianismo havia tanto competição entre as religiões como o espírito de tolerância. Era mesmo considerado nobre que cada homem respeitasse os deuses dos outros homens, embora não fosse obrigado a venerá-los.
Os cristãos, por outro lado, se negavam a participar de festas e rituais pagãos idólatras nos templos e demonstravam sua clara hostilidade para com as outras religiões, o que fez com que fossem considerados ateus e inimigos dos deuses.
Também os cristãos passaram a se reunir de noite e em segredo e começaram a demonstrar afeição e amor cristão uns pelos outros. Celebravam a ceia do Senhor, que conforme as Sagradas Escrituras era designada como “beber do sangue” e “comer do corpo” de Jesus (Lc 22.19-20). A celebração da ceia deu margem a que acusassem os cristãos de antropofagia e canibalismo. Da mesma forma os cristãos convertidos entraram em conflito com os vendedores de ídolos e com os comerciantes da idolatria. Isso fez com que a má vontade de classes economicamente poderosas caísse sobre os cristãos e deu início à perseguição.
A adoração aos ídolos nos primeiros séculos da era cristã estava de tal forma arraigada na vida de todas as sociedades, haja vista que a idolatria não era uma prática recente, e é citada na bíblia desde o Gênesis (Gn 31.19 cita os ídolos do lar), que as imagens eram encontradas não apenas nos templos, mas em todos os lares, nas praças públicas nas cerimônias religiosas e cívicas, para serem adoradas. Os cristãos, evidentemente, não participavam dessa adoração pagã, não se misturando aos idólatras em nenhum destes locais e evitando as cerimônias dos ímppios, sendo por isso considerados ateus que não tinham deuses e povo sem trato social.
Havia também a adoração ao imperador, que era imposta aos povos colonizados pelos romanos e tida como prova de lealdade. Por este motivo, os imperadores não tinham suas faces cunhadas apenas nas moedas, mas havia estátuas dos imperadores em todos os locais públicos de grande visibilidade para que o povo pudesse demonstrar sua adoração a eles. Esta era outra adoração à qual os cristãos se negavam.
Os cristãos também eram, assim como o Senhor Jesus, falsamente acusados de crimes de rebeldia política e de serem perturbadores da ordem social vigente à época, devido ao fato de tratarem todos os homens como iguais entre si e perante Deus, não permitindo distinção entre os membros de sua igreja, no que eram chamados de “niveladores da sociedade” o que constituía um grave crime social e político.
Por motivos óbvios de falta de espaço e muito provavelmente de paciência dos leitores do blog, não podemos aqui contar uma história rica e detalhada, mas o conteúdo deste post retrata com fidelidade a igreja do primeiro século, suas particularidades e seus problemas. Nos próximos posts, caminharemos até a Reforma e daí até a Igreja em nossos dias, para compreendermos melhor a importância da Reforma Protestante e a partir daí debater sua eficácia nos dias de hoje. Que o Senhor continue nos abençoando ricamente, para que possamos prosseguir neste propósito, sempre pedindo a orientação do Espírito Santo do Senhor.
Fonte: palavra que liberta
Olá amados irmãos, graça e paz! Seu blog continua muito bom, parabéns. Passe no SOLUS CHRISTUS pois seu blog foi indicado e vc tem um selo que é minha pequena homenagem!
ResponderExcluirUm abraço!
A paz seja convosco!
ResponderExcluirTem um selo pra você no Blog ICABODE-FOI-SE A GLÓRIA DE DEUS!
Seu Blog é ralmente uma bênção!
Fique na Paz!