sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Neopentecostalismo: Misticismo, pragmatismo e culto à Mamom


Por Leonardo Gonçalves

Na década de 70, chegou no Brasil o movimento que ficou conhecido como neo-pentecostalismo. Este movimento se originou a partir de denominações históricas, tais como a Igreja Presbiteriana Renovada, em 1975; as Igrejas Pentecostais Livres: Sinais e Prodígios, fundada em 1970, e Socorrista, em 1973; as Igrejas com pouca estrutura eclesiástica, como a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), fundada em 1977; e os Pentecostais Carismáticos, Renovação Carismática, originária da Igreja Católica Romana, fundadas em 1967. Como já foi dito no capítulo anterior, embora seja possível estabelecer uma símile entre o pentecostalismo e o neo-pentecostalismo, as diferenças entre esses dois grupos protestantes são maiores que qualquer semelhança que possam ter. Nos nossos dias, juntamente com as doutrinas neo-pentecostais têm surgido muitas doutrinas paralelas, como a chamada Confissão Positiva (Evangelho da Saúde e da Prosperidade, Quebra de Maldições, Maldições Hereditárias, Maldição de Família e Pecado de Geração, Nova Unção); apregoadas por supostos avivalistas em acampamentos cristãos, em congressos, em escolas bíblicas de férias e na televisão; e por mentores católicos carismáticos no exercício do Toque do Dom, da Cura Diferencial e do Exorcismo. Todos estes, evangélicos ou não, sem nenhuma consulta à exegese bíblica, alicerces ou filtro teológico, ensinam sempre sob a orientação filosófica de seu pai, Essek William Kenyon e de seus principais porta-vozes, Kenneth Hagin, Marilyn Hickey, Kenneth Copeland, Robert Schüller, Jorge Tadeu e outros.

Temos buscado nessas páginas, além de apresentar as principais doutrinas do século vinte, defender com muita submissão os valores do Evangelho e a imaculada Igreja de Nosso Senhor Jesus, à qual fomos chamados. Muitos obreiros e ministérios são envolvidos em assuntos aparentemente simples como os que temos abordado, pensando estar fazendo o melhor para Deus, quando na verdade estão sendo instrumentos para erosão perniciosa contra a vida espiritual da Igreja. Estes, sejam pregadores ou leigos, vivem em busca de “sinais” de Deus, de novas manifestações, mas lembremos-nos: o sinal sempre foi sinal para incrédulos! Em toda a história, homens e mulheres no decorrer de sua incansável busca por um toque religioso, sempre buscaram um sinal e uma materialização do imaterial. Jesus chamou essa multidão que de um lado para o outro em busca de uma experiência, de multidão má e incrédula (cf. Mateus 12.38-39).

História do Movimento Neo-pentecostal

Muitas pessoas no movimento da confissão positiva consideram Kenneth Hagin como o pai do movimento, de tal forma que muitos pregadores da prosperidade – inclusive os brasileiros – se consideram discípulos de Hagin. Porém, quando se investiga o desenvolvimento histórico do movimento, chega-se à conclusão de que o verdadeiro pai da confissão positiva é Essek William Kenyon.

Kenyon nasceu no condado de Saratoga, Nova York, Estados Unidos, em 1867. Em 1892, mudou-se para Boston, onde freqüentou várias escolas, entre elas a Faculdade Emerson de Oratória, fundada por Charles Emerson. Ésse Charles Emerson, segundo se sabe, foi uma mente muito confusa e sincretista, e chegou a abraçar inclusive muitos ensinos de seitas heréticas, como por exemplo a Ciência Cristã, que à bem da verdade, não é nem ciência nem cristã. É muito importante saber quem foi Charles Emerson para se compreender a hermenêutica de Kenyon.

Em Super Crentes, O professor do Makenzie e apologista do ICP, Paulo Romeiro, escreve o seguinte acerca de Emerson: Charles Emerson foi uma figura um tanto contriversa. Em seus 40 anos de ministério, a teologia de Emerson evoluiu do congregacionalismo para o universalismo, para o unitarismo, para o transcendentalismo, para o Novo Pensamento (Nova Idéia), e terminou, finalmente, nas mais rígidas e dogmáticas de todas as seitas metafísicas, a Ciência Cristã. Emerson uniu-se à Ciência Cristã em 1903 e nela permaneceu envolvido até sua morte, em 1908. Sua conversão à Ciência Cristã foi a última progressão lógica na sua evolução metafísica do ortodoxo para o sectário”.

No dia 19 de março de 1948, faleceu Kenyon, com a idade de 80 anos. Antes de sua morte, encarregou sua filha Rute de continuar o seu ministério e publicar os seus escritos, o que ela cumpriu fielmente. Mais tarde, alguém utilizaria as idéias e os escritos de Kenyon para dar forma ao que viria a ser um dos maiores e mais controvertidos movimentos dentro do corpo de Cristo da atualidade. Esta pessoa é Kenneth Erwin Hagin.

Duas experiências polêmicas teriam afetado toda a sua vida e ministério. A primeira foi Hagin ter sido “levado ao inferno”, onde supostamente viu e sentiu coisas que o deixaram perplexo. Hagin conta ter descido outras duas vezes “ao inferno” para ali contemplar os seus horrores, sendo assim levado a tomar uma decisão quanto a sua vida espiritual. Depois da terceira “visita ao inferno”, Hagin aceitou a Cristo como seu Salvador.

No início do seu ministério, Hagin foi um jovem pregador batista (1934-1937) e pastoreou uma igreja da comunidade onde morava. Devido à sua crença em cura divina, começou a associar-se com os pentecostais e em 1937, recebeu o batismo com Espírito Santo e falou em línguas. Neste mesmo ano foi licenciado como ministro da Assembléia de Deus (1937-1949) e pastoreou várias igrejas dessa denominação no Estado do Texas. Tendo passado por essas duas denominações, finalmente fundou, em 1962, seu próprio ministério.

O ministério de Kenneth Hagin é hoje um dos maiores do mundo e sua influência tem se espalhado por muitas partes do globo. Fundou em Tusla, em 1974, a Escola Bíblica por Correspondência Rhema e o Centro de Treinamento Bíblico Rhema em Tulsa. Segundo o professor Paulo Romeiro, a Escola Bíblica de Hagin já formou cerca de 6.600 alunos. A revista Word of Faith (Palavra da Fé), que também pertence ao movimento, é enviada para 190 mil lares mensalmente e calcula-se que cerca de 20 mil fitas cassete de estudos são distribuídas a cada mês. Já foram vendidos cerca de 33 milhões de cópias de seus 126 livros e panfletos. Os bens da organização estão avaliados em 20 milhões de dólares. R. R. Soares, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus, responsável pela publicação da maioria dos livros de Kenneth Hagin no Brasil.

Além de Essek W. Kenyon e Kenneth Hagin, os nomes mais conhecidos ligados à confissão positiva são Ken Hagin Jr. (filho de Kenneth Hagin), Kenneth e Glória Copeland, T. L. Osborn, Fred Price, Hobart Freeman, Charles Capps, Jerry Savelle, John Osteen, Benny Hinn e Lester Sumrall. Outra pessoa que tem influenciado muitos no Brasil é o engenheiro Jorge Tadeu, hoje pastor e líder das igrejas Maná, em Portugal. Pode ser citado ainda o ministério de Miguel Ângelo da Silva Ferreira, pastor da Igreja Evangélica Cristo Vive, no Rio de Janeiro, o já mencionado Edir Macedo e o líder da Igreja Internacional da Graça de Deus, R.R. Soares.

Pressuposições da Doutrina da Prosperidade..

É muito difícil enumerar os pressupostos do neopentecostalismo, visto que existem diversas denominações neo-pentecostais e todas possuem sistema doutrinario eclético. Nos limitaremos, portanto, a destacar algumas práticas dos principais grupos neo-pentecostais.

A marca registrada das igrejas neo-pentecostais no Brasil tem sido a ávidez por dinheiro. Escandalos envolvendo o Bispo da IURD, Edir Macedo e recentemente com o bispo Estevão Hernandes e com a ua esposa, a também bispa Sônia Hernandes, da igreja Renascer, têm se tornado corriqueiros. Não é nossa intenção inquerir até que ponto a arrecadação feita nas denominações é lícita. Apenas queremos chmar a atenção para algo que se tornou o principal enfoque do neo-pentecostalismo: a teologia da prosperidade.

Segundo essa abordagem teológica, pobreza e enfermidade são características de uma vida sem fé. A doença tem sua origem na falta de comunhão com Deus, de modo que um indivíduo realmente convertido nunca deve ficar doente, baseando a cura divina na expiação e usando para isso o texto de Isaías 53.4-5. A prosperidade financeira também é um direito do crente, sendo a pobreza uma maldição. Para justificar o disparate, afirmam que Jesus era rico – bem como os seus discípulos – mas até onde sabemos, o Filho do Homem muitas vezes não tinha sequer onde reclinar a cabeça. Para o Dr. Serafim Isidoro, em seu pequeno, porém inteligente livro Considerações à Doutrina da Prosperidade, o Novo Testamento traz em seu cerne uma mensagem de abnegação, enquanto no Antigo Testamento a promessa é de prosperidade advinda da obediência. Ele também diz que “a busca do sensacionalismo e da prosperidade facil afasta o homem da ordem antiga: Comerás o pão do suor do teu rosto”.

Os porta-vozes da doutrina da prosperidade não medem esforços para conseguir arrecadações. Bob Tilton, que já esteve no Brasil acompanhado de Rex Humbard, é uma figura extremamente controvertida hoje nos Estados Unidos, principalmente pelos seus métodos de levantamento de fundos, chegando até mesmo a chorar e a profetizar enquanto pede dinheiro no seu programa de televisão.

Não há dúvida de que o movimento da fé tem em Benny Hinn, pastor do Centro Cristão de Orlando, na Flórida, é um de seus nomes mais famosos. Seu livro, Bom Dia, Espírito Santo, é um dos mais vendidos hoje na América do Norte. Porém, tanto o livro de Hinn como seus ensinos têm levantado muita polêmica, como, por exemplo, o estudo acerca do “corpo” do Espírito Santo. Não faz muito tempo, Hinn levou os membros de sua igreja a repetir depois dele a seguinte frase: “Eu sou um deus-homem”. O vídeo consta nos arquivos do ICP e o episódio é citado por Paulo Romeiro em Super Crentes. O boletim The Berean Call (O Chamado dos Bereanos), de Oregon, em setembro de 1992, publicou os seguintes comentários de Hinn a respeito de Adão e Eva: “Adão era um ser sobre-humano quando Deus o criou. Não sei se as pessoas chegam a saber disso, mas ele foi o primeiro super-homem que já existiu. Adão não só voava [como os pássaros], mas também voava para o espaço (…) com um pensamento ele estaria na Lua (…) podia nadar [debaixo d'água] sem perder o fôlego, e sua esposa fazia o mesmo (…) Ambos eram sobre-humanos”. A capacidade imaginativa de Hinn é tão perspicaz que não exitariamos em recomendar sua “história” à Walt Disney Pictures. No ano de 1992, o jornal Mensageiro da Paz publicou uma nota sobre Benny Hinn: “O livro Bom Dia, Espírito Santo, de Benny Hinn, está causando celeuma nos Estados Unidos. Ele passa a idéia de que existem nove deuses na Trindade. O autor se justifica afirmando que não soube explicar bem o que queria dizer. A confissão positiva já alcançou repercussão significativa nos meios de comunicação, especialmente na televisão.

Na Igreja Universal do Reino de Deus, fundada pelo bispo Edir Macedo, podemos encontrar muitos pressupostos do “movimento da fé”. A ênfase sobre a prosperidade financeira é bastante acentuada, mas a semelhança com as práticas iconoclasticas da idade média é evidente: Substituindo a idolatria por metodologias visuais e palpáveis, a denominação faz uso de rosas, copos com água, medalhas com inscrições, cruzes, lenços, retalhos dos ternos usados pelos pastores (será que eles rasgam o Armani do Bispo Macedo também?), lenços, portais da felicidade, réplicas da Arca do Concerto, além de objetos sem nenhum valor financeiro, supostamente importados de Israel, tais como água do Jordão e azeite para unção.

Valnice Milhomens também tem aderido à muitas práticas neopentecostais. Entre seus ensinos mais controversos está o seu comentário de Is 53:9, onde afirma que Jesus morreu duas vezes, física e espiritualmente; bem como a afirmação de que o número dos salvos será maior do que o número dos perdidos; a guarda do sábado. Ela também defende a maldição de família e a necessidade de ruptura das mesmas. Além destas, há ainda questões escatológicas, como a volta de Jesus num dia de sábado no ano 2007, quando a Bíblia diz que “aquele dia e hora ninguém sabe”.

Os pregadores neo-pentecostais também ensinam que a fé e o recebimento das bençãos de Deus está relacionada com a confissão que fazemos, de modo que a fé é reduzida à uma mera confissão positiva. Por causa disso, muitos membros dessas igrejas vivem frustrados, pois temem pronunciar maldições que interfiram em seu progresso espiritual. A cura física também deve ser pronunciada, ou ainda, utilizando um jargão próprio do neo-pentecostalismo, “decretada”. É comum assistir na TV pregadores da Prosperidade ensinando os crentes a dar ordens em Deus. O Senhor Soberano foi substituído por um Deus vassalo, sempre disposto à acatar ordens e tudo sem reclamar.

Objeções ao neo-pentecostalismo.

John Ankerberg e John Weldon nos ajudam a interpretar o texto de Isaías 53:4-5 com o seguinte comentário: “No hebraico a palavra “sarar” (em hebraico, rapha), pode-se referir à cura física ou à cura espiritual. O contexto deve determinar se um dos sentidos ou ambos são empregados. Por exemplo, em 1 Pedro 2:24, Pedro se refere à cura espiritual (citando a Septuaginta), e em Mateus 8:17, Mateus se refere à cura física (citando o texto hebraico massorético). Segundo Paulo Romeiro, do ICP (Instituto Cristão de Pesquisas), “não podemos esquecer também que, quando Jesus curou a sogra de Pedro (Mateus 8:14-17), a expiação de Cristo ainda não havia acontecido. Portanto, usar esta passagem para dizer que a cura divina, total e perfeita, está garantida na expiação com base em Isaías 53:4, 5 é forçar o texto e não reflete uma boa exegese”. Ele também afirma que dizer que a enfermidade é conseqüência da falta de fé ou pecado na vida do crente constitui-se numa falácia bíblica. “Basta examinar as Escrituras para notarmos que verdadeiros servos de Deus passaram privações e dificuldades em suas trajetórias a serviço do Senhor”. Para ratificar sua asserção, ele menciona o profeta Eliseu, que apesar de ter sido um grande profeta de Deus e de ter tido um ministério marcado por muitos feitos sobrenaturais, morreu em conseqüência de sua enfermidade. Será que ele não tinha fé ou estava em pecado? Muito pelo contrário, pois a Bíblia diz que um soldado morto, após ser colocado na sepultura de Eliseu, tocou em seus ossos e ressuscitou (2 Reis 13:14-21). Um outro exemplo citado por ele é o de Jó. Seu sofrimento não foi causado por confissões pessimistas, pecados ocultos ou falta de fé, nem tampouco foi o diabo quem decidiu provar Jó. A iniciativa partiu de Deus.

Muitos pregadores da confissão positiva declaram que toda enfermidade procede do diabo. O pastor Jorge Tadeu, líder das igrejas Maná, em Portugal, afirma que “Deus só pode dar o que Ele tem. Para Deus lhe dar uma doença teria que pedi-la emprestada ao diabo, o que é uma idéia absurda”, mas o ensino de Jorge Tadeu é contrário ao que diz a Bíblia. Por acaso Deus teve que tomar a lepra emprestada do diabo para colocá-la em Miriã? A lepra de Miriã foi provocada por Deus (cf. Números 12:10).

Existe nos Estados Unidos muitos casos documentados de mortes causadas pela pretensa fé. Supostamente baseados nas promessas de Deus, muitos pais perderam seus filhos para enfermidades que poderiam ser facilmente medicadas. O ministério das igrejas Maná, não tem escapado das críticas da imprensa em Portugal. O jornal Tal & Qual, na edição de 30 de agosto a 5 de setembro de 1991, faz uma séria denúncia, na primeira página, sobre as circunstâncias que levaram ao falecimento do pequeno Nelson Marta, de oito anos, ocorrido em 13 de maio de 1991. “Mas que Grande Seita! Deixem de tomar remédios! — aconselha a seita religiosa Maná. Mas a morte de uma criança acaba de pôr em causa o insólito “mandamento”.

Logos e Rhema, a polêmica da semântica.

Segundo Michael Horton, não existe nenhuma grande diferença entre estes dois vocábulos, que seriam como os sinônimos “enorme” e “imenso” no português. Ele declara que “os ensinadores da fé inventavam uma falsa distinção de significado entre essas duas palavras gregas. Rhema, dizem eles, é a “palavra’” que os crentes usam para “decretar” ou “declarar” a fim de trazer prosperidade ou cura para esta dimensão”. Em uma linguagem mais coloquial, o vocábulo rhema é o “abracadabra” que os neo-pentecostais pronunciam para materializar o objeto desejado. Depois vem logos, ou “a palavra de revelação” que é a palavra mística, direta, que Deus fala aos iniciados. O termo pode-se referir também à Bíblia, mas é geralmente empregado no contexto de sonhos, visões e comunicações particulares entre Deus e seu “agente”. Dessa forma, podemos perceber no movimento neo-pentecostal duas fontes de autoridade: uma objetiva – a Bíblia, e outra subjetiva, a revelação ou palavra da fé. Assim, quando alguém lê uma referência na literatura do pregador da fé à “Palavra de Deus”, ou “agir sobre a Palavra” e outras, o autor pode não está mais se referindo à Palavra de Deus escrita, a Bíblia, mas ao seu próprio “decreto” (rhema) ou uma palavra pessoal de Deus para ele (logos).

Os apologistas da confissão positiva fazem um cavalo de batalha sobre as palavras gregas logos e rhema que significam palavra, dizendo que há uma distinção entre eles no sentido de que logos é a Palavra escrita, revelada de Deus, e que rhema é a palavra dita, expressa de Deus, que faz com que as coisas sejam realizadas. A palavra rhema seria uma espécie de “vara de condão” capaz de materializar o objeto da nossa cobiça. Desta forma, eles afirmam que podemos usar a palavra rhema para realizarmos no mundo espiritual e físico tudo aquilo que desejamos. Entretanto, na Palavra de Deus não há sequer uma distinção teológica entre estes dois termos. O Dr. Russel Shedd afirma que Pedro não fez distinção sobre estes termos em sua primeira carta, capítulo 1.23-25: “Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra (Gr. Logos) de Deus, viva que permanece para sempre. Porque toda a carne é como a erva, e toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor; Mas a palavra (Gr. Rhema) do Senhor permanece para sempre; e esta é a palavra (Gr. Rhema) que entre vós foi evangelizada”. Como se pode ver, na mente do apóstolo não havia distinção entre estas palavras. Sendo assim fica desfeita a pretensão daqueles que querem forçar uma interpretação e aplicação errônea destes termos.

O neo-pentecostalismo, à luz da ortodoxia, é uma teologia mal elaborada, eclético-pragmática que busca os resultados mais que a pureza doutrinaria. Ela desvirtua o crente, levando-o a buscar a prosperidade terrena, quando a prioridade dele deveria ser “buscar as coisas que são do alto”. Cristo, alardeado pelos teólogos da prosperidade como um homem abastado, nasceu humilde e pobre, em um estábulo emprestado. Entrou no mundo desassistido de bens materiais e proferiu suas pregações em um barco emprestado. Entrou em Jerusalém montado em um jumento emprestado, e foi sepultado em um túmulo emprestado. Só a cruz era dele.

Em sua mensagem ele nos falou sobre a necessidade de negar-se a si mesmo e tomar a cruz. Foi ele quem disse: “No mundo, tereis aflições”. Temos depois o apóstolo Paulo escreveria aos coríntios: “se esperamos em Cristo só nessa vida, somos os mais miseráveis de todos os homens”. A mensagem triunfalista dos pregadores da prosperidade podem até caber em um discurso político onde a avareza prima sobre o caráter, mas não cabe nos lábios de Cristo ou dos apóstolos, e nem na verdadeira igreja evangélica.

Fonte: teologia contemporanea

Um comentário:

  1. com todos seus bens aqui na terra, as custas do dinheiro das ovelha de cristo, com certeza lá no inferno eles nao terao nem um pedaço de algodao para molhar os labios de tao queimado pelo fogo que vai estar!!

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