Por Lourenço Stelio Rega
Essa frase pode estar buscando revelar o cuidado que devemos ter para mantermos ‘mãos limpas e coração puro’ em nossa adoração
Esta frase foi dita por Cipriano de Cartago no terceiro século de nossa era e acabou se tornando dogma na Igreja Católica Romana, mas creio que tem sido adotada por muitas igrejas e denominações evangélicas. Neste caso, o sentido da frase até pode ser ampliado para "Fora da igreja não há Cristianismo!" implicando, entre outras coisas, em que Cristianismo e igreja sejam a mesma coisa.
Em primeiro lugar é preciso deixar claro que a existência da igreja não pode ser colocada em dúvida, mas isso não significa que ela deva ser um fim em si mesma e, creio, que é isso que tem acontecido em alguns casos. Pois quando entendemos que textos como "buscai em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça (Mt.6:33) são interpretados como "buscar em primeiro lugar as atividades e ocupações na igreja" estamos reduzindo o reino de Deus e o Cristianismo às atividades eclesiásticas em vez de considerarmos a igreja como um meio que Deus instituiu para ser um ambiente fértil para o desenvolvimento da vida cristã, da piedade, da capacitação do crente para ser cristão no mundo e desenvolver os seus dons de serviço. Também um meio para ser uma comunidade terapêutica, de capacitação na compreensão da vida, das doutrinas, da Bíblia, uma comunidade – a família de Deus, etc.
Transformamos a igreja num fim em si mesma quando entendemos que a vida cristã se resume em atividades e mais atividades freneticamente desenvolvidas no domingo, que deveria ser um dia de celebração, descanso e passa a ser "dia do cansaço" e da agitação, como se o Cristianismo de sete dias pudesse ser vivido apenas em um dia. Mesmo porque igreja passou a ser um lugar, um estatuto, um organograma, em vez de pessoas pelas quais Cristo morreu na cruz. Sem dúvida o estatuto, o organograma são necessários, mas também são meios e não fins.
A igreja de Jesus Cristo é um meio, um instrumento para levar o evangelho ao mundo, para capacitar os salvos à vida em comunhão e lealdade ao Senhor. A igreja não pode ser confundida com o reino de Deus, mas deve ser considerada um instrumento de Deus para seu reino, dando ao crente condições para viver o reino no mundo, no seu dia-a-dia, como cristão. E ser cristão não é só pregar que Cristo salva, mas viver a salvação que Cristo nos dá.
Quando a igreja se considera um fim em si mesma acaba nutrindo a entropia, fechando-se em torno de sua própria existência. Não sendo sinérgica, deixa de cumprir a sua missão integral que tem como ponto de partida levar cada pessoa a viver para a glória de Deus.
Lourenço Stelio Rega é teologo, educador e escritor.
Essa frase pode estar buscando revelar o cuidado que devemos ter para mantermos ‘mãos limpas e coração puro’ em nossa adoração
Esta frase foi dita por Cipriano de Cartago no terceiro século de nossa era e acabou se tornando dogma na Igreja Católica Romana, mas creio que tem sido adotada por muitas igrejas e denominações evangélicas. Neste caso, o sentido da frase até pode ser ampliado para "Fora da igreja não há Cristianismo!" implicando, entre outras coisas, em que Cristianismo e igreja sejam a mesma coisa.
Em primeiro lugar é preciso deixar claro que a existência da igreja não pode ser colocada em dúvida, mas isso não significa que ela deva ser um fim em si mesma e, creio, que é isso que tem acontecido em alguns casos. Pois quando entendemos que textos como "buscai em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça (Mt.6:33) são interpretados como "buscar em primeiro lugar as atividades e ocupações na igreja" estamos reduzindo o reino de Deus e o Cristianismo às atividades eclesiásticas em vez de considerarmos a igreja como um meio que Deus instituiu para ser um ambiente fértil para o desenvolvimento da vida cristã, da piedade, da capacitação do crente para ser cristão no mundo e desenvolver os seus dons de serviço. Também um meio para ser uma comunidade terapêutica, de capacitação na compreensão da vida, das doutrinas, da Bíblia, uma comunidade – a família de Deus, etc.
Transformamos a igreja num fim em si mesma quando entendemos que a vida cristã se resume em atividades e mais atividades freneticamente desenvolvidas no domingo, que deveria ser um dia de celebração, descanso e passa a ser "dia do cansaço" e da agitação, como se o Cristianismo de sete dias pudesse ser vivido apenas em um dia. Mesmo porque igreja passou a ser um lugar, um estatuto, um organograma, em vez de pessoas pelas quais Cristo morreu na cruz. Sem dúvida o estatuto, o organograma são necessários, mas também são meios e não fins.
A igreja de Jesus Cristo é um meio, um instrumento para levar o evangelho ao mundo, para capacitar os salvos à vida em comunhão e lealdade ao Senhor. A igreja não pode ser confundida com o reino de Deus, mas deve ser considerada um instrumento de Deus para seu reino, dando ao crente condições para viver o reino no mundo, no seu dia-a-dia, como cristão. E ser cristão não é só pregar que Cristo salva, mas viver a salvação que Cristo nos dá.
Quando a igreja se considera um fim em si mesma acaba nutrindo a entropia, fechando-se em torno de sua própria existência. Não sendo sinérgica, deixa de cumprir a sua missão integral que tem como ponto de partida levar cada pessoa a viver para a glória de Deus.
Lourenço Stelio Rega é teologo, educador e escritor.
Fonte:
Toda essa falta de entendimento termina e a confusão se dissipa quando o discipulo entende que templo ou denominação é totalmente diferente de igreja, a qual somos nos, morada do Deus vivo. Deus não habita em templos feitos por mãos humanas e muito menos em CNPJs denominacionais. A vida cristã é dinamica, não é constituida de ritos ou receitas (campanhas, jejuns, etc), é amar a Deus acima de todas as coisas e ao proximo como a si mesmo. Todas essas "interpretações" erroneas se prende ao fato de que nenhum lider quer perder suas ovelhas e consequentemente sua lã, leite, gordura, etc. Jesus pronunciou a solução: "errais por não conhecerdes as Escrituras e o poder de Deus".
ResponderExcluirGraça e paz Gilson. Templos não salvam ninguém, mas o que se ensina por aí que fora do templo não há salvação. Essa idéia vem do catolicismo. Quem salva é Jesus, o templo é lugar de se congregar para adoração, para comunhão. E isso temos ensinado na igreja que pastoreio.
ResponderExcluirFique na Paz!
Pr Silas
Espera um pouquinho ai, adoração independe tambem de templo ou companias (comunhão essencial é primeiramente com Deus, ao proximo é consequencia desta). A adoração depende exclusivamente do adorador (em espirito e em verdade, Joao 4, Jesus e a samaritana, nem em Jerusalem e nem nos montes). O proprio Jesus exclui a ideia primordial tanto dos judeus quanto dos samaritanos de local de adoração, e impacta com a revelação (nada nova) do verdadeiro adorador (Davi, por exemplo, no meio da rua e de forma que a propria esposa considerou inapropriada).
ResponderExcluirGraça e paz Gilson.
ResponderExcluirA adoração a Deus independe de lugar, hora, se é dentro de um templo ou fora dele. A adorção é a nossa vida diária na presença de Deus. Eu adoro a Deus no meu trabalho e através dele, quando é de forma honesta, na escola, no meu lazer, enfim, onde eu estiver. O templo é o lugar onde, geralmente, nos reunimos para juntos, com toda a congregação, louvarmos a Deus. Como você mesmo falou, João cap. 4 nos mostra isso de forma muito clara. Leia Adoração e comente: http://ministeriobbereia.blogspot.com/2009/04/adoracao.html
Fique na Paz!
Pr Silas