Por Renato Vargens
“A murmuração é música para o Diabo”.Thomas Watson
O que fez com que o povo de Israel, a priori não herdasse a terra prometida, dentre outras coisas, foi o espírito de murmuração existente no arraial, no período em que eles peregrinavam pelo deserto.
A geração do deserto fora uma geração de insatisfeitos. Nada os satisfazia, reclamavam de tudo e por tudo. Queixavam-se pela falta de carne, dizendo que no Egito comiam com fartura, reclamavam do Maná que caía diariamente dos céus, blasfemavam contra o Senhor afirmando ser aquilo um vil pão. Não foram poucas as vezes que eles resmungaram da escassez de água, da jornada cansativa, do calor do deserto, das dificuldades do caminho etc. Você já se deu conta de que existe gente que nunca está satisfeita com nada?
Veja bem, uma das coisas que mais entristecem Deus é insatisfação promovida pela murmuração. Isto porque, quando murmuramos, afirmamos categoricamente que não acreditamos na soberania de Deus em nossas vidas.
Lembremos-nos do episódio ocorrido com Paulo e Silas na cidade de Filipos. Lá estavam eles, pregando o evangelho com intrepidez, libertando os cativos do diabo com autoridade e recebendo como pagamento afrontas, açoites e flagelos no corpo. Entretanto, em vez de reclamarem de Deus, ou chiarem por causa do sofrimento imposto, diz a Bíblia que tanto Paulo como Silas, evidenciaram com maturidade uma espiritualidade saudável, mediante às atitudes de oração e louvor. Ora, diz o texto que por volta da meia-noite eles oravam e cantavam louvores a Deus.
“Por volta da meia-noite Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam. De repente sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os alicerces da prisão; abriram-se todas as portas; soltaram-se as cadeias de todos”.(Atos 16:25-26)
Humanamente falando, Paulo e Silas poderiam ter reclamado com Deus dizendo: Puxa Senhor, nós não merecíamos isso! Estávamos fazendo a sua obra! Isto não é justo! Temos andado corretamente em seus caminhos, temos sido fiéis em todo tempo, por que o Senhor permitiu isto? Pelo contrário, eles não entorpecerem a alma com amarguras e azedumes, mas oraram e cantaram louvores a Deus, demonstrando assim, uma absoluta confiança no Senhor.
Em casos como este, podemos afirmar convictamente que quem canta os seus males espanta!
Assim como o apóstolo Paulo, Abraão foi um excepcional homem de Deus. Em nenhum momento, a Bíblia nos mostra ele reclamando da vida, da demora de Deus, ou das circunstâncias adversas. As Escrituras só nos trazem elogios quanto a sua postura diante das dificuldades. Nos 25 anos em que Deus retardou o cumprimento da promessa, em nenhum momento vemos Abraão embriagado pelo espírito da murmuração.
Lembre-se de que as murmurações de Israel diante das dificuldades fizeram com que uma geração inteira não pudesse experimentar os frutos da terra prometida.
Tenho notado a existência de pessoas que preferem permanecer em uma “aparente situação de tranqüilidade” a ter que atravessar o deserto árido. Este tipo de pessoa se contenta com o pouco que tem preferindo o comodismo medíocre da situação a ter que enfrentar o calor escaldante do deserto. Ora, ninguém gosta de passar por privações na vida, entretanto, é importante que entendamos que sem a experiência do deserto, não nos é possível crescer no conhecimento de Deus, porque, é na aridez do deserto que nos deparamos com o cuidado do Senhor para conosco, suprindo sobrenaturalmente todas as nossas necessidades. E quando isto acontece, somos envolvidos pela certeza de que os seus caminhos são perfeitos. E de que ninguém é tão grande e poderoso como o nosso Deus.
“Não ponhamos o Senhor a prova, como alguns deles fizeram e pereceram pelas mordeduras da serpentes. Nem murmureis como alguns deles murmuram, e foram destruídos pelo murmurador”. I Coríntios 10:11
Pense nisso!
Fonte: renato vargens
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