Por Wanderley Dantas
OPORTUNIDADE?!
- Há muito tempo, estudando o livro aos Hebreus, deparei-me com esta
palavrinha. Achei ela totalmente fora de contexto, porque, na minha mente,
"oportunidade" sempre fora ligada a algo positivo: "Oportunidade
de emprego"; "imperdível oportunidade de compra",
"oportunidade de um show imperdível", etc. Fui ao meu bom Houaiss e
confirmei: "que não se pode perder; cujo ganho se tem como certo".
Logo percebi que estava diante de um "nó hermenêutico" e que precisava
desfazê-lo. O que faço, então, em momentos como esse? Subo nos ombros de
gigantes para olhar o que Deus disse a eles no correr da história. Em outras
palavras, pesquiso.
E qual não foi minha surpresa ao descobrir que havia uma pregação de Charles Spurgeon, pregador batista, sobre a passagem de minha dúvida. Como a pregação estava em inglês, eu a traduzi e, desde então, tenho sido muito abençoado por essa mensagem. Fiz uma redução e adaptação para este espaço, para compartilhá-la aqui. Boa leitura e que Deus o abençoe. O título original do sermão de Spurgeon: "Go back? Never"!
E qual não foi minha surpresa ao descobrir que havia uma pregação de Charles Spurgeon, pregador batista, sobre a passagem de minha dúvida. Como a pregação estava em inglês, eu a traduzi e, desde então, tenho sido muito abençoado por essa mensagem. Fiz uma redução e adaptação para este espaço, para compartilhá-la aqui. Boa leitura e que Deus o abençoe. O título original do sermão de Spurgeon: "Go back? Never"!
Título: Oportunidades imperdíveis para desistirmos de Deus! - (Um sermão de Spurgeon)
Não ficaram pensando em voltar para a terra de onde tinham saído.
Se quisessem, teriam a oportunidade de voltar (Hb 11:15).
Se quisessem, teriam a oportunidade de voltar (Hb 11:15).
Não desista jamais, mesmo diante das oportunidades para se voltar atrás!
Toda a
passagem, desde o verso 8 do capítulo 11, está se referindo à família de
Abraão. Sabemos, portanto, que eles tiveram inúmeras oportunidades de
desistirem das promessas de Deus e regressarem de onde vieram: Abraão se
separou do seu sobrinho a partir de uma contenda entre os empregados de um e de
outro; Abraão teve que se enfiar numa guerra para resgatar esse sobrinho; houve
fome na terra prometida; Abraão corria perigo de vida por causa da beleza de
sua mulher; a família sempre correu o risco de ser dispersada em casamentos
mistos e idólatras; enfim, brigas, conflitos, inimizades, guerras, destruição,
etc - ao lermos as narrativas de Gênesis, percebemos que realmente as
oportunidades foram muitas para que eles desistissem das promessas de Deus e
retornassem de onde vieram!
Mas eles não desistiram! E esta é a mensagem para mim e para você: Desistir? Jamais!
E quais são as oportunidades que nos são apresentadas hoje para desistirmos? São muitas, mas quero deixar algumas para a sua atenção. São oportunidades que, se nos lembrássemos de onde viemos, estão aí oferecidas para que as aproveitemos e, então, venhamos a usá-las como desculpas ou rotas de fuga para longe da terra que Deus nos prometeu.
1ª) A minha natureza pecadora - este é o maior inimigo do cristão, porque, embora perdoados do pecado que nos separava de Deus, ainda habitam em nós os pecados que insistem em nos levar de volta à terra pagã e idólatra da qual viemos. Assim como Deus disse a Caim, Ele nos está alertando hoje: Eis que o teu pecado está à porta, mas cumpre a ti dominá-lo!
2ª) O mundo e seus enganos - são os espinhos da parábola do semeador: é o sucesso, os holofotes, o desejo de "ser". São oportunidades para negligenciarmos ou procrastinarmos a busca pelas promessas de Deus. O mundo com suas ilusões quer nos fazer ver o aqui e o agora, desviando o nosso olhar das promessas de Deus. É a supervalorização dos estudos, do emprego, do salário, da casa, que podem acabar se transformando em oportunidades que iremos aproveitar para nos esquecermos do que temos adiante e regressarmos para o lugar de onde viemos.
3ª) A vida anterior - enquanto caminhavam livres pelo deserto, por inúmeras vezes, o povo liberto reclamava a Moisés com saudades do Egito: sonhavam com as cebolas, os alhos do Egito. Como disse Paulo a Timóteo: "Todos quanto querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos" (II Tm 3:12), assim, a vida anterior sempre nos bate à porta quando nos vemos diante da perseguição, do sofrimento e das perdas que ocorrem por causa da vida cristã. É o que perdemos do mundo: o status, as amizades, o reconhecimento profissional ou acadêmico que tínhamos, as festas libertinas, a liberdade ilusória, enfim, o colorido palácio da Babilônia no qual um dia vivemos.
4ª) Os falsos crentes - são os falsos mestres, lobos vestidos de cordeiro, liderança que se enlama no pecado e gosta! Se Jesus escolheu doze e um o traiu, o que esperar da nossa peregrinação aqui na terra? Os traidores surgirão de dentro da Igreja e vão nos querer arrastar aos seus falsos ensinos, fazendo com que troquemos a liberdade em Cristo pela libertinagem do pecado. São homens mentirosos e que arrastarão muitos de volta ao lugar de onde viemos.
5ª) O diabo - este sábio inimigo, que nos estuda e conhece nossas fraquezas, está nos rondando e pronto a nos arrastar de volta ao seu império de trevas, caso nos desviemos de olhar fixamente o alvo proposto por Deus para nossas vidas: a pátria celeste! Lembro de Jesus no deserto, quarenta dias e quarenta noites em jejum e oração e foi naquele momento, em que muitos se julgariam fortes e íntimos de Deus, que o diabo lhe apareceu para tentá-lo: “Quanto mais próximos estamos de Deus mais próximo está o diabo", diz Spurgeon.
6ª) A morte - Os mártires da Fé não morreram por amor a Jesus, mas foram mortos como fanáticos, legalistas, fundamentalistas, acusados de serem canibais e imorais, inimigos do Estado! Não podemos ter a ilusão de que seremos declarados inimigos da sociedade sob a acusação de pregarmos o Evangelho. Não! Seremos lançados na cova dos leões e dirão coisas terríveis de nós, falarão mentiras, nos sentenciarão como ladrões, salteadores, tumultuadores da paz. E quando vermos nossos nomes na lama da calúnia e da difamação, diante de uma morte ridícula e nada honrosa, será que não aproveitaremos mais essa oportunidade para nos manter vivos e regressarmos sãos e salvos para o lugar de onde viemos?
Conclusão:
Mas eles não desistiram! E esta é a mensagem para mim e para você: Desistir? Jamais!
E quais são as oportunidades que nos são apresentadas hoje para desistirmos? São muitas, mas quero deixar algumas para a sua atenção. São oportunidades que, se nos lembrássemos de onde viemos, estão aí oferecidas para que as aproveitemos e, então, venhamos a usá-las como desculpas ou rotas de fuga para longe da terra que Deus nos prometeu.
1ª) A minha natureza pecadora - este é o maior inimigo do cristão, porque, embora perdoados do pecado que nos separava de Deus, ainda habitam em nós os pecados que insistem em nos levar de volta à terra pagã e idólatra da qual viemos. Assim como Deus disse a Caim, Ele nos está alertando hoje: Eis que o teu pecado está à porta, mas cumpre a ti dominá-lo!
2ª) O mundo e seus enganos - são os espinhos da parábola do semeador: é o sucesso, os holofotes, o desejo de "ser". São oportunidades para negligenciarmos ou procrastinarmos a busca pelas promessas de Deus. O mundo com suas ilusões quer nos fazer ver o aqui e o agora, desviando o nosso olhar das promessas de Deus. É a supervalorização dos estudos, do emprego, do salário, da casa, que podem acabar se transformando em oportunidades que iremos aproveitar para nos esquecermos do que temos adiante e regressarmos para o lugar de onde viemos.
3ª) A vida anterior - enquanto caminhavam livres pelo deserto, por inúmeras vezes, o povo liberto reclamava a Moisés com saudades do Egito: sonhavam com as cebolas, os alhos do Egito. Como disse Paulo a Timóteo: "Todos quanto querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos" (II Tm 3:12), assim, a vida anterior sempre nos bate à porta quando nos vemos diante da perseguição, do sofrimento e das perdas que ocorrem por causa da vida cristã. É o que perdemos do mundo: o status, as amizades, o reconhecimento profissional ou acadêmico que tínhamos, as festas libertinas, a liberdade ilusória, enfim, o colorido palácio da Babilônia no qual um dia vivemos.
4ª) Os falsos crentes - são os falsos mestres, lobos vestidos de cordeiro, liderança que se enlama no pecado e gosta! Se Jesus escolheu doze e um o traiu, o que esperar da nossa peregrinação aqui na terra? Os traidores surgirão de dentro da Igreja e vão nos querer arrastar aos seus falsos ensinos, fazendo com que troquemos a liberdade em Cristo pela libertinagem do pecado. São homens mentirosos e que arrastarão muitos de volta ao lugar de onde viemos.
5ª) O diabo - este sábio inimigo, que nos estuda e conhece nossas fraquezas, está nos rondando e pronto a nos arrastar de volta ao seu império de trevas, caso nos desviemos de olhar fixamente o alvo proposto por Deus para nossas vidas: a pátria celeste! Lembro de Jesus no deserto, quarenta dias e quarenta noites em jejum e oração e foi naquele momento, em que muitos se julgariam fortes e íntimos de Deus, que o diabo lhe apareceu para tentá-lo: “Quanto mais próximos estamos de Deus mais próximo está o diabo", diz Spurgeon.
6ª) A morte - Os mártires da Fé não morreram por amor a Jesus, mas foram mortos como fanáticos, legalistas, fundamentalistas, acusados de serem canibais e imorais, inimigos do Estado! Não podemos ter a ilusão de que seremos declarados inimigos da sociedade sob a acusação de pregarmos o Evangelho. Não! Seremos lançados na cova dos leões e dirão coisas terríveis de nós, falarão mentiras, nos sentenciarão como ladrões, salteadores, tumultuadores da paz. E quando vermos nossos nomes na lama da calúnia e da difamação, diante de uma morte ridícula e nada honrosa, será que não aproveitaremos mais essa oportunidade para nos manter vivos e regressarmos sãos e salvos para o lugar de onde viemos?
Conclusão:
O livro aos Hebreus foi escrito para
um público muito específico: os sacerdotes do Templo e outros religiosos que
haviam se convertido. Mas esses homens, anteriormente tão respeitados na
sociedade judaica, por causa do Evangelho, viram a perda do status, da
segurança de suas famílias, dos seus bens, etc. E o que o autor de Hebreus nos
revela é que, diante da perseguição e da morte, muitos deles estavam desistindo
das promessas de Deus e retornando para o lugar de onde vieram. Assim a
mensagem do autor da carta é um apelo, não somente aos que abraçaram a fé
naquele tempo, mas a nós hoje: Desistir? Jamais! É uma carta de ânimo e
de apelo para colocarmos os nossos olhos no Céu, que é o sábado de nosso
descanso e a pátria dos Filhos de Deus!
E ainda há uma maravilhosa promessa de Deus aos que perseverarem, aos que não aproveitarem as oportunidades para desistir, mas, ao contrário, fazerem de cada uma dessas oportunidades uma chance para amadurecermos a nossa fé no lapidar de nossa peregrinação aqui nesta terra:
E ainda há uma maravilhosa promessa de Deus aos que perseverarem, aos que não aproveitarem as oportunidades para desistir, mas, ao contrário, fazerem de cada uma dessas oportunidades uma chance para amadurecermos a nossa fé no lapidar de nossa peregrinação aqui nesta terra:
Deus não se envergonha de ser chamado nosso Deus (v. 16)!
Para mim, essa promessa tem me sustentado por todos estes anos da minha peregrinação em Cristo aqui na terra, a promessa de que Deus não terá vergonha de dizer, de proclamar a todos no grande Dia do Juízo Final de que Ele não se envergonha de mim! Aleluia!
Fonte: Novos Reformadores Cristãos
Queridos, que privilégio estar por aqui. Que Deus possa falar profundamente aos nossos corações através dessa bela mensagem de Spurgeon. Abraços!
ResponderExcluirGraça e paz Wanderley.
ExcluirEu estava dando uma volta por alguns blogs que acompanho quando me deparei com o seu texto, não resisti e o publiquei (sem pedir autorização rs). Se Deus quiser este será o primeiro de muitos.
Fique na Paz!
Pr. Silas Figueira