domingo, 4 de março de 2012

Crer é Também Pensar!


Por John Stott

O Dr. Lloyd-Jones deu-nos um excelente exemplo neotestamentario desta verdade no comentário que fez de Mateus 6:30 em seus Studies in the Sermon on the Mount (Estudos sobre o Sermão da Montanha): “Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé”?

A fé, de acordo com o ensinamento do nosso Senhor neste parágrafo, é basicamente o ato de pensar, e todo o problema de quem tem uma fé pequena é não pensar. A pessoa permite que as circunstâncias lhe oprimam... temos de dedicar mais tempo ao estudo das lições de nosso Senhor sobre a observação e dedução. A Bíblia está repleta de lógica, e seja algo meramente místico. Nós não nos sentamos simplesmente numa poltrona, permanecendo à espera de que coisas maravilhosas nos aconteçam. Isso não é fé cristã. A fé cristã é, em sua essência, o ato de pensar. Olhem para os pássaros, pensem neles, e façam suas deduções.

Vejam os campos, vejam os lírios silvestres, considerem essas coisas...

A fé , se quiserem, pode ser definida assim: É insistir em pensar quando tudo parece estar determinado a nos oprimir e a nos pôr por terra, intelectualmente falando. O problema com as pessoas de pequena fé é que elas , ao invés de controlarem seus próprios pensamentos, os seus pensamentos é que são controlados por alguma circunstância e, como se diz, elas passam a rodar em círculos. Isso é a essência da preocupação...Isso não é pensamento; isso é ausência completa de pensamento, é não pensar.

Antes de deixar este assunto, que trata do que compete à mente na fé cristã, gostaria tão somente de abordar as duas ordenanças do Evangelho: o batismo e a ceia do Senhor. Pois ambas são símbolos cheios de significado, destinados a trazer bênçãos aos cristãos, despertando-lhes a fé nas verdades que simbolizam. Consideremos a ceia do Senhor, por exemplo. Em seu aspecto mais simples, é uma visível dramatização da morte do Salvador pelos pecadores. É uma recordação racional daquele evento. Nossas mentes têm que trabalhar em torno do seu significado e apropriar-se da certeza que nos oferece. O próprio Cristo fala-nos através do pão e do vinho. “Morri por vós”, diz ele, e ao recebermos sua palavra, ela deve trazer a paz a nossos corações culposos.

Desta forma, Thomas Cranmer escreveu que a ceia do Senhor “foi ordenada com este propósito, que toda pessoa dela participando, no comer e no beber, se lembre de que Cristo morreu a seu favor, e exercite sua fé, confortando-se na lembrança dos benefícios que Cristo lhe propiciou”.

A segurança cristã é a “plena certeza da fé”. E se a certeza de corre da fé, a fé decorre do conhecimento , do seguro conhecimento de Cristo e do Evangelho. Como o expressou o bispo J.C. Ryle: “Uma grande parte de nossas dúvidas e de nossos temores provém de sombrias percepções do que seja a real natureza do Evangelho de Cristo... a raiz de uma religião feliz é um claro , preciso e bem definido conhecimento de Jesus Cristo”.

Fonte: Livro Crer é também pensar

2 comentários:

  1. De fato, texto fantástico. Parabéns por recuperar essa preciosidade.

    Tudo de bom!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Graça e paz Fábio.
      Da vontade é de publicar o livro todo de tão bom que é, mas vamos publicar parte dele aos poucos rs.
      Fique na paz!
      Pr. Silas Figueira

      Excluir