Como cristão evangélico no atual contexto brasileiro me envergonha o fato de ser conhecido como ‘missionário’ ou ‘evangélico’ nesse país. Não é difícil ouvir piadas e chacotas do tipo: “Ah, você é missionário! Mais um que se aproveita para tirar o dinheiro dos trouxas!?”; “evangélico, humm... então é mais um que ta ajudando a enriquecer pastor!?” Alguns “crentes” vêem esse tipo de comentário como “perseguição do inimigo”. Mas, com a atual prática daqueles que se dizem evangélicos no Brasil, o ‘inimigo’ não tem muito trabalho. Ele deve mesmo é estar se divertindo com tanta bobagem e mediocridade. Uma vergonha para aquela que deveria ser a igreja do Senhor!
O que está acontecendo? Será a grande tolerância religiosa que existe em nosso país que coopera para o surgimento de tanta esculhambação? Se for isso, então oremos ao Senhor por uma perseguiçãozinha! Peneira Senhor!
Reafirmo o meu compromisso e a minha fé no Deus Pai, Criador de todas as coisas, no Filho Jesus Cristo, Senhor e salvador para todos aqueles que crêem e confessam o Seu nome e, no Espírito Santo, consolador, santificador e que convence do pecado. Creio na Bíblia como documento base da revelação da vontade de Deus. Creio na salvação pela fé que é graça, isso mesmo, graça de Deus. Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida para todos que nele crêem.
Assim, repudio toda e qualquer tagarelice crentesca que em nada lembra o amor e doação de Jesus Cristo em favor de uma humanidade em pecado. Repudio ser confundido com os mercenários da fé que usam técnicas enjoativas de marketing para manipular a ingenuidade e a ignorância de um povo sofrido. Repudio a forma como se manipula a Palavra de Deus para fazê-la dizer aquilo que interessa a mesquinhez dos gananciosos de púlpito. Repudio a teologia da prosperidade que se revela eficaz, sim, mas somente aos seus proclamadores. Repudio a arrogância daqueles que por gritarem mais alto, fazerem mais barulho e possuírem líderes carismáticos do tipo apresentador de programa de auditório se acham mais espirituais do que a igreja da outra esquina. Repudio a prática que faz da igreja um negócio rentável que vê nas outras denominações apenas uma empresa concorrente. Repudio a mistura mística que se introduziu nos cultos e na vida do neoevangélico fazendo-o dependente de objetos, símbolos e amuletos defendidos como bíblicos. Repudio o modismo gospel que vive de shows, camisetas e adesivos, enquanto apresenta uma espiritualidade rasa e sem ética. Repudio a prática de pastores que se dizem mais pertos de Deus e, por isso, mais preparados para conseguir aqueles favores de que o povo precisa. Repudio os que se auto-intitulam apóstolos, bispos e profetas portadores de uma nova revelação divina. Repudio as editoras e gravadoras ditas evangélicas que não possuem mais qualquer critério que não o lucro para publicar seus livros e vender CDs. Repudio a prática que transforma a igreja num mero shopping center de bênçãos a serem colhidas nas prateleiras espirituais. Repudio a ignorância teológica que nega a razão e vive de experiência em experiência...
Haveria ainda muita coisa a repudiar. Mas creio que me fiz entendido. Se for isso que vemos hoje o que chamam evangélico; se é esse o testemunho dado por missionários e pastores brasileiros, então não faço a mínima questão de ser reconhecido como tal. Alguns vão me chamar de radical, outros de preconceituoso ou intolerante. Ora, se as palavras ‘evangélico’, ‘crente’, ‘pastor’ e ‘missionário’, que deveriam sugerir exemplo de integridade e caráter causam vergonha, talvez outras palavras, antes de conotação negativa, possam retratar melhor aquilo que deveríamos nos tornar hoje... Afinal, qual é a alternativa?
A igreja que busca compromisso com o evangelho de Jesus Cristo carece urgentemente de ousadia para algo nada novo: Pregar a Palavra de Deus. E isso sem medo de ouvir o que o próprio Cristo já ouviu após se apresentar como o pão da vida: “Dura é essa palavra. Quem pode suportá-la?” (Jo 6. 60). E se daquela hora em diante muitos dos seus discípulos voltarem atrás e deixarem de segui-lo (Jo 6. 66) querido pastor e missionário, não se preocupe, talvez estivessem interessados somente no pão. Ou, realmente seguiam somente a você e não a pessoa de Cristo que você nunca apresentou antes. Porém, mesmo Cristo foi abandonado e não apelou por isso...
Autor: Rodomar Ramlow
Graça e Paz Pr.
ResponderExcluirConcordo em gênero, número e grau com o irmão Rodomar.
Ontem foi o dia do DIP (Domingo da Igreja Perseguida) e não causa estranheza ao entrarmos no site da Missões Portas Abertas (www.portasabertas.org.br) e não ver na relação de Igrejas que participam desse trabalho, nenhuma igreja das ditas "super espirituais" e "super abençoadas" como a Renascer em Cristo (Será que renascem mesmo?) ou a Universal do Reino de Deus, ou ainda a Internacional da Graça e muitas das neopentecostais que pululam esse pais e se "auto denominam" verdadeiras mensageiras da Palavra de Deus onde as "bênçãos e curas" são "produzidas" como se fossem uma linha de montagem industrial.
Conversando com um pastor amigo sobre o DIP ele nem sabia do que eu estava falando e ele só é convertido a 50 anos e é pastor há pelo menos 20 anos.
Com certeza eles fazem parte dos 97% de cristãos que NUNCA ouviram falar que existe a Igreja Perseguida e que irmãos e irmãs morrem nos campos missionários espalhados pelo mundo.
Não é de estranhar mesmo. Por que os lideres dessas chamadas "igrejas evangélicas" se preocupariam em mostrar que o Evangelho prometido por Jesus foi de lutas e dificuldades para aqueles que se dispusessem a pregá-lo? Por que eles mostrariam verdadeiros homens e mulheres de Deus que morrem nos campos missionários ou vêem seus parentes e amigos violentados e execrados publicamente como ocorria nos tempos do Coliseu Romano com nossos primeiros irmãos.
Pela graça e pela misericórdia de Deus pertenço a uma Igreja Batista que é somos considerados "patinhos feios" até mesmo entre nossos irmãos, exatamente por não concordarmos com toda essa palhaçada que se prega por aí. Desculpem o desabafo, mas concordo com o irmão que deveríamos sofrer um pouco de perseguição para aprendermos a valorizar a liberdade que nos foi dada por Deus para pregarmos a Palavra, coisa, aliás que a maioria dos supostos 27 milhões de crentes não têm feito.
Acho melhor parar por aqui, senão vamos acabar escrevendo um novo artigo.
Que o Senhor tenha misericórdia de nós e nos ajude a continuarmos lutando para que a verdadeira Palavra de Deus seja pregada nesse país.
Sempre juntos no Senhor Jesus.
Antonio Carlos
http://procurandoosperdidos.blogspot.com
Antonio Carlos, graça e paz meu irmão. Alguém um dia disse que se a igreja fosse perseguida ela seria mais séria, mas a verdade é que se a igreja fosse mais séria aí ela seria peseguida. Mas isso os "abençoados" não querem.
ResponderExcluirFique na Paz!!
Pr Silas
Pr Silas, Graça e Paz.
ResponderExcluirÉ verdade pois isso façamos como o apóstolo ( esse sim apóstolo)Paulo nos ensina: 12 Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus.
"Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão,prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus." (Filipenses 3.13,14)
Que o Senhor te abençoe hoje e sempre.
Antonio Carlos
Amém meu irmão Carlos. O apóstolo Paulo nos diz que aquele que quer viver piedosamente em Cristo sofrerá peseguição, mas Jesus também nos diz que bem-aventurado os peseguidos por causa do Seu Nome, pois os profetas que viveram antes de nós também foram perseguidos, então nos fim é só glória.
ResponderExcluirOlá,
ResponderExcluirNavegando pela net descobri um dos meus textos por aqui!
Grato por torná-lo acessível através de mais um veículo na internet!
Abraçoe que O Senhor te abençoe.
Será sempre um prazer publicar os seus textos e torná-los acessíveis a várias outras pessoas.
ResponderExcluirFique na Paz!
Pr Silas