sexta-feira, 12 de junho de 2009

Anne Frank completaria 80 anos nesta sexta


Foto da década de 40 mostra Anne Frank aos 12 anos

Se estivesse viva, a alemã Anneliese Marie Frank completaria 80 anos nesta sexta-feira. Poucos dias antes do aniversário de uma das mais conhecidas vítimas do Holocausto, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, motivou protestos pelo mundo ao afirmar que o extermínio de judeus em campos de concentração nazistas foi "uma grande fraude".

No mesmo dia em que Anne Frank se tornaria uma octogenária, se tivesse sobrevivido ao Holocausto, os eleitores iranianos decidem se mantém ou não Ahmadinejad na presidência. Segundo pesquisa divulgada pelo jornal The New York Times, Mir Hussein Moussavi superava o atual presidente nas intenções de voto, no início da semana. Caso consiga ultrapassar o adversário e se manter a frente do governo iraniano, Ahmadinejad não deve mudar a postura radical que adotou contra o Ocidente e Israel e que, segundo seus adversários, tem isolado o Irã.

A história de Anne FrankAnne Frank nasceu em 12 de junho de 1929 em Frankfurt, na Alemanha. Aos 5 anos, ela mudou-se para Amsterdã, na Holanda, com a família para fugir das perseguições do regime nazista aos judeus. Seis anos mais tarde, em 1940, os alemães invadiram a Holanda, onde os judeus passaram novamente a ser alvo de leis segregacionistas.

Em julho de 1942, a família Frank foi comunicada que seria obrigada a se mudar para um campo de trabalhos forçados. Na tentativa de fugir, Otto Frank, se escondeu com a mulher e as duas filhas em um anexo nos fundos do prédio onde funcionava seu escritório.

Antes de se esconder, a família tentou despistar os nazistas. Para isso, deixaram o apartamento desarrumado, como se tivessem escapado às pressas, e Otto fez um bilhete falso, dando a entender que tentariam fugir para a Suíça. Já no anexo, os Frank foram auxiliados por antigos funcionários de Otto, que levavam comida e os mantinham informados sobre a guerra.

No fim do mesmo mês de julho, o sócio de Otto, Frank van Pels, a mulher, Auguste, e o filho, Peter, também buscaram refúgio no anexo. Em novembro, um amigo da família, o dentista Fritz Pfeffer, passou a integrar o grupo. Como era de se esperar, não tardou para que surgissem problemas de convivência entre o grupo. Além disso, a comida ficava cada vez mais escassa, dificultando a vida dos fugitivos.

Em um diário, que ganhou pouco antes de se mudarem para o esconderijo, ao completar 13 anos, e deveria servir apenas para narrar os acontecimentos corriqueiros na vida de uma adolescente, Anne passou a descrever a dificuldade da vida no esconderijo. Com o passar do tempo, a menina percebeu a importância de suas anotações e chegou a reescrever algumas partes, já pensando em publicar um livro quando a guerra terminasse.

Mais tarde, ela também substituiu todos os destinatários de suas mensagens por "Kitty", como passou a se referir ao diário, como se fosse uma amiga. "Querida Kitty, imagine que interessante seria se eu escrevesse um romance aqui na casa dos fundos. Pelo título, as pessoas pensariam tratar-se de um caso de detetive. Mas, falando sério, cerca de dez anos depois do fim da guerra, vai parecer esquisito quando se disser como nós judeus vivemos, comemos e conversamos aqui. Não quero ter vivido inutilmente, como a maioria das pessoas. Quero continuar vivendo, mesmo depois da minha morte", escreveu a menina em uma passagem que reflete os planos que fazia para depois que a guerra terminasse, sem saber que que sua história realmente se tranformaria em livro, mas sem que ela pudesse acompanhar .

Em 4 de agosto de 1944, a polícia nazista invadiu o esconderijo após a denúncia feita por alguém que nunca foi identificado. Todos foram levados para interrogatórios, incluindo os quatro funcionários de Otto. Miep Gies e Bep Voskuijl acabaram sendo libertadas e voltaram ao anexo, onde encontraram as anotações de Anne e fotografias da família. O material foi reunido na esperança de ser entregue à família depois do fim da guerra.

Inicialmente, o grupo foi levado para o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. Em outubro, Anne e a irmã, Margot, foram transferidas para o campo de Bergen-Belsen, na Alemanha. Em março de 1945, uma epidemia de tifo espalhou-se pelo local. As duas meninas estiveram entre as vítimas da doença.

Otto foi o único membro da família que sobreviveu ao Holocausto. A mulher, Edith, morreu em Auschwitiz. Ele voltou para a Holanda, onde seu antigo funcionário lhe entregou o diário de Anne. Depois de uma tentativa sem sucesso da historiadora Annie Romein-Verschoor, o diário foi finalmente publicado pela primeira vez em 1947, após a divulgação de um texto sobre o assunto pelo marido de Annie, o jornalista Jan Romein. O Diário de Anne Frank já foi traduzido para mais de 60 línguas e mais de 30 milhões de exemplares foram vendidos.

2 comentários:

  1. Ola Pastor Silas!

    Eu estive na casa dela em Amsterdan, no sotão, e em outra viagem conheci dois campos de exterminio na polonia, incluindo Auschwitiz.

    Uma experiencia marcante. Eu não sou muito destas coisas não, mas em Auschwitiz pode-se sentir a dor no ar.

    Em minha estada era alto inverno. Eu quiz pegar no solo, tudo congelado pela neve.

    Com custo, pus com a ajuda de uma chave, um pouco de terra em uma caixa de fosforos.

    Nao sei pq tive este impeto. Em casa, mandei fazer uma caixa de acrilico. Deixo na minha mesa de trabalho.

    A PAZ

    Danilo

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  2. Existem momentos em nossa vida em que nós nos sentimos tão impotentes diante do sofrimento, diante da dor de pessoas que nós não conhecemos, mais que, de algumas forma, nos marcam profundamente. A história dessa menina, ou dessa família, é algo que nos impressiona. Só que esta é mais uma história diante de tantas outras semelhantes de sofrimento por causa de um louco. Que o Senhor nos guarde desses loucos.
    Fique na Paz!!
    Pr. Silas

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