quinta-feira, 8 de outubro de 2015

DEUS PODE SE DECEPCIONAR COM VOCÊ?


Por Fabio Campos

Quem nunca teve a sensação, ao pecar, de ter decepcionado Deus? Creio que todos tiveram tal sentimento. Ainda que o nosso conhecimento a respeito de “justificação” seja vasto; ainda que entendamos bem a “graça e a misericórdia”; ainda que “clamamos pelo Espírito: “Aba”!, quando caímos em pecado, a primeira “seta” enviada a nossa mente, é que “Deus está decepcionado conosco”.

É importante salientar que o pecado muda o nosso humor (Sl 51.12), o que consequentemente nestas horas, nossa razão, por um instante, é subjugada pela emoção (Sl 116.11). Parece que Deus não quer “mais nada conosco”; diante de tantos acusadores, oramos (ainda que subjetivamente) o que orou Jó: “Trazes novas testemunhas contra mim e contra mim aumentas a tua ira” (Jó 10.17).

Mas a Escritura nos traz “boas-novas”. Deus não pode se decepcionar com você! Não há nada que você faça que Deus não soubesse que você faria. É isso mesmo! Deus não pode se decepcionar porque “Ele de antemão te conheceu” (Rm 8.29). Aquilo ainda que você não fez, mas vai fazer, Deus já sabe que você fará, e mesmo assim, de forma Soberana, te chamou (1 Pe 1.2). Quando Deus te comprou Ele sabia que os seus pecados estariam inclusos no pacote (Rm 5.8). Mesmo assim Ele comprou!

Ele não criou uma expectativa sobre nós. Sempre esteve ciente a despeito da nossa estrutura, pois sabe que somos pó, como disse Martinho Lutero: “Se a minha salvação fosse deixada ao meu encargo, eu não conseguiria enfrentar vitoriosamente todos os perigos, dificuldades e demônios contra os quais teria que lutar. Porém, mesmo que não houvesse inimigos a combater, eu jamais poderia ter a certeza do sucesso”.

Sabendo Deus que o “coração do homem é mau desde a mocidade e que isso duraria para sempre” (Gn 8.21,22), sendo impossível que o homem pudesse salvar a si próprio ou mesmo garantir a permanência da sua própria salvação, Deus fez do Filho Jesus a expiação pelo pecado qual condenava o homem, cumprindo todo o preceito que a lei demandava para que o homem pudesse ser justo no tribunal (Rm 8.3). Ele fez tudo por nós, e para nos assegurar para sempre, nos livrando do perigo, pelo Sangue de Jesus, nos declarou santo de forma irrevogável ainda que caiemos em pecado, como está escrito: “Como é feliz aquele que tem suas transgressões perdoadas e seus pecados apagados! Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa e em quem não há hipocrisia” (Sl 32. 1-2 NVI).

Você pode estar pensando: “então posso pecar deliberadamente que mesmo assim não vou perder a salvação”? Não!, não é que você vá perder a salvação. Na verdade você nunca foi salvo, como está escrito: “... aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu” (1 Jo 3.6). Sabemos quem de fato pertence a Deus quando o tal se “afasta da iniquidade” (2 Tm 2.19).

Não existe “pecador santo”; o que existe perante Deus é “santo pecador”. Somos pecadores em nós, mas santos em Cristo. Pecar, não tem jeito, vamos pecar!, todavia, ainda que você tenha caído em “grande pecado”, se houver a “tristeza segundo Deus qual produz arrependimento” (2 Co 7.10), saiba que Deus está lhe chamando novamente para a comunhão. Não importa quantas vezes Ele precisará fazer isto. Havendo arrependimento, ainda que no mesmo dia seja preciso te perdoar 70 x 7, Ele o fará e não te perderá.

Deus não pode se decepcionar com ninguém, nem mesmo com o ímpio, pois sobre os desobedientes não há “decepção”, mas “ira”. Antes que tivéssemos conhecidos a Deus, a Bíblia diz que “por Ele já éramos conhecidos” (Gl 4.9). As ovelhas conhecem o seu pastor e o pastor conhece as suas ovelhas (Jo 10.14). Se há temor em nós - ainda que pecadores – certamente não escutaremos naquele dia: “Nunca vos conheci” (Mt 7. 23).

A certeza disto é que “já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). A justificação é imputada de uma única vez; o que está acontecendo agora conosco é o processo da santificação. A justificação nos tira do mundo; a santificação tira o mundo dentro da gente. Toda nossa segurança deve estar em Cristo, pois Ele nos “conheceu de antemão” (inclusive que você cometeria este pecado hoje); depois Ele nos fez “justos para sempre”. Todo aquele que Deus predestinou, no ato do chamado, passa a ser transformado conforme a imagem do Filho Jesus.

Ele nos glorificou! Ainda que este estágio esteja no por vir, veja que a Escritura trata-o como um fato consumado. No hebraico isso é chamado “tempo passado profético”, ou seja, é uma certeza absoluta. Por isso que Paulo continua Romanos 8 com ousadia expondo esta segurança, coroando a sua certeza, dizendo: “... nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8.37 NVI).

Você e nem eu poderemos decepcionar Deus. Logo, então, apenas o sigamos em amor, buscado dEle em todos os dias a Sua graça e a Sua misericórdia andando no Seu Santo Temor. Certamente “o Sangue do Seu Filho Jesus nos purificará de toda injustiça” (1 Jo 1.7).

Considere este artigo e arrazoe isto em seu coração,

Soli Deo Gloria!

Notas: 
Nascido Escravo; LUTERO, Martinho; Ed. Fiel.

Fonte: Fabio Campos

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