Por Fabio Campos
Texto base: “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. – 1 Pedro 2.9 (NVI)
Uma das grandes conquistas da Reforma Protestante foi o retorno ao sacerdócio de “Todos os crentes”. Antes o sacerdócio era local, centralizado na pessoa do papa. Somente ele detinha a interpretação das Escrituras e podia anunciar, com autoridade outorgada, as “grandezas do Evangelho de Cristo”. Com a reforma, a igreja (não a católica romano que não se deixou reformar), se voltou ao princípio das Escrituras, ensinado por Pedro: o sacerdócio universal, ou seja, qualquer crente em Jesus, regenerado, pode, então, proclamar as boas-novas, tendo acesso direto as Escrituras, interpretando-as pela iluminação do Espírito Santo o seu significado, aplicando assim, ela [Bíblia] a sua própria vida.
Deus sempre conduziu o seu povo através da sua Palavra. Homens deram a vida para que o “conselho de Deus fosse”anunciado. Nossa responsabilidade é grande diante desta vocação: “... povo exclusivo de Deus, para ANUNCIAR AS GRANDEZAS daquele que os chamou das trevas para sua maravilhosa luz”. Tudo se torna periférico diante desta incumbência. Nossa alma grita ainda que sem voz: “... ai de mim se não anunciar o evangelho” (1 Co 9.16).
Deus é mais forte do que nós. Sua mensagem é fogo consumidor que mexe com toda nossa estrutura física. Todo profeta autêntico não conseguirá resistir a Deus e prevalecer, pois o Espírito Santo intranquiliza o espírito do homem. Quando menos se espera, eis que vem a mensagem do Senhor: “Mas, quando penso: ‘Vou esquecer o Senhor e não falarei mais em seu nome’, então a tua mensagem fica presa dentro de mim e queima como fogo no meu coração. Estou cansado de guardá-la e não posso mais aguentar” (Jr 9.9 NTLH).
Quando Deus fala, o profeta quebra o silêncio. Repare as pessoas mais tímidas e introvertidas. As que não são dadas ao público. Muitas temem diante de um auditório; mas quando lhe vem a Palavra de Deus, na autoridade do Espírito do Santo, toda boca se cala e todo ouvido se abre: “Quando o leão ruge, quem não fica com medo? Quando o Senhor Deus fala, quem não anuncia a sua mensagem” (Am 3.8 NTLH).
Nós temos uma mensagem! Não importa onde você mora; sua condição social; o seu salário - você tem uma mensagem. Entenda! A mensagem do evangelho não é entregue somente à homens letrados e intelectuais. Ainda que se tenham tais virtudes, a mensagem não é entregue por persuasão humana, mas sim pelo poder de Deus. Este poder nos impulsiona e nos faz temer diante da urgência. Pedro não era culto e letrado, mas ele conhecia a Jesus: “... pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (At 4.20). O mais importante ele tinha! Conhecia Cristo face a face, e mesmo diante dos doutores da letra, sua sabedoria, excedia, ao ponto da multidão dizer: “Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus” (At 4.13).
Todo arauto de Deus sente na sua alma uma necessidade, e principalmente, uma urgência que o esmaga, ou seja, anunciar todo o conselho de Deus. Gastamos muito tempo com coisas que não são urgentes. Muitos estão a tentar “converter” os irmãos já crentes a aceitarem sua posição teológica - de continualista para cessacionista; arminiano para calvinista; pentecostal para tradicional. Não vejo problema em arrazoar o assunto de uma forma equilibrada e saudável. A questão é que isso é secundário. Enquanto estamos nos empreendendo em questões secundários (pessoas que só falam disso), familiares e amigos estão morrendo sem conhecer “o conselho de Deus”. Lamentável! Brigam como um leão no facebook, mas não têm um pingo de ousadia para proclamar o Evangelho de modo simples e objetivo ao perdido. São pescadores de aquário; medíocres porque não se lançam ao mar, pois sabem que lá o desafio é grande.
Esqueceram-se da mensagem da cruz; e este sem equilíbrio e discernimento, do que é ou não urgente, se entregaram totalmente a vaidade do saber. Não proclamam o Evangelho; apenas falam dele e do modo como o interpreta. E o povo que está com fome de pão, recebe, então, migalhas de pessoas que amam mais a sua causa do que a Causa de Deus; a saber, que “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores”. Usando as palavras de Leonard Ravenhill: “Se tivéssemos mais noites sem dormir, em oração, haveria muito menos almas que teriam que passar noites sem dormir eternamente no inferno”.[1]
A palavra não é nossa, mas de Deus, pois assim diz a Escritura: “Pois recebi do Senhor o que também lhes entreguei” (1 Co 11.23). O grande pregador e avivalista, Leonard Ravenhill, certa vez disse: “Eu fico profundamente perturbado quando moços me escrevem, dizendo: ‘Eu sou um profeta do Senhor’. Profetas não são autoproclamados. Eles não se gabam. Eles não buscam um lugar em público onde possam fazer brilhar suas auréolas. Nenhum homem toma essa tremenda honra para si mesmo. E a oposição jamais intimida o verdadeiro profeta. Ele chora diante de Deus e, todavia, ele não precisa de um ombro para chorar. Todos os profetas têm uma mesma segurança: ‘Veio a mim a Palavra do Senhor’”. [2]
O Senhor é conosco! Ele é consolo para todo aquele que se entrega verdadeiramente a Ele, lhe dando não somente a sua palavra, mas a sua própria presença.
Deus nos deu uma mensagem, amados. Ele quer nos usar para o louvor da sua glória. Busque o seu poder. Ele não está interessando (ainda que seja importante) na sua articulação teológica, no seu conhecimento e nem na sua erudição, pois assim mesmo Ele diz: "Não se glorie o sábio em sua sabedoria nem o forte em sua força nem o rico em sua riqueza, mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em compreender-me e conhecer-me, pois eu sou o Senhor” (Jr 9.23-24 NVI).
Não se deixe enganar, o diabo sabe que nada pode te separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus. Todavia, sua tentativa é neutralizar o ministério que Deus lhe deu. Ele sabe que não poderá converter você ao ateísmo, mas ele bem sabe que pode distorcer, na sua mente, os atributos de Deus, te convencendo pela mentira que Deus é um tirano, legalista, e que está interessado somente no seu desempenho, ou seja, e que Ele se agrada somente das suas boas-obras para justificação. Em busca do perdão de Deus, ao invés de colocarmos nossa confiança em Cristo, apoiamos-nos em nossa própria força; o esgotamento físico e espiritual só tende a aumentar. Ficamos paralisados, e como disse Leonard Ravenhill: “O fato doloroso é que o sal perdeu o seu sabor. Recentemente eu aprendi que o sal pode perder seu sabor, todavia ele não perde a sua potencia. Quando ele deixa de curar, então ele começa a corromper. Portanto, a igreja morna é um obstáculo maior do que a igreja fria”. [3]
Peça ao Senhor que te renove no Espírito Santo; clame pelas almas. Seja uma bênção no “ministério da reconciliação”. Este é o principal anseio de um homem e de uma mulher de Deus (Rm 10.1). Por estes dias pedi a Deus o seguinte: “Se o Senhor não me der da tua graça e da tua unção, peço, então, que eu não seja mais convidado a pregar em nenhum lugar, pois o que eu entregaria seria apenas conhecimento, fruto de uma “habilidade adquirida”. Certamente, isso seria nocivo a igreja do Senhor Jesus.
Derrame o seu coração a Deus; não importa o que você fez até agora e o quanto você já falhou; busque ao Senhor de “todo o seu coração”. Como disse Leonard Ravenhill: “Oração, em sua forma mais sublime, é suor de alma agonizante”.
Pense nisso, você é um arauto de Deus para “ANUNCIAR AS GRANDEZAS daquele que os chamou das trevas para sua maravilhosa luz”. Assim, você será:
“Aqueles que são sábios reluzirão como o brilho do céu, e aqueles que conduzem muitos à justiça serão como as estrelas, para todo o sempre”. – Daniel 12.3 NVI
Você tem uma mensagem urgente!, ou seja, Jesus está voltando!
Soli Deo Gloria!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] RAVENHILL, Leonard. Avivamento à maneira de Deus. São Paulo-SP: The Way Books, p. 63
[2] RAVENHILL, Leonard. Avivamento à maneira de Deus. São Paulo-SP: The Way Books, p. 93 – 94
[3] RAVENHILL, Leonard. Avivamento à maneira de Deus. São Paulo-SP: The Way Books, p. 37.
Fonte: Fabio Campos
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