Por Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
Não há mérito humano para a salvação da vida"
Esta palavra é usada na política para definir cargo publico a partir da qualificação para exercê-lo. O que ocorre hoje na politicagem e não politica é dar cargo a quem não tem a competência técnica para exercê-lo. Por isso, o serviço público se torna ineficiente e atende muito mal o cidadão que paga imposto. Os brasileiros não aguentam mais o loteamento da máquina pública por gente incompetente, que não tem qualificação profissional. Esta realidade causa um caos na prestação de serviço publico. Mas, do ponto de vista da realidade espiritual, não é pela meritocracia que podemos nos achegar a Deus, mas pelos merecimentos de Cristo, por Sua obra perfeita na cruz e na ressurreição. No Reino de Deus, o padrão para ser súdito – para pertencer a ele – não é meritório, mas cristocêntrico. Não é pelo esforço humano, pela competência e nem pelo desempenho, mas pelo feito de Cristo na Sua morte e na Sua ressurreição. É por esta razão que somos salvos somente pela graça (favor imerecido), Efésios 2.8-10.
Sabemos, na verdade, que a meritocracia é o governo ou império do mérito. Nós somos muito meritórios, isto é, buscamos desenfreadamente merecer alguma coisa. O mérito humano na salvação não tem relação com o mérito de Cristo. São excludentes. Não há dois meritórios. Se há uma pessoa que tem todo o mérito, esta pessoa é o Senhor Jesus. Na cruz, Ele nos garantiu acesso ao Pai e com toda a Sua competência de sofrer e morrer em nosso lugar para cumprir toda a justiça. Então, não há mérito humano para a salvação da vida, mas essencialmente o de Cristo. Quantas vezes somos tomados da arrogância religiosa e achamos que podemos receber alguma coisa boa pelo nosso desempenho. Na verdade, merecíamos o inferno, uma vida infeliz, cheia de legalismo insuportável. O Pai, contudo, olhando para a suficiência da obra do Filho nos considerou Seus filhos. E isto pela fé dada por Ele a nós como dom (Ef 2.8).
A meritocracia está fortemente presente na tradição religiosa e não na manifestação da graça. Na religião eu faço alguma coisa para merecer a salvação (assim era o jovem rico), mas na graça Jesus já fez tudo. Basta eu crer. Se o mérito é dEle, então descanso na Sua graça, no que Ele fêz. Não sou mais governado pela volúpia do mérito, mas pela operação da graça em minha vida (Tito 2.11-14). Paulo testemunhou aos irmãos em Corinto que ele era o que era somente pela graça de Deus (1 Co 15.10). A Revelação de Deus mostra quem somos e o que poderemos ser somente pela obra sacerdotal de Cristo. Estar em Cristo não depende das minhas qualificações religiosas, profissionais, éticas, mas, acima de tudo, pelo o que Ele fez no Calvário.
A busca pelo merecimento infla o meu ego, mas a busca pelo mérito de Cristo me humilha. No primeiro, eu me vejo capaz de ter alguma coisa de Deus; no segundo, sou totalmente incapaz de receber alguma coisa do Pai se Jesus não for o Mediador. Se, na verdade, sou o que sou e tenho o que tenho é por causa, unicamente, de Cristo. Não há suficiência, merecimento, poder em mim, mas nEle. Os escribas e fariseus foram diagnosticados por Jesus como ‘sepulcros caiados’ – bonitos por fora, mas podres por dentro porque estavam cheios de meritocracia religiosa. Estes religiosos sofriam desta síndrome que privilegia a aparência e não o coração.
As nossas igrejas estão cheias de pessoas que buscam ser notadas, ovacionadas, reconhecidas, bajuladas, a começar dos líderes... Elas amam estas coisas. Ficam tristes se não são elogiadas. As pessoas que formam a Igreja devem buscar a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). Honrar e encorajar uma pessoa é uma coisa, mas elogiar, bajular é outra totalmente diferente. Jesus não fazia isso. Ele não inflava as pessoas, mas as levava a um compromisso com a humildade e a dependência do Pai. Jesus não ficava babando as pessoas para fazer média com elas como muitos líderes o fazem em nossas igrejas para conquistarem sua audiência e sua admiração. O cristão tem prazer em dar todo o valor a Cristo e, a partir dEle, aos outros. O cristão autêntico tem prazer em reconhecer que tudo o que é e tem é produto da graça do Pai pela obra do Filho.
Que o Senhor nos livre da meritocracia religiosa, mas nos encha de alegria em louvar a Cristo pelos Seus méritos na cruz e na ressurreição. Honrar ao Senhor por Sua obra completa. Submeter-me a Ele nas circunstancias mais difíceis da vida. Sejamos humildes em reconhecer como Deus, o Pai, é bom e age por meio do Filho com a chancela do Espírito Santo para nos abençoar com toda a sorte de bênção espiritual. Sejamos imitadores de Jesus que sempre reconheceu os méritos ao Pai. Sejamos como João Batista que sempre honrou a Jesus Cristo. O nosso prazer é vivermos a cada dia o que Cristo fez por nós. Não há recursos financeiros que pague. A obra foi consumada e o mérito é somente dEle para a glória de Deus Pai.
Fonte: Sepal
Amei o texto!
ResponderExcluirParabéns me atrevo a dizer que tem cunho educacional versando pela ética até o ministerial onde nos traz esclareciemntos preciosos.
Eu concordo que a única forma de sermos salvos é pela graça de Deus - pois é esta mesma graça que vai revelar as grandes surpresas.
Adorei.
Desulpe-me pela demora da visita.
Paz