– Ameaças da Intolerância Secularista –
Há poucos dias, a Procuradoria da República no Estado de São Paulo ajuizou ação visando a eliminação de símbolos religiosos dos espaços públicos, por serem os mesmos considerados ofensivos pelos que o não compartilham. Essa ação não foi iniciativa de nenhum movimento popular de nossa população de maioria religiosa, maiormente cristã, mas de um minoritário estamento burocrático movido pela ideologia e pela agenda secularista intolerante, anti-religiosa e, particularmente, anticristã, hoje em ascensão no espaço pós-cristão dos países euro-ocidentais.
Na Inglaterra uma funcionária de uma companhia de transporte aéreo foi punida por insistir em usar uma jóia em forma de cruz, embora o turbante do seu colega sikh e o véu de sua colega islâmica fossem tolerados. A União Cristã (ABU/IVF), movimento de estudantes evangélicos existente por um século e meio, vem sendo alvo de proibição de se reunir em universidades públicas por ensinar um só caminho de salvação e um só padrão de normalidade sexual, contrariando o pluralismo e o multiculturalismo como novas ideologias do governo do Reino Unido. Nos Estados Unidos, depois de proibir orações nas escolas, os secularistas processam prefeituras para retirarem árvores de Natal das praças ou para proibir a saudação “Feliz Natal”, permitindo-se, apenas, a neutra “Boas Festas”. O calendário não deve mais ser medido entre antes e depois de Cristo, mas antes e depois da “era comum”. E por aí vai.
Só falta substituir o sinal de adição, o mais (+) por um asterisco (*), para não ofender os matemáticos não religiosos, ou as cruzes de sífilis pelo jogo da velha (#), para não ofender os pacientes secularistas...
No Brasil, agora, e em outros países, já a algum tempo, o primeiro alvo são os tribunais (retirada de tábuas da Lei, Bíblia, crucifixo) como novos espaços de batalha para o avanço da cultura de morte (aborto, eutanásia, uniões homoeróticas), pois, os símbolos religiosos poderiam influenciar os juízes com valores morais emanados da revelação.
Há uma clara distorção do sentido clássico de laicismo, como separação legal entre religião e estado, procurando-se vedar o pensamento de inspiração religiosa na esfera pública, negando-se a realidade da sociedade e da nação, com sua história, sua arte e seus valores. Esses secularistas intolerantes são netos do Iluminismo e filhos do Positivismo, e, como tal, dotados de um saber pretensamente superior, propõem mudanças “pelo alto”, ignorando ou contrariando o sentir e o pensar da maioria dos cidadãos.
O sentir-se ofendido pelos símbolos religiosos em nossos espaços públicos, se levado às últimas consequências, pode levar ao surgimento de fortes tensões e conflitos sociais, onde não existem hoje. Porque, pela lógica, esses ofendidos não poderiam viver em um Estado que se chama São Paulo, Santa Catarina ou – pior – Espírito Santo, no município de Santo André, ou no bairro de Santo Amaro. Estados, Municípios, Avenidas e Ruas, pelo País afora, para “não ferir a Constituição”, teriam que mudar de nome. Os dias santificados, idem. E deveriam ser retirados dos espaços públicos desde o parque dos Orixás em Salvador, e a estátua do Padre Cícero em Juazeiro e os vários monumentos dedicados à Bíblia. O mais amplo símbolo religioso (em tese ofensivo para milhões de pessoas) seria a estátua do Cristo Redentor, no Corcovado, Rio de Janeiro, que deveria ser implodido, para não mais poluir a paisagem.
Nada mais público e potencialmente ofensivo nesse País do que um jogo de futebol. Algo também deverá ser feito nessa área, eliminando-se equipes com nomes como Santa Cruz, São Paulo, Santos ou Cruzeiro... Pensei que era a camisa toda do meu Vasco que ofendia os flamenguistas e botafoguenses, e não apenas a cruz de malta...
Não sei bem como nosso caótico sistema de escolas públicas (muitas delas com nomes de padres, pastores ou santos) vai melhorar com a retirada de crucifixos. O mesmo se diga da retirada de cruzes dos postos de saúde do SUS...
Até, então, se pensava que o principal problema do plenário do Senado fosse o seu presidente, e não o silencioso crucifixo, que, uma vez retirado nessa inquisição às avessas, em nada vai contribuir para a moralidade pública. Aliás, já há quem diga que o problema do cenário não é o encosto da cadeira do presidente, mas um “encosto” à cadeira do presidente, plenamente solucionável com uma caprichada “sessão de descarrego” pelos meninos do Edir...
Com o ocaso das utopias socioeconômicas, vamos presenciando a sua substituição por formas mais medíocres (e mais chatas) como o “politicamente correto” e a agenda GLSTB, cujas “paradas de orgulho” recebem milhões em verbas federais, estaduais e municipais, desviadas do combate à fome e à violência, ofendendo os contribuintes religiosos que não compartilham da violência da “revisão de valores” impostos de forma coercitiva. Já se orquestra uma campanha contra nadador que aponta para o céu, ou zagueiro que se benze...
Essa elite iluminada autoritária vem estimulando um furor legislativo e uma crescente intervenção do Estado sobre o comportamento dos seus cidadãos. Já temos (talvez inspirados no Irã e na Arábia Saudita) nossa Polícia para o Combate ao Vício e a Promoção da Virtude (contra o álcool e o fumo), quanto a Polícia pelo Combate à Virtude e Promoção do Vício (com a distribuição de camisinha no carnaval...).
O Brasil tem necessidades maiores e mais urgentes. Sua história, os valores da sua cultura, e a maiorias sociais devem ser respeitadas.
Uma Inquisição com sinais trocados e ritos de passagem iconoclastas, com quebras de crucifixos e de monumentos à Bíblia se constituem em uma aberração e uma ameaça à paz social. Os que a propõem – procuradores ou procurados – devem ser resistidos, e processados na forma da Lei!
Deixem nosso povo continuar na sua convivência harmônica, com seus símbolos e feriados. Não implodam o Cristo Redentor!Paripueira (AL), 07 de agosto de 2009.
+ Dom Robinson Cavalcanti
Fonte: news.notícias cristãs
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