Por Pr. Silas Figueira
Texto base: João 1.19-28
INTRODUÇÃO
Estamos
vivendo a época das celebridades “gospel”. E essas celebridades vão do pastor a
apóstolo, do cantor a ex-famosos com seus testemunhos marcantes... Muitas vezes
o pastor é o pop star; os cantores
são verdadeiros astros sendo idolatrados e tendo até fã clube. O negócio é SER,
TER e APARECER! Essa é a tônica do momento do mundo gospel; algo totalmente
diferente na vida e ministério de João Batista.
João
Batista foi o precursor de Jesus. O próprio Senhor Jesus disse que entre os
nascidos de mulher não houve ninguém maior que João (Mt 11.11). De todos os
homens (incluindo, evidentemente, grandes servos de Deus como Abraão, Moisés e
Elias) João Batista era o maior. Ele era maior porque abriu o caminho para o
Ungido de Deus. Ele era maior porque teve o privilégio de ver o próprio
Messias. João Batista foi o último profeta do Antigo Testamento (Lc 16.16). Ele
não só foi o último profeta, mas foi o profeta citado por Isaías (Is 40.3);
aquele que viria preparar o caminho para o Messias. E, no entanto, ele disse a
respeito de Jesus:
“Ele é aquele que vem depois de mim, e não sou digno
de desamarrar as correias de suas sandálias” (Jo 1.27 – NVI).
O Reverendo Rodolfo Góis disse que João Batista era um “produto exportação” do seu tempo. Tinha até estilo exclusivo
(“usava uma roupa feita de pelos de camelo e um cinto de couro e comia
gafanhotos e mel do mato” – Mc 1.6). Hoje em dia isso aumentaria o seu sucesso
e alavancaria os multiprodutos com a sua marca: Grife JB, Snacks em forma de
grilo com gostinho de mel, artigos de couro do João, além da família de
bonecos. Pelo menos quatro linhas de produtos de sucesso, sem contar os milhões
de acessos garantidos nos reprodutores de mídia online que lhe dariam bons
retornos financeiros com os patrocínios no seu canal exclusivo. No “auge da sua
carreira”, entretanto, João faz uma declaração que poderia deixar todos
perplexos. Ele diz que havia alguém “mais importante do que ele”. Isso não é
uma coisa que uma celebridade pode dizer a qualquer um e a qualquer momento. No
auge do sucesso João se coloca na mais baixa condição. Mas ele não se importa,
nem treme, nem sua a frio, nem titubeia. Declara de boca cheia e com imensa
convicção. Este antimarketing poderia causar um grande prejuízo nos
empreendimentos com a sua marca e sua imagem. Mas ele não se importava, porque
sabia que maior que o seu discurso era aquele a quem ele estava preparando o
caminho. João sabia que mais valiosa que a sua popularidade era a integridade da
sua missão. Sabia que o melhor lugar era estar aos pés de Jesus, mas
que isso não dependia dos seus méritos, e sim da graça divina. [1].
Hoje
em dia nós não temos visto muito disso por aí, muito pelo contrário, o que
temos visto são pessoas que se dizem ser servas do Senhor Jesus, mas querendo
honras e glórias que a Ele pertencem. Gente que busca os holofotes. Como
falamos no início, são pessoas que querem ser,
ter e aparecer. Gente que busca glória para si e não para Deus, mas falam
em nome dEle. Gente que anda na contramão da humildade de João Batista.
E
é sobre isso que eu quero pensar com você através desse texto. Analisando-o nós
encontramos um homem que sabia quem ele era, onde estava e para que
veio – isto é, ele sabia que ele era apenas um precursor daquele que era
maior que ele.
Vamos
analisar o texto.
A PRIMEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE JOÃO SABIA QUEM ELE
NÃO ERA (Jo 1.19-22).
A
primeira parte do capítulo 1 do Evangelho de João nos é mostrado quem é Jesus e
qual foi sua missão, nessa segunda parte, João nos apresenta quem foi João
Batista. Um homem no mínimo peculiar, uma vez que vivia no deserto (Mc 1.4),
usava vestimenta ímpar (Mc 1.6) e, com um discurso de arrependimento (Mc 1.4),
batizava multidões (Mc 1.5) – hábitos completamente semelhantes aos dos profetas
antigos. Sem contar os agravantes de que aquela era uma época de silêncio (não
havia nenhum enviado de Deus há mais de 400 anos) e de dominação externa sobre
Israel (dos Romanos).
Quando
João começou sua carreira pública de pregador de arrependimento, no vale do
Jordão, existia um clima generalizado de expectativa, especialmente entre os
israelitas piedosos que “esperavam a redenção de Jerusalém” (Lc 2.38). A
aparição repentina deste estranho pregador e batizador, que trazia os sinais
que autenticavam os profetas antigos, causou uma impressão profunda sobre eles.
Menos de um século antes (63 a.C.), a dinastia nativa dos Hasmoneus (a dinastia
dos hasmoneus foi fundada sob a liderança de Simão Macabeu, duas décadas depois
de seu irmão, Judas Macabeu derrotar o exército selêucida durante a Revolta
Macabeia, em 165 a.C.), tinha caído e a terra de Israel fora incorporada ao
Império Romano. Esta perda de independência e o fracasso das esperanças que se
tinham concentrado nos reis-sacerdotes Hasmoneus causou um renascimento de um
Messias da linhagem de Davi. No entanto, João era da linhagem de Levi, embora seja
possível que a massa da população não conhecesse a sua origem [2].
Em
meio a esse cenário, era natural as autoridades religiosas se preocuparem com
tal homem. Afinal, seria ele um legítimo profeta? Ou, quem sabe, até mesmo o
Cristo? Ou seria apenas mais um farsante (At 5.36)? Assim, João Batista era, no
mínimo, digno de observação, pois, na pior das hipóteses, poderia ter um
discurso que causaria problemas e, na melhor delas, poderia ser uma nova
autoridade enviada por Deus que libertaria o povo judeu.
E
é nesse contexto que o evangelista tenta nos responder quem foi João – num inquérito
organizado pelas próprias autoridades religiosas da época (Jo 1.19). Essas
autoridades eram sacerdotes, levitas e fariseus. Essa delegação fora enviada
pelo Sinédrio, que funcionavam como juízes em Israel – uma espécie de corte
suprema.
E
quando os seus inquisidores lhe perguntam quem ele era, as respostas foram
negativas. O interessante desse trecho é que o evangelista nos responde a essa
pergunta sobre a própria ótica do entrevistado. E, com isso, vemos que João
Batista demonstra grande conhecimento de si mesmo. Ele sabia quem ele não era. E ele disse três coisas: que ele não
era o Cristo, que ele não era Elias e que não era o Profeta.
1º
- Ele disse que não era o Cristo (Jo 1.20). Essas eram as ideias mais comuns no tocante à
identidade de João Batista, cujo ministério era tão grande que muitos pensavam
que Deus, sem a menor dúvida, havia visitado novamente o seu povo, enviando um
dos antigos profetas, a fim de encarregar-se de uma atividade renovada na terra
de Israel. João Batista, em seu ardor político, em seu zelo por derrubar as
existentes autoridades políticas e religiosas, e em sua insistência de que o
Reino de Deus estava próximo, e que o próprio Messias estava prestes a expurgar
sua eira, separando a palha do trigo, era uma figura muito melhor a esse quadro
messiânico do que o perene politicamente indiferente Jesus, conforme a conceito
comum, popular, de como viria o Messias [3].
João
em momento algum colocou-se maior do que era, como é o costume de alguns –
muito pelo contrário, ele se anulou. Diferentemente de muitos, ele apontava
para outro e não para si próprio. Ele sabia exatamente seu lugar e sua missão.
As
pessoas até poderiam pensar que ele era o Messias, mas João não quis tomar para
si esse título que não lhe pertencia. No entanto, o que temos visto hoje de
pessoas que se pudessem davam um golpe de estado até no diabo.
2º
- Ele disse que não era Elias (Jo 1.21a). Em Malaquias 4.5 nos diz que Elias viria antes do fim de todas as
coisas:
"Vejam, eu enviarei a vocês o profeta Elias antes
do grande e terrível dia do Senhor”
(NVI).
E
isso é corroborado pelo próprio Senhor Jesus em Mt 17.10-13:
Os discípulos lhe perguntaram: “Então, por que os
mestres da lei dizem que é necessário que Elias venha primeiro?” Jesus
respondeu: "De fato, Elias vem e restaurará todas as coisas. Mas eu lhes
digo: Elias já veio, e eles não o reconheceram, mas fizeram com ele tudo o que
quiseram. Da mesma forma o Filho do homem será maltratado por eles". Então
os discípulos entenderam que era de João Batista que ele tinha falado (NVI).
Então
porque João negou tal coisa? Simples, porque os judeus, na época de Jesus,
criam que Elias, o profeta do Antigo Testamento, viria em carne e osso, ou
seja, que ele iria nascer de novo. Naquela época se acreditava na reencarnação,
mas é bom lembrar que essa doutrina da reencarnação é para os que já morreram e
Elias do Antigo Testamento não morreu (2Rs 2.11); então cai por terra aqui essa
ideia também.
João
Batista veio no mesmo espírito e vigor do Elias do Antigo Testamento (Lc 1.17),
até suas roupas eram semelhantes (2Rs 1.8; Mc 1.6), mas não era a mesma pessoa.
Tanto não era a mesma pessoa que o Elias
do Antigo Testamento operava milagres, já o Elias do Novo Testamento não se
ouve falar em nenhum milagre que ele tenha operado. No entanto, João Batista
veio para dar continuidade ao ministério profético de Elias.
A
negativa de João tinha uma boa justificativa.
3º
- Ele disse que não era o Profeta (Jo 1.21b). Mais uma vez João diz não, dessa vez em relação a
ser o Profeta. Eles estavam perguntando se João era o Profeta que Moisés disse
que viria. Eles estavam fazendo uma alusão à passagem de Dt 18.15 que diz:
“O Senhor, o seu Deus, levantará do meio de seus
próprios irmãos um profeta como eu; ouçam-no” (NVI).
Esse
profeta referido por Moisés é o Messias que Israel esperava, ou seja, esse
profeta já estava entre eles e era o Senhor Jesus; por isso que João disse que
não era o Profeta. Mas se estivessem perguntado se ele era um profeta,
provavelmente ele responderia que sim, pois ele era profeta, aliás, o último
profeta do Antigo Testamento.
João
Batista declarou categoricamente que não era o Cristo (Jo 1.19,20). Não era o
Elias (Jo 1.21) nem o Profeta apontado por Moisés (Jo 1.21). João Batista era o
precursor do Messias, mas não o Messias. Era o amigo do Noivo, mas não era o
Noivo. João Batista veio no espírito de Elias, mas não era Elias. João Batista
não era o profeta apontado por Moisés, mas era o precursor desse profeta.
Embora os interrogadores estivessem confusos acerca de sua identidade, João
Batista tinha plena consciência de quem era e do que viera fazer [4].
Quantas
pessoas, mesmo com anos de cristianismo nas costas, não sabem quem são e nem
para que existem? Quantos não se colocam no nosso lugar de pecador, mas só se
veem como quem tem autoridade apenas para apontar e rebaixar os outros?
Quando
temos noção real de quem somos – servos do Senhor Jesus – passamos olhar o
mundo com outros olhos e deixamos de achar que somos melhores que os outros, e,
acima de tudo, não buscamos títulos que não nos pertence. Que possamos aprender
isso com João Batista.
Como
disse A. W. Tozer: “Nunca preguei a
grandes multidões, pelo menos na minha própria igreja. Mas preguei um Cristo
coerente. Esse desejo de obter seguidores, de ser reconhecido, de ter
reputação, não é para os que estão vivendo a vida crucificada” [5].
A SEGUNDA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE JOÃO SABIA QUEM ELE
ERA (Jo 1.22,23).
Os
interlocutores de João Batista tinham que prestar contas às autoridades
judaicas, por isso eles insistiram em saber, afinal de contas, quem ele era. E
a resposta de João Batista foi extremamente inusitada, pois ele responde
citando a profecia do profeta Isaías que falava a respeito da volta do povo
judeu do exílio (Is 40.3).
Mas
na aplicação do Novo Testamento faz do oráculo, o deserto passa a ser o deserto
da Judéia, onde João pregou a mensagem de arrependimento. A linha profética
dupla que vai de Isaías 40 a 66 começa anunciando boas notícias a Sião porque
os filhos exilados voltarão, mas vai mais longe, falando de uma redenção mais
ampla, não operada por Ciro, mas pela paixão e vitória do obediente Servo do
Senhor, concluindo com a promessa de novo céu e nova terra [6].
A
profecia de Isaías falava do retorno do povo judeu do exílio, mas também fazia
referencia aquilo que o Senhor iria realizar pelo seu povo, de todos os povos
(Ap 7.9,10) que nos diz:
“Depois disso olhei, e diante de mim estava uma grande
multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas,
de pé, diante do trono e do Cordeiro, com vestes brancas e segurando palmas. E
clamavam em alta voz: "A salvação pertence ao nosso Deus, que se assenta
no trono, e ao Cordeiro"”
(NVI).
Saber
quem eu sou depende muito também de uma boa interpretação teológica. Por que
digo isso? Porque há muitas pessoas que estão tão perdidas teologicamente que
pensam que sabe quem são, mas estão totalmente enganadas.
João
Batista não só sabia quem ele era como também sabia que era um cumprimento
profético.
1º
- João Batista sabia que era profeta.
Para isso ele veio. Para isso ele estava no deserto pregando a mensagem de
arrependimento (Mc 1.4,5). João não tinha dúvidas de qual era o seu lugar na
história de Israel, e isso não é presunção, mas convicção.
Podemos
exercer vários papéis nesta vida. Podemos ser profissional liberal, professor
ou aluno; ser casado ou solteiro... Nada disso importa, mas de uma coisa todos
nós crentes em Jesus devemos saber que fomos chamados para ser testemunha do
Senhor Jesus (At 1.8). Somos profetas no sentido de compartilhar a Sua Palavra
através do nosso testemunho e da palavra pregada. Nunca se esqueça disso!
2º
- João Batista sabia que era consagrado ao Senhor desde o ventre (Lc 1.8-17). João Batista era filho de um sacerdote, ou seja,
João Batista era levita, sacerdote e profeta. Mas foi escolhido desde antes de
nascer para ser profeta, assim como o Senhor escolheu Jeremias (Jr 1.4,5). João
era fruto de um milagre, pois seus pais eram velhos quando ele nasceu (Lc
1.18).
Mas
a questão é: “Quem é você?” E ai? O que me diz? Pare e pense um pouco. Difícil
responder, não?
Essa
é uma questão existencial, não uma mera filosofia – essa é uma pergunta que
influencia totalmente nosso viver. Afinal,
se não sabemos quem somos o mundo determinará quem você será. Sem saber de
onde você veio, para onde você irá, qual a sua missão, não há outra escolha
senão seguir o fluxo. E, seguindo o fluxo, vivemos deixando de viver com Deus,
nos assemelhando ao mundo e o que ele nos leva a fazer.
No
momento que o Senhor nos chamou, seja em qual idade for, somos consagrados ao
Senhor. Somos seus servos e devemos honrá-Lo através da nossa vida, pois somos
morada do Espírito Santo (1Co 3.16). Não devemos negligenciar o nome de cristão
que carregamos; como disse Paulo em Gl 2.20:
“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu,
mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do
Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim”.
Não
seguimos o fluxo desta vida, mas nos consagramos ao Senhor.
TERCEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE JOÃO BATISTA SABIA POR
QUE VIERA (Jo 1.23-28).
Os
interlocutores de João Batista estavam inquietos em saber quem ele não
era, mas parece que eles não o ouviram dizer quem ele era. Observe o que eles dizem:
“Alguns fariseus que tinham sido enviados
interrogaram-no: "Então, por que
você batiza, se não é o Cristo, nem Elias, nem o Profeta?” (Jo 1.24,25
– NVI).
Já
que você não é nada, porque faz isso? É isso que eles estavam falando com João
Batista. Eles estavam desmerecendo o seu chamado e o seu ministério. Estavam o
reputando a nada. Mas João Batista não se deixa levar por seus comentários.
Isso
não é diferente hoje. Quantas pessoas nos olham de cima para baixo como se nós
não fôssemos nada, ou na melhor das hipóteses, bem menos que eles. E isso
acontece em todos os lugares (no trabalho, na escola, entre pastores...).
João
Batista responde de forma clara e objetiva porque viera.
1º
- Ele veio como o precursor do Messias (Jo 1.23). Eu vim como cumprimento profético. Eu vim para
aplainar o caminho que o Messias irá passar. Eu vim lhe preparar o caminho de
forma que o Messias possa ser apresentado à nação de Israel. Eu sou profeta,
porta voz de Deus.
João
Batista não era um eco; era uma voz. Não era a voz que ecoava no templo, nos
lugares sagrados, mas a voz que ecoava no deserto. Ele veio preparar o caminho
para o Messias, aterrando os vales, nivelando os montes, endireitando os
caminhos tortos e aplainando os caminhos escabrosos (cheio de altos e baixos,
obstáculo) [7]. Toda vez que um rei ia visitar uma província ele enviava alguém
para endireitar o caminho para ele passar.
João
Batista endireitou o caminho pregando o arrependimento (Lc 3.7-18). Esse texto
mostra João Batista aplainado o caminho das almas das pessoas. Desde os mais
simples até os religiosos.
João dizia às multidões que saíam para serem batizadas
por ele: "Raça de víboras! Quem lhes deu a ideia de fugir da ira que se
aproxima? Deem frutos que mostrem o arrependimento. E não comecem a dizer a si
mesmos: ‘Abraão é nosso pai’. Pois eu lhes digo que destas pedras Deus pode
fazer surgir filhos a Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores, e
toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo". "O
que devemos fazer então?", perguntavam as multidões. João respondia:
"Quem tem duas túnicas reparta-as com quem não tem nenhuma; e quem tem
comida faça o mesmo". Alguns publicanos também vieram para serem
batizados. Eles perguntaram: "Mestre, o que devemos fazer?" Ele
respondeu: "Não cobrem nada além do que lhes foi estipulado". Então
alguns soldados lhe perguntaram: "E nós, o que devemos fazer?" Ele respondeu:
"Não pratiquem extorsão nem acusem ninguém falsamente; contentem-se com o
seu salário". O povo estava em grande expectativa, questionando em seus
corações se acaso João não seria o Cristo. João respondeu a todos: "Eu os
batizo com água. Mas virá alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou
digno nem de curvar-me e desamarrar as correias das suas sandálias. Ele os
batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele traz a pá em sua mão, a fim de
limpar sua eira e juntar o trigo em seu celeiro; mas queimará a palha com fogo
que nunca se apaga". E com muitas outras palavras João exortava o povo e
lhe pregava as boas novas.
Esse
texto por si só já nos diz tudo!
2º
- João Batista veio para batizar o batismo de arrependimento (Jo 1.26; Lc 3.3). Ao dizer eu batizo com água, João aponta para o fato
de que existe uma grande diferença entre o que ele está fazendo e o que o
Messias fará. Tudo o que João pode fazer é administrar o sinal (água). Somente
o Messias pode conceder aquilo que a água simboliza (o poder purificador do
Espírito Santo) [8].
João
deixou bem claro que não estava fundando uma nova religião nem procurando
exaltar a si mesmo. Voltava o olhar das pessoas para o Salvador, o Filho de
Deus (Jo 1.34).
3º
- João veio para apresentar Aquele de quem ele não era digno de desatar as
sandálias (Jo 1.26-27). O que vemos
na vida de João Batista é o que está faltando na vida de muitos líderes por aí,
humildade. João destaca a sua irrelevância relativa em comparação com Aquele
que vem, ao dizer que é indigno até de prestar um serviço tão baixo como desatar-lhe
as correias das sandálias. João considerava-se indigno até desta atitude tão
serviu diante dAquele que vem [9].
Humildade
não é ser o menor, mas saber qual é o nosso lugar no Reino. Até Jesus nos
ensinou o que é humildade e nos disse que deveríamos aprender isso com Ele (Mt
11.29). Humildade não é um sinal de fraqueza, mas um sinal de reconhecimento do
valor do outro (Fl 2.3-7).
Humildade
não é para qualquer um; só os fortes são humildes. Geralmente os fracos é que
são arrogantes e presunçosos, pois vivem de aparência.
Devemos
olhar para a vida de João o Batista e nos espelharmos nele.
CONCLUSÃO
Se
houve um homem que podia se engrandecer do seu chamado era João Batista, no
entanto ele se mostra de forma humilde reconhecendo quem ele era porque o
Senhor o levantara. Essa lição que João nos dá está faltando em muitas pessoas
hoje. Muitos pensam que estão aqui para serem servido e não para servir. Muitos
pensam que por terem um título são melhores que os outros.
O
próprio Senhor Jesus nos disse que aquele que se humilha seria exaltado, mas
aquele que se exaltasse seria humilhado (Mt 23.12). João sabia quem ele não
era, quem ele era e para que veio. E você?
É
o Senhor quem nos exalta, você não precisa exaltar-se a si mesmo. Por isso eu
quero encerrar lhe contando uma pequena história:
Houve
fome na Alemanha. Um homem chamou vinte crianças disse: Nesta cesta há um pão
para cada um de vocês. Voltem todos os dias. Vou lhes dar um pão por dia. As
crianças brigaram pelos maiores pães. Nem agradeceu. Foram embora, cada um com
seu pão, exceto uma menininha chamada Maria. Então, sorrindo, ela pegou menor
pão, e agradeceu de coração. No dia seguinte, as crianças se comportaram pior.
Maria, que não entrava nos empurrões, ficou só com um pãozinho bem fininho.
Quando chegou a casa e a mãe foi cortar o pãozinho, caíram de dentro 6 moedas
de prata. Oh, Maria! Exclamou a mãe. Esse dinheiro não é nosso. Devolva-o ao
dono! E Maria foi devolver. O senhor lhe disse - Não foi engano; eu coloquei as
moedas no menor pão, para te recompensar. E lhe deu mais 6 moedas. Se o teu pão
tem sido o menor, continue fiel e grato; Deus é justo.
Pense
nisso!
Fonte:
1
– Góis, Rodolfo. Se João Batista fosse famoso. http://ministeriobbereia.blogspot.com.br/2013/05/se-joao-batista-fosse-famoso.html,
acessado em 06/01/17.
2
– Bruce, F. F. João: introdução e comentário. Edições Vida Nova e Mundo Cristão,
São Paulo, SP, 1987: p. 51.
3
– Champlin, R. N. O Novo Testamento Interpretado Vol. 2, versículo por
versículo. Editora Candeia, São Paulo, SP, 10ª Reimpressão, 1998: p. 280.
4
– Lopes, Hernandes Dias. João, As glórias do Filho de Deus. Editora Hagnos, São
Paulo, SP, 2015: p. 44.
5
– Tozer, A. W. A vida crucificada. Editora Vida, São Paulo, SP, 2013: p. 91.
6
– Bruce, F. F. João: introdução e comentário. Edições Vida Nova e Mundo Cristão,
São Paulo, SP, 1987: p. 54.
7
– Lopes, Hernandes Dias. João, As glórias do Filho de Deus. Editora Hagnos, São
Paulo, SP, 2015: p. 45.
8
– Ibid, p. 46.
9
– Bruce, F. F. João: introdução e comentário. Edições Vida Nova e Mundo Cristão,
São Paulo, SP, 1987: p. 56.
Legal este blog! neste blog também encontrei coisas interessantes
ResponderExcluirhttps://homemdomeio.blogspot.com.br/
Graça e paz Cristina.
ExcluirObrigado pela dica, estarei visitando este blog.
Fique na Paz!
Pr. Silas Figueira
Obrigada. Acrescentou e muito.
ResponderExcluirGraça e paz Guerreira.
ExcluirFico feliz em saber que essa mensagem a tenha abençoado.
Fique na Paz!
Pr. Silas Figueira
Gratificante demais, Muito obrigada.
ResponderExcluirGraça e paz Esther.
ExcluirFico feliz em saber que esta palavra a tenha abençoado.
Fique na Paz!
Pr. Silas Figueira