Por Pr. Silas Figueira
Texto Base: Mateus 5.13-16
INTRODUÇÃO
A
história que vou contar eu ouvi há muito tempo pelo Pastor Renato Cordeiro da
Primeira Igreja Batista em Teresópolis.
Conta
à história que um assessor do evangelista Billy Graham fez um excelente
trabalho em uma de suas campanhas evangelísticas. Na época o presidente dos
Estados Unidos Bill Clinton ficou impressionado com o trabalho e,
principalmente, com a organização. Bill Clinton esteve com o Pastor Billy Graham
e perguntou quem foi o responsável por aquele excelente trabalho. Então Billy
Graham disse que foi um de seus assessores, que ele era realmente excelente e
muito capaz. Bill Clinton então disse que gostaria de conhecê-lo e se ele,
juntamente com Billy Graham, não gostaria de tomar um café da manhã com ele na
Casa Branca. Billy Graham falou com seu assessor e ambos foram tomar café na
data marcada com o Presidente.
Conta-nos
a história que o assessor de Billy Graham ficou tão emocionado e orgulhoso por
ter tido tal honra que saiu dali nas nuvens; dizendo para si mesmo que ele era
uma pessoa muito importante, afinal de contas até o Presidente dos Estados
Unidos quis conhecê-lo.
Depois
do café o assessor foi para o aeroporto pegar um avião para preparar outra
cruzada evangelística. Quando ele entra no avião e vai tomar o seu acento ele
observa que havia uma pessoa em seu lugar. Ele, muito calmamente, diz para a
pessoa que aquele lugar era dele. A pessoa então lhe pede desculpas, mas lhe
pede se pode ficar ali, pois ele era cadeirante e era mais fácil para ele se
sentar naquele lugar. O assessor não viu dificuldades nisso e se sentou então
ao seu lado, na cadeira que era do cadeirante. No decorrer da viagem eles foram
conversando, até que chegou uma hora em que o cadeirante perguntou se o
assessor poderia ajudá-lo a ir ao banheiro. O assessor lhe ajudou a sentar-se
em sua cadeira e o levou até o banheiro. O cadeirante entra e ele fica do lado
de fora esperando para trazê-lo de volta, mas nada do homem sair do banheiro.
Devido à demora, o assessor bate na porta e pergunta se estava tudo bem, o
homem abre a porta e pergunta se o assessor podia entrar e ajudá-lo, pois ele
não conseguia fazer a sua higiene pessoal. O assessor meio constrangido com a
situação entra e o ajuda, depois o coloca em sua cadeira e o leva para o seu
lugar.
No
momento em que o assessor se senta, o Espírito Santo lhe diz assim: “Por melhor que seja o seu trabalho, por
mais que as pessoas lhe elogiem, se você não for humilde a ponto de ajudar um
desconhecido, seu trabalho não tem valor para mim”.
Hoje
vocês estão aqui agradecendo a Deus nesse culto em ação de graças por terem se
formado, e é muito importante esse reconhecimento, mas se vocês com seus
devidos diplomas não forem canal de bênçãos para outros, o diploma de vocês não
tem valor nenhum. Podemos ser reconhecidos em vários lugares, podemos ficar
famosos e até mesmo ricos, mas se a nossa vida não serve para abençoar outros,
então estamos longe de entendermos o propósito da nossa existência, e para que que
o Senhor nos colocou em lugares altos. Se
nós não servimos para servir, nós não servimos para nada.
O
texto que lemos de Mateus 5.13-16 nos fala exatamente isso. Há um propósito da
parte do Senhor em relação a nossa vida nesta terra. A nossa salvação não é o
fim em si mesmo; quem pensa assim está longe de entender o porquê da sua
salvação. O texto de Mateus 5.13-16 na versão NVI nos diz assim:
“Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu
sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e
pisado pelos homens. Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade
construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca
debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim
ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos
homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que
está nos céus”.
Jesus
depois que falou a respeito das bem-aventuranças começa a descrever como deve
ser a nossa vida numa sociedade sem Deus. Ele diz que devemos fazer a diferença
nesse mundo que anda em trevas sendo nós luz e sendo sal em um mundo que está apodrecido
devido ao pecado.
Ser é diferente de Ter. A diferença entre Ser e Ter é que o Ser é o que você é, é o que você acredita,
são suas crenças. As crenças formam sua identidade e tem caráter altamente
subjetivo. Já o Ter são ideias, o Ter é exterior a nós, é algo desejado,
ou não. Jesus nos diz que somos sal e
luz e isso envolve o nosso caráter cristão.
Por
isso pensando nesse texto vamos ver quais as lições podemos tirar dele?
A PRIMEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE O CRISTÃO NÃO É UMA
PESSOA QUE VIVE ISOLADA DO MUNDO (Mt 5.13a, 14a).
John
Stott diz que as bem-aventuranças descrevem o caráter essencial dos discípulos
de Jesus; o sal e a luz são metáforas que denotam a sua influência para o bem
do mundo [1]. Nós estamos no mundo com várias pessoas ao nosso redor e não em
uma ilha isolados. Nós estamos no mundo, embora não pertençamos ao mundo. Aliás,
o Senhor nos disse que nos enviaria de volta ao mundo “como ovelhas entre lobos” (Mt 10.16a).
1º
- O que o Senhor quis dizer com a palavra mundo? Ele se refere à humanidade caída, a humanidade sem
Deus. Foi esse mundo que o Senhor veio salvar (Jo 3.16). E é nesse mundo que a
Igreja está e dela foi tirada. Estamos no mundo, mas não pertencemos mais ao
mundo (Jo 17.14). E este mundo da qual fomos tirados, assim com é inimigo do
Senhor Jesus também é nosso inimigo. Jesus disse que se o perseguiram, nós
também seríamos perseguidos (Jo 15.18-20). Mas é nesse mundo em trevas e
inimiga de Deus que o Senhor disse que seríamos luz e sal.
O
mundo, muitas vezes é associado à ignorância espiritual, a cegueira da falta de
conhecimento de Deus (2Co 4.4). Tanto que o Senhor Jesus disse que a luz veio
ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas porque suas obras eram más (Jo
3.19). Por isso, que sem a Luz do Evangelho esse mundo seria tenebroso.
2º
- É neste mundo sem Deus que o Senhor nos fez sal e luz. É nesse mundo de gente cega e insossa que seremos
usados por Deus para iluminar as suas mentes e temperar suas vidas. E fazemos
isso não dentro da igreja, mas fora dela. É na rua, em casa, no trabalho, na
escola, na faculdade, no laser, nas horas tristes que a vida oferece. Como diz
a música do Hyldon: “Na rua, na chuva, na
fazenda ou numa casinha de sapê”.
Ser
sal e luz é ser discípulo de Cristo sem ter dia de folga, e sem perder a
doçura. Para isso nós fomos chamados, para isso nós estamos aqui.
A SEGUNDA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE NÓS TEMOS UMA
NATUREZA CONTRÁRIA DO MUNDO.
Se
o cristão é sal e luz, o mundo é insípido e está em densas trevas. Essa é a
lógica e a grande realidade que vivemos.
1º
- O Senhor Jesus nos diz que somos sal da terra. O sal no tempo bíblico era algo extremamente
importante, pois ele era usado para salgar carnes e peixes para evitar a sua
putrefação. E, como até hoje, para temperar os alimentos. Mas também era usado
para esfregar no recém-nascido. A criança, segundo os costumes antigos, era
friccionada com sal misturado a água e óleo, e embrulhada em faixas de pano,
por sete dias (Ez 16.4) [2]. E também era utilizado para misturar no alimento
dos animais (Is 30.24).
O
sal era um item comercial no Oriente, obtido de lagos de sal, especialmente do
Mar Morto e da mineração. Por ter o sal a finalidade principal de salgar e
temperar, ele tem uma simbologia espiritual profunda.
Quando
o Senhor nos disse que nós somos o sal da terra, essas palavras claramente
subentendem a podridão deste mundo; subentendem à poluição e à imundícia mais
ofensiva. O mundo caído é pecaminoso e mau. Inclina-se para a maldade e para o
conflito armado. Assemelha-se à carne que tende por putrefazer-se e ficar
poluída de germes. Em resultado do pecado e da queda do homem, a vida, no mundo
em geral, tende por piorar até ficar pútrida [3].
Esse
é o quadro que se encontra o mundo, mas nós como igreja devemos ser diferentes
dos homens desta terra. Assim como o sal é diferente do material ao qual é
aplicado, e, em certo sentido, exerce todas as virtudes exatamente por causa
dessa diferença.
Seu
poder está precisamente nesta diferença. Isso acontece também, diz Jesus, com
os seus discípulos. Seu poder no mundo está na diferença que existe entre
ambos. O cristão é tão diferente dos outros homens como o sal num prato difere
do alimento em que é colocado. Os discípulos, do mesmo modo, são chamados a ser
como um purificador moral em um mundo onde os padrões morais são baixos,
instáveis, ou mesmo inexistente [4].
Outra
função do sal é dar sabor. Você pode colocar todos os ingredientes para
temperar o alimento, mas se faltar sal na medida certa ele fica insosso. A vida
sem o cristianismo bíblico é uma vida insípida. Mas só se chega a essa
conclusão quando se experimenta o verdadeiro cristianismo. Por isso que a
tarefa primária da igreja consiste em evangelizar e pregar o Evangelho.
2º
- O Senhor Jesus nos diz que somos luz do mundo. Jesus mesmo afirmou: “Vós sois a luz do mundo”. E também disse: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12). Essas duas declarações sempre
precisam ser consideradas conjuntamente, porque o crente só funciona como “luz
do mundo” por causa dessa relação vital de que goza com Aquele que é, Ele
mesmo, “a luz do mundo”. Nosso Senhor assegurou que viera ao mundo para
trazer-nos a luz. E a promessa que Ele fez foi: “... quem me segue, não andará em trevas, pelo contrário terá a luz da
vida” (Jo 8.12) [5].
Mas
para poder brilhar nos lugares escuros do mundo, esta luz deve estar em uma
posição estratégica, livre de qualquer bloqueio. É a cidade sobre o monte,
visível a quem vive em terrenos mais baixos. Do mesmo modo, seria absurdo, diz
Jesus, colocar-se uma candeia debaixo de um alqueire (modios, no grego, significa barril,
uma medida para cereais) ao invés do velador,
esperando assim iluminar a casa para seus moradores! Os discípulos não devem
então esconder-se, mas viver e trabalhar em lugares onde sua influência seja
sentida e a luz que neles há sejam mais plenamente manifesta a outros – não
para glorificação própria, mas para que outros possam ver a luz da verdadeira
bondade cristã, expressando-se em atos reais de gentileza e serviço, não é uma
luz deste mundo, mas vem de Deus, e possam consequentemente ser levados a dar
honra e louvor ao Doador da mesma [6].
Temos
como exemplo a menina que Naamã levou cativa de Israel (2Rs 5.1-3). Através dessa
menina, Naamã não só foi curado, mas encontrou a luz da verdade quando se
converteu ao Deus de Israel.
A TERCEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE PARA SERMOS O QUE O
SENHOR DESEJA DE NÓS EXISTE UMA CONDICIONAL.
Primeira
coisa que observamos é que existe uma condicional na vida do cristão. A
condicional é “MAS” = no entanto, contudo, todavia. Se eu não salgo e não
ilumino, eu não estou exercendo minha função como cristão. Se a igreja se torna
insípida e sem luz ela não é Igreja. Ela pode ter outros nomes, como por
exemplo: clube, reunião de amigos, boate gospel... Menos Igreja.
1º
- Se o sal não exercer a sua função de salgar ele perdeu sua verdadeira função
(Mt 5.13b). Se o sal não
permanecer puro perde o seu poder de salgar. Ele se torna inútil para ser
usado. O sal nunca pode perder sua salinidade. Entendo que o cloreto de sódio é
um produto químico muito estável, resistente a quase todos os ataques. Não obstante,
pode ser contaminado por impurezas, tornado-se, então, inútil e até perigoso. A
salinidade do cristão é o seu caráter conforme descrito nas bem-aventuranças, é
discipulado cristão verdadeiro, visível em atos e palavras [7].
Como
disse Jesus em Lucas 14.34,35:
O sal é bom, mas se ele perder o sabor, como
restaurá-lo? Não serve nem para o solo nem para adubo; é jogado fora.
"Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça" (NVI).
E
o que contamina o sal na vida do cristão é o pecado; é a vida sem compromisso
com Senhor da Vida; é viver dentro do padrão do mundo e não segundo o padrão
bíblico; é seguir o fluxo do mundo e não glorificar a Deus sendo diferente.
2º
- Se a luz que está em nós estiver oculta ela se torna treva (Mt 6.22,23). Jesus deixou isso de forma muito clara:
Os olhos são a candeia do corpo. Se os seus olhos
forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz. Mas se os seus olhos forem
maus, todo o seu corpo será cheio de trevas. Portanto, se a luz que está dentro
de você são trevas, que tremendas trevas são! (NVI).
O
Senhor deixou claro que a luz que está em nós deve brilhar de forma que todos
vejam, ela não pode ficar oculta e não exercer a função que ela deve exercer. A
luz brilha no escuro onde ela tem sua verdadeira utilidade, assim somos nós,
devemos brilhar em um mundo em trevas, em um mundo que jaz no maligno.
Mas
você tem brilhado? Ou anda com sua luz oculta?
A QUARTA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE QUANDO SOMOS SAL E
LUZ O NOME DO PAI SERÁ GLORIFICADO
(Mt 5.16).
“Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para
que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” (NVI).
Quem será glorificado é o Senhor e não nós. Quem deseja ser adorado no lugar de Deus é Satanás. Ele é quem busca adoração que não lhe é devida, aliás, nenhuma criatura deve ser adorada no lugar do criador. No entanto, o que mais temos visto hoje são líderes recebendo adoração como se fossem Deus. A última é o sangue de um determinado "apóstolo" que foi vítima de um atentado, dizer que está curando as pessoas. E as pessoas que frequentam aquele lugar acreditam nisso.
Cuidado para não cair nessa armadilha! O bem que fazemos deve glorificar ao Senhor e não a nós mesmos.
Quem será glorificado é o Senhor e não nós. Quem deseja ser adorado no lugar de Deus é Satanás. Ele é quem busca adoração que não lhe é devida, aliás, nenhuma criatura deve ser adorada no lugar do criador. No entanto, o que mais temos visto hoje são líderes recebendo adoração como se fossem Deus. A última é o sangue de um determinado "apóstolo" que foi vítima de um atentado, dizer que está curando as pessoas. E as pessoas que frequentam aquele lugar acreditam nisso.
Cuidado para não cair nessa armadilha! O bem que fazemos deve glorificar ao Senhor e não a nós mesmos.
Por isso, ocultar
a nossa natureza regenerada é tornar-nos completamente inúteis. O verdadeiro
crente não se oculta, e nem pode deixar de ser notado. O homem que
verdadeiramente esteja vivendo e funcionando como crente sempre assume posição
saliente. Assemelha-se ao sal; assemelha-se à cidade edificada sobre um monte,
a uma candeia posta no velador [8]. Todos sentem o seu sabor e todos veem a sua
luz, e isso se demonstra em atos, em testemunho diário, em vida santa, em viver
diário o Evangelho de Cristo. É não se envergonhar de Jesus, mas honrá-lo em
meio a uma sociedade que o repudia. Como disse o apóstolo Paulo em Rm 1.16:
“Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de
Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego” (NVI).
John
Stott nos diz que as metáforas usadas por Jesus têm muito a nos ensinar sobre
nossas responsabilidades cristãs no mundo, três lições se destacam [9].
a) Há uma diferença fundamental entre os cristãos e os
não cristãos, entre a igreja e o mundo.
A maior de todas as tragédias da Igreja através de sua longa história, cheia de
altos e baixos, tem a sua constância de conformar-se à cultura prevalecente, em
lugar de desenvolver uma contracultura cristã.
b) Temos de aceitar a responsabilidade que esta
diferença coloca sobre nós. Vocês têm
que ser o que são. Vocês são sal e, por isso, têm de conservar a sua salinidade
e não perder o seu sabor cristão. Vocês são a luz e, por isso, devem deixar que
sua luz brilhe e não devem escondê-la de modo algum, quer seja através do
pecado ou da transigência, pela preguiça ou pelo medo.
c) Temos de considerar a nossa responsabilidade cristã
como sendo dupla. A função do
sal é principalmente negativa: evitar a deterioração. A função da luz é
positiva: iluminar as trevas.
Mas
para eu ser sal e luz nesse mundo eu tenho que viver as bem-aventuranças! Testemunhar
é mais que falar, é viver de forma que todos vejam as nossas boas obras e o Pai
será glorificado através de nossos atos.
CONCLUSÃO
Eu
quero concluir com uma palavra que ouvi em um vídeo postado no youtube. A palavra do Pastor Paulo Borges Jr revela a igreja brasileira.
Diz
ele: Eu acho que hoje a comunidade evangélica no Brasil, ela não está com
dificuldade de fazer política, ela está com dificuldade de fazer tudo. Ela está
com dificuldade de fazer casamento; ela está com dificuldade de fazer empresa; ela
está com dificuldade de fazer louvor; ela está com dificuldade de fazer culto; ela
está com dificuldade de fazer oração.
O
que está em cima dos nossos montes hoje, nas campanhas de oração é vergonhoso.
O que o povo está procurando em cima do monte hoje só Satanás pode satisfazer.
Porque ninguém está procurando subir no monte para fazer sacrifício, mas para
ser abençoado. Quem prometeu bens nessa vida para quem subir no monte foi
Satanás, não foi o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Quem prometeu favores e
benefícios para quem cantasse muito, e louvasse muito, e orasse muito foi Satanás
e não foi o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Quem falou que culto é forma de
ser beneficiado foi Satanás. Quem falou que anjo ia proteger a gente das
mancadas que a gente faz, porque não buscou a direção de Deus foi Satanás, não
foi o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Então nós estamos com dificuldade de
tudo. Nós estamos com dificuldade de escolher qual a faculdade que nossos
filhos vão fazer e ajudá-los a entender isso. Porque hoje os nossos jovens estão
sendo ensinados a procurar profissões que dão dinheiro e não que contempla com
as suas vocações.
Nós
estamos com dificuldade de sustentar um casamento difícil. Nós estamos com
dificuldade de vender um produto honestamente sem locupletar de lucro
exagerado, porque o nosso conceito de riqueza é como nós vamos tomar a riqueza
do bolso do outro e passar para o nosso bolso. E ainda estamos achando que Deus
abençoa as pessoas quando elas oram, porque fica mais fácil ela tomar dinheiro
dos outros e fazer negócio vantajoso.
Então
não é só com a política que nós estamos tendo dificuldade. A dificuldade que
nós estamos tendo com a política é porque está indo para lá as nossas piores
crianças. Porque nós estamos insistindo em viver um evangelho de menino. Porque
o tipo de pregação que estamos ouvindo está nos infantilizando. Nós estamos nos
tornando um povo infantilizado. Não é só no Planalto Central, não é só a Câmara
dos Deputados e não é só o Senado que está sofrendo. As famílias estão
sofrendo; o comércio está sofrendo; as escolas estão sofrendo. Os hospitais
estão sofrendo. Estão sofrendo a presença de médicos crentes; tem muito médico
crente no Brasil praticando medicina ruim. Tem muito comerciante crente no
Brasil praticando comércio ruim. Tem muito marido e mulher no Brasil praticando
um casamento ruim. E nós estamos achando que a nossa fé vai nos dar um país
bom. Uma igreja que lamenta o país que tem, faz esse país sofrer a igreja que
tem. Nós estamos obrigando as nossas famílias, o nosso comércio, as nossas
prefeituras, os nossos hospitais e as nossas escolas, nós estamos obrigando
essa gente a sofrer a igreja ruim que nós estamos oferecendo. E nós estamos
oferecendo uma igreja ruim porque nós estamos insistindo em permanecer criança.
Nosso louvor está ruim porque é louvor de criança. O que nós estamos chamando
de avivamento hoje no Brasil que é encher um estádio com vinte mil pessoas que
entra em êxtase espiritual ouvindo boa música; se isso for avivamento então
Luan Santana é avivamento, porque todo mundo sai de lá de dentro do mesmo
jeito, sai de lá cheio de fotografia para postar no instagram e no facebook e
doido para comprar o CD e o DVD. Mas a multidão que deixou o estádio depois
daquele culto, e a multidão que deixou o estádio depois do show é a mesma. Com
as mesmas necessidades, com as mesmas prioridades, com os mesmos apetites. E
tentando se satisfazer da mesma forma.
A
coisa é muito mais rasa. Passa pelo seu namoro, e não pelo prefeito da sua
cidade. Passa pela escolha da sua profissão e não pelo vereador corrupto da sua
cidade. Passa pelos seus motivos de você fazer comércio e não pelo presidente
desse país. Esse país está sofrendo a falta de referências, e as referências não
estão lá estão aqui. Nós temos que sair daqui gente adulta, que para de pensar
como menino, agir como menino e querer como menino. Nós estamos com problemas
em todas as áreas desse país, todas elas. É um engano a gente pensar que
políticos melhores vão nos entregar um país melhor. Uma igreja melhor pode
fazer esse país melhor. Em nome de Jesus, pelo sangue do Cordeiro temos que
deixar de ser menino [10].
Que
o Senhor tenha misericórdia de nós e nos ajude a sermos sal e luz do mundo.
Pense
nisso!
Notas:
1
– Stott, John. A Mensagem do Sermão do Monte. ABU Editora, São Paulo, SP, 1986:
p. 48.
2
– Champlin, R. N. O Antigo Testamento Interpretado, versículo por versículo,
Vol. 5. Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2001: p. 3225.
3
– Lloyd-Jones, D. Matyn. Estudos no Sermão do Monte. Ed. Fiel, São Paulo, SP,
1984: p. 140.
4
– Tasker, R. V. G. Mateus, Introdução e Comentário. Editora Mundo Cristão e
Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1985: p. 50.
5
– Lloyd-Jones, D. Matyn. Estudos no Sermão do Monte. Ed. Fiel, São Paulo, SP,
1984: p. 152.
6
– Tasker, R. V. G. Mateus, Introdução e Comentário. Editora Mundo Cristão e
Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1985: p. 51.
7
– Stott, John. A Mensagem do Sermão do Monte. ABU Editora, São Paulo, SP, 1986:
p. 51.
8
– Lloyd-Jones, D. Matyn. Estudos no Sermão do Monte. Ed. Fiel, São Paulo, SP,
1984: p. 163.
9
– Stott, John. A Mensagem do Sermão do Monte. ABU Editora, São Paulo, SP, 1986:
p. 54-56.
10
– https://www.youtube.com/watch?v=lk9PBemcMgo,
acessado em 13/01/2017.
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