Por Pr. Silas Figueira
Texto base: Efésios 5.18-21
INTRODUÇÃO
O apóstolo Paulo aqui em Efésios 5.18-21 está mostrando para esta igreja que a vida conjugal, familiar, e em seu trabalho começa com a plenitude do Espírito. Sem Ele é impossível o cristão testemunhar de forma plena, pois o cristianismo é viver - não é mera filosofia ou ponto de vista. O cristianismo é prático, e a vida cristã é vida no Espírito.
Warren W. Wiersbe diz que "somente pelo Espírito podemos andar em harmonia como maridos e esposas (Ef 5.22-33), pais e filhos (Ef 6.1-4), empregadores e empregados (Ef 6.5-9). A unidade do povo de Deus descrita por Paulo em Efésios 4-1-16 deve-se na vida diária, a fim de desfrutar a harmonia que é um antegozo do céu na Terra".
O Rev. Hernandes Dias Lopes diz que "seria impossível exagerar a importância que o Espírito Santo exerce em nossa vida: Paulo já falou que somos selados pelo Espírito (Ef 1.13,14) e que não devemos entristecer o Espírito (Ef 4.30). Agora, ele ordena que sejamos cheios do Espírito Santo (Ef 5.18)". "Todavia, continua ele, é possível ser nascido do Espírito, ser batizado com o Espírito, habitado pelo Espírito, selado pelo Espírito e, ainda assim, estar sem a plenitude do Espírito".
Isso significa que esta deve ser uma experiência permanente na vida de cada cristão. Tanto que o apóstolo Paulo escrevendo aos Gálatas 5.16,17 diz:
"Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer".
Observe que há uma luta entre a carne e o Espírito. Há uma constante guerra dentro de cada um de nós e, se nós não vigiarmos a carne irá vencer e acontecerá o que o apóstolo Paulo escreveu anteriormente nesta carta aos Gálatas 5.14,15 quando ele diz:
"Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos".
Essa ordenança para a igreja de Éfeso é uma ordenança para todas as igrejas em todos os tempos e lugares, porque é muito difícil mantermos um bom relacionamento com Deus, com o próximo e porque não dizer com nós mesmo sem a ajuda do Espírito Santo.
D. Martin Lloyd-Jones diz que "o apóstolo está firmando um grande princípio universal. O modo de lidar com todos estes problemas, diz ele, é encher-nos do Espírito. Eles só podem ser tratados desta maneira particular". E diz mais "este princípio é ensinado em toda parte da Bíblia. Este é o único meio pelo qual o problema fundamental da guerra poderá ser resolvido [...] porque tantos não conseguem enxergar que a guerra, afinal de contas, não é senão uma disputa entre duas pessoas, ampliada - uma disputa entre marido e mulher, pais e filhos, senhores e servos. [...] A guerra não é uma coisa especial e diferente, não é um problema único, singular; é apenas o problema das relações humanas em larga escala".
Entenda uma coisa, Caim ainda está vivo, sua natureza ainda vive em cada um de nós, por herança. Varia em suas manifestações, mas está em cada um de nós. "De onde procedem as guerras e contendas que há entre vós?" pergunta Tiago em sua epistola; e responde: "de onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?" (Tg 4.1).
Onde não há a Plenitude do Espírito operando, o que opera e impera é o espírito de discórdia e de intriga, literalmente as obras da carne - inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, inveja (Gl 5.20,21). Por isso que antes do apóstolo Paulo falar de relacionamentos, ele fala de sermos cheios do Espírito Santo. Algumas pessoas dizem que se vivermos uma ética cristã poderemos ser felizes em nossos relacionamentos; quem pensa assim desconhece que o cristianismo não é uma ética, e nem um estilo de vida. O cristianismo é a vida de Deus em nossas vidas, é sermos testemunhas fiéis de Cristo nesta terra (At 1.8); é vivermos uma vida santa e irrepreensível com a ajuda do Espírito Santo. É viver na presença de Deus tendo prazer em estar em Sua presença.
D. Martin Lloyd-Jones diz que "o apóstolo Paulo não está escrevendo um tratado para o Estado, ou para o povo em geral; não era algo para ser enviado ao imperador romano e seu governo de Roma. Não, ele está escrevendo para a Igreja, para várias igrejas; ele está se dirigindo ao povo cristão. Por isso escreve com total confiança".
Esse assunto aqui não uma questão de ética é o cristianismo na prática. É para mim e para você; e nós, como igreja, devemos levar muito à sério este assunto, pois depende de cada um de nós sermos ou não cheios do Espírito Santo ou estarmos embriagados com o vinho que o mundo oferece.
Quais as lições nós podemos tirar desse texto.
EM PRIMEIRO LUGAR, HÁ UMA ORDENANÇA NEGATIVA (Ef 5.18).
A negativa - "E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução". F. Davidson diz que "o contraste notável do versículo 18 não seria notado tão prontamente por um crente de nossa época; mas o hábito da embriagues era tão universal entre as populações pagãs, das quais os cristãos gentios se originaram que tal contraste lhes era realmente apropriado". Tanto que naquela época era comum crianças comerem pão encharcado de vinho.
Na mitologia grega, Dionísio era o deus do vinho, pois possuía os conhecimentos e segredos do plantio e colheita da uva. Possuía também os segredos da produção do vinho. Era também associado às festas e atividades relacionadas ao prazer material. Era filho de Zeus (deus dos deuses) com a princesa Sêmele. Para os romanos ele era conhecido como Baco. Este era o deus que muitos da igreja de Éfeso adoraram. Com esta negativa - de não se embriagarem - Paulo está querendo mostrar o perigo da embriagues, mas ao mesmo tempo ele mostra que há uma semelhança entre estar embriagado e cheio do Espírito Santo. Vejamos:
1º - A vida cristã é uma vida controlada, uma vida ordenada. É exatamente o inverso da condição de um ébrio, que perdeu o controle e está sendo controlado pela bebida. O excesso de vinho leva a uma condição caracterizada acima de tudo pela perda do entendimento, pela perda da delicadeza, pela perda da capacidade de julgar, pela perda do equilíbrio. É o que a bebida faz.
Francis Foulkes comenta que "este era um perigo no seio da igreja nos dias do Novo Testamento, principalmente entre aqueles que viessem a ser escolhidos para funções de liderança, tal como mostram 1Timóteo 3.3, 8 e Tito 1.7 e 2.3.
D. Martin Lloyd-Jones que também era médico disse que "a bebida não é um estimulante, é um agente de depressão. Deprime antes de tudo os núcleos mais elevados do cérebro. Estes são os primeiros a serem influenciados e afetados pela bebida. Eles controlam tudo que dá ao homem o domínio próprio, a sabedoria, o entendimento, a discriminação, o juízo, o equilíbrio, a capacidade de avaliar tudo; noutras palavras, controlam tudo que faz o homem comportar-se no nível máximo e melhor. [...] O homem que pode controlar seus sentimentos, o seu temperamento, as suas disposições e as suas paixões, obviamente é melhor e maior do que o homem que não tem esse autocontrole".
2º - A vida cristã não é de desperdício, mas uma vida produtiva. Um cristão é uma pessoa que não desperdiça a sua vida. Ele não joga fora a sua vida, mas tem sua vida é uma boa terra que produz cem por um.
Francis Foulkes diz que "o verbo dissolução no grego é asotia, que envolve não apenas a ação descontrolada do homem bêbado, mas também a ideia de desperdício. O advérbio correspondente é empregado na conhecida expressão "vivendo dissolutamente", conforme se encontra na parábola do filho pródigo (Lc 15.13)". A bebida sempre leva ao excesso; ao esbanjamento e a destruição. Foi isso que ocorreu com o filho pródigo. Ele desperdiçou seu tempo, suas energias e o que antes era lindo e maravilhoso tornou-se a sua derrota.
Exemplo: Nicolino Locche era um famoso boxeador argentino. Ele era um boxeador tão talentoso que podia passar as noites anteriores às suas lutas bebendo e se divertindo em casas noturnas, e ainda assim vencer no dia seguinte. Nicolino era um campeão incontestável, mas, pouco a pouco, sua falta de concentração e preparo físico, e seu estilo de vida desregrado, começou a afetar seu desempenho. Logo, a Argentina começou a ver Nicolino sendo fácil e vergonhosamente derrotado. Com o tempo, ele perdeu os seus reflexos rápidos e não conseguiu mais se recuperar. Sua carreira terminou em derrota. Nicolino era bom no ringue, mas usava mal seu tempo livre. Isso provocou a sua queda.
3º - A vida cristã não é uma vida negativa. Muitas pessoas pensam que o cristianismo leva a pessoa à infelicidade. Que o cristianismo é uma religião cheia de regras, de pode e não pode. Que o cristão não goza os prazeres da vida.
Na verdade quem olha de fora talvez pense isso, mas quem está dentro e desfruta da graça do Senhor e está cheio do Espírito sabe que isso é uma grande mentira do diabo. Na verdade, o cristão sabe que o mundo passa assim como a sua concupiscência (1Jo 2.17). Antes ele era um escravo, mas agora, em Cristo Jesus, ele é livre (Gl 5.1).
Como disse o apóstolo Paulo em 1Co 6.12-20, todas as coisas nos são lícitas, mas nem todas as coisas convém. Isso se chama liberdade com responsabilidade.
EM SEGUNDO LUGAR, HÁ UMA ORDENANÇA POSITIVA (Ef 5.18).
A positiva - "Mas enchei-vos do Espírito".
John MacArthur diz que "ser cheio do Espírito Santo, é submeter os nossos corações à autoridade de Cristo, permitindo que a Sua Palavra domine nossas atitudes e ações. Seus pensamentos tornam-se o objeto de nossa meditação, seus padrões viram a nossa maior busca, e sua vontade se torna o nosso maior desejo. À medida que nos submetemos à verdade de Deus, o Espírito nos leva a viver de uma maneira que honre ao Senhor".
Entendemos com isso que estar cheio do Espírito Santo é desfrutar o melhor da vida.
1º - A vida cristã é maravilhosa, pois o Senhor habita em nós. No momento em que a pessoa se converte a Cristo, esta passa a ser cheia do Espírito Santo. Ela passa a ser templo do Espírito (1Co 6.19). É selada com o Espírito (Ef 1.13,14). Tudo isso indica que o Senhor o Espírito habita em nós e nos garante a nossa salvação. E Ele quem nos convence do pecado (Jo 16.8). É Ele quem ilumina os nossos corações para entendermos as Escrituras (Jo 14.26). É Ele quem nos consola e intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26,27). É Ele quem testifica em nossos corações que somos filhos de Deus (Rm 8.16). Isso o mundo não tem (Jo 14.16,17).
2º - A vida cristã é um processo contínuo do encher-se do Espírito. A Palavra nos diz que não devemos entristecer o Espírito (Ef 4.30), isso que dizer que o Espírito Santo é uma Pessoa e, como tal se relaciona com cada um de nós. Queremos dizer com isso que há uma necessidade em nós de mantermos esta comunhão para estarmos sempre cheios dEle.
As pessoas que estão bêbadas entregam-se a ações desenfreadas, dissolutas e descontroladas. Perdem o pudor e a vergonha, envergonham a família e traz tristeza aos que os amam. Tais pessoas não agem segundo o Espírito, mas segundo o deus deste mundo.
O Rev. Hernandes Dias Lopes diz que "os que buscam uma fuga para seus problemas no fundo de uma garrafa, encontram apenas um substituto barato, falso, maldito e artificial para a verdadeira alegria".
O Espírito Santo é o oposto de tudo isso. Veja o que nos diz Paulo a respeito do fruto do Espírito e Gálatas 5.22-25.
Por isso que o "Estar cheio do Espírito" é um processo contínuo, pois se o excesso de álcool desumaniza, e transforma o ser humano em fera, a plenitude do Espírito Santo nos torna humano, pois nos torna como Cristo. Por isso que é um processo contínuo, crescente e temos que desejá-lo.
Exemplo: Lemos no livro de Atos que os discípulos foram cheios do Espírito Santo em At 2, mas depois disso nós vemos que ocorreram outras manifestações do Espírito Santo os enchendo novamente. Veja At 4.31 - depois de orarem; At 7.55,56 - Estevão estava cheio do Espírito Santo mesmo na hora do seu assassinato; Atos 13.52 - nos diz que Paulo toma a decisão de ser apóstolo dos gentios e eles, os discípulos gentios, ouvindo isso transbordavam de alegria e do Espírito Santo. Estar cheio do Espírito é uma questão de como vive a pessoa que teme a Deus. É nos mantermos debaixo da fonte.
R. N. Champin diz que "o vinho degenera; o Espírito Santo eleva. O vinho conduz ao deboche; o Espírito Santo enobrece. O vinho nos torna bestiais; o Espírito Santo nos torna celestiais".
3º - A vida cristã cheia do Espírito nos afasta do pecado. À medida que nos enchemos do Espírito o pecado não tem domínio sobre nós. Veja o que o apóstolo Paulo nos diz em Rm 6.12, 19, 22:
"Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação. Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna".
Estar cheio do Espírito é uma questão de relacionamento pessoal, e, como cristãos somos pessoas responsáveis. Nós não podemos viver na passividade. O mundo, a carne e o diabo continuam aí, e temos que resisti-los. E também temos que ouvir positivamente o Espírito e dedicar tempo e atenção a Ele.
À medida que damos ouvidos à direção do Espírito através da Palavra, nós nos tornamos melhores crentes, pois a Palavra é inspirada por Ele (1Pe 1.21), e ela nos avisa dos perigos do pecado e nos mostra as suas consequências (Rm 6.23).
EM TERCEIRO LUGAR, AS CONSEQUÊNCIAS POR ESTARMOS CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO (Ef 5.19-21).
Como já falamos anteriormente a Plenitude do Espírito é uma ordem dada por Deus a cada um de nós. Ele torna-nos mais humanos, mais parecidos com Jesus. Mas quais os benefícios práticos que isso nos leva? Podemos enumerar quatro resultados benéficos de estar cheio do Espírito Santo listado por John Stott:
O primeiro resultado é Comunhão (Ef 5.19a). O apóstolo Paulo diz: "Falando entre vós com salmos". Aqui o apóstolo está fazendo referência ao culto público, quando a igreja se reunia para adorar a Deus.
A palavra comunhão na língua portuguesa significa a participação comum em crenças e ideias. No NT a palavra usada pelos escritores sacros para comunhão é koinonia, e significa literalmente compartilhar aquilo que temos em comum e, neste contexto, a palavra é usada no sentido de compartilhar com o propósito de edificar ou melhorar uns aos outros (At 2.44).
Ingredientes Para Um Cultivo Saudável da Comunhão Cristã.
a) Amor. Querer bem ao próximo, tratando-o com carinho. O amor é um atributo divino, oferecido e compartilhado ao homem, para esse relacionar-se qualitativamente com outras pessoas, tendo oportunidade de demonstrar afetuosidade e apreço - Rm. 12.10, 13.8, 13.10; Gl. 5.14; 1 Jo. 2.10.
b) Respeito. Qualquer indivíduo merece ser tratado com atenção e consideração, independente de sua cor, grau de instrução ou posição social. Entre essas pessoas, o grupo mais desprezado neste quesito são os idosos, num total desrespeito à pessoa humana e também uma grave desobediência à Palavra de Deus - Pv. 20.29; 1 Ts. 5.12-13; Hb. 10.24; Rm. 13.7.
c) Suporte. É uma qualidade que não pode ser confundida com tolerância, pois, como uma das ações essenciais para a saudável comunhão cristã, suportar é a capacidade de oferecimento voluntário e espontâneo que o crente possui para sustentar os mais fracos na fé. Portanto, dá-nos uma clara ideia de um tipo de esteio que suporta uma pesada e frágil parede, impedindo-a de cair e se espatifar ao chão - Rm. 15.1; Ef. 4.1-2; Cl. 3.13.
d) Humildade. Qualidade extremamente importante no caráter de qualquer pessoa. A humildade é a virtude que manifesta o sentimento de nossa fraqueza. É a forma simples, modesta e equilibrada como alguém age e define a si mesmo - Lc. 14.11; Rm. 12.3; Fl. 2.3, 4.12; 1 Pe. 5.5.
e) Compaixão. Compaixão (do latin compassione) pode ser descrito como uma compreensão do estado emocional de outrem; não deve ser confundida com empatia. A compaixão frequentemente combina-se a um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento de outra pessoa, bem como demonstrar especial gentileza com aqueles que sofrem. A compaixão pode levar alguém a sentir empatia por outra pessoa. A compaixão é freqüentemente caracterizada através de ações, na qual uma pessoa agindo com espírito de compaixão busca ajudar aqueles pelos quais se compadece - Mt. 14.14, 20.34; Mc. 8.2.
O Rev. Hernandes Dias Lopes diz que "o crente cheio do Espírito não vive resmungando, reclamando da sorte, criando intrigas, cheio de amargura, inveja e ressentimento; sua comunicação é só de enlevo espiritual para a vida do irmão". Como nos fala o Salmo 133.
O segundo resultado é Adoração (Ef 5.19b). Aqui o cântico não é "entre vós", mas "ao Senhor". O cântico é direcionado a Deus e só a Ele somente. Mas o que temos mais visto por aí são adoradores de celebridades. São "crentes" interessados no artista, uma tietagem que chega ao ridículo; e o pior, os artistas adoram - pelo menos a maioria.
A adoração é dirigida a Deus e não ao homem. É dirigida ao Criador dos céus e da terra, e não a meros seres humanos falíveis e mortais. A adoração é dirigida ao Soberano Senhor e sustentador e não a homens que se quer conhecem o dia de amanhã.
Devemos adorar ao Senhor com entusiasmo e profunda alegria. Sabendo que o verdadeiro culto a Deus é em espírito e em verdade. Não é adoração fria, formal e sem entusiasmo. Devemos adorá-lo como nos fala no livro de Apocalipse 5.7-14.
O terceiro resultado é Gratidão (Ef 5.20). O crente cheio do Espírito é grato a Deus. O texto nos diz que devemos ser grados a Deus por tudo, no entanto, é necessário interpretar corretamente esse versículo. Não é ser grato pelo mal moral, isso é insensatez e blasfêmia. Devemos ser gratos a Deus pelo Seu cuidado para com cada um de nós, ainda que nos venha ocorrer momentos de sofrimento, pois bem sabemos que o Senhor está conosco todos os dias e, que "todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus". É ser grato, pois bem sabemos que o Senhor pode transformar o mal em bem, e entender que o mal pode servir aos Seus propósitos (Gn 50.20; Rm 8.28; 2Co 12.10).
O quarto resultado é Submissão. A base dessa submissão mútua é o amor, porquanto é o egoísmo que se recusa em considerar as necessidades e desejos dos outros, e que sempre impõe a sua própria vontade.
O Rev. Hernandes Dias Lopes diz que "uma pessoa cheia do Espírito Santo não pode ser altiva, arrogante e nem soberba. Os que são cheios do Espírito Santo têm o caráter de Cristo, são mansas e humildes de coração. Em Cristo, devemos ser submissos uns aos outros". A base dessa submissão se encontra em Fl 2.3-8.
Há uma ideia de que submissão é uma forma de inferioridade, mas não é isso que o texto nos ensina e, muito menos a Bíblia. Aqui o apóstolo Paulo fala se submissão espontânea uns aos outros. Observe que o texto diz que devemos nos sujeitar uns aos outros no temor de Cristo; ou seja, a autoridade vem de Deus. Por trás do marido, do pai, do patrão, devemos discernir a próprio Senhor que lhes deu a autoridade que têm. Portanto, se quiserem se submeter a Cristo, submetam-se a eles.
No entanto, essas autoridades humanas são limitadas. Por isso não podemos nos sujeitar a elas de forma ilimitada, principalmente se tais autoridades nos levam a desobedecer à autoridade de Deus (At 5.29).
CONCLUSÃO
Entendemos através desse texto que para que possamos ter um bom relacionamento com as pessoas é necessário ser cheio do Espírito Santo, pois é Ele que nos ajuda a sermos melhores maridos, esposas, filhos e filhas, patrões e empregados (Ef 5.22-33; 6.1-9). Como disse D. Martin Lloyd-Jones: "A guerra não é uma coisa especial e diferente, não é um problema único, singular; é apenas o problema das relações humanas em larga escala".
Através do Espírito Santo nós podemos ser melhores crentes e melhores cidadãos, mas para isso eu devo procurar ser cheio dEle e não viver embriagado com os prazeres deste mundo.
Pense nisso!
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