Por Antônio Pereira Jr.
Estou indignado… Não que me surpreenda com alguma idiotice desse “mundo gospel”, mas soube esses dias que uma igreja neopentecostal estava vendendo água mineral abençoada por algum apóstolo surtado, com a promessa de prosperidade para quem adquirisse o objeto pelo valor mínimo de R$ 100,00. Não é de hoje que bizarrices acontecem em supostas igrejas evangélicas. Infelizmente, as pessoas não sabem separar o joio do trigo.
A troca do dinheiro pelas bênçãos de Deus, praticada na Idade Média, voltou com força total. A venda de indulgências é fichinha diante do que algumas igrejas hodiernas têm praticado. As práticas bizarras vão de venda de objetos “consagrados” a “unções” estranhas e antibíblicas. Penso que se os reformadores, como Lutero, Calvino, Zuínglio e tantos outros, estivessem vivos, já teriam tido um ataque do coração diante de tanta bobagem que é ensinada como se fosse o evangelho de Cristo.
Muitos estão usando o Sagrado para sugar até a última gota o sofrido dinheiro dos fiéis incautos e pessoas sem o mínimo de discernimento bíblico. Que andam em busca das bênçãos de Deus ao invés de buscarem o Deus das bênçãos –cujas bênçãos nem sempre significam prosperidade material. Hoje, as igrejas têm tirado os olhos do céu e os tem colocado na terra. Nos desejos hedonistas e nas necessidades humanas, contrariando o que o apóstolo Paulo ensinou:“Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra” (Colossenses 3.1-2).
Outras igrejas, ao invés de pregarem o evangelho puro inventaram coisas que nem na Idade Média se viu. Quando não é o exagero e mau uso dos dons espirituais, são invencionices de pastores megalomaníacos. Coisas como: decretar o que Deus nunca decretou; falsas profecias; atos proféticos supostamente baseados em textos do Antigo Testamento (e que não tem nenhuma base na Igreja Neo-testamentária); crenças em objetos para obtenção de bênçãos; idolatria a déspotas supostamente agraciados por Deus; enfim, a lista é enorme. Você pode estar se perguntando: “o que essas coisas têm a ver com o evangelho”? Respondo: nada! Quem conhece, de fato, o evangelho simples de Jesus sabe muito bem que nem Ele, nem nenhum apóstolo, pregaram tais coisas.
O apóstolo Paulo já advertiu há muito tempo: “Se alguém ensina falsas doutrinas e não concorda com a sã doutrina de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino que é segundo a piedade, é orgulhoso e nada entende. Esse tal mostra um interesse doentio por controvérsias e contendas acerca de palavras, que resultam em inveja, brigas, difamações, suspeitas malignas e atritos constantes entre pessoas que têm a mente corrompida e que são privados da verdade, os quais pensam que a piedade é fonte de lucro” (1 Timóteo 6:3-5 – grifo nosso).
Igrejas que se entregaram somente à busca pelas coisas terrenas já perderam sua alma há muito tempo – não no sentido escatológico, mas, existencial. Abandonaram a Graça de Deus e se enfatuaram em suas mentes carnais. Quer um conselho? Leia o Novo Testamento e deixe de ser enganado por homens: “Cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas” (Filipenses 3.19). Lembre-se do que disse Nosso Senhor Jesus Cristo: “Portanto, de que adianta uma pessoa ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Marcos 8.36).
Fonte: NAPEC
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