Por Fabio Campos
Texto base: “... pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância”. – Filipenses 4.11 (NVI)
O grande escritor Irlandês, C. S. Lewis (1898 – 1963), disse certa vez que, “só o risco real testa a realidade de uma fé”. Existem momentos que a fé professada em nossos escritos e discursos precisa ser “desfrutada” na prática. Crer contra a esperança é algo que excede toda compreensão humana. Trata-se do viver não por vista, mas pelo o que crê, ainda que tudo esteja contrário.
Minha maior tristeza como cristão não é a falta de bens ou de conforto mas a privação da alegria de Cristo que me faz viver contente em toda e qualquer situação. Uma vez experimentada a alegria da salvação, nenhuma outra, ainda que mais esplêndida aos homens - poderá ser comparada com a alegria dada por Deus através do Seu Filho Jesus Cristo.
Quando Paulo escreveu sua missiva à igreja de Filipos, aparentemente, sua situação era das piores. Estava preso sob a guarda dos romanos. Passava por um momento de “privação” de recursos. A carta, entretanto, é escrita pelo apóstolo, dentre outras coisas, para agradecer os filipenses pelo recurso levantado e encaminhado para ajudá-lo.
Entendendo isto, ao ler o texto novamente, confesso irmãos, que me angustiei. Minha satisfação em Cristo não estava completa. O verso 12 saltou-o das escrituras e me esbofeteou: “Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade”.
Pensei comigo! – Meu Deus!, “que segredo este que Paulo descobriu”?
O verso 11 responde: “... aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstancia”. Este, talvez, seria um “exercício” que Paulo estrategicamente empreendesse em situações que demandasse esta postura. Mas a força de Paulo estava na alegria que ele possuía em Cristo: “Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: alegrem-se!” (Fp 4.4).
Os dias são realmente maus. O pânico nos faz dizer: “Ninguém merece confiança” (Sl 116.10). A situação do mundo e, principalmente, de nosso país, é terrível. Mas aos filhos de Deus resta apenas confiar na Providência do Pai. Não temos outro bem além de Cristo.
O pastor americano John Piper diz que “a fé não é a garantia de prosperidade, mas de estar satisfeito em Deus e viver feliz na abundancia ou na escassez”. Será que você está passando por grandes necessidades ou está descontente por não ter o que deseja? Muitas vezes queremos que Deus mude a situação; mas por vezes, Ele não mudará, apenas nos ensinará a “adaptar-se” e “viver contente e em toda e qualquer situação”. A felicidade depende de acontecimentos, mas a alegria depende de Cristo.
Paulo nos mostrou que é possível. Dizia que “podia todas as coisas, pois Cristo o fortalecia”. Primeiro Deus opera em nós para depois operar por nosso intermédio. O sofrimento é uma das didáticas do Senhor (1 Pe 5.10). O propósito principal de Deus não é nos fazer feliz (conforme o nosso padrão), mas semelhantes a Seu Filho Amado Jesus. Isso envolve sofrimento.
Aquele que busca a Deus para ser feliz e não para ser transformado, não busca a Deus, mas o seu prazer hedonista. O final disto é desgraça e frustração. Busque a vontade de Deus. Talvez de inicio lhe traga tristezas, mas no final trará os seus frutos de justiça. Se recorrermos a força de nosso próprio braço, fracassemos; nossa força deve vir d’Aquele que tudo pode.
Deus nunca nos abandonará! Ele nos susterá com a sua mão poderosa. Realmente precisamos, em momentos de turbulências, aquietar e pedir, antes de tudo, a alegria de Deus que nos fará forte na situação ao invés de tão somente solucionar o nosso problema.
Assim como fez Paulo, nós, portanto, devemos fazer o mesmo, ou seja, ele sabia que o Senhor não deixaria de lhe dar o que fosse necessário e fortalecê-lo para enfrentar qualquer situação. Por isso ele disse: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”.
Que em tudo, Deus nos ajude!
Soli Deo Gloria!
Fonte: Fabio Campos
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