Por Josemar Bessa
“Até onde posso ir sem que seja pecado?” – Essa mentalidade cobre grande parte das perguntas que as pessoas fazem. Das perguntas que me fazem – ainda que usando outras palavras. Gostamos do conforto da ideia de que podemos fazer o que desejamos sem culpa... portanto, sem arrependimento... Isso me faz lembrar uma história.
Há uma história sobre Tetzel, o monge dominicano que viveu no século XVI na Alemanha vendendo indulgências para construir o Vaticano - o que escandalizou Martinho Lutero e o fez se levantar naqueles dias. Tetzel costumava cantar uma pequena cantiga: “sobald das Geld im Kasten klingt, Die Seele aus dem Fegfeur springt "(" Tão logo o seu dinheiro cai em minha caixa, e tua alma pula livre do fogo do Purgatório!').
Um ladrão aproximou-se dele e perguntou quanto custaria uma indulgência para perdoar todos os seus pecados passados. 'Mil peças de ouro.' "E quanto custaria para perdoar todos os meus pecados futuros também? '"Mais duas mil' "Tudo bem, aqui está, três mil. Dá-me a indulgência." - 'Aqui está. Obrigado, disse Tetzel.' - "E agora, disse o ladrão, aqui está um daqueles pecados futuros. Está vendo esta espada? Me Devolva as três mil peças.'"
Peter Kreeft, Céu (São Francisco, 1980), páginas 186-187.
É a impenitência (falta de temor a Deus, falta de arrependimento, mundanismo...) que “vende” indulgências hoje. ( Diz o que você quer ouvir por um preço. Usa psicologia secular e não a Verdade – porque deseja simpatia, ser visto como culturalmente relevante, ser admirado como líder, ganhar um membro...).
É a Impenitência (falta de temor a Deus, falta de arrependimento, mundanismo...) que compra indulgências. Impenitência compra ou rouba – como o ladrão de Tetzel. Qual é a diferença moralmente? (Quem faz esse tipo de pergunta já decidiu que vai crer no que lhe for conveniente) Sem arrependimento, qualquer aparência de cristianismo é deixado inevitavelmente no absurdo caricato. Com arrependimento, motivado pela graça de Deus em Cristo, a beleza da honestidade começa a aparecer onde antes havia apenas absurdo e racionalização. Com arrependimento tudo muda – Não estamos mais preocupados até onde posso ir sem que seja pecado – nossa preocupação é: “Como Deus pode ser mais glorificado em minha vida?” É sempre a falta de temor a Deus e o egocentrismo que tenta encontrar exceções, brechas...
Sempre haverá um Tetzel. Sempre haverá alguém para comprar o que ele vende – que você não seja nenhum dos dois.
Fonte: Josemar Bessa
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